terça-feira, 29 de maio de 2012

Capítulo 18

Drink, dance, kiss.

Entrei em casa esperando que meu pai fosse estar me esperando sentado à poltrona do lado do abajur. Porém me surpreendi ao constatar que a sala se encontrava vazia e escura.
Subi as escadas nas pontas dos pés, só no caso dele estar em algum outro lugar que não a sala. Ao passar pela porta do quarto dele, vi uma blusa, idêntica a que Mary usava no churrasco, jogada no chão.
Tomada pelo nojo, me joguei em minha cama, me apressando em dormir para não ouvir nem imaginar coisas... imorais.
Assim que acordei, troquei de roupa e escovei meus dentes, notando que já tinha passado das 2 da tarde. Droga, que horas eu tinha ido dormir mesmo?
Desci as escadas rapidamente, me perguntando se ainda havia alguém em casa. Tal pergunta foi respondida assim que escutei a cantoria de Solange.
Encostei-me na parede da cozinha, a observando cantar “I’ll survive”. Ri por alguns bons minutos até que ela se desse conta de que eu presenciava a cena.
-Desculpa, não resisti. – falei enquanto me aproximava dela e me sentava no balcão da cozinha.
-Percebi. E percebi também que você quase virou morcego hoje.
-Cheguei tarde ontem.
-Mal chegou aqui e já tá assim, é?
-A Anne me apresentou aos amigos dela, nada demais.
-Ah, então você já deve ter conhecido o Timmy,– tentei não sorrir ao escutar o nome. – o Cameron e a Martha. – acenei com a cabeça. – A menina é meio estressada, mas os rapazes são muito educados. – novamente acenei com a cabeça.
-Sol...- fiz uma voz manhosa. Ela revirou os olhos.
-Fale, Demi.
-Eu to com fominha. – ainda estava fazendo uma voz manhosa.
-Novidade. – ela riu – Vou ver o que posso fazer por você. – por alguns instantes, Solange pensou. – Sanduíche e milkshake? – eu acenei freneticamente com a cabeça, a fazendo rir.

Assim que meu lanche ficou pronto, eu comecei a comer enquanto conversava com a Sol sobre assuntos aleatórios.
Do nada, Nick entrou no cômodo, roubando o sanduíche de minhas mãos.
-Pão engorda, priminha. – ele piscou dando outra mordida. Lancei a ele um olhar mortal, fazendo Solange rir.
-Nicolas, pro bem da sua vida, devolve pra ela. Eu faço um pra você.
-Não precisa devolver! ‘Tá contaminado com sua saliva já, priminho. – disse, fazendo uma cara de desprezo em seguida. Em resposta, ele abriu a boca e estirou sua língua, suja, para fora. Fiz uma cara de nojo, dando um leve tapa em seu braço.
-Nojento!
-Fresca!
-Crianças... – Solange falou em um tom sério e nós começamos a rir.

Passado um tempo, me dei conta de que não havia perguntado a Nick o que ele estava fazendo lá.
-O que te traz aqui, Nick? – Sol perguntou antes que eu o fizesse.
-Nada demais. Só estava com tédio e resolvi vir pra cá.
-E o pessoal?
-Cameron e Timmy saíram com algumas meninas pra fazer algum trabalho pendente. Algo assim. E Anne e Martha foram fazer compras. – ele revirou os olhos. – Meninas...
-Ah, tinha esquecido disso. As duas vieram aqui, mas você estava dormindo e elas não quiseram acordar. – Sol deu um sorriso amarelo.
-Mas enfim, o que faremos, prima? – ele me perguntou com uma certa empolgação. Arqueei uma sobrancelha.
-Primeiro você vai me responder: o que você bebeu? – Nick soltou uma risada.
-Nada, só ‘tô empolgado hoje.
-Guarda sua empolgação pra festa. – dei de ombros.
-Eu acho que você que ‘tá desanimada demais.
-Eu não acho. – fui séria.
-Tá, tchau, grossa. – Nick falou, saindo da casa. Soltei uma risada e olhei para Sol.
-Vou pro meu quarto.
-Ok, Demi.
Subi as escadas, ligando o rádio e me jogando na poltrona de fronte à janela. Suspirei alto, pensando em como as coisas deviam estar por lá. Já não era a primeira vez que isso acontecia. Então meus pensamentos correram para Joe. Será que ele tinha se acertado com a Ashley? Sacudi minha cabeça, espantando esses pensamentos.
-Pro inferno os dois! – resmunguei, pressionando uma almofada contra meu rosto. Tratei de ligar o rádio, colocando em uma estação de rock.

-Demi! – Anne gritou, escancarando a porta do meu quarto com Martha. Gritei de susto, levando minhas mãos ao peito. – Pára de frescura!
-Se você tivesse falado ‘Mãos ao alto, isso é um assalto’, eu teria enfartado. – eu disse. Ela me olhou com uma expressão sarcástica, mudando de assunto em seguida.
-Certo, com que roupa você vai?
-Não sei, não faço a mínima.
-Sabia que você ia falar isso, por isso comprei uma roupa linda pra você. – Ann exibia um imenso sorriso.
-Você é doida de gastar teu dinheiro comigo? Sou criança necessitada por acaso?
-Não, eu só queria agradar...
-Desculpe, eu extrapolei.
-Isso significa que você vai usar, né? – os olhos de Anne brilhavam.
-Dependendo... – suspirei. Ela me empurrou uma caixa. Quando abri, vi um vestido de cetim preto com as costas nuas. – A gente vai pra um baile ou para o bar?
-Bar. Mas eu achei esse vestido a sua cara, poxa. – Ann fazia uma cara de cachorro sem dono. Soltei uma risada.
-Hoje eu vou usar uma saia jeans lavagem clara, blusa branca e rasteira dourada. Eu juro que uso o vestido na formatura, se eu for, ou em algum evento importante.
-Tá, tá... – a menina resmungou.
-E como você vai?
-Parecida com você, uma saia branca, uma blusa vermelha e uma sandália preta. – por alguns segundos imaginei. Ela, linda como sempre, naquela roupa. Eu realmente ia me sentir o bagaço da laranja. -Ah, menina, deixa eu te contar. – ela falou rapidamente enquanto agitava os braços parecendo uma foca. Cara, o povo daqui deve beber Red Bull no café da manhã.
-Conte.
-O Cameron pediu pra ficar com a Martha! Eu sabia que isso ia acontecer. Eles formam um casal tão bonitinho, não formam? – novamente seus olhos brilhavam. Me perguntava se isso era efeito do Red Bull, ou o que quer que seja que se tomava para ficar agitado assim.
-Formam sim. Quando eu os conheci ontem, eu achei que eles fossem namorados.
-Ela sempre gostou dele, mas nunca admitiu isso. E quanto a ele, bem, não sei. – acenei com a cabeça, indicando que entendia a situação. – Mas enfim, já ligou pros teus amigos? Eles devem estar com saudade.
-Eu acho que não deu tempo de sentir saudade, ainda mais porque há dois dias nós voltamos da viagem. De qualquer jeito, prefiro me manter afastada deles um pouco.
-Dele você quis dizer, né? – ela deu ênfase na primeira palavra. – Porque dos outros você não tem nada que se distanciar. Mas eu ainda acho que é errado você fugir assim, uma hora tudo vai ter que ser esclarecido.
-Quanto mais tarde, melhor. – falei mais para mim do que para Anne, que não escutou ou fingiu não escutar.
-Já são 7 horas! Tô indo pra casa, xuxu. Oito e meia a gatinha aqui, – Ann apontou para si mesma.- vem pra te buscar. – ela falou enquanto se levantava e seguia para a porta do quarto, piscando antes de sair. Me levantei, rindo e indo pegar uma toalha no armário, seguindo para o banho depois.
Depois de alguns minutos no chuveiro, pus a roupa que eu usaria e sequei meu cabelo, esperando Anne chegar.
-Droga, a maquiagem! – lembrei assim que tinha acabado de escovar os dentes e olhei para o relógio, faltando apenas cinco minutos. Apressadamente, passei uma camada de rímel e um gloss transparente, escutando a campainha tocar. Provavelmente não era Anne, senão ela já teria arrombado a porta do meu quarto.
-Demetria! – Solange me gritou do andar de baixo.
-Já vou! – gritei de volta, dando uma última olhada no espelho.
Assim que desci, me deparei com Timmy, que vestia uma blusa verde, combinando com seus olhos, e uma calça larga bege. Ele me lançou um sorriso e eu retribuí, timidamente.
-Erm... Anne me mandou aqui. – o menino falou enquanto mexia na parte de trás do cabelo de um jeito tímido.
-Ah, desculpe, não queria dar trabalho.
-Não é trabalho nenhum, ‘tava sobrando lá. – ele me fez uma careta, me fazendo soltar uma risada baixa. Solange limpou a garganta, o que me fez perceber de que eu ainda estava em cima do primeiro degrau da escada.
-Bom, vamos, então, né. – Timmy acenou com a cabeça. Passei por ele, abrindo a porta da casa e esperando que ele passasse pela mesma para eu poder o fazer também. Um silêncio se formou enquanto caminhávamos.
-Tem muita gente na festa?
-Tem gente o bastante pra preencher o bar. Mas se você levar em conta que o bar é mínimo.
-Ah, entendi.
-Fez o que hoje? – rapidamente, ele mudou de assunto.
-Nada demais. Acordei tarde e fiquei escutando música o dia todo. E você?
-Nada demais também. Fui fazer um trabalho da escola e voltei pra casa quase agora.
-Trabalho sobre o quê?
-Nem eu sei. – soltou uma risada.
-Bem informado você, hein.
-Eu fiz um trato com o Came, eu faço os de biologia, literatura e matemática; ele faz o resto. – ri baixo.
-Ele não protesta?
-Não, sou eu quem dá cola pra ele durante as provas mesmo. - novamente, rimos. Escutei a música aumentar conforme íamos nos aproximando do bar. Eu só conseguia sentir aquele cheiro enjoado de cerveja.
-É aqui mesmo? – concordou com a cabeça, pegando minha mão. Me perguntei o porquê dele estar fazendo isso. Olhei de relance para Timmy e pude notar que ele sorria. Passamos por muitos casais, chegando a uma rodinha próxima das caixas e mesas com bebidas.
-Demi! – Anne gritou de um jeito meio alterado.
-Heey. – falei, mostrando desconfiança em minha voz.
-Então, gostou da surpresa que eu te fiz? – ela perguntou assim que olhou para minha mão, que ainda segurava a de Timmy. Minhas bochechas queimaram de imediato e eu tentei soltar a mão dele, mas ele continuou a segurando e passou a acariciar as costas da mesma com o polegar.
-Ann, meu amor, acho que você já esgotou seu limite por hoje. – Nick falou enquanto a abraçava por trás.
-Vamos pegar alguma bebida? – Timmy perguntou próximo ao meu ouvido, já que as caixas de som estavam bem atrás da gente. Acenei com a cabeça, me direcionando para o lugar onde estavam as bebidas. Deus, como conseguiram comprar tanta coisa assim? Até absinto tinha!
-Vai um absinto? – ele brincou ao ver que eu encarava a mesa com um misto de fascinação e surpresa. Ri fraco, negando com a cabeça.
-Eu acho que vou pegar um pouco de refrigerante pra misturar com vodka. – falei enquanto procurava as garrafas de refrigerante.
-Receio te dizer que não tem mais refrigerante aqui. – ele comentou após procurar comigo.
-Droga. – resmunguei. – Ainda tem Corona aqui? – ele apontou para uma caixa cheia de gelo com várias garrafas dentro. Me aproximei da caixa, pegando uma garrafa. Travei uma batalha com a tampa até que Tim a tirou das minhas mãos e abriu rapidamente. Dei um gole e ofereci a ele, que negou com a cabeça.
-Não bebe?
-Bebo, mas hoje eu fui o escolhido para tomar conta dos outros.
-Vocês fazem isso?
-Claro, é algo como auto-preservação. – franzi minha testa, mostrando que não tinha entendido. – Digo, se eu e o Nick ficamos bêbados e saímos pelas ruas da vila assim, é provável que os vizinhos acordem com qualquer gritaria e contem para nossos pais, que vão nos deixar de castigo. Agora, se eu estiver bêbado e o Nick não, ele vai ‘cuidar’ – repentinamente ele parou, fazendo uma careta. – Isso soou muito gay. – nós dois rimos. – Então, se ele ‘cuidar’ – Timmy fez as aspas com as mãos. – de mim, eu não vou fazer merda, logo ninguém descobrirá.
-Entendi agora. Bom, vou tentar me manter sóbria pra te fazer companhia então. – dei outro um gole.
-‘Tô vendo. – ele riu.
-Ninguém fica bêbado com uma garrafa, cara.
-Só quem é muito fraco.
-E por acaso tá me chamando de fraca, é?- pus uma mão na minha cintura.
-Entenda como quiser. – ele respondeu com um sorriso no canto da boca. Abri a minha em sinal de indignação.
-Não vou nem te responder. – fiz uma cara de desprezo e Timmy riu.
-Nhé, nhé, nhé. – me imitou, ainda rindo. Virei as costas pra ele e saí em direção ao grupo. Ele veio em meu encalço.
-Não bebe também, Demi? – Martha me perguntou.
-Bebo, ué. – apontei pra garrafa na minha mão.
-Se isso fosse considerado bebida, até meu irmão de 7 anos já tava bebendo.
-Martha, você tem forte tendência a ser alcoólatra. – Nick comentou. Todos rimos enquanto ela o encarava com uma expressão séria.
-Você também não fala nada. Teu passado te condena, meu querido. – fizemos um coro de “ih”.
-Tá bom, gente, parou a discussão. – Tim falou antes de ser chamado por dois rapazes negros, altos e fortes, que vestiam bonés, regatas e calças quatro vezes maiores que eles.
Cameron saiu de vista junto com Tim. Olhei para Anne, a interrogando com o olhar. Ela balbuciou: espere e veja. Revirei os olhos, notando que uma rodinha estava se formando no centro daquele lugar. Virei minha cabeça na direção das pessoas que estavam no meio, reconhecendo Timmy, Came e os outros meninos. Assim que começou a batida de uma nova música, os dois rapazes que não sei o nome, começaram a dançar break. Enquanto um se apoiava na cabeça e girava com o corpo pra cima, o outro fazia movimentos rápidos com os pés e braços. No meio da música, eles saíram, sendo aplaudidos.
Então Tim e Cameron se tornaram o centro das atenções. Ambos deslizavam de um lado para o outro fazendo movimentos rápidos e diferentes dos outros meninos. Fiquei surpresa, nunca imaginei que Timmy, com aquela cara de surfista, fosse dançar break e tão bem assim.
À medida que a música ia avançando, eu ia “furando” as pessoas na minha frente, até chegar perto do centro. Só me dei conta de que a música estava acabando quando Tim veio até mim, levemente corado pelo esforço físico, e sussurrou uma parte do refrão.

“I can’t wait to fall in love with you.”
(“Eu não posso esperar para me apaixonar por você.”)

Então tudo o que eu consegui ver e sentir foi seu rosto se aproximando do meu, assim como seus lábios. Suas mãos acariciavam minha cintura enquanto meus braços estavam ao redor do seu pescoço. Escutei uns gritos ao nosso redor e parti o beijo.
-Se isso foi só pra se desculpar por ter me chamado de fraca pra bebidas, bom... adiantou. – sussurrei para ele, sentindo minhas bochechas corarem. Ele riu, soltando minha cintura e pegando uma de minhas mãos, que eu já havia tirado de seu pescoço.
-Vem, vamos sair daqui. – Timmy me puxou para fora do bar e enquanto saímos, pudemos escutar algumas frases como: ‘mandou bem, hein’. Andamos até uma pracinha, que até então era desconhecida por mim, e no caminho até lá fomos conversando sobre assuntos variados. Assim que nos deparamos com o balanço, corri até ele e me sentei em um de seus banquinhos. Tim riu da minha cara de criança e se posicionou atrás de mim, dando um leve impulso no banco que eu estava sentada. Eu sorri, me inclinando um pouco para trás a fim de vê-lo. Timmy retribuiu o sorriso, aproximando seu rosto do meu para me beijar levemente.
-Respondendo à sua pergunta: eu não te beijei porque eu queria que você tirasse aquela linda carinha de emburrada do rosto, - ele soltou uma breve risada. - eu te beijei porque era algo que eu queria fazer desde que eu te vi hoje.
-E ainda quer? – perguntei enquanto prendia meu lábio inferior entre meus dentes, ainda bem próxima a ele. Timmy não respondeu, somente uniu, novamente, nossos lábios.
É, um dia a gente sofre por homem, no outro a gente é feliz com um. O engraçado é que Tim, por mais meigo que fosse, não me provocava aquelas malditas borboletas, que aquele idiota provocava.
Mas quem se importa, não é mesmo?

continua...

SEJAM BEM VINDAS AS NOVAS SEGUIDORAS!! XD

5 comentários:

  1. caps perfeitos....
    so puder os caps 16, 17 e 18 hoje


    amei todos, raiva do joe...

    e amando o TIM....

    bjo bjo e posta logo

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  2. AMEI
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    abre o olho Timmy se nao acorda sem ele... kkkkkkkkkkkkk brincadeira
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    BeiJEMI

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  3. Tag pra vc...
    http://meninasmalvadas23.blogspot.com.br/2012/06/tag.html

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