terça-feira, 29 de maio de 2012

Capítulo 18

Drink, dance, kiss.

Entrei em casa esperando que meu pai fosse estar me esperando sentado à poltrona do lado do abajur. Porém me surpreendi ao constatar que a sala se encontrava vazia e escura.
Subi as escadas nas pontas dos pés, só no caso dele estar em algum outro lugar que não a sala. Ao passar pela porta do quarto dele, vi uma blusa, idêntica a que Mary usava no churrasco, jogada no chão.
Tomada pelo nojo, me joguei em minha cama, me apressando em dormir para não ouvir nem imaginar coisas... imorais.
Assim que acordei, troquei de roupa e escovei meus dentes, notando que já tinha passado das 2 da tarde. Droga, que horas eu tinha ido dormir mesmo?
Desci as escadas rapidamente, me perguntando se ainda havia alguém em casa. Tal pergunta foi respondida assim que escutei a cantoria de Solange.
Encostei-me na parede da cozinha, a observando cantar “I’ll survive”. Ri por alguns bons minutos até que ela se desse conta de que eu presenciava a cena.
-Desculpa, não resisti. – falei enquanto me aproximava dela e me sentava no balcão da cozinha.
-Percebi. E percebi também que você quase virou morcego hoje.
-Cheguei tarde ontem.
-Mal chegou aqui e já tá assim, é?
-A Anne me apresentou aos amigos dela, nada demais.
-Ah, então você já deve ter conhecido o Timmy,– tentei não sorrir ao escutar o nome. – o Cameron e a Martha. – acenei com a cabeça. – A menina é meio estressada, mas os rapazes são muito educados. – novamente acenei com a cabeça.
-Sol...- fiz uma voz manhosa. Ela revirou os olhos.
-Fale, Demi.
-Eu to com fominha. – ainda estava fazendo uma voz manhosa.
-Novidade. – ela riu – Vou ver o que posso fazer por você. – por alguns instantes, Solange pensou. – Sanduíche e milkshake? – eu acenei freneticamente com a cabeça, a fazendo rir.

Assim que meu lanche ficou pronto, eu comecei a comer enquanto conversava com a Sol sobre assuntos aleatórios.
Do nada, Nick entrou no cômodo, roubando o sanduíche de minhas mãos.
-Pão engorda, priminha. – ele piscou dando outra mordida. Lancei a ele um olhar mortal, fazendo Solange rir.
-Nicolas, pro bem da sua vida, devolve pra ela. Eu faço um pra você.
-Não precisa devolver! ‘Tá contaminado com sua saliva já, priminho. – disse, fazendo uma cara de desprezo em seguida. Em resposta, ele abriu a boca e estirou sua língua, suja, para fora. Fiz uma cara de nojo, dando um leve tapa em seu braço.
-Nojento!
-Fresca!
-Crianças... – Solange falou em um tom sério e nós começamos a rir.

Passado um tempo, me dei conta de que não havia perguntado a Nick o que ele estava fazendo lá.
-O que te traz aqui, Nick? – Sol perguntou antes que eu o fizesse.
-Nada demais. Só estava com tédio e resolvi vir pra cá.
-E o pessoal?
-Cameron e Timmy saíram com algumas meninas pra fazer algum trabalho pendente. Algo assim. E Anne e Martha foram fazer compras. – ele revirou os olhos. – Meninas...
-Ah, tinha esquecido disso. As duas vieram aqui, mas você estava dormindo e elas não quiseram acordar. – Sol deu um sorriso amarelo.
-Mas enfim, o que faremos, prima? – ele me perguntou com uma certa empolgação. Arqueei uma sobrancelha.
-Primeiro você vai me responder: o que você bebeu? – Nick soltou uma risada.
-Nada, só ‘tô empolgado hoje.
-Guarda sua empolgação pra festa. – dei de ombros.
-Eu acho que você que ‘tá desanimada demais.
-Eu não acho. – fui séria.
-Tá, tchau, grossa. – Nick falou, saindo da casa. Soltei uma risada e olhei para Sol.
-Vou pro meu quarto.
-Ok, Demi.
Subi as escadas, ligando o rádio e me jogando na poltrona de fronte à janela. Suspirei alto, pensando em como as coisas deviam estar por lá. Já não era a primeira vez que isso acontecia. Então meus pensamentos correram para Joe. Será que ele tinha se acertado com a Ashley? Sacudi minha cabeça, espantando esses pensamentos.
-Pro inferno os dois! – resmunguei, pressionando uma almofada contra meu rosto. Tratei de ligar o rádio, colocando em uma estação de rock.

-Demi! – Anne gritou, escancarando a porta do meu quarto com Martha. Gritei de susto, levando minhas mãos ao peito. – Pára de frescura!
-Se você tivesse falado ‘Mãos ao alto, isso é um assalto’, eu teria enfartado. – eu disse. Ela me olhou com uma expressão sarcástica, mudando de assunto em seguida.
-Certo, com que roupa você vai?
-Não sei, não faço a mínima.
-Sabia que você ia falar isso, por isso comprei uma roupa linda pra você. – Ann exibia um imenso sorriso.
-Você é doida de gastar teu dinheiro comigo? Sou criança necessitada por acaso?
-Não, eu só queria agradar...
-Desculpe, eu extrapolei.
-Isso significa que você vai usar, né? – os olhos de Anne brilhavam.
-Dependendo... – suspirei. Ela me empurrou uma caixa. Quando abri, vi um vestido de cetim preto com as costas nuas. – A gente vai pra um baile ou para o bar?
-Bar. Mas eu achei esse vestido a sua cara, poxa. – Ann fazia uma cara de cachorro sem dono. Soltei uma risada.
-Hoje eu vou usar uma saia jeans lavagem clara, blusa branca e rasteira dourada. Eu juro que uso o vestido na formatura, se eu for, ou em algum evento importante.
-Tá, tá... – a menina resmungou.
-E como você vai?
-Parecida com você, uma saia branca, uma blusa vermelha e uma sandália preta. – por alguns segundos imaginei. Ela, linda como sempre, naquela roupa. Eu realmente ia me sentir o bagaço da laranja. -Ah, menina, deixa eu te contar. – ela falou rapidamente enquanto agitava os braços parecendo uma foca. Cara, o povo daqui deve beber Red Bull no café da manhã.
-Conte.
-O Cameron pediu pra ficar com a Martha! Eu sabia que isso ia acontecer. Eles formam um casal tão bonitinho, não formam? – novamente seus olhos brilhavam. Me perguntava se isso era efeito do Red Bull, ou o que quer que seja que se tomava para ficar agitado assim.
-Formam sim. Quando eu os conheci ontem, eu achei que eles fossem namorados.
-Ela sempre gostou dele, mas nunca admitiu isso. E quanto a ele, bem, não sei. – acenei com a cabeça, indicando que entendia a situação. – Mas enfim, já ligou pros teus amigos? Eles devem estar com saudade.
-Eu acho que não deu tempo de sentir saudade, ainda mais porque há dois dias nós voltamos da viagem. De qualquer jeito, prefiro me manter afastada deles um pouco.
-Dele você quis dizer, né? – ela deu ênfase na primeira palavra. – Porque dos outros você não tem nada que se distanciar. Mas eu ainda acho que é errado você fugir assim, uma hora tudo vai ter que ser esclarecido.
-Quanto mais tarde, melhor. – falei mais para mim do que para Anne, que não escutou ou fingiu não escutar.
-Já são 7 horas! Tô indo pra casa, xuxu. Oito e meia a gatinha aqui, – Ann apontou para si mesma.- vem pra te buscar. – ela falou enquanto se levantava e seguia para a porta do quarto, piscando antes de sair. Me levantei, rindo e indo pegar uma toalha no armário, seguindo para o banho depois.
Depois de alguns minutos no chuveiro, pus a roupa que eu usaria e sequei meu cabelo, esperando Anne chegar.
-Droga, a maquiagem! – lembrei assim que tinha acabado de escovar os dentes e olhei para o relógio, faltando apenas cinco minutos. Apressadamente, passei uma camada de rímel e um gloss transparente, escutando a campainha tocar. Provavelmente não era Anne, senão ela já teria arrombado a porta do meu quarto.
-Demetria! – Solange me gritou do andar de baixo.
-Já vou! – gritei de volta, dando uma última olhada no espelho.
Assim que desci, me deparei com Timmy, que vestia uma blusa verde, combinando com seus olhos, e uma calça larga bege. Ele me lançou um sorriso e eu retribuí, timidamente.
-Erm... Anne me mandou aqui. – o menino falou enquanto mexia na parte de trás do cabelo de um jeito tímido.
-Ah, desculpe, não queria dar trabalho.
-Não é trabalho nenhum, ‘tava sobrando lá. – ele me fez uma careta, me fazendo soltar uma risada baixa. Solange limpou a garganta, o que me fez perceber de que eu ainda estava em cima do primeiro degrau da escada.
-Bom, vamos, então, né. – Timmy acenou com a cabeça. Passei por ele, abrindo a porta da casa e esperando que ele passasse pela mesma para eu poder o fazer também. Um silêncio se formou enquanto caminhávamos.
-Tem muita gente na festa?
-Tem gente o bastante pra preencher o bar. Mas se você levar em conta que o bar é mínimo.
-Ah, entendi.
-Fez o que hoje? – rapidamente, ele mudou de assunto.
-Nada demais. Acordei tarde e fiquei escutando música o dia todo. E você?
-Nada demais também. Fui fazer um trabalho da escola e voltei pra casa quase agora.
-Trabalho sobre o quê?
-Nem eu sei. – soltou uma risada.
-Bem informado você, hein.
-Eu fiz um trato com o Came, eu faço os de biologia, literatura e matemática; ele faz o resto. – ri baixo.
-Ele não protesta?
-Não, sou eu quem dá cola pra ele durante as provas mesmo. - novamente, rimos. Escutei a música aumentar conforme íamos nos aproximando do bar. Eu só conseguia sentir aquele cheiro enjoado de cerveja.
-É aqui mesmo? – concordou com a cabeça, pegando minha mão. Me perguntei o porquê dele estar fazendo isso. Olhei de relance para Timmy e pude notar que ele sorria. Passamos por muitos casais, chegando a uma rodinha próxima das caixas e mesas com bebidas.
-Demi! – Anne gritou de um jeito meio alterado.
-Heey. – falei, mostrando desconfiança em minha voz.
-Então, gostou da surpresa que eu te fiz? – ela perguntou assim que olhou para minha mão, que ainda segurava a de Timmy. Minhas bochechas queimaram de imediato e eu tentei soltar a mão dele, mas ele continuou a segurando e passou a acariciar as costas da mesma com o polegar.
-Ann, meu amor, acho que você já esgotou seu limite por hoje. – Nick falou enquanto a abraçava por trás.
-Vamos pegar alguma bebida? – Timmy perguntou próximo ao meu ouvido, já que as caixas de som estavam bem atrás da gente. Acenei com a cabeça, me direcionando para o lugar onde estavam as bebidas. Deus, como conseguiram comprar tanta coisa assim? Até absinto tinha!
-Vai um absinto? – ele brincou ao ver que eu encarava a mesa com um misto de fascinação e surpresa. Ri fraco, negando com a cabeça.
-Eu acho que vou pegar um pouco de refrigerante pra misturar com vodka. – falei enquanto procurava as garrafas de refrigerante.
-Receio te dizer que não tem mais refrigerante aqui. – ele comentou após procurar comigo.
-Droga. – resmunguei. – Ainda tem Corona aqui? – ele apontou para uma caixa cheia de gelo com várias garrafas dentro. Me aproximei da caixa, pegando uma garrafa. Travei uma batalha com a tampa até que Tim a tirou das minhas mãos e abriu rapidamente. Dei um gole e ofereci a ele, que negou com a cabeça.
-Não bebe?
-Bebo, mas hoje eu fui o escolhido para tomar conta dos outros.
-Vocês fazem isso?
-Claro, é algo como auto-preservação. – franzi minha testa, mostrando que não tinha entendido. – Digo, se eu e o Nick ficamos bêbados e saímos pelas ruas da vila assim, é provável que os vizinhos acordem com qualquer gritaria e contem para nossos pais, que vão nos deixar de castigo. Agora, se eu estiver bêbado e o Nick não, ele vai ‘cuidar’ – repentinamente ele parou, fazendo uma careta. – Isso soou muito gay. – nós dois rimos. – Então, se ele ‘cuidar’ – Timmy fez as aspas com as mãos. – de mim, eu não vou fazer merda, logo ninguém descobrirá.
-Entendi agora. Bom, vou tentar me manter sóbria pra te fazer companhia então. – dei outro um gole.
-‘Tô vendo. – ele riu.
-Ninguém fica bêbado com uma garrafa, cara.
-Só quem é muito fraco.
-E por acaso tá me chamando de fraca, é?- pus uma mão na minha cintura.
-Entenda como quiser. – ele respondeu com um sorriso no canto da boca. Abri a minha em sinal de indignação.
-Não vou nem te responder. – fiz uma cara de desprezo e Timmy riu.
-Nhé, nhé, nhé. – me imitou, ainda rindo. Virei as costas pra ele e saí em direção ao grupo. Ele veio em meu encalço.
-Não bebe também, Demi? – Martha me perguntou.
-Bebo, ué. – apontei pra garrafa na minha mão.
-Se isso fosse considerado bebida, até meu irmão de 7 anos já tava bebendo.
-Martha, você tem forte tendência a ser alcoólatra. – Nick comentou. Todos rimos enquanto ela o encarava com uma expressão séria.
-Você também não fala nada. Teu passado te condena, meu querido. – fizemos um coro de “ih”.
-Tá bom, gente, parou a discussão. – Tim falou antes de ser chamado por dois rapazes negros, altos e fortes, que vestiam bonés, regatas e calças quatro vezes maiores que eles.
Cameron saiu de vista junto com Tim. Olhei para Anne, a interrogando com o olhar. Ela balbuciou: espere e veja. Revirei os olhos, notando que uma rodinha estava se formando no centro daquele lugar. Virei minha cabeça na direção das pessoas que estavam no meio, reconhecendo Timmy, Came e os outros meninos. Assim que começou a batida de uma nova música, os dois rapazes que não sei o nome, começaram a dançar break. Enquanto um se apoiava na cabeça e girava com o corpo pra cima, o outro fazia movimentos rápidos com os pés e braços. No meio da música, eles saíram, sendo aplaudidos.
Então Tim e Cameron se tornaram o centro das atenções. Ambos deslizavam de um lado para o outro fazendo movimentos rápidos e diferentes dos outros meninos. Fiquei surpresa, nunca imaginei que Timmy, com aquela cara de surfista, fosse dançar break e tão bem assim.
À medida que a música ia avançando, eu ia “furando” as pessoas na minha frente, até chegar perto do centro. Só me dei conta de que a música estava acabando quando Tim veio até mim, levemente corado pelo esforço físico, e sussurrou uma parte do refrão.

“I can’t wait to fall in love with you.”
(“Eu não posso esperar para me apaixonar por você.”)

Então tudo o que eu consegui ver e sentir foi seu rosto se aproximando do meu, assim como seus lábios. Suas mãos acariciavam minha cintura enquanto meus braços estavam ao redor do seu pescoço. Escutei uns gritos ao nosso redor e parti o beijo.
-Se isso foi só pra se desculpar por ter me chamado de fraca pra bebidas, bom... adiantou. – sussurrei para ele, sentindo minhas bochechas corarem. Ele riu, soltando minha cintura e pegando uma de minhas mãos, que eu já havia tirado de seu pescoço.
-Vem, vamos sair daqui. – Timmy me puxou para fora do bar e enquanto saímos, pudemos escutar algumas frases como: ‘mandou bem, hein’. Andamos até uma pracinha, que até então era desconhecida por mim, e no caminho até lá fomos conversando sobre assuntos variados. Assim que nos deparamos com o balanço, corri até ele e me sentei em um de seus banquinhos. Tim riu da minha cara de criança e se posicionou atrás de mim, dando um leve impulso no banco que eu estava sentada. Eu sorri, me inclinando um pouco para trás a fim de vê-lo. Timmy retribuiu o sorriso, aproximando seu rosto do meu para me beijar levemente.
-Respondendo à sua pergunta: eu não te beijei porque eu queria que você tirasse aquela linda carinha de emburrada do rosto, - ele soltou uma breve risada. - eu te beijei porque era algo que eu queria fazer desde que eu te vi hoje.
-E ainda quer? – perguntei enquanto prendia meu lábio inferior entre meus dentes, ainda bem próxima a ele. Timmy não respondeu, somente uniu, novamente, nossos lábios.
É, um dia a gente sofre por homem, no outro a gente é feliz com um. O engraçado é que Tim, por mais meigo que fosse, não me provocava aquelas malditas borboletas, que aquele idiota provocava.
Mas quem se importa, não é mesmo?

continua...

SEJAM BEM VINDAS AS NOVAS SEGUIDORAS!! XD

domingo, 27 de maio de 2012

Capítulo 17

And everytime I fall...

Troquei de roupa, decidida a sair pela vila para espairecer. Quem sabe não fizesse amigos por lá?
-Sol, vou dar uma volta por aqui e quando voltar, como o bolo que você fez, ok?
-Tudo bem, só tome cuidado.
-Pode deixar. – foi a última coisa que disse antes de fechar a porta da casa.
Enquanto andava na direção do lago, pude perceber que há poucos metros havia dois meninos conversando. Fitei o que olhava na minha direção. Aparentemente alto, moreno, bonito. É, nada mal.
Passei por eles, sabendo que estava atraindo olhares. Sorri, jogando, delicadamente, o cabelo para trás e continuando o caminho para o lago.

Gastei uma boa parte da tarde andando por ali, o que foi bom para esquecer um pouco dos problemas. Ou melhor, do problema.
Retornei à casa, me deliciando com um generoso pedaço do bolo de Solange.
-Então, Demi, não quer me contar o que houve? Você parecia tão tristinha hoje de manhã.
-Meninos, como sempre. – dei uma garfada no bolo, vendo-a assentir com a cabeça.
-Você gosta dele e ele não gosta de você? Ou você já passou dessa fase?
-Essa fase era moleza. – ri frouxamente. – Digamos que eu me apeguei demais a um sentimento que não tinha tanto fundamento.
-E você resolveu vir pra cá pra esquecer desse sentimento? – concordei com a cabeça, terminando de mastigar a última garfada.
-E pensar no que fazer também. –complementei.
-Bom, então aproveite essas quase duas semanas pra pensar, porque quando você voltar é bem capaz que tudo volte à tona e você fique pior do que eu imagino que tenha ficado. – eu amo a Sol por ela ter esse jeito de mãezona.
-Eu pensarei, pode ter certeza.
-Saiba que eu estou aqui sempre, mocinha.
-Eu sei, Solzinha. – ela sorriu e me abraçou, fazendo com que eu sentisse vontade de chorar. Em momento algum eu tinha compartilhado se quer um pedaço dessa história com qualquer pessoa. Não que Chelsea não contasse como pessoa, mas ela não era tão racional assim, já que estava dentro da história.
-E se esse menino te fizer ficar triste de novo, manda ele aqui que eu dou um jeito. – Sol riu, me fazendo rir também.

Depois de algumas (muitas) horas de sono, coloquei um short não muito curto e uma blusa branca de alça. Desci, a fim de conversar com Solange. Assim que pisei na cozinha, escutei vozes que não eram nem do meu pai, nem da Sol.
-Alguém a mais em casa? – respondi assim que a avistei, pegando uma maçã do cesto e me sentando no balcão.
-Seu pai não te contou do churrasco?
-Não. – arqueei uma sobrancelha. Eis que eu vejo aquele mesmo garoto do dia anterior entrando no ambiente. Me perguntei o que ele estaria fazendo ali.
-Achei que ele avisaria. – Sol falou, se guiando para o quintal e não fazendo menção de me apresentar ao menino.
Joguei minha maçã no lixo e desci do balcão, sob os olhares do menino, que bebia uma cerveja. Quando ia sair do cômodo, meu pai chegou.
-Filha, este é seu primo, Nick. Nick, essa é Demetria. – mirei o menino nos olhos, sorrindo amigavelmente e fazendo um gesto com a cabeça como se o cumprimentasse. – Agora que estão formalmente apresentados, vou pegar a carne e ir assá-la.
-Certo, pai. – novamente sorri, saindo do cômodo e indo para uma das espreguiçadeiras na beira da piscina.

-Já conheceu a Mary? – Nick perguntou assim que se sentou a uma cadeira próximo da qual eu estava sentada, bebendo suco.
-Mary? Não. – respondi assim que dei um gole no meu refrigerante.
-A namorada do seu pai. – cuspi todo o conteúdo de minha boca para o lado oposto ao menino.
-Namorada? – arregalei os olhos, me perguntando por que meu pai não teria me falado dela antes.
-É, eles já tão juntos há alguns meses.
-Ele não me contou. Na verdade, eu não converso com ele tem tempos. – Então eu vejo uma menina loira, de cabelos lisos, magra, com um short curtíssimo e regata vermelha colada ao corpo, vindo na nossa direção. Seria a Mary?
-Ei, baby. – a tal menina se aproximou de Nick, dando um selinho no mesmo. É, definitivamente não é a Mary.
-Demetria, Anne. Anne, Demetria. – sorri para a menina, concluindo que eram namorados. Droga, tudo o que eu precisava, um casal pra alegrar minhas férias. YEY!
-Você deve ser a prima do Nickzinho, certo? – a loira perguntou, me encarando com aquele par de olhos verde-água.
-Certo. E você, a namorada? – ela confirmou com a cabeça, sorrindo abertamente.
-Por falar em namorada, já conheceu sua madrasta? – Ótimo! Até a namorada do meu primo conhece minha “madrasta”.
-Não, ainda não. Nem sabia que ela existia, já que meu pai tratou de esconder isso de mim. – levantei rapidamente, deixando meu refrigerante cair. Andei apressadamente pela beira da piscina. Precisava sair daquele ambiente! Tudo aquilo me lembrava DELE.
Sair de lá foi uma escolha errada? Pode ter certeza. Senti meu pé derrapar e quando dei por mim, já estava na piscina. Subi para a superfície rapidamente, sob os olhares de todos os adultos, que estavam rindo de mim. E também sob o olhar malicioso de meu primo. Obrigada, Senhor!
Minha blusa branca estava transparente e pra completar, estava ventando fraco, mas estava ventando. Obrigada, novamente, Senhor!
Olhei para meu pai, que agora estava rindo na companhia de uma mulher loira ao mesmo tempo em que a dava selinhos. Senti meus olhos encherem d’água e corri pro quarto, resmungando tudo quanto era palavrão.
Bati a porta com força, tirando minha blusa e sutiã molhados, trocando-os por outros secos.
-Que droga! Por que comigo? – olhei pela janela do meu quarto, podendo admirar o casal namorando e meu pai e a tal Mary também. Me sentei na cama e fiquei encarando a parede por um tempo, quando escuto batidas na porta.
-Demi? – resmunguei ‘hum’ à voz feminina que me chamava. – É a Anne, posso entrar?
-Ah, pode, claro. – ela entrou, se aproximando e se sentando ao meu lado na cama.
-O que houve?
-Nada. Acho que é TPM, sei lá. – lancei um sorriso frouxo. Eu não queria falar sobre isso com ninguém, muito menos com uma desconhecida.
-Eu sei que você acabou de me conhecer, mas não custa nada se abrir comigo, né? Até mesmo porque a gente vai se ver raramente, isso se nos vermos. – Verdade, não tinha visto por esse ponto.
-Você quer que eu comece falando sobre minha vida entediante e não sortuda no ramo do amor ou no porquê de eu ter saído daquele jeito lá debaixo?
-Pelo que mais te incomoda.
-Difícil. Mas acho que começarei pela minha vida chata. –ela assentiu com a cabeça, como se falasse para eu começar. – Bom, eu amava um menino, que era um dos mais populares do colégio, e ainda é, mas enfim... Numa festa há 3 anos e meio atrás, falaram que eu queria ficar com ele e eu recebi um fora humilhante. Como se não bastasse, no início desse ano eu passei a andar com a irmã dele, conseqüentemente, indo à casa do mesmo. Certa vez eu dormi lá e no meio da noite fui à cozinha, sendo que ele apareceu por lá depois, me passou uma cantada e eu dei um fora nele. Nisso, adianta a fita em uns meses e chega até semana passada, quando começou a excursão do colégio até Paris. Nessa viagem a gente ficou, ele foi super lindo, charmoso, fofo na forma dele, etc. Então foi eu chegar em casa pra ver no facebook dele um recado da ex-namorada, atual, sei lá, dizendo que tinha escutado que nós tínhamos ficado e que agora tinha certeza que ele fazia de tudo pra ficar com ela. Ele respondeu dizendo que já tinha falado isso pra ela. Conclusão, eu servi de “missão” – fiz as aspas com os dedos – para que ele se resolvesse com a menininha lá. – respirei fundo, retomando o fôlego, já que havia falado um pouco rápido demais. Anne me olhava, assustada.
-Primeiro, respira. – nós rimos. – Segundo, e você ainda pensa nele? Você não devia nem lembrar que ele existe depois do que ele fez. Garota, bola pra frente. Esse menino é um idiota que não merece que você fique mal por causa dele. – ela se levantou, gesticulando rapidamente com as mãos enquanto falava, parecendo uma daquelas negras do gueto. Péssima comparação, mas vocês entenderam.
-Eu to tentando. – falei em voz baixa.
-É difícil? É. Mas o que não nos mata somente nos deixa mais forte, certo?
-Certo. – sorri frouxo.
-E agora me conte o que houve pra você sair furiosa daquele jeito lá da piscina?
-Só fiquei chateada por meu pai não ter me contado que estava namorando. Não entendo por que ele escondeu isso de mim, sabe?
-De repente ele queria fazer surpresa, ou não te chocar. – a loira falava com a voz calma.
-Ou simplesmente quis esconder de mim.
-Pára de drama, cara. Ele ‘tá feliz com ela, não ‘tá?
-‘Tá, eu acho.
-Então fique feliz por ele. Agora vamos descer. – ela me puxou pela mão, fazendo com que eu levantasse.
-Ok. – sorri, abrindo a porta do quarto e descendo com ela.

-Filha, vem cá. – assim que desci, meu pai me chamou. Soltei a mão de Anne, que ainda me puxava, para que eu não voltasse pro quarto.
-Fala, pai. – cheguei perto dele, que sorria abertamente para mim enquanto abraçava a tal Mary pelos ombros.
-Demi, eu tenho que te contar uma coisa. – SÉRIO? EU NEM TAVA SABENDO DE NADA.
-O que? – me fiz de desentendida.
-Eu ‘tô namorando. – Não me diga! – Eu não te contei antes porque nunca soube como falar isso.
-Tudo bem, mas com quem? – sorri amigavelmente.
-Com a Mary, essa linda mulher aqui do meu lado. - a mulher, que aparentava ter a idade dele, sorriu para mim, me cumprimentando com os dois beijos na bochecha.
-Oh, Marcus, não seja mentiroso. Linda é sua filha. – Isso, tenta agradar à filha.
-Obrigada. – agradeci, sem graça.
-Tudo bem, querida?
-Tudo certo e com você?
-Ótimo. – sorrimos amigavelmente.
– Foi bom conhecer você. – daqui a pouco eu vou aplicar botox, assim não preciso fazer esforço pra sorrir. –Mas agora vou conversar lá com a Anne e o Nick, depois nos falamos. – lancei um sorriso sincero e me virei, escutando-os comentar algo sobre mim.
Mirei Anne, que me olhava apreensiva.
-Que foi? – arqueei uma sobrancelha.
-Nada, ‘tava pensando. O que falaram?
-Ele só me apresentou à ela.
-Ah, sim. – a loira, agora se sentava no colo do namorado. – Então, Demi, amanhã à noite vai ter uma festa no bar aqui da vila. ‘Tá afim?
-Qual é o tipo de festa? Beba até cair?
-É, nesse estilo. Beba até cair escutando música, para falar a verdade. – ela riu.
-Eu vou, ficaria sem nada pra fazer em casa mesmo.
-Então eu passo aqui antes de ir.
-Ok. – assenti com um sorriso, engatando depois em um papo que Nick havia puxado. É, eles formavam um casal bonitinho.

Os adultos começaram a ir embora, o que indicava que o churrasco estava chegando ao fim.
-Demetria, vamos lá na quadra? O pessoal ‘tá lá.
-Ahm, acho melhor não. Vão lá com seus amigos. – sorri agradecida. Eu realmente não queria ficar sobrando.
-Eu não vou te deixar sobrando lá, vem. –e novamente ela me arrastou pela mão.
-O que você não pede rindo que eu não faço chorando.
-Cruz credo! Não chore mais, vai ficar desidratada daqui a pouco. – ela riu e eu dei um tapa de leve em seu braço.
-Chata! – Incrível, mas eu me sentia confortável fazendo essas brincadeiras com ela.

Chegamos à quadra em menos de 5 minutos. Reparei na quantidade de jovens que moravam naquela vila e me assustei com isso.
-Fala, pessoal! – Anne cumprimentou todos que se encontravam numa rodinha. Senti todos os olhares virarem na minha direção e corei levemente por isso. –Essa aqui é a Demi, prima do Nick. – aqueles 3 jovens que estavam na rodinha me cumprimentaram, alguns com aceno de mão, outros com um “oi” tímido. Sorri em resposta, sendo puxada para me sentar no chão.
-Demi, esses são: Cameron, – então ela apontou para um menino aparentemente alto e de cor mais escura, não chegando a ser negro.- Timmy - um menino de cabelos castanhos ondulados e olhos verdes, sorriu para mim.- e Martha. - uma linda menina, de aparência frágil e lisos cabelos negros, sorriu timidamente.
-Então, Demi, o que faz por aqui? – Cameron me perguntou.
-Meu pai perguntou se eu queria passar as férias na casa dele, então eu aceitei.
-Por livre e espontânea vontade? – seu tom de voz estava surpreso. – Você devia estar com problemas, porque ninguém em sã consciência gostaria de vir pra essa cidadezinha que nem cinema tem.
-Pare de ser dramático, até parece que estamos no fim do mundo. – Martha revirou os olhos.
-Eu realmente estava com problemas. – admiti.
-‘Tá vendo, Martha? – O moreno zombou da menina.
-Mas, contudo, está sendo bom ficar aqui.
-Claro, com a gente por perto, a diversão é garantida, meu amor. – Anne falou em um tom divertido, o que nos fez rir.
Martha começou a falar da vida de uma garota que também estava na quadra. E mesmo que eles tentassem não me deixar excluída, eu já estava.
Minha cabeça começou a vaguear sobre o que estaria acontecendo lá em casa agora. O que as meninas estariam fazendo, se elas estavam sentindo tanto a minha falta quanto eu estava, se a Chelsea brigou com o Joseph. Então alguém me tirou de meus pensamentos.
-Elas são muito fofoqueiras, não? – Timmy riu, me fazendo sorrir.
-Mulheres, né...
-Me espanta você não estar querendo saber de tudo o que elas estão falando.
-Nhá... tenho coisas melhores pra pensar. Certo, não tão melhores.
-Páre de pensar então.
-Como se fosse fácil. -falei mais para mim mesma do que para ele.
-Vamos tentar. Me responde rápido, ok? – concordei com a cabeça. – Preto ou branco?
-Preto.
-Cachorro ou gato?
-Gato.
-Montanha ou praia?
-Praia.
-Amigos ou família?
-Amigos.
-Chuva ou Sol?
-Chuva.
-‘Tá vendo? Consegui te manter longe dos pensamentos por quase 1 minuto. – ele sorriu.
-Oh, Timmy, você é demais! – nós rimos.
-Obrigado, obrigado.

-Gente, já ‘tá tarde, acho melhor eu ir.
-Ah, Demi, fica mais...
-É, vamos brincar de verdade ou conseqüência! – Martha deu a idéia e todos concordaram. Esse jogo não me trazia recordações boas, não mesmo.
-Eu... receio que eu tenha que ir.
-Demi, pára de cu doce, fica aqui!
-Certo, certo. – resmunguei.
-Alguém tem uma garrafa? – Cameron perguntou a um grupo que estava sentado perto da gente. Inesperadamente, eles tinham uma.
-Eu começo! - Martha disse, pegando a garrafa da mão do moreno. – Nick pergunta para Anne.
-O que você quer, amor?
-Verdade.
-É verdade que você me trocaria pelo Brad Pitt? – eles riram, parecia algum tipo de piada interna.
-Avaliando todos os aspectos, acho que vale mais a pena manter uma relação com você. Corro menos risco de um pé na bunda. – todos rimos enquanto Nick fazia uma cara de indignado.
Em um movimento rápido, Anne girou a garrafa.
-Cameron pergunta para Timmy.
-O que você quer, cara?
-Conseqüência.
-Eu te desafio a... – ele pareceu pensar por alguns segundos, trocando olhares cúmplices com Martha e Anne. Arqueei uma sobrancelha, torcendo para que isso não significasse o que eu estava pensando. – beijar a priminha linda do Nick. – eu engoli em seco, fuzilando Anne com o olhar. Ela sabia minha condição de fossa, como ela estava fazendo isso comigo?
-Se ela topar, eu cumpro o desafio. – certo, agora eu era novamente um “obstáculo” para o desafio ser cumprido.
-Demi...? – todos os olhares novamente se direcionaram para mim. Suspirei alto. Um beijo não faria mal, faria?
-Eu topo. – tentei esconder meu certo nervosismo com um tom de indiferença. Por mais que já fossem quase 4 da manhã, ainda tinha muita gente na quadra, por isso os outros meninos fizeram uma barreirinha para nós dois.
-Certo, vão logo. – Ao que Cameron falou, eu olhei para Timmy, que se aproximava de mim com um sorriso meigo. Eu sorri de volta, aproximando, em resposta, meu rosto do seu. O menino pôs seu peso sobre sua mão direita e acariciou minha bochecha com a esquerda. Ouvimos alguém limpar a garganta, como se estivessem mandando nós nos apressarmos. Então eu fechei os olhos, sentindo a respiração de Timmy se tornar mais próxima e seus lábios se encostarem aos meus, causando uma sensação entre o agradável e o bom. Logo aprofundamos o beijo, e não foi como tinha sido com o Jonas. Talvez Paris tivesse feito ser bom.
Talvez.
Quando escutamos Cameron novamente limpar a garganta, percebemos que era hora de parar. Assim que nos afastamos, lancei um sorriso tímido a ele, me virando para os outros em seguida. Tim girou a garrafa.
-Martha pergunta para Demi.
-O que você quer?
-Verdade. – respondi sem nem pensar.
-Você gostou de ter ficado com o Timmy? – PORRA! MARTHA E CAMERON, O CASAL MAIS DISCRETO DO MUNDO!
-Erm... pode pular a pergunta? – ela me repreendeu com o olhar. – Certo. Erm... é, eu gostei. – depois de responder, senti minhas bochechas queimarem e passei a fitar o chão.
-Bom, acho que por hoje já chega, né? – Anne falou rapidamente, antes que alguém pudesse comentar mais alguma coisa.
-Também acho. – concordei em voz baixa. Todos se levantaram, então eu repeti suas ações. –Alguém me diz qual é a direção da minha casa? Eu estou mais perdida que cego em tiroteio aqui.
-Segue reto, vira à primeira direita, segue até a terceira linha de casas e... – enquanto Timmy ia me explicando, eu ia tentando acompanhar seu raciocínio, mas acho que me perdi depois de virar a 4ª esquerda de algum lugar. – Eu te levo lá, é melhor. – ele falou, provavelmente, ao observar minha cara de confusão.
-É, é melhor. – concordei. – Mas você vai pra essa direção?
-Não exatamente, mas fica perto da minha casa.
-Então Timmy leva a Demi em casa, o Nick me leva e a Martha e o Cameron sabem se virar. Boa noite, ou bom dia, então, pessoal. – Anne raciocinou, indo na direção oposta àquela que Timmy passou a me guiar.

Avistei a casa do meu pai a poucos metros, então comecei a pensar no que dizer para a breve despedida.
-Eu também gostei. – ele falou após alguns instantes de silêncio, quando havíamos acabado de subir as escadas para a porta de entrada.
-Oi? – como fui pega de surpresa, talvez eu tivesse escutado alguma coisa errada.
-Eu também gostei. Sabe, do desafio.
-Ah sim. – eu corei, agradecendo pela única luz ser a dos postes de iluminação da rua. Mesmo naquele “semi-breu”, eu pude notar que ele se aproximava.
-E você deixaria eu repetir mesmo que fosse fora da brincadeira? – ele perguntou em um tom mais baixo, já que estava próximo agora. Eu murmurei um ‘uhum’ como resposta, fazendo com que ele se aproximasse mais ainda e me beijasse, sendo correspondido de imediato.


Continua...


Eita meninas muitas clma nessa hora!!
Por favor nao matem o gato do Joe nao!! ;0
Bjs e espero que estejam gostando!! ;)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Capítulo 16

 Dreaming was her biggest mistake.

Acordei ao escutar a gritaria vinda do banheiro.
-Selena, SAI DESSE BANHEIRO, AGORA! – Daniella esmurrava a porta, enquanto era possível escutar o som da água batendo no chão e a voz desafinada de Sel.
-Creio que depois dessa, seu plano de acordar mais cedo para poder demorar mais no banho não dará certo. – My falou, com a voz sonolenta.
-ESSA VACA TEM QUE SAIR! EU PRECISO TOMAR BANHO! - Dani ainda batia na porta.
-Vai encontrar o Leonard? – perguntei enquanto me levantava para terminar de pôr minhas coisas na mala.
-Vou, a gente marcou na piscina em 10 minutos. Quero me despedir. Foi legal ter saído com ele. – ela dizia com uma voz triste, soltando um suspiro longo depois.
-Oun, tadinha. – fui até ela e a abracei. –Você arranja um melhor por lá.
-Duvido, amiga. – quando eu ia encorajá-la a não desistir, Sel saiu do banheiro, fazendo Daniella rapidamente sair do abraço e se trancar lá.

Depois de algum tempo conversando, foi minha vez de tomar banho. Enquanto eu me enxugava, me lembrei de Joe, o que fez meu coração disparar repentinamente. Me perguntei se tinha feito certo ao deixar as coisas fluírem. Será que teria sido melhor se eu tivesse o impedido?
Despertei de minhas dúvidas ao escutar uma forte batida na porta, seguida por um grito de Chelsea. Coloquei minha roupa rapidamente e saí do banheiro, indo pentear meu cabelo.
Já nos encontrávamos no saguão do hotel. O diretor chamou a atenção de todos.
-Serão dois grupos em cada ônibus. Grupo 1, monitora Hooligan, com o Grupo 4, monitor Longman. Grupo 3, monitor Perez, com o Grupo 2, monitora Silver. E o grupo 5, monitor Oxford, irá com o grupo da coordenação. Ônibus 1, 2 e 3 respectivamente.
-Ainda bem que é só até a estação. – comentei com Joe, que estava próximo a mim. Senti um arrepio ao olhá-lo nos olhos.
-Verdade. Imagina o diretor roncando do nosso lado. – Jonas riu de seu próprio comentário. Ri também, seguindo o grupo para o ônibus.
-Galera, serão mesmos assentos da ida. – mexi a cabeça, lembrando do episódio do iPod.
-Sem música dessa vez, ok? – Joseph não só entendeu meu movimento, como ainda fez o comentário, rindo em minha companhia em seguida.
-Sou completamente a favor. – sentamos nos mesmos assentos, já que já sabíamos que Chelsea iria pedir para trocar. –Boa noite. – ia me encostar à “parede” quando senti Joe me puxar, fazendo-me encostar ao peito dele.Tentei olhá-lo e pude notar um sorriso. Pus minhas mãos repousadas em seu peitoral enquanto ele me fazia cafuné, o que me fez sorrir e fechar os olhos até que eu pegasse no sono.

-Mãe! – gritei assim que cheguei em casa.
-Filha!- ela me abraçou.
-Achei que você fosse me ligar assim que chegasse no colégio.
-Eu ia, mas a Chelsea me ofereceu carona, já que eu moro no caminho e a mãe dela já ‘tava lá.
-Certo. Ah, Demi, seu pai ligou ontem. – assim que minha mãe disse, bocejei.
-Vou tirar uma sonequinha e depois ligo pra ele. – Embora eu não precise, porque dormi muito bem no trem. Cheguei em meu quarto, me jogando imediatamente em minha cama.

-Demi? – observava a praia à minha frente quando escutei essa voz. Eu tinha meus braços colados juntamente a meu corpo, com o intuito de me aquecer. Olhei para o lado, ainda que com dificuldade, já que estava sentada na areia, reconhecendo a imagem de Joe.
-Fale. – disse, fazendo pouco caso e tornando a olhar o mar. Algo me dizia que eu havia brigado com ele ou coisa parecida.
-Me desculpa por ter agido como um idiota todo esse tempo. Eu nunca consegui perceber o quão maravilhosa você é. E eu queria uma segunda chance com você. – ele falou, se sentando ao meu lado e tentando acariciar uma de minhas mãos, que se encontrava rente ao meu braço. Relaxei-a, fazendo com que ele conseguisse a tocar. Encarei seus olhos, sentindo que ele falava a verdade.
-Eu... - então pensei na promessa que havia feito a mim mesma e em todas as coisas que aconteceram nos últimos anos. Levantei rapidamente, me guiando para o lado oposto ao dele.
À medida que eu ia refletindo sobre o que havia acabado de fazer, meus passos se tornavam mais lentos e então eu havia parado de andar. Como em um impulso, me virei rapidamente, avistando, não muito longe dali, a imagem do menino, que estava em pé, me mirando com uma cara que misturava decepção, tristeza e surpresa. O que eu estava fazendo? Ele havia acabado de se declarar pra mim!
Corri até ele, sentindo aquele ar úmido do inverno adentrar meus pulmões.
-Me desculpa. Eu não sabia o que fazer, nem o que falar, e eu fiquei confusa, e... – não pude terminar de falar, já que Jonas selou nossos lábios antes.
-Você fala demais, garota. – ele riu assim que rompemos o beijo.
-Desculpa. – novamente fui beijada. Ok, eu correspondi, então, nós nos beijamos seria o certo.
-E pede desculpas demais. – e, de novo, Joseph riu assim que partimos o beijo.
-Chato.
-Chatinha. – Jonas me abraçou de modo que minhas mãos ficassem escoradas em seu peito. Ele beijou minha testa e, quando levantei a cabeça, me deu um selinho.
-Viva os pombinhos! – de repente, naquela praia aparentemente deserta, todos os amigos mais próximos, Chelsea, My, Sel, Dani, James, Liam, Kevin e Nicholas, apareceram. Senti minhas bochechas arderem e escondi meu rosto no peito de Joe, que ria. E, do nada, pude visualizar todos os 10 seguindo caminho para não-sei-onde.

Acordei, me sentindo uma abestalhada por ter sonhado esse tipo de coisa com o Joseph. Depois de me levantar, conversar um pouco com minha mãe e comer algo, resolvi ligar para meu pai.
-Paizão! – fiz uma voz de criança.
-Meu amor! Tudo bem? – ele parecia estar sorrindo do outro lado da linha.
-Tudo ótimo e com você?
-‘Tô bem também. Então, como foi lá em Paris?
-Foi maravilhoso, pai! Eu cheguei hoje e resolvi tirar uma soneca, ‘tava muito cansada.
-Imagino. Filhinha, não quer passar uns dias, quem sabe uma parte das férias aqui? Estou com saudades de você.
-Eu ‘tô morrendo de saudades, papaizinho. – Certo, eu sou muito brega.
-Bom, eu tenho que desligar agora, mas caso queira vir pra casa do coroa, é só falar. – meu pai me interrompeu.
-Tudo bem, eu ligo. Beijos.
-Te amo, filha.
-Te amo, pai.
Desligamos o telefone. Agora as coisas estavam melhores para mim, não queria me afastar no curto período de férias que teríamos. Fui para meu quarto, ligando meu notebook na bateria e logo entrando no Facebook. Resolvi dar uma olhada no Face do Joe, me deparando com uma mensagem de ninguém mais, ninguém menos do que Ashley. “Hello, Joe boy. Soube que ficou com a garotinha lá. Vi que é realmente capaz de tudo por mim, hein. xx Ashley. ” –Senti meu rosto arder em chamas. Rapidamente acessei o perfil da menina, me deparando com a seguinte mensagem: Eu te disse. MSN, gata. Joe.” Senti uma solitária lágrima escorrer por meu rosto, como se chamasse outras. As segurei, pegando o telefone com a mão trêmula. Disquei rapidamente o número, sentindo minha bochecha arder, quase que suplicando para que eu deixasse as lágrimas rolarem.
-Pai? – o chamei, com a voz embargada.
-Demi, aconteceu alguma coisa? – Ele se preocupou. Droga, tinha que ter me controlado.
-Não, ‘tá tudo bem. Eu só pensei no que você tinha dito e bom... a proposta das férias ainda ‘tá de pé?
-Claro que sim! Quando você quer vir para cá?
-O mais cedo possível. Amanhã?
-Isso tudo é saudades ou há algo que minha pequena não quer me contar? – Sério, eu amo meu pai. E minha mãe. E minha família. Certo, vocês entenderam.
-Os dois. – sussurrei. Papai emitiu um som similar a ‘hum’.
-Passo às duas da tarde de amanhã. Ok?
-Certo, até lá. Te amo, paizão.
-Também te amo, filhota.
E pela segunda vez dentro de uma hora, eu desliguei o telefone. Suspirei alto, soltando um grito depois.
-A QUEM ESTOU QUERENDO ENGANAR? EU SABIA QUE TINHA ALGO DE ERRADO. EU SABIA. COMO EU SOU ESTÚPIDA. EU QUERO MATÁ-LO! – me joguei na cama, ofegante. Assim que minha respiração se acalmou, as lágrimas voltaram. E dessa vez não as impedi, visto que uma hora elas teriam que voltar e teriam que ser liberadas.
Não solucei, não chorei alto, o que aconteceu não pode ser definido como choro. Digo, as lágrimas caíam. Eu não tinha controle sobre elas, mas também não as queria impedir, estava tão perdida em pensamentos que nem ao menos sabia o que estava acontecendo comigo.
Pensava sobre meus objetivos, sobre todos os meus planos, sobre tudo. Principalmente sobre a falsa idéia de controle da situação. Estava tão confiante de mim mesma que nem sequer pensei que ele poderia me fazer jogar o meu próprio jogo.
Então passei a me sentir uma impotente, uma inútil. Nada que eu fizesse adiantaria. Eu sempre ia cair por ele de novo, mesmo que eu me prometesse que não. Quem escuta, acha que estou falando de algum plano mafioso, mas não, estou falando de amor. Na verdade, a palavra amor é muito forte, paixão talvez.
É, a Ashley deve mesmo valer a pena, digo, deve ser muito legal, ou boa, em todos os sentidos. Ou talvez por ela não valer, que ele corre atrás, porque se bem o conheço, ou penso que o faço, Joseph não é do tipo que gosta das certinhas. Pelo menos agora eu tenho a resposta para a pergunta que eu me fiz em Paris.
Despertei dos meus pensamentos assim que escutei o telefone tocar. Estendi meu braço até a mesa de cabeceira, atendendo-o.
-Demi? – reconheci a voz de Chelsea.
-Fale.- falei tentando disfarçar minha voz, que ainda estava anasalada devido ao choro.
-O que aconteceu? – Eu já disse o quanto eu odeio que me façam essa pergunta? Ela nunca vem em situações boas.
-Nada.
-‘Tô indo praí. – Antes que eu pudesse responder, Chelsea desligou na minha cara.
Fui até o banheiro, prendendo meu cabelo para trás em um rabo alto. Lavei meu rosto, torcendo para este desinchar até que ela chegasse.
Tarde demais, escutei a campainha tocar. Isso que dá morar perto dos amigos.
-Demetria Lovato, você vai me contar agora o que aconteceu. – Jonas fêmea disse em um tom autoritário.
-Seu irmão me aconteceu. – Suspirei alto. – Você já sabia dessa aposta, ou o quer que seja que ele fez, com a Ashley?
-Que aposta?
-Ele tinha que provar que faria de tudo pra ficar com ela. E adivinha pra quem sobrou? É, pra mim. EU ERA UMA DAS “TAREFAS”, “METAS”, NÃO SEI O QUE, DELE! – à medida que eu ia aumentando o tom de voz, sentia aquelas chatas lágrimas voltarem.
-Eu não acredito que ele fez isso. Eu não acredito!
-Pois acredite. Seu irmão é um canalha. E pode dizer ao Joseph que por causa dele, estarei indo amanhã para a casa do meu pai e só volto no fim das férias. – Me levantei e abri minha mala da França, jogando dentro dela outras roupas limpas. – Melhor, não diga nada!
Em 2 semanas eu teria tempo para lavar, pensar, falar, fazer tudo o que eu tinha, ou sentia que tinha, que fazer.
-Eu pediria pra você não fazer isso, mas eu sei que você, do jeito que é cabeça dura, nunca iria mudar de idéia.
-Ainda bem que você me conhece. – Chelsea me abraçou forte. Sorri amigavelmente.
-Conta para as meninas o que aconteceu, ok? – ela assentiu com a cabeça.
-Bom, me mande notícias. Sentirei sua falta, pirrá.
-Até parece que eu ‘tô indo pra guerra. – ri frouxamente.
-Besta. Bem, ‘tá na minha hora. Como eu disse, me mande notícias dos gatinhos da vizinhança de lá, primos distantes. Dos gatinhos em geral.
-Pode deixar. – Nós duas rimos, nos despedindo com um abraço. Chelsea mal saiu do quarto, minha mãe entrou no mesmo.
-Demi, o que ‘tá acontecendo? Seu pai ligou pro meu celular avisando que iria te buscar amanhã. Alguma coisa errada pra você querer ir pra lá? – Detesto meu pai. Brincadeira. Ô glória, não me deixam em paz. Embora, em dias normais eu gostaria de contar isso pra minha mãe, minha cabeça já estava explodindo e não agüentava mais falar.
-Nada demais. Bateu saudade dele, só isso.
-E de mim? Você passou uma semana longe de casa, sem quase mandar notícias. – ri, me aproximando dela e a abraçando.
-Eu esqueci, mãezinha. E além do mais, eu posso te ver todo dia, já meu pai, não.
-Tudo bem, tudo bem. Mas só pra matar as saudades, quer um chocolate quente? – minha mãe fez uma cara de criança, me fazendo rir. Tá aí algo que eu preciso, um chocolate quente.
-Eu quero.
-Então vamos lá fazer. – ela passou o braço por meus ombros e eu repousei minha mão em sua cintura, descendo as escadas em seguida.

Escutei o som alto da buzina vindo do lado de fora da minha casa. Abri a porta, arrastando minha mala com uma certa dificuldade, sendo ajudada segundos depois por meu pai, que havia saído do carro.
Assim que ele colocou a bagagem na mala do carro, eu o abracei forte.
-Senti muitas saudades, pai.
-Eu também, filhinha.
Nos guiamos para o carro, onde eu me sentei no banco do passageiro, colocando o cinto em seguida.
-Então, como foi lá? – meu pai perguntou enquanto dava partida no carro.
-Foi tudo ótimo! Bom, no primeiro dia de viagem a gente ficou no hotel, o que foi legal, porque deu pra relaxar. – eu ia contando, dando detalhes de tudo durante o percurso, não tão longo, até a casa dele.

-Filha, teu quarto já foi arrumado pela Sol.
-Sol! – corri para abraçá-la. Eu amo a Solange, a empregada porto-riquenha, ela é tão meiga e simpática.
-Querida! Como você cresceu! – assim que nos separamos, a olhei. Parecia bem mais magra do que ano passado.
-E você está mais magra! – Sol sorriu, encabulada.
-Impressão sua. Agora, arrume suas coisas lá em cima e depois desce pra comer o bolo que eu fiz especialmente para você.
-Eba! – sorri como uma criança. Corri para o meu quarto, abrindo rapidamente a porta e deixando que o vento que passava por ali bagunçasse meus cabelos.
Senti o colchão afundar quando me joguei no mesmo. Enterrei minha cabeça em meu travesseiro, sentindo o suave perfume de lavanda que exalava do mesmo.
Assim que virei a cabeça, avistei meu rádio, que estava na mesa de cabeceira. Apertei o “play”, fazendo com que um CD antigo feito por mim começasse a tocar. Levantei, abrindo minha mala e separando o que eu deixaria para ser lavado e o que eu colocaria no armário.
Enquanto cantava junto “Nobody’s Fool” com a Avril, eu ia colocando meus produtos no banheiro. Então passei a prestar atenção na letra, não sei por quê.

“Its not a simple here if I'm not so soon
(“Eu não sou uma qualquer aqui e não estou nem perto)
I might've fallen for that when I was fourteen
(Eu posso ter caído nessa quando tinha 14 anos)
And a little more green
(Quando era mais imatura)
But it's amazing what a couple of years can mean."
(Mas é incrível o que alguns anos podem fazer.”)

Lembrei de tudo o que aconteceu para que eu tomasse a decisão de vir para cá. Senti meu coração apertar, mas não deixei que isso durasse muito tempo, já que de agora em diante ele deveria se tornar passado.
É, talvez seja melhor passar as férias um pouco distante de tudo e todos.

Continua...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Capítulo 15

 We all have weakeness.

-Vocês viram meu Peep-toe vermelho? – perguntei me agachando para procurar embaixo da minha cama.
Recebendo ‘não’ de todas, abri todas as minhas bolsas novamente e os achei dentro de uma sacola da Harrod’s.
Arrumei meu vestido tomara-que-caia preto em cima da cama, pus os brincos ao lado e a pulseira também. Coloquei os sapatos ao pé da cabeceira e peguei o babyliss, entrando no banheiro assim que My o desocupou.
Tomei um banho rápido e comecei a maquiagem. Passei o corretivo nas pequenas olheiras que haviam se formado, devido às poucas horas de sono, e o pó compacto por cima.
Como já possuía as maçãs do rosto levemente rosadas naturalmente, não utilizei o blush. Esfumacei minha pálpebra superior com o lápis preto e apliquei duas camadas de rímel em cada olho.
Fiz ondas nas pontas dos meus cabelos com o babyliss e saí do banheiro, me deparando com uma Sel pronta e uma My quase pronta.
A primeira utilizava um vestido ‘tubinho’ decotado até o espaço entre os seios, mas nada vulgar. A parte do busto era azul, um pouco mais claro que a cor na nuance escura, enquanto a parte da seda que descia rente aos quadris e coxas até o joelho, era em preto, combinando com seus scarpins de bico fino da mesma cor.
Seu cabelo estava preso em ‘banana’ com ondas caindo sobre o ombro esquerdo. Quanto à sua maquiagem, esta destacava seus olhos azuis, que eram tão belos quanto seus brincos de pérola.
Já Miley vestia um modelo frente única roxo com busto drapeado, possuindo marcação embaixo dos seios, e solto dos mesmos para baixo. As alças formavam um ‘X’ nas costas seminuas devido ao coque que possuía alguns fios soltos, exibindo também seus delicados brincos prateados.
-‘Tá gata hein. – as duas falaram enquanto My calçava suas sandálias Jimmy Choo prateadas, e Selena passava um gloss transparente. Ri e disse que as duas também estavam.
Chelsea cochilava enquanto esperava Dani sair do banheiro, dando tempo para Miley finalizar sua maquiagem, aplicando uma sombra perolada. Coloquei meu vestido e pedi a Sel que fechasse o zíper.
Depois de alguns minutos, Daniella já estava em seu vestido marrom acetinado com decote em ‘V’, que possuía uma faixa bege a baixo dos seios que formava um laço frouxo nas costas. Suas argolas em ouro velho combinavam com as pulseiras da mesma cor e as Manolo Blahnik marrons. Depois de por minhas sandálias, pus meus brincos prateados e reparti meu cabelo no meio.
-Chelsea ! Vem logo!
-Já ‘tô indo! – escutei a voz de Chelsea abafada vindo de dentro do banheiro.
Quando ela saiu, pude notar que ela não gostava de ser que nem a maioria. Jonas fêmea usava um vestido de frente única com estampa de bolinhas brancas e um fundo azul marinho, parecido com o da Rihanna em “Shut up and Drive”, e sandálias vermelhas de plataforma , combinando com seu arco, que estava posto entre a repartição da franja e o resto do cabelo.
-É hoje que o James enfarta. – nós duas rimos, abrindo a porta e nos dirigindo ao elevador.

A porta do elevador abriu, dando a nós a visão da festa. O salão meticulosamente enfeitado em tons de branco, bege e dourado. E do lado de fora do mesmo, um terraço, com vista ampla para a torre Eiffel. É, eu não queria estar em outro lugar.
Procurei pelos meninos com os olhos, os avistando a poucos metros de onde nos encontrávamos. Todos os 5 vestindo terno e gravata.
Fomos até a mesa com nossos nomes. Não que fossemos passar a festa toda sentados, mas só até as músicas boas tocarem.

-Gente, tá tocando Bee Gees. Vamos para a pista?- Liam propôs com um sorriso de criança. Todos o acompanhamos, indo para perto do aglomerado de jovens que dançavam ao som de ‘Night Fever’, dos Bee Gees.
Quando já tocava ‘Staying Alive’, os meninos, liderados por Liam , começaram a fazer passos imitando John Travolta em ‘Os embalos de sábado à noite’. Embora eles parecessem mais o Michael Jackson do que o Deus Travolta, os garotos levavam jeito para coisa.
Então as músicas foram trocadas e acabamos nos dispersando. Os namorados sumiram, logo voltei para a mesa, a fim de conversar com os solteiros, que não eram muitos, já que Daniella estava se agarrando com Leonard e Kevin estava com uma menina ruiva.
-Talvez não fosse pra eles darem certo. – pensei alto.
-E a gente? – Jonas me surpreendeu, como sempre, aparecendo por trás.
-A gente? A gente não tem nada e nunca teve. – me virei em sua direção, para que pudesse olhar em seus olhos.
-Porque eu não quis. Mas eu me arrependi, não percebe?
-As aparências enganam, por isso não confio mais nelas.
-Mas deveria confiar.
-Então me dê um motivo. – Joe nada disse, e nem sei se iria dizer, já que quando vi a Sel chorando e saindo do salão, fui atrás dela. -Selena, o que houve? – ela agora se encontrava sentada na escada de emergência, com o rosto em mãos.
-O Nicholas , Demi . Ele ‘tava beijando uma menina loira. E eu não... não consegui conter minhas lágrimas. – me sentei ao lado dela e a abracei.
-Amiga, fica aqui. Não sai até eu voltar. – ela concordou com a cabeça. EU FALO PRO Poyntner NÃO FAZER MERDA NA FESTA E O QUE ELE FAZ? MERDA!
Passei como um foguete pelas pessoas até avistar Nicholas conversando com o Brian no terraço. Fui na direção deles, ficando um pouco distante para não demonstrar que estava escutando a conversa.
-Eu não fiz nada, garoto! Já te falei isso. Na verdade, eu só saí uma vez com a Selena , porque quando eu fui perguntar se a gente podia sair novamente, ela falou que estava interessada em um amigo, que eu não tenho dúvidas de que seja você. – Brian passou por mim, então me virei, impedindo a passagem do Poyntner .
-Depois te explico a história. Agora vai lá na escada de incêndio e vê se você se resolve de uma vez por todas com ela. – ele concordou com a cabeça e ia sair quando eu pus a mão em seu peitoral. – E se não se resolverem, eu mato vocês dois.- Nicholas riu e saiu, me deixando novamente sozinha. Acho que ‘tá na hora de arranjar um namorado. Por falar em namorados, deixe-me ir ao banheiro ver minha aparência.
Entrei no espaçoso ambiente, que possuía um enorme espelho, que ia do teto ao chão. Verifiquei meu estado. Não estava suada; maquiagem intacta; dentes limpos, mas também pudera, já que não havia comido nada, somente bebido refrigerante.
Ajeitei minhas ondas nas pontas do cabelo com os dedos e saí do banheiro, dando uma circulada pelo local, passando pelo terraço, onde reconheci as costas de Nicholas, James, Kevin e Liam . Aí que eu digo: povo sem criatividade! Tanto lugar pra se pegar e vão todos pro mesmo canto.
- E agora uma música lenta para entrar no clima da cidade dos apaixonados. – Escutei o DJ anunciar, vendo todos os casais seguindo para pista. Me sentei à mesa destinada para meu grupo, me apoiando em meus cotovelos.
-Dança comigo, Lovato? – Joe perguntou. Levei um susto, olhando para ele, que estava em pé, estendendo uma mão para mim.
-Você tem que parar com essa mania de chegar do nada. – Ele riu.
-Então, aceita? – Continuava a estender sua mão. O fitei por alguns minutos. Uma dança calma não nos faria mal, certo?
Peguei em sua mão, sendo guiada por ele na direção do terraço. O vento que por ali passava, bagunçava ligeiramente nossos cabelos.
Passei minhas mãos envolta do pescoço de Joseph e ele repousou as suas em minha cintura, de forma com que pudesse fitar seus olhos.

“Oublie tes erreurs et tes peurs
(“Esqueça teus erros e teus medos)
Je les efface.”
(Eu os deixei de lado.”)

-Sabe, quando você me pediu um motivo naquela hora, todas as palavras fugiram da minha cabeça. E admito que ainda não voltaram. Então só há uma maneira de eu te dizer o motivo. – Senti todas aquelas borboletas idiotas se mexerem em meu estômago e minhas pernas vacilarem. De certa forma, eu sabia o que estava por vir, e temia o fim desse episódio.
- E qual é? – Notei que se rosto estava mais próximo do meu, então isso confirmava meu pensamento. Não tive muito tempo para pensar no que fazer. Na verdade, eu nem queria pensar muito. Senti seus lábios contra os meus, pedindo permissão para aprofundar o beijo. Dei tal permissão, me esquecendo de tudo o que eu tinha prometido a mim mesma há 3 anos. Grande erro? Espero que não.

“A chaque faux pas que tu feras
(“E cada passo em falso que tu der)
Je tomberai à ta place”
(Eu cairei no teu lugar.”)

Meu estômago ainda dava voltas quando nos separamos. Eu tinha medo da reação dele. Correção, muito medo.
Nos encaramos por alguns segundos, sem nada expressar. Então ele abriu um sorriso. Sim, um sorriso. O sorriso mais lindo do mundo! Deus, o que eu ‘tô falando?
Como resposta, abri outro. Colamos nossas testas, fazendo com que conseguisse sentir a respiração dele bater próximo ao meu nariz.
-Esse foi o motivo para você confiar em mim. -Joe falou baixo.
-Um bom motivo, se me permite acrescentar. – Eu ri, mostrando minha vergonha.
-Eu acho que tenho que melhorar, sabia? – Com um sorriso de canto, ele comentou.
-Ah, é? Então a gente devia aperfeiçoar a técnica, o que você acha? – Sério, às vezes nem eu acredito nas coisas que falo.
-Acho uma ótima idéia. – Joseph riu, aproximando-se de mim novamente e me beijando.

Já era fim de festa, logo a pista já estava vazia, também devido ao número de casais que se formaram durante a festa. Assim como Daniella, Paul Kevin também não retornou à mesa, o que nos fez supor que os amassos com a garota estavam bons.
Estava pensando em como Dani suportaria ficar longe de Leonard. Ela aparentou ter gostado dele.
-Vamos pra pista, cambada! – James se levantou da mesa, puxando Chelsea pela mão e sendo seguido por todos nós.
A música trocou, sendo que agora tocava Lady Marmalade. Poucas pessoas, quase ninguém, sabiam cantar as partes que não eram o refrão. E quando o último chegou, as caixas de som se tornaram praticamente inúteis.

“Voulez-vous coucher avec moi? Ce soir, chez toi.”
(“Você quer ‘dormir’ comigo? Esta noite, na sua casa.”)

Os meninos faziam a pergunta e as meninas completavam, fazendo com que a festa parecesse algo meio “Se ela dança, eu danço”. Posso afirmar que essa festa estava sendo melhor do que eu esperava, embora ainda estivesse me perguntando se Joe estava dizendo a verdade e se eu deveria ter o impedido.
Enquanto o resto da letra corria, todos improvisávamos fazendo péssimas coreografias. Certa hora, Joseph me pegou pela mão e me girou, trazendo-me para perto ao mesmo tempo, o que fez com que, quando eu parasse, eu ficasse bem próxima a ele e isso se tornasse o pretexto para outro beijo, que foi aplaudido, de brincadeira, por meus infelizes amigos.

Não muito depois disso, a festa acabou (leia-se: fomos expulsos do salão por um funcionário do hotel).
Subimos os 10 no mesmo elevador (sim, finalmente Dani e Kevin haviam se desgrudado de seus pares), o que fez com que ficássemos espremidos dentro do mesmo.
Assim que chegamos ao andar, Daniella entrou no quarto e Judd fez o mesmo. Ia tomar o mesmo rumo de Dani , quando senti alguém me puxar levemente pelo pulso. Olhei para essa tal pessoa, que, como vocês já devem imaginar, era Joe .
-Boa noite, Demi . – ele se aproximou de mim e me deu um selinho, sorrindo timidamente. Me senti uma abestalhada, já que sorri de igual forma.
-Boa noite, Joe . – sussurrei próximo ao seu ouvido. Antes de entrar em meu quarto, consegui ver Jonas morder o lábio inferior. Sorri novamente, desta vez abertamente e para mim mesma.
Assim que entrei no quarto, olhei para minha cama. Murchei quando vi a bagunça que eu tinha deixado, sem contar na mala que ainda não estava pronta.
-Ô ZONA! – resmunguei quando cheguei mais perto da minha cama. De longe a bagunça parece menor, mas quando você chega perto, ela se prolifera.
Tirei meu vestido e coloquei meu pijama, separando a roupa que usaria na volta da viagem. Após fazer isso, comecei a arrumar minha mala e isso levaria muito tempo, mas não o suficiente para comentar tudo sobre a festa.
-Gente! Todas perdemos a aposta. A Lauren só ficou com o Josh hoje. – Chelsea começou a falar assim que abriu a porta do banheiro, onde havia trocado de roupa.
-Eu a vi ficando com um monitor, não sei de qual grupo. – E então as fofocas começaram a surgir. É, a noite vai ser longa.

-Demi? – My me chamou.
-Fale. – me virei pra ela, que se encontrava na cama do lado.
-O que aconteceu para você ficar com o Jonas ? – nessa hora todas as meninas se sentaram em suas camas, prestando atenção na conversa.
-A gente só quer saber, Demi . Sem estresse. – Sel disse. Suspirei alto.
-Bom, ele chegou com um papo de que nós podíamos ter algo porque ele tinha se arrependido e tal. Eu não sei bem o que aconteceu comigo, mas eu deixei as coisas rolarem e... a gente ficou. Se eu fiz certo? Eu realmente não sei. Não sei também como eu vou agir amanhã, como ele vai agir amanhã.
-Amiga, nós não podemos prever o que vai acontecer. Eu espero que você tenha feito a escolha certa, já que agora não tem mais como voltar.
-Só esperamos que você não sofra, porque senão eu mato o Jonas ! – soltei uma risada, falando depois.
-Eu também espero, garotas. – joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos ao sentir o tecido macio do travesseiro encostar em meu pescoço.

Continua...

LALA: Ixiii... Lala ta complicado viu!! Aquele ali é cabeça dura!! ;) AXO que ainda vai demorar!! 
/Cara sou muito boazinha com vcs vivo dando com a ligua ns dentes aqui!! kkkkkkk


Que bom que estejam gostando!!
AS novas leitoras sejam bem vindas!! ;) 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Capítulo 14

Best kept secret.

Abri os olhos ao escutar uma batida de porta, eram 7:30 am ainda. Troquei de posição e tentei embarcar num sono profundo, mas nada feito. Resolvi que seria melhor acordar logo, então me espreguicei e troquei de roupa.
Desci pelas escadas e me dirigi às mesas da piscina, onde tinha conversado com Sel no dia anterior. Sentei-me ali e vi que não estava sozinha no ambiente. Selena se encontrava lá, de novo. Logo, resolvi perguntar o que tinha acontecido.
-Hey. – acenei e me sentei à mesa dela, sendo ignorada. -Que se passa, Sel ?
-Nada. – ela falou friamente.
-Não creio que nada tenha feito você bater a porta e chorar no banheiro.
-Olha, Demetria . A partir de hoje, eu não te conto mais nada. – Pronto, ela endoidou de vez.
-O que eu fiz, Selena ? – vácuo novamente. -‘Tá bom, você quer que eu adivinhe o que ‘tá acontecendo?
-Não se faça de dissimulada. Você sabe muito bem.
-O que eu sei? Que você passou a gostar do Brian? Até aqui não vi nada de errado.
-Olha, Demetria , eu vi você abraçando o Nicholas ontem. Agora eu compreendo sua inveja. Você quer tudo o que eu quero e joga sujo pra conseguir isso. – SÉRIO QUE ELA ‘TÁ FALANDO ISSO? SE NÃO CONHECESSE HÁ ANOS, EU QUEBRAVA A CARA DELA!
-Você não faz a mínima idéia do que ‘tá falando. Realmente acha que eu quero o Poyntner ? E que demonstraria isso com um abraço? Então eu seria uma tarada, porque estaria afim de todos. – ri ironicamente.
-Não acho, tenho certeza. Só porque não conseguiu o Jonas e não agüenta ver a felicidade dos outros.
-Então você aprende a escutar as coisas. Porque... – OLHA A BOCA, Demetria ! Nicholas mandou não contar. – eu falei que ia dar tudo certo pra ele, que ele ia arranjar uma garota legal e tal. Mas falei isso porque eu não ia te ‘denunciar’. – Vai, Demetria , inventa mais, só ‘tá melhorando sua situação.
-Sério? – Sel fez uma cara de cão sem dono. Concordei com a cabeça. – Desculpa amiga. É que eu ‘tava de cabeça quente e confusa, daí acabei misturando as coisas. – nos abraçamos e sorrimos. – Só vamos esquecer isso.
-Tudo bem. Mas conte, como foi o encontro? – perguntei interessada.
-Foi... legal. Só foi meio estranho, porque eu o beijei pensando no Nicholas . E cara, que beijo fantástico aquele garoto tem.– ri abertamente.
-Ui. Devia ter pegado algum francês.
- Franceses mandam melhor do que Ingleses, fato. Enfim, ele me levou em um restaurante na própria Torre Eiffel e depois passeamos pela Champ de Mars. Mas depois eu falei que eu tava meio afim de um amigo e ficamos somente no primeiro encontro. Ah, e como foi na boate?– Selena se endireitou na cadeira e apoiou o cotovelo na mesa.
-Ah, foi bom, cara. Nada demais ocorreu, só algumas cervejas mesmo. – ‘E sabe da nova? Eu tive que me segurar pra não beijar o Jonas .’ Não, eu não iria falar isso.
- E o Nicholas, erm, ficou com alguém? – Sério, eu odeio dar notícias ruins. Permaneci em silêncio por alguns segundos. Quem cala consente. – Vou encarar isso como um sim. Ai, droga! – Selena bateu a mão na própria testa. – Burra! E eu que ainda achava que tinha uma chance.
-Calma, sempre há uma luz no fim do túnel e isso é tudo que eu posso te dizer. – afirmei em tom de sabedoria. Sel me encarou como se eu fosse algum tipo de alienígena. – Esquece. Vamos subir que já são 8 horas. – E eu tenho que perguntar pro Nicholas umas coisinhas...

-Pose com a mão no joelho. – Chelsea comandava nossas poses nas fotos que tirávamos no Palácio de Versalhes.
-Demi ! – Poyntner acenou para mim.
-Calma aí, gente. Já volto. – me aproximei dele. – Fale.
Descobri uma coisa... o Kevin ‘tá meio mordido por causa do encontro da Daniella . Será que tem chances da gente dar uma de cupido, já que pro nosso lado as coisas não andam bem?
-Não sei. Pelo que ela me disse esse tal Leonard é tudo de bom e ela se divertiu bastante saindo com ele.
-Então esquece. Agora outra coisa, me diz o que você fez com o Jonas , porque ele tava falando de você ontem. – arregalei os olhos.
-Falando o que? – me interessei, claro.
-Esquece, segredo de garoto. – dei um tapa no braço dele.
-Tu ‘tá doidinha pra saber. – Poyntner falou com ironia. Dei outro tapa na mesma região.
-Se me agredir de novo não conto mais. – afirmou massageando a região. - Ele só falou que você tava bem bonita e que teve que se controlar para não te beijar. – involuntariamente, sorri “abobalhada”.- Mas que disse que talvez fosse o álcool. – completou, o que fez meu sorriso se desmanchar.
-Nossa, me emocionei agora. Vou até pedi-lo em casamento, o que você acha?
-Pelo menos ele falou de você.
-Ele quer palmas por isso? – perguntei, sarcasticamente.
-Falo mais nada então. – dei de ombros, arrancando uma expressão indignada dele.
-‘Tá, mas me responde uma coisa: Você ainda gosta da Sel , né? – Nicholas acirrou os olhos, como se me perguntasse se eu realmente estava perguntando aquilo a ele.
-Então tenho boas notícias. – Que se foda essa parada de guardar segredo de geral. Compra um diário então, meu filho. Mentira, eu não sou malvada assim. – Só aguarda até amanhã. E por favor, não faça nenhuma merda na festa. – me virei, deixando-o com uma das sobrancelhas arqueadas. [n/a: repare na quantidade de palavrões numa mesma frase G_G ]

-O D'Orsay é discreto, sem fachada mirabolante a competir com o que interessa, o acervo. Ele está numa centenária estação de trem, que parece ter sido feita para virar museu, mesmo. Não é preciso caminhar uma semana, nem mesmo um dia, para ver todas as obras ali reunidas. É, possivelmente, o museu com a melhor relação satisfação / esforço do mundo. Dentro, nada de arte contemporânea, mas apenas aquela produzida na França nas últimas décadas do século 19 e primeiras do 20. – O nosso guia ia nos ensinando dentro da mini-van, já que no próprio lugar não haveria guia. – Alguém aqui sabe de qual período da arte estou falando? – Adivinhem quem levantou a mão? Sim, Daniella e Kevin. Seguindo a regra de ‘mulheres primeiro’, o professor deu palavra à Dani . Obviamente Judd revirou os olhos e bufou, o que me fez olhar para Nicholas . Sendo correspondida, levei minhas mãos à boca e a tapei, de forma que abafasse minha risada.
- O impressionismo. – ela respondeu, como se qualquer um soubesse disso.
-Ótimo. Agora, Paul Kevin , você pode nos indicar algumas características marcantes de cada artista? – Kevin afirmou com a cabeça.
- As mulheres gordas de Renoir; as bailarinas e o olhar perdido de absinto da moça de Degas; a boemia de Toulouse-Lautrec; o cochilo no campo de Van Gogh; a série da Catedral de Rouen de Monet; o circo feito só com pontinhos de tinta de Seurat; algumas taitianas de Gauguin.
-Esplêndido. Vejo que temos ótimos alunos nesse grupo. – o profº Oxford batia palmas.
- Diga isso pelos dois. – Selena comentou em um tom baixo. Olhei para o Joseph e notei que ele estava rindo, abaixei minha cabeça, rindo também.
- É bem provável que vocês já tenham visto essas imagens antes. Elas são famosíssimas, talvez as mais famosas da história da arte, excluídos a ‘Gioconda’,‘Guernica’ e alguns outros cubismos de Picasso. Mas agora vocês as verão no original, a centímetros, com todo o prazer que essa experiência impõe. – o monitor respirou e soltou uma risada abafada. – Credo, me senti como um livro-guia de turismo. – todos rimos e demos voz ao professor novamente. – Então é isso rapaziada, começaremos de cima pra baixo. E de ‘quebra’ teremos a vista do rio Sena.

-Em duplas, por favor. – olhei para Selena, que iria perguntar ao Poyntner . Sorri. Pelo menos alguém ‘tava se dando bem. Liam com My , Chelsea com James, só me resta Joe , Dani e Kevin .
-Paul Kevin, em dupla com a Daniella. Duas pessoas brilhantes devem trocar informações. – Certo, esse professor é muito ‘puxa-saco’. Me virei para o Jonas .
-Sobramos, né? – ele concordou com a cabeça. Escutamos o professor ao fundo falar que iríamos nos encontrar daqui a 2 horas com ele em frente à entrada principal.
-Por onde começamos? ‘Mona Lisa’, de Da Vinci? Ou ‘A liberdade guiando o povo’, de Delacroix?
-Da onde tirou essa inteligência? – indaguei e ele protestou com um gemido indignado.
-Eu tenho cultura, ‘tá? – cruzei os braços, duvidando. – Certo, eu li no folheto. – ri da cara que ele fez.
-‘Mona Lisa’ ‘tá muito cheio agora, vamos primeiro no Delacroix. – enquanto andávamos até o quadro, diversas vezes esbarrando em outros turistas desastrados, notei que todos tinham conseguido se entrosar. Até mesmo Kevin, que era o mais ‘crianção’ nesse quesito.
Avistamos o quadro e nos pusemos defronte a ele.
-Eu gosto do jeito que a mulher está representada. Digo, ela é a figura central da obra. E prende sua atenção...
-Claro, ela ‘tá fazendo topless. – Joe me interrompeu com seu comentário.
-Ela prende a atenção por estar com a bandeira em uma mão, representando a pátria, e na outra ela possui uma arma. Concluindo assim que esta mulher nada mais é que a liberdade. – Jonas me olhava com uma sobrancelha erguida, me fazendo rir. – O que é? Eu estudo, ok?
-Não disse nada. – ele levantou as mãos, em forma de inocência.
-Próxima parada: ‘Gioconda’. – imitei o sotaque italiano e ri, me guiando com Joseph para a pequena fila do quadro.
- Eu li que o marido dela era impotente, alcoólatra e propenso à agressão física, sendo assim considerada ‘A mais infeliz esposa do mundo’.
- Mas não parece, pelo menos com esse sorriso.
-Ela sabia maquiar seus sentimentos, sendo misteriosa, não falsa. Queria ser assim. – pressionei meus lábios um contra o outro e passei a fitar o chão.
-Mas você é assim. Pelo menos comigo. – soltei uma risada e voltei a o encarar. – É sério. Eu nunca consigo prever o que você vai falar ou fazer. E isso é bom, porque eu sempre me surpreendo. – ele corou, assim como eu. Oi? Joseph Jonas corando e me elogiando?
-Pára, até parece que eu sou alguma agente da CIA ou coisa assim. Você só não conversa comigo há tanto tempo assim, porque se conversasse, veria que eu não me pareço nada com o que você descreveu.
-Se você diz. – sorri fraco e desviei meu olhar. – Vem cá, Demi. ‘Tá na nossa vez. – ele me puxou pela mão. Correntes elétricas passando por mim novamente. Joseph tapou o rosto dela com o folheto, deixando somente a boca de fora. – Vê se não parece com as costas de uma mulher. - Olhei fixamente para o quadro, virando um pouco a cabeça.
-Verdade! – sorri sincera para Joe .
-‘Tá vendo, isso eu já sabia. Também tenho cultura. – ele estufou o peito e fez cara de convencido. Cutuquei sua barriga com o indicador e ele a murchou, me fazendo rir.
-Qual a próxima? ‘Apoteose de Henry IV’? – Jonas concordou e fomos à procura de tal obra.

-Private no meu quarto! – Liam anunciou à nossa porta. Abri, dando de cara com ele.
-Opa! Trouxeram as coisas boas? – Chelsea perguntou atrás de mim, com os olhos brilhando. Ri, dando passagem para ela. Olhei pra trás e vi que as garotas já pegavam seus iPod’s e câmeras. É, elas iam. Entrei no quarto dos meninos, que não era muito diferente do nosso, tirando a bagunça e o cheiro de vodka que já estava no ar.
-O que a gente vai fazer? Beber até que não consigamos voltar para nosso quarto? – Daniella perguntou se sentando ao meu lado no chão.
-É, essa era a idéia. – Paul Kevin respondeu calmamente e riu depois.
-Ah, tem tempo que eu não jogo verdade ou conseqüência. – Nicholas comentou.
-Verdade ou conseqüência, então? – Joe perguntou, sorrindo marotamente. Todos concordaram e pegamos uma garrafa vazia de Corona que se encontrava debaixo da cama dos meninos.
-Sem desafios homossexuais e muito pervertidos, por favor.
-Ok. Eu começo. – Joseph girou.
-Poyntner pergunta pro Judd . – Nicholas perguntou o que Kevin queria.
-Verdade. – o vaiamos. -Só pra começar, cambada.
-Então, é verdade que você ficaria com uma das meninas daqui?
-Erm...é. – me entreolhei com Poyntner e ri. Kevin girou e dessa vez eu perguntava pra Daniella .
-Verdade. - revirei os olhos. Fácil demais. – É verdade que você ainda ‘pegaria’ um garoto que já teve rolo contigo? – ela arregalou os olhos.
-Dependendo de quem for. – Dani pegou a garrafa e girou. Dei um gole na minha Corona, gelada graças ao mini-frigobar. E assim o tempo foi passando. Os desafios estavam mais abusados e fizeram com que Daniella beijasse Kevin , Joseph desse um selinho em Sel (o que fez Nicholas revirar os olhos. Curiosamente, isso fez com que minha cabeça parecesse que estava em um caldeirão, borbulhando de tão quente, estranho, não? ), James dançasse YMCA e tirasse a camisa, etc.
-Jonas macho pergunta pro Poyntner . – falei depois de girar a garrafa.
-Desafio.
-Escolhe uma garota e dança, sensualmente,‘Sexy Back’, do Justin, com ela. – olhei pra Sel , imaginando que daqui a alguns segundos ela estaria beijando Nicholas na nossa frente por não ter conseguido se controlar. Mas não. Senti ele me puxar pela mão e o fitei espantada. A música começou a tocar e Poyntner , a dançar.

“I'm bringin' sexy back
Them other boys don't know how to act!
I think it's special what's behind your back.
So turn around and I'll pick up the slack!
(Take em' to the bridge!)”

Ele pegou minhas mãos e as passou envolta de seu pescoço, fazendo-me alisar sua própria pele. Mordi meu lábio inferior e ri, sentindo Nicholas me virar de costas pra ele e apertar minha cintura. Sua respiração batia em meu pescoço, o que me fez ficar arrepiada.

“Dirty babe...
You see these shackles? Baby I'm your slave
I'll let you whip me if I misbehave!
It's just that no one makes me feel this way
(Take em' to the chorus!)”

Estiquei meus braços para trás e fiz com que minhas mãos se entrelaçassem atrás de seu pescoço. Dei uma leve puxada no cabelo dele e me virei. Meus cabelos estavam desarrumados e alguns fios estavam ‘presos’ ao meu rosto.
Senti sua respiração bater em meu rosto e fui para suas costas, onde, tendo algum controle, passei minhas unhas em seus braços.

“Come here girl!
(Go 'head be gone with it!)
Come to the back
(Go 'head be gone with it!)
VIP!
(Go 'head be gone with it!)
Drinks on me
(Go 'head be gone with it!)”

Ele se virou rapidamente e me puxou pela cintura. Botei uma mão em seu ombro e a outra em sua nuca, percebendo que ele já estava ofegante igual a mim.
Nicholas puxou uma das minhas pernas, cobertas por uma saia somente, para sua cintura e manteve sua mão lá.

“Let me see what ya tworkin' with
(Go 'head be gone with it!)
Look at those hips!
(Go 'head be gone with it!)”

Arranhei sua nuca e ele soltou um suspiro fraco. Poyntner largou minha perna e eu me virei, deixando ele contornar meu corpo com as mãos.
-‘Tá ótimo, Nicholas. Pode parar. – escutei a música parar e a voz de Joe ao fundo. Me soltei do Poyntner e notei que Selena me olhava. Engoli seco e me sentei entre James e My .
-Uau! Arrasaram. – Liam falou com uma voz fina, fazendo todos rirem. Olhei para Sel novamente, como se pedisse desculpas com o olhar. Ela deu um gole na sua bebida e me lançou um sorriso discreto, afirmando que estava tudo bem.

Não demorou muito para que tivéssemos que nos retirar do quarto dos meninos, já que o professor descobriu. Mesmo que fosse liberal, ele não podia desobedecer a essa regra, já que sem o cumprimento desta, seu emprego estaria em jogo.

Continua...

Dallas:  Tambem acho!! Assim o Joe iria ficar mordido de ciumes CTZ!!! kkkkkk E a Demi esfregava o Francês bonitão na cara dele!! Mas vamos esperar né tudo pode acontecer!!! ;) kkkk 

Capítulo 13

Let’s scape into the music.

-Prontas? – perguntei assim que terminei de passar o brilho labial transparente. Observei as outras meninas.
Sel vestia uma calça jeans, uma blusa de seda cinza, presa por um cinto elástico preto com detalhes em prata, e uma sandália de salto preta; Chelsea usava uma saia preta pregueada um pouco acima do joelho, uma blusa branca e um scarpin vermelho; Daniella estava com uma saia jeans bem acima do joelho, uma sandália de salto baixo e uma blusa de malha preta com um decote em V; Miley usava uma calça jeans, uma blusa branca de frente única e uma ‘rasteirinha’ bege. Me sentia a coisa mais simples do mundo: uma saia jeans de lavagem clara e desfiada próximo aos joelhos, uma blusa preta colada ao corpo, um cinto marrom com uns detalhes em bege, que não estava preso na calça, servindo de enfeite e meu companheiro de guerra, o scarpin preto envernizado.
-Cara, cadê as minhas amigas? – Chelsea exclamou. Rimos.
-Meninas, andem logo, caso o contrário iremos perder a carona pra boate. – profº Oxford exclamou à nossa porta.
Todas saímos em direção à porta. Eu fiquei para sair por último, porque tinha esquecido de pôr os brincos.
Fechei a porta e dirigi meu olhar ao resto do grupo. Preciso comentar o visual dos meninos? Acho que não. Uma palavra resume: Maravilhosos!
-Quem são vocês e o que fizeram com os 5 meninos feios que andavam com a gente? – Chelsea tornou a fazer a brincadeira. Já não tinha mais graça, sinceramente. Ri por rir mesmo.

-Tchau, gente! – Sel e Daniella gritaram assim que viram os outros dois rapazes, respectivamente Brian e Leonard, na porta. Olhei para Nicholas, que estava atônito. Juro que quis me jogar na frente de um dos carros que passavam na rua.
- Nicholas? – ele se virou para mim. Seu rosto abrigava uma expressão fria.
-Você sabia? – IDIOTA! BURRA, BURRA! Tinha que ter a mandado pra onde o vento faz a curva e voltado a dormir.Mas não, eu tive que acordar e ajudá-la com seus problemas amorosos às 7 da manhã. Tô falando, sono faz coisas incríveis.
-Eu...- não sabia o que responder. Não ia mentir pro meu melhor amigo. - Desculpa. – encarei meus pés. Poyntner não respondeu nada, somente se virou e foi ao encontro do grupo. Fiz de seus passos os meus e entrei na mini-van.

Me endireitei na cadeira do bar, apoiando meus cotovelos no balcão. Estávamos os 9 conversando. O Josh é bem maneiro, digo, professor Joshua Oxford. Além de ele ter liberado a bebida, era bem atualizado, digamos assim. Cara, ele gosta de Fall Out Boy, Paramore, Pink, etc.
Fiquei conversando com ele tempo o suficiente para Kevin e Nicholas saírem para ‘ir ao banheiro’ logo depois de receberem piscadelas à distância e Chelsea sumir com James ‘misteriosamente’.
Escutei uma batida muito conhecida pelo meu iPod, a voz da Beyoncé ecoava por todo o ambiente. E por mais que tentasse me preocupar com Nicholas, sabia que amanhã eu iria conversar com ele e que no exato momento ele devia estar se divertindo com uma moça francesa. Quer saber? Vou me divertir, deixo os problemas pra amanhã.
Saí do balcão pedindo que guardassem minha cadeira, já que depois dessa música eu voltaria.
Me entreguei à , me misturando no meio das pessoas.Com certeza não era a única dançando sozinha.

“Baby boy not a day goes by,
Without my fantasy,
I think about you all the time,
I see you in my dreams.”


Senti duas mãos envolverem minha cintura e um corpo mais alto e, aparentemente, largo se aproximar de minhas costas. Estávamos nos mexendo conforme o ritmo da música. Digamos que Paris é melhor do que eu pensava.

“Ah, Oh, My Baby, fly baby go,
Yes, No, Hurt me some good baby oh,
I'm so wrapped up in your love let me go,
Let me breathe, Stay out my fantasy.”

O misterioso menino me puxou para mais perto, distribuindo leves beijos por meu pescoço. Me arrepiei e acho que ele percebeu, já que não parou. Coloquei minhas mãos por cima das suas e as guiei pelo contorno do meu corpo. Olhei de relance pra mesa e Jonas não se encontrava lá. De repente tomou o mesmo rumo de Nicholas e Kevin.

“Baby boy you stay on my mind,
Fulfill my fantasy,
I think about you all the time
I see you in my dreams.”


Levantei meus braços e os passei ao redor do pescoço do menino. O provoquei passando as unhas em sua nuca.
Ponto pra mim se levarmos em conta que esse menino apertou seus dedos em minha cintura assim que o fiz.

“Baby boy not a day goes by
Without my fantasy
I think about you all the time
I see you in my dreams.”


Por um momento fantasiei que Joe se encontrava às minhas costas. Droga, tinha que parar de pensar nele. Além do mais, cadê esse cachorro? Olhei novamente para a mesa e nada dele, só uma Miley histérica fazendo gestos circulares com a mão para mim e falando algo que eu entendi como ‘vire-se’. Pronto, aí tem coisa.

“Picture us dancin' real close in the dark
Dark corner of a basement party,
Everytime I close my eyes it's like
everyone left but you and me,
In our own little world, the music is the sun,
The dance floor becomes the sea,
Feels like true paradise to me, yeah”

 
Em um movimento rápido, me virei, deixando uma de minhas pernas entre as dele. Olhei para o seu rosto e sorri ‘marotamente’. Confesso que me constrangi perante o modo em que ele me olhava, mas disfarcei isso com uma piscada de olho.
Minhas mãos estavam em seus ombros, enquanto as dele ainda permaneciam em minha cintura, embora não a apertassem mais e nem me puxassem para mais perto.
O rapaz deslizou suas mãos para minhas costas, me aproximando de si. Ele se mexia no ritmo da música com seu corpo junto ao meu. Devido à proximidade dos corpos, meu nariz ficou próximo ao seu pescoço, o que me permitiu sentir o perfume masculino que ele usava. Ah, como eu adoro essa fragrância, todo homem deveria usá-la. Certamente não só usá-la, mas ter o mesmo cabelo, o mesmo par de olhos, o mesmo... certo, parei de me denunciar em pensamento.

“Baby boy you stay on my mind,
Fulfill my fantasy,
I think about you all the time,
I see you in my dreams.”


Passei meus dentes pelo meu lábio inferior e deixei o último preso entre eles. Vi que ele acompanhou, mesmo que com certa dificuldade, esse movimento com o olhar e inclinou seu rosto na direção do meu. Senti sua respiração bater em minha boca e sorrindo vitoriosamente, permaneci alguns segundos mirando o trajeto boca - olhos. Hesitei, por alguns segundos, em permanecer com aquela idéia fixa de superação, mas me controlei. Sabia que não ia ser tão fácil provar a ele o que tinha perdido. Mas que eu teria diversão com isso, era fato. Só que diversão é diferente de me entregar praticamente à lábia do garoto.

-See you in your dreams. ( Te vejo nos seus sonhos.) – sussurrei próximo ao seu ouvido um verso alterado da música e senti sua pele se arrepiar. Sorri, novamente. Tinha algum efeito sobre ele, afinal. Me afastei rapidamente e dei meia volta, com direito à jogada de cabelo. Sim, eu estava me sentindo poderosa e não era pra menos. Também não preciso comentar que ao contar até 3, ele já estava atrás de mim de novo, me seguindo até a mesa. Agora eu posso dizer: para quê brinquedos, se temos garotos?
Quando cheguei à mesa, My me olhava interrogativa. A mesma expressão se encontrava no olhar de Liam, mas este estava dirigido para Joe.
-Vou ao banheiro. – My saltou da cadeira e me deu um pequeno beliscão no braço, pedindo com o olhar para a acompanhar.
-Vou junto. – seguimos pelo estreito corredor que dava aos banheiros. Na verdade, este se tornara estreito devido a quantidade de casais que se encontravam lá aos beijos. Juro que vi nosso casal 20, Chelsea e James, ocupando um espaço na parede.
Entrei no banheiro, que não era dos mais vazios. Esperamos que as 5 meninas que se olhavam no espelho saírem para fecharmos a porta e eu me sentar na bancada da pia, esperando um ótimo comentário da parte de Miley.
-Eu acho que perdi o momento em que você se acertou com ele e pulei pra parte em que você quase se fundiu com ele no meio da pista pelos olhares e pelo jeito como dançavam.- recebi um olhar reprovador.
-Eu só estava dançando com ele. Que há demais nisso? – perguntei indignada. Talvez não fosse só isso.
-Você que sabe da sua vida. Só não quero que no fim disso você saia magoada.- ela desabafou mais do que respondeu a minha pergunta. Olhei meio desconfiada para ela e retribuí, alguns segundos depois de pensar no que ela tinha me dito, o abraço.

Tomei um gole da minha cerveja e segui o contorno do bocal com o indicador. Eu sentia que estava sendo observada e isso me incomodava. Acho que não fui feita para provocações, fico me sentindo como uma ‘piranha’ depois.
- Demi? – Chelsea me cutucou. Sim, todos estavam à mesa novamente. Judd e Poyntner com marcas avermelhadas no pescoço, assim como James e Chelsea.
-Oi... – olhei pra ela.
-‘Tá tudo bem contigo? ‘Tá tão quietinha. – apoiei meu cotovelo na mesa e a minha cabeça na mão.
-‘Tô bem sim, só ‘tô um pouco cansada.
-Certo. – Chelsea sorriu maternalmente e deu um gole no seu Martini. – Low! (tradução) –Vem, Demi, vamos dançar! – nem tive tempo de pensar, quando dei por mim Chelsea já tinha me puxado pela mão para a pista.

“Shawty had them Apple Bottom jeans
Boots with the fur
The whole club was lookin at her
She hit the flo
Next thing you know
Shawty got low, low, low, low, low, low, low, low.

-VAI GATA, ATÉ O CHÃO! – Chelsea rebolou até o chão, o que me fez rir, porque além de já ter bebido umas a mais, ela era desengonçada. - Você é muito séria. Cara, ‘tamos em Paris. Solta a franga. – verdade, o que acontecesse em Paris, permaneceria em Paris, certo?

“Them baggy sweat pants
And the Reeboks with the straps
She turned around and gave that big booty a smack.”

Chelsea deu uma voltinha, passou o indicador pelos lábios e depois o encostou à bunda, fazendo som de água evaporando. Após isso, olhamos para a mesa, onde percebi o olhar reprovador de James e o malicioso de Jonas.

“She hit the flo
Next thing you know
Shawty got low low low low low low low low.”

-LOW, LOW, LOW! – a esse ponto já tinha levantado os braços e descia rebolando com Chelsea. Duas desajeitadas no meio da pista. Pelo menos eu conseguia me estabilizar, Chelsea sempre cambaleava depois de subir. Direcionei meu olhar para ela e notei que James a puxou pela mão. Obviamente os segui. Não iria ficar sozinha novamente.
-Amor, me deixa dançar. – escutei ela reclamar.
-Não, vai que te agarram que nem agarraram a Demi. - semicerrei os olhos e olhei para My, que levantou as mãos em demonstração de inocência.
- Demi, te agarraram? – Chelsea abrigava uma expressão digna do bonequinho assustado do MSN.
-Erm...
-Cara, você pegou um francês. QUE DEMAIS! Demi É PEGADORA, Demi É PEGADORA! – além de me interromper, ela ainda me abraçou e começou a pular. -Você vai me contar tudinho depois. – fiz que sim com a cabeça e me sentei. É, eu ia contar do francês. Olhei para o Joseph, que ria da cena. Lancei-lhe um olhar reprovador e engatei no papo que rolava entre My, Liam e o professor sobre como as meninas conseguiram sair sem monitores.

-Sozinha novamente, Lovato? – Jonas perguntou assim que retornou à mesa depois de ter se pegado com alguma francesa em um canto. Digo, não tenho certeza se foi isso, mas esse sumiço misterioso foi por algum motivo. Por falar em sumiço, Miley, Liam, Chelsea e James resolveram ir para a pista enquanto Judd e Poyntner, novamente sumiram. E eu que não acreditava no sucesso deles. Ah, sim, e o professor foi ao banheiro, justamente há 2 segundos. Por isso estou, neste exato momento, sozinha com o Joseph. Demos goles em nossas cervejas ao mesmo tempo.
-Sim, mas dessa vez não tem como você me agarrar pelas costas, porque eu estou sentadinha. – Eu acho que deveria parar de beber. Todos de acordo?
- Eu não teria ido se você não tivesse me seduzido daquele jeito. – soltei uma gargalhada sarcástica.
-Eu te seduzi? Você foi porque não agüenta olhar para um rabo-de-saia e não ir atrás. – Demetria, controla a boca.
-Não senhora. Eu fui só porque você ‘tá, se me permite dizer, muito sexy com essa roupa. – Joe não estava em sã consciência, notei isso. Mas olha quem fala, outra ‘alegre’.
- Joseph... – joguei minhas mãos no balcão. – quantas cervejas você já tomou?
-Umas... 20. – ele respondeu após contar nos dedos das mãos duas vezes. – E você, mocinha? – Jonas apoiou seu peso sobre o cotovelo.
-15, talvez. – ele abriu a boca em forma de indignação.
-Você bebeu tudo isso? - dei de ombros.
-É, ué. Quando eu vejo, elas já acabaram. – fiz bico.
-Eu aposto que você ‘tá tão ‘alegre’ que nem consegue dançar.
-Fala sério, você quer é ter um ‘replay’ comigo. – falei enquanto saía do banquinho. Sem mais bebidas pra mim, obrigado.
-Senhorita... – ele estendeu sua mão e eu a peguei, sendo guiada até a pista.
-Você fugiu do assunto. – gritei próximo ao ouvido de Joe, já que uma nova  tinha começado.
- Que assunto? – se fez de desentendido.
-Não se faça de tolo. – falei, cutucando seu peito com meu indicador. Ele deu um sorriso de canto de boca e riu.

“I'm checking it so hot, so hot
I wonder if you know you're on my radar
And yep I notice you I know it's you
Choose you don't wanna lose you're on my radar.”

-Olha, eu consigo dançar.- fiz uma pose de vitoriosa, mas fui empurrada por uma menina que dançava atrás de mim, o que me fez ficar bem próxima a ele.
Me aproveitando da situação, repousei um de minhas mãos ao redor de sua nuca e embalei no ritmo, cantarolando alguns versos. Quando me dei conta do que estava cantando, o encarei e mirei seus lábios. Era exatamente isso: ele estava no meu ‘radar’.

“When you walk and when you talk
I get the tingle, I wanna mingle, that's what I want
Hey listen baby turn up the fader,
Try to make you understand
You're on my radar (on my radar)
On my radar (got you on my)
Radar.”

Reconhecendo a música de uma vez por todas, tratei de cantarolar esse pedaço um pouco mais alto. O que algumas (várias) gotas de álcool no sangue não fazem. Ok, o efeito do álcool já estava passando, mas é divertido poder falar as coisas na cara e, caso alguém se lembre no dia seguinte, falar que era a bebida.
Obviamente Joe reparou na nada discreta indireta que eu havia mandado e foi aproximando seu rosto do meu.
Escutei uma voz masculina me chamar e me virei, era Liam falando que já estávamos indo. Amo o Liam. Se não fosse por ele, tudo tinha ido água a baixo.
Me separei rapidamente de Jonas e, ainda com certa dificuldade, me direcionei para o balcão, a fim de pegar minha bolsa.
Na porta da boate, enquanto esperávamos a carona chegar, o professor distribuiu chicletes para amenizar o cheiro do álcool. Alguns pingos de chuva começaram a tocar meu braço e, instantes depois, esses mesmos pingos haviam se transformado em uma grossa chuva. À medida que a água ia penetrando minhas roupas e cabelo, eu ia passando a ficar mais lúcida.
Quando a mini-van chegou, todos já nos encontrávamos ensopados. Ainda bem que existem mulheres na direção para mandaram toalhas.

-Boa noite, galera. – Kevin ia entrando no quarto com Joe e Nicholas, quando eu puxei o último. Daniella passou por nós com um sorriso radiante e entrou no quarto, nem notando nossa presença ali. Kevin revirou os olhos e entrou no quarto, enquanto Joe parecia interessado no que eu queria conversar com o Poyntner.
-Posso falar com você? – ele olhou para os outros. – A sós? – lancei um olhar significativo ao Jonas. Este seguiu o mesmo rumo de Kevin, murmurando alguma coisa.
-Já está falando mesmo. Agora termina. – proferiu, frio e cruzou os braços.
-Desculpa, ela me surpreendeu hoje de manhã e eu não sabia se eu podia falar ou não... desculpa. – Ele tentava desviar seu olhar do meu enquanto eu o procurava. Depois de alguns segundos em total silêncio, o rosto que abrigava uma expressão rancorosa, agora estava mais relaxado.
-Tudo bem, Demi. Eu que devia ter falado com a Sel antes, agora perdi a vez, né? – contrai meus lábios, me segurando para não contar a confissão de Sel. – Mas tudo bem. Agora é partir pra outra. – Poyntner deu um sorriso frouxo. O abracei. Não podia contar nada, tinha prometido. Ele encostou sua cabeça em meu ombro, me permitindo alisar seus cabelos por alguns instantes. Escutei um barulho vindo do elevador, mas o ignorei. Talvez fosse impressão.
-Vai dar tudo certo. – afirmei com uma certa insegurança. Não podia dar esperanças a ele. E se Sel tivesse gostando do encontro com Brian?
-Eu espero, meu anjo. Bom, boa noite. Até amanhã. – ele beijou minha testa paternalmente e abriu a porta de seu quarto, entrando no mesmo. Repeti suas ações do outro lado do corredor. Todas as meninas se encontravam lá, menos Sel. Aparentemente tudo tinha dado certo com o garoto lá.
-Como foi o encontro, Dani ? – perguntei enquanto tirava meus brincos.
-Foi maravilhoso! Ele gosta de Artes, História, Literatura. Depois ele me levou ao Musée de L’Armée. – Daniella ia comentando sobre o encontro com um certo brilho no olhar. Sorri, concordando com todos os comentários que as meninas faziam, do tipo: “Que fofo!” , “Eu quero um desses para mim!”, etc.
À medida que os fatos foram ficando mais emocionantes, todas já nos encontrávamos de pijama, cada uma em sua cama. Lembrei daqueles filmes do tipo “Nany Mcphee”, que as crianças deitam em camas paralelas e conversam durante minutos antes de pegarem no sono. Ri com esse pensamento e resolvi perguntar onde Sel se encontrava.
-Ela já devia ter chegado. Lembro que quando entrei no saguão, ela estava se ‘despedindo’ de Brian. – Nesse exato momento a ‘dita cuja’ adentrou no ambiente, com uma expressão rígida. Alguma coisa estava errada.
-O que aconteceu? – perguntamos ao mesmo tempo.
-Nada. – respondeu fria, se trancando no banheiro. Todas permanecemos em silêncio. Resolvemos dormir, amanhã teríamos tempo para perguntar novamente.
Não sei exatamente quanto tempo fiquei acordada, só me lembro que, pelo que me parece, uns 20 minutos depois escutei o soluço de Sel, vindo do banheiro. Pensei em ir lá, mas sabia que ela precisava de um tempo sozinha. Ela é assim, sempre que está triste não há nada que a console, só ela mesma. Então é melhor dormir.

Continua...

Tambem acho que ele deve sofrer meninas!!
ele ainda vai APRONTAR muito por aqui!!
Fiquem "tranquilas" kkkkkkkk
Bjsss
XD