segunda-feira, 30 de julho de 2012

Capítulo 29- Penultimo

 Nights go on and on

Sabe quando você tem vontade de jogar o despertador como um daqueles lançadores de futebol americano? Então, eu queria fazer isso.
Primeiro dia de aula da semana era sempre uma droga. SEMPRE. Não estava disposta a ver os professores, a entregar os trabalhos, e nem copiar a abundante quantidade de matéria que nós teríamos pela frente.
1 mês havia passado desde o dia que fomos ao Soho. Hoje eu dou boas risadas da nossa correria da gangue, mas no dia foi tenso.
É, sinto que o ano tá seguindo na velocidade-luz e ninguém tá se dando conta disso...
Levantei da cama, relutante, e fiz minha higiene pessoal. Depois, vesti meu uniforme e me arrastei até a cozinha.
-Bom dia, filha. – minha mãe colocou um prato com duas torradas e um copo de achocolatado na minha frente.
-Dia, mãe. – peguei uma das torradas e a comi em silêncio. Deixei a outra de lado, consumindo o achocolatado. Levantei-me, sem pressa, e fui até o banheiro para escovar os dentes.
Embora eu estivesse quase atrasada, eu não me apressaria. Seria bom chegar atrasada, 45 minutos a menos! Comecei a considerar a idéia de chegar atrasada, mas lembrei-me de que a primeira aula era física. Passei a correr pela casa escovando os dentes e abotoando minha blusa.

O sinal havia acabado de bater quando eu, na minha pressa, trombei com alguém que também estava correndo.
-Desculpa! – gritei, voltando a correr para minha sala.
Avistei a porta semi aberta e murmurei um “o-oh” para mim mesma.
-Licença, professor. – entrei rapidamente na sala e me dirigi à carteira vazia ao lado de Daniella, que vestia o casaco do Kevin. A olhei questionadora. Ela tentou disfarçar um sorriso e balbuciou um “o quê?” .
-Lovato, você já chega atrasada e ainda fica conversando? Venha aqui pra frente, anda! - rolei os olhos e me arrastei até a cadeira que ele apontava.

Copiava a matéria que estava escrita no quadro negro. Era a última aula do dia e eu estava doida para ir pra casa.
-Galerinha, como o Josh descobriu isso, eu não sei. Mas o que ele falou está certo, o que dá vem na frente.- após rir da piada do aluno, e (tentar) fazer graça dela, o professor continuou.
-Bom dia, turma! – apareceu o inspetor com uma fantasia de Clave de Sol. Desde ontem tem acontecido o que chamamos de “Correio Musical”.
De fato não é nada demais, você só manda a letra de uma música pra alguém que você gosta, ou odeia, tanto faz. Mas era engraçado ver o inspetor naquela fantasia ridícula.
Eu nunca recebo nada, mas sempre mando para o professor de espanhol a música “YMCA”, porque eu tenho certeza de que ele tem um caso com o professor Oxford, mas nenhum dos dois quer se assumir.
Então aquele ser saltitante veio até a minha mesa, deixando um bilhete pra mim. Estranhei, já que a letra não era de nenhuma música famosa.
Li o bilhete enquanto a Clave de Sol terminava de dar aos outros.

“I took a little time
(“Eu levei um pouco de tempo)
Scripting all the things that I tell you
(Decifrando todas as coisas que eu te falo)
I'll send them through the mail
(Eu vou te enviar por correio)
And if all goes well
(E se tudo der certo)
It'll be a day or two
(Será um dia ou dois)

I spent some extra nights
(Eu passei algumas noite extras)
Trying to forget the things that I've shown you
(Tentando esquecer algumas coisas que te mostrei)
By now the smoke is cleared
(Por hora a fumaça está clara)
And all along I feared
(E por todo tempo eu temi)
It would turn out this way
(Que isso ficasse desse jeito)

Though it might be wrong
(Embora estivesse errado)
My light is always on.”
(As luzes estão sempre acesas.”)

Olhei fixamente pro papel, me perguntando se isso seria outra brincadeira de mau gosto, já que no remetente estava escrito “Anônimo”.
Só despertei dos pensamentos quando a Clave saltitante saiu da sala, batendo a porta.
Mirei Dani, ela não havia recebido, mas também não demonstrava nenhum tipo de frustração. Depois direcionei meu olhar a My, que havia recebido um, mas não pude ver a letra, ainda. E, em seguida, virei-me para Sel, notando que também havia recebido um.
Assim que o sinal bateu, saímos de sala, rumo aos portões do colégio.
Perguntei de quem elas haviam recebido.
-O meu foi do Nicholas, a música é aquela que você até ajudou a terminar um tempo atrás, Demi.- todas fizemos um coro de “awn”.- E você, My? – ela exibia um sorriso imenso e os olhos cheios de lágrimas.
-Eu recebi “Your song”, do Elton John. – novamente, fizemos o coro.
-Chelsea? – Jonas fêmea havia chegado há poucos instantes.
-“Wonderwall – Oasis” – pela terceira vez, fizemos o “awn” em coro. Então os meninos chegaram. Notei que Jonas possuía um em mãos. Me perguntei se era o que eu havia mandado ou o de alguma outra menina que havia o feito também.
Assim que os casais se juntaram, fiquei encarando meus pés, já que Daniella já havia ido, alegando não estar bem. Eu sabia que ela estava decepcionada por Kevin não ter mandado nenhum para ela, mesmo que eles AINDA não estivessem ficando.
-Gente, erm, ‘tô indo. – falei constrangida. Não sendo respondida, me virei e segui para o portão, então senti alguém me puxar.
-Que foi? – disse em tom de descaso ao ver quem havia me puxado.
-Por que me mandou aquela música? – Jonas me perguntou.
-Essa é uma pergunta que eu deveria te fazer.
-Porque eu quis, oras. – ele arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços.
-Porque eu quis, oras. – o imitei.
-A sua diz a verdade?
-Não, só mandei porque eu gosto dela, sabe? – falei ironicamente. – E a sua?
-Não, só mandei porque eu gosto dela, sabe? – ele fez uma voz fina, como se estivesse me imitando.
-Ou você mente muito, ou você é muito confuso.
-Por que diz isso?
-Sabe o que eu acho? Que no final das contas você gosta de sofrer e fazer os outros sofrerem também. Jonas, você é um babaca. –ignorei a pergunta dele.
-Eu sou um babaca, Demetria? Sou um babaca por tentar me redimir uma vez na minha vida? – ele indagou, gesticulando.
-Você é um babaca por sempre fazer as coisas do jeito errado. Quer saber, cansei. – novamente me virei, agora conseguindo passar pelo portão do colégio, que já se encontrava vazio, a não ser por nós dois e os casais, que pareciam nem ligar para nossa presença ali.
-Você quis dizer sempre fazer as coisas do jeito errado e você sempre se derreter, né? – Ele gritou.
-Eu? Me derreter? – passei bruscamente pelo portão, indo na direção dele. – Nunca! – então os casais se tocaram do que estava acontecendo.
-Foi isso que aconteceu em Paris, não foi? – Joseph comentou com um sorriso torto. Idiota, idiota, idiota! Fiz menção de levantar minha mão e refrescar a memória dele, mas eu levaria uma advertência, já que ainda estava em território escolar.
-‘Tá vendo o que eu digo? Há 3 minutos você estava falando que tava tentando se desculpar e agora já está implicando comigo. Jonas, definitivamente, você é um babaca! – saí, pisando forte, e, dessa vez, não recebendo nada como resposta.

Cheguei em casa bufando. Chutei o ar, tirando, assim, os sapatos. Joguei-me em minha cama e comecei a bater nela, berrando ao máximo.
Assim que meu fôlego acabou e eu pensei que meu cérebro estava sem oxigênio, eu parei de gritar e comecei a respirar fundo, sentindo meu coração disparar.
Ok, eu havia brincado com fogo, eu deveria saber que de um jeito ou de outro eu acabaria me queimando.
Lágrimas vieram aos meus olhos e eu comecei a chorar, sem nem saber direito por quê. Essa seria a última vez que eu choraria por influência dele. E essa seria uma promessa que eu cumpriria.

xxxxx

Estávamos a duas semanas do baile de formatura, e nós só iríamos a ele por amizade aos meninos. Por unanimidade, o McFly, que havia acabado de assinar contrato com uma gravadora, tocaria algumas músicas na festa.
Os meninos estavam super animados em relação ao contrato. Assim que acabarem o ano letivo, eles gravarão o primeiro álbum. Não tenho dúvida alguma de que eles estarão famosos em menos de 1 ano.
Só espero que não esqueçam de onde vieram e se tornem aqueles artistas mesquinhos que pouco se fodem pro fãs, que só querem o lucro. Já falei isso pra eles.
Tirando isso, nesses últimos 2 meses nada mudou muito. Bom, Daniella e Kevin começaram a ficar depois de quase 1 mês de enrolação; os casais continuam na mesma – embora Nicholas e Selena briguem quase sempre -; e eu e Joe estamos naquela de só falar o necessário, o que eu acho que é o ideal para a paz mundial.
Quanto ao pessoal da vila, Tim eventualmente fala comigo pelo facebook; Anne e Nick se separaram; e Came e Martha estão juntos ainda.
Tenho pensado muito ultimamente em como eu estaria se tivesse mantido um relacionamento à distância com Timmy. Mas sempre que esse pensamento aparece, eu trato de espantá-lo. Não gosto de ficar pensando “E se...”, me deixa pra baixo e eu me dou conta de que só faço besteira nessa vida.
Voltando à realidade, eu estava no meu quarto, apreciando Kit-Kat’s e vendo TV. “Skins” distorce um pouco nossa realidade, parece que tudo o que nós fazemos é se drogar, beber e ter relações sexuais. E, de fato, não é assim que as coisas são. Talvez para Ashley e sua gangue, as coisas funcionem assim, mas para a “minha” gangue não.
Ok, nós bebemos? Sim. Nós fumamos? Sim. Mas relação sexual é algo que não faz parte do meu cotidiano. Talvez do de Chelsea e James, mas do meu, não.
Cansei se olhar para a cara da principal e troquei de canal, parando em algum canal de filme.

Quando, finalmente, eu havia entendido a história do filme, meu celular tocou.
-Fala, broto! – Selena conseguia ser tão brega quando queria.
-Olá, Ms. Poyntner. – arranjei esse apelido recentemente em uma das nossas reuniões.
-HÁ-HÁ! – ela detestava que eu a chamasse assim.
-Então, bitch, qual o propósito da ligação? – perguntei sem rodeios, colocando o resto de um dos últimos Kit-Kat’s na boca.
-Queremos que você venha ao shopping conosco.
-Para...? - suspirei cansada. Ir ao shopping estava fora dos meus planos. Estava chovendo mais forte do que o normal.
-Comprar os vestidos para o baile, oras! – ela falou como se fosse óbvio.
-Ah, claro. – bati a palma da minha mão na testa. – Tinha esquecido disso.
-Então, vamos? – Sel perguntei.
-Vamos. Vou colocar uma roupa. Nos encontramos aonde? – indaguei, torcendo para que não fosse na casa dos Jonas. Chelsea sempre dava um jeito de se atrasar, o que corresponde a nós esperando-a em sua sala com o agradável irmão dela sentado no sofá assistindo à alguma partida de futebol.
-Na casa da Chelsea em meia-hora. Beijos. – então ela desligou. Xinguei baixinho e fui me trocar.

Cheguei à casa dos Jonas em 30 minutos cronometrados. Eu gostava de ser pontual quando era com os amigos.
Toquei a campainha, torcendo para que Chelsea viesse abrir a porta.
-Tarde, Lovato. – ele falou. Ignorei-o, dar boa tarde não era necessário, e fui para o quarto da irmã dele.
-Piranha! – gritei enquanto abria a porta do quarto, encontrando uma Chelsea calçando os sapatos.
-Pirralha! – ela berrou de volta. Ri e me joguei na cama dela.
-Ô abuso! – mandei o dedo do meio e comecei a cantar a música que tocava no computador.
-Aviso, os meninos vão com a gente. Eles têm que achar ternos novos. – ela me informou. Na mesma hora parei de cantar.
-Eles têm mesmo que ir? – perguntei fazendo uma careta.
-Têm, né! Imagina aqueles cinco numa loja de ternos! Na certa, o Kevin compraria um terno amarelo e colocaria uma máscara do Máscara na hora da entrega dos diplomas. – ri alto imaginando a cena.
-Ok, se é pro bem da humanidade...- me dei por vencida e voltei a cantar.

Entramos numa das lojas de terno, e cada garota ficou encarregada de procurar uma blusa social, um terno e uma gravata para cada menino. Como os casais estavam formados, eu tive que ajudar o Jonas, contra a vontade.
Fomos até os ternos, onde pegamos três modelos diferentes, mas todos pretos. Depois passei pela sessão de blusas com ele em meu encalço.
-Branca ou preta? – ele perguntou, segurando dois cabides na frente do tórax.
-Você não está indo para um enterro, Jonas. – falei séria. Ele devolveu o cabide com a camisa preta e manteve o com a blusa branca na mão.
Rumamos para a sessão de gravatas. Ele se divertia com uma gravata verde-abacate e outra amarelo-mostarda.
-Jonas. - O chamei depois de pegar três cores diferentes.
-Se você pensa que eu vou usar uma gravata rosa, você tá muito enganada! – ele deu ênfase ao “muito”. O encarei com um olhar de poucos amigos e o puxei até o provador.
Começamos do principal pros detalhes. Preferimos o primeiro modelo de terno, que o deixava com o tórax mais largo e um pouco mais alto.
-Agora, as gravatas. - estendi a em vermelho carmim para ele. Joseph fez uma expressão estranha e eu supus que ele não sabia como colocar. –Vem cá. – ordenei. Ele se aproximou, e eu me senti como uma dona chamando o cachorro. Uma sensação muito boa, se me permitem o comentário.
Dei o nó tradicional, sentindo seu olhar pesar sobre meu rosto. Tentei ignorar aquilo.
Deixei-o se olhar no espelho.
-Guarda a imagem. – tirei a gravata e coloquei a cinza, que era mais estreita embaixo. Ele se olhou novamente e fez uma careta. É, eu também não tinha gostado daquela. Desamarrei e coloquei a rosa.
-Eu não vou usar uma gravata rosa, Demetria. – ele implicou. Ignorei-o e continuei fazendo o nó do mesmo jeito. –É legal o jeito como você finge que não me escuta. – continuei o ignorando. – Como agora. Você finge que tá concentrada numa das coisas mais entediantes do mundo.
-Se olha logo no espelho, Joseph. – falei ríspida. Ele se olhou e ficou uns 2 minutos se admirando enquanto dava sorrisos e fazia poses em frente ao espelho.
Permiti-me o observar também. É, eu tinha arranjado um protótipo de Deus grego para odiar. De fato, minha vida era quase uma tragédia grega.
-Eu gostei dessa. – Joe exibiu seus dentes em um sorriso. Me controlei para não dar um sorriso meigo.
-Eu disse que ia ficar boa. – falei de forma vitoriosa.
-Na verdade, você não falou. – ele riu.
-Que seja. – disse, ríspida. Fomos ao caixa e encontramos todos, menos Chelsea e James, pagando. Assim que efetuamos a compra, nos deparamos com um James amassado e uma Chelsea vermelha. Começamos a rir, o que os fez ficar sem graça. Os vendedores nos olhavam como se fossemos alienígenas, mas aposto que se eles soubessem do que se tratava iriam nos expulsar de lá, ou rir, quem sabe.
Continuamos nossa procura por roupas para o baile. Agora era a nossa vez de achar algum vestido. Eu não sei se usaria o que Anne havia me dado, ou se compraria algum.
Os meninos desistiram na primeira loja, onde não havia nada que nos interessasse, e resolveram ir à loja da Apple, já que Kevin queria comprar um iPod novo. Combinamos de nos encontrar na praça de alimentação em 2 horas.
Entramos numa outra loja e começamos a escolher. Chelsea se apaixonou por um amarelo, mas a convencemos a levar um preto; Sel achou um branco; My achou um preto; Dani também escolheu um preto; e eu, bom, eu resolvi usar o que Anne havia me comprado.
Quanto aos sapatos, a única que comprou foi Chelsea, que alegou que sapatos vermelhos eram tudo. Creio que ela já possui uns 30 pares só na cor vermelha.
Para finalizar a tarde de compras, entramos na Victoria’s Secret, já que eu estava encarregada de comprar um creme novo para minha mãe. Chelsea aproveitou a deixa para ir à parte “Very Sexy” da loja. Isso que eu chamo de hormônios à flor da pele...
-Chelsea, larga essa cinta-liga e vem logo, criatura! – exclamei, rindo da cara de frustração dela.
-Mal amada. – ela resmungou.
-Mal amada não! Mal comida, ou melhor, não comida, sim! – brinquei e recebi um dedo do meio em resposta.
Encontramos o 5 meninos, que estavam com cara de tédio, na praça de alimentação.
-Vamos tomar sorvete? – Dani propôs. Os meninos responderam “não” em um alto uníssono, o que nos fez rir.
-‘Tá bom... vamos pra casa. – Daniella disse em um tom frustrado. Kevin riu e a abraçou.
-Eu pago um sorvete pra você amanhã. – ele disse, consolando-a. Dani riu e eles se beijaram.
Era estranho ver todo mundo se dando bem e eu continuar aqui, na mesma de anos atrás. Eu sentia um pouco de inveja e tinha que admitir isso. Mas, por outro lado, eu estava contente por elas.
Saímos do shopping e nos deparamos com uma forte chuva. Todos os meninos, exceto Joe, tiraram seus casacos para dar às namoradas.
Senti minhas bochechas arderem com a vontade imensa que eu sentia de chorar. Devia ser TPM.
Os casais começaram a correr o mais rápido que podiam, mas eu me mantive atrás. Estava acostumada a ficar atrás. Sozinha.
Andava em passos acelerados, mas não estava correndo. A chuva ensopava minhas roupas e eu não me importava. Os casais saíram da minha vista, assim como Joe, que eu não sabia aonde havia ido.
-Você gosta de se excluir, não é? – a voz dele surgiu ao meu lado do nada.
-Você gosta de chegar do nada, não é? - perguntei com a voz um pouco alterada pelo susto. Ele gargalhou.
-É legal surpreender as pessoas no meio dos pensamentos delas... – murmurei um “uhum” e passei a encarar meus pés, que constantemente eram afogados em imensas poças d’água.
-Por que você insiste em falar comigo? – perguntei sem pensar duas vezes. Com sorte, daqui a algumas semanas, eles estariam enfurnados num estúdio de gravação e eu não teria que olhar para o rosto dele.
Joe manteve-se calado por alguns segundos.
-Não sei... talvez eu goste de me socializar. – ele pressionou os lábios. Murmurei um “hum” desinteressado e notei que estávamos chegando à minha rua.
-Tchau, Jonas. Diga a eles que tentei me despedir. – falei sem emoção alguma e segui pela rua quase deserta que eu morava.

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domingo, 22 de julho de 2012

Capítulo 28

 The best things are free, for sure.

Saímos da do metrô e subimos a escadaria da estação até atingirmos o frio que anunciava que o inverno estava por vir.
Nunca havia ido ao Soho, mas, por estar com 5 meninos, eu não me preocupava. Tanto.
Estávamos caminhando lentamente em direção a lugar nenhum pelas largas calçadas da Totteham Court e seguimos até a esquina da Oxford com a Soho.
Três sujeitos altos caminhavam na direção oposta à nossa e eu senti todos os meus músculos se enrijecerem. Eu não era corajosa, fato.
Assim que eles passaram, soltei minha respiração e a mão que eu havia segurado no momento de tensão, a de Joe. Ótimo.
Passei minha mão na minha perna, como se a limpasse.
Chegamos à tal praça que Liam havia falado. Eu estava realmente com medo. Era escura, e algumas vezes eu escutava os galhos das árvores se mexendo.
-Não tá com medo, né, Lovato? – Jonas implicou comigo e eu o ignorei. De fato, eu não queria admitir que eu estava, sim, com medo. E muito.
-Pára, Joe. – Poyntner me defendeu. – Toma aqui um Marlboro Black. – ele estendeu um cigarro já aceso para mim e eu peguei. Dei uma leve tragada e cruzei minhas pernas por cima daquele desconfortável banco de madeiras onde estávamos os 10 encaixados. Relaxei um pouco, mas eu ainda estava alerta.
James tirou da bolsa de Chelsea uma garrafa de Whisky, o que fez com que todos dessem uma salva de palmas.
-Eu só espero que a gente acabe com isso, porque eu não vou agüentar o peso dessa garrafa! – Jonas fêmea exclamou.
Um grupo de adolescentes mal-encarados entrou na praça e ficou no lado oposto ao nosso. Todos percebemos isso, mas fingimos que não estávamos notando. Ok, eu não conseguia fingir. Estava tensa até o último fio de cabelo.
-Gente... – sussurrei. Ninguém me escutou. – Gente... – falei de um jeito baixo, porém mais alto que um sussurro.
-O que foi, Demi? – Judd perguntou.
-Eu acho bom a gente sair daqui. – afirmei indicando gentilmente o outro lado da praça com a cabeça.
-Ah, nem dá nada! – Joseph falou de um jeito convencido e depois olhou para o outro grupo. – Ok, eu concordo com a Demetria. – ele disse amedrontado. Todos olhamos e notamos que o grupo vinha na nossa direção.
Saímos do banco, tentando disfarçar e saímos da praça em passos largos.
-Olha discretamente pra trás, James. – Chelsea pediu. Todos acompanhamos James dar uma discreta olhada.
-Fodeu! – ele falou com os olhos arregalados. O resto de nós olhou. Notamos que um dos meninos tinha um canivete e não tinha medo de o mostrar.
-Cooorre! – Liam gritou. Disparamos na direção da esquina e entramos num pub que ainda estava aberto, porém quase vazio.
Sentamos em uma mesa, com os rostos corados e as respirações aceleradas. Estávamos chocados demais para falar alguma coisa. Vi que a mão de James tremia, já que o líquido que estava dentro da garrafa que ele segurava estava criando ondas.
Joseph começou a rir e o encaramos.
-Caralho, que insano isso! – ele continuava a gargalhar.
-É, não dá nada, não, Jonas. – retruquei em tom de desdém, e depois comecei a rir. A onda de adrenalina fazia com que eu não parasse de rir e sentisse minha barriga doer. Todas as poucas pessoas que estavam no pub olharam para nós, 10 jovens gargalhando e tremendo.
-Onde você estava com a cabeça quando veio pra cá, Liam? – perguntei quando a crise de risos cessou.
-Eu nunca vim aqui, na verdade. – ele confessou e deu uma risada.
-Já que estamos aqui, vamos aproveitar e curtir! – Chelsea falou com um sorriso infantil. A banda que tocava fazia um cover da Amy Winehouse. (música)

“All I can ever be to you,
(“Tudo que posso ser pra você)
is a darkness that we knew
(é um erro, nós sabemos)
And this regret I got accustomed to
(E a esse arrependimento eu tive que me acostumar)
Once it was so right
(Uma vez eu estava tão certa)
When we were at our high,
(Quando a gente estava alto)
Waiting for you in the hotel at night
(Esperando por você no hotel de noite)
I knew I hadn´t met my match
(Eu sei que não tinha meu par ideal)
But every moment we could snatch
(Mas a gente se via sempre que podia)
I don't know why I got so attached
(Não sei porque me apeguei tanto)
It's my responsibility,
(A responsabilidade é minha)
and You don't owe nothing to me
(Você não me deve nada)
But to walk away I have no capacity”
(Mas não sou capaz de ir embora”)

Levantamos e ficamos fazendo algumas coreografias toscas para a música, provocando boas risadas nas pessoas próximas a nós. De certa forma, me identifiquei um pouco. É, eu sempre dou um jeito de achar uma trilha sonora.
Os atendentes vieram reclamar e nós sentamos. Creio que eles perceberam que nós não havíamos feito pedido algum desde que entramos lá.

”I don't understand
(“Não consigo entender)
Why do I stress a man,
(Por que eu me estresso com um homem)
When there's so many better things at hand
(Quando existem tantas coisas melhores ao alcance)
We could have never had it all
(Nunca deveríamos ter tido nada)
We had to hit a wall
(Tínhamos que ter deixado pra lá)
So this is inevitable withdrawl
(então isso é uma retirada inevitável)
even if I stopped wating you,
(Mesmo se eu parar de te querer)
A perspective pushes through
(Uma perspectiva acaba)
I'll be some next man's other woman soon”
(Serei a outra próxima mulher de um cara em breve.”)

(p.s. – não sei se essa tradução tá certa, mas só achei essa, então...)

A vocalista parecia que estava morrendo ao cantar. Talvez ela estivesse embriagada. Nada mais cover da Amy do que cantar bêbada. [n/a: nada contra a Amy, amo as músicas dela *-*].
-Bom, já que não podemos fazer coreografias em pé, fazemos sentados... – Daniella, a peste, sugeriu. Começamos a levantar os braços e movimentá-los sincronizadamente de um lado para o outro.
Um outro atendente se aproximou e nos “convidou a se retirar”. Olhamos para trás e vimos um casal protestar, falando que nós não estávamos fazendo nada demais. Estávamos prestes a sorrir de forma vitoriosa quando o atendente insistiu que nos retirássemos. Demos de ombro e passamos por ele com caras nada boas. Joe, que estava na minha frente, ao passar por ele, estufou o peito. Não contive uma risada e Joseph olhou para mim.
-Que é? – perguntei, fechando meu sorriso.
-Garota doida... – ele resmungou em um tom baixo tornando a olhar para frente.

Fomos até a Golden Square, que era mais “habitada” do que a Soho Square. Sentamos próximo à estátua e começamos a falar de assuntos variados, desde a faculdade que os meninos iriam entrar, até o que faríamos se outros pivetes aparecessem.
Selena, My e Chelsea estavam sentadas nos colos de seus respectivos namorados e passaram a falar menos, se é que me entendem. Já eu, Dani, Kevin e Joe ficamos sem o que falar, logo, bebíamos e fumávamos para passar o tempo. Vez ou outra eu me intrometia no assunto de Paul Kevin e Joseph – embora eu falasse olhando para o Judd fixamente-, e vice-versa.
Eu queria ser como a Daniella, ela nunca se abalava com o que quer que Kevin dissesse, e tinha esquecido dele. Ou pelo menos aparentava. E era isso que eu mais invejava.
-Vocês deviam ter trazido o violão. – comentei enquanto observava as cinzas do meu cigarro caírem e sujarem o chão.
-Eu sabia que tinha esquecido de alguma coisa! – Jonas murmurou para ele mesmo.
-Mas imagina você correndo com o violão pendurado nas costas. – Nicholas, que tinha dado um tempo nos amassos, gargalhou. Imaginei a cena e comecei a rir descontroladamente. O mesmo aconteceu com os outros.
-A gente podia cantar, já que falta o violão... – My sugeriu.
-Close your eyes and I’ll kiss you... - Liam cantou no ouvido dela, que ficou constrangida e sorriu abobalhada.
-QUE BREGA! – Kevin, Joe, Daniella e eu gritamos.
-Recalcados. – os casais retrucaram rindo.
Olhei para Dani e comecei:
-I don't need love... - Daniella sorriu e continuou comigo.
-For what good will love do me? Diamonds never lie to me. For when love's gone, they'll luster on. – nos levantamos do banco e começamos a rodopiar ao mesmo tempo em que cantávamos.
-Diamonds are forever, Sparkling round my little finger. Unlike men, the diamonds linger... – fomos interrompidas por um gemido de Liam.
-TACARAM UM CABIDE EM MIM! – ele gritou aterrorizado. Todos rimos e procuramos quem teria atirado. Localizamos uma janela que estava aberta e com a luz acesa. E já que era a única, deduzimos que fosse de lá que o cabide veio.
- Men are mere mortals who are not worth going to your grave for! – gritei/cantei olhando para a janela. Uma senhora apareceu com uma expressão mal humorada e fechou a janela. –Essas pessoas não sabem apreciar o talento alheio! – berrei novamente em direção à janela e ri.
-Alguém esqueceu de dar o remédio dela hoje, né? – Nicholas “sussurrou” para Sel, que ria. Estirei a língua para ele e sentei no meu antigo lugar.
-Ainda tem cigarro? – perguntei depois alguns segundos em silêncio. Liam, que se agarrava com My, me estendeu a caixa sem deixar de fazer o que estava fazendo. Peguei um cigarro e roubei o de Kevin para acender o meu.
Sentir aquela fumaça invadir minha garganta. Era estranho, mas... bom. Olhei Joe fazendo anéis com a fumaça e tentei fazer, mas não deu certo e eu acabei tossindo. Ele olhou para mim e riu. Desviei o olhar e virei meu rosto, numa tentativa de impedi-lo de ver que eu ainda tentava.
Fracassei por várias vezes e tudo o que eu consegui foi tossir e/ou engolir a fumaça, sem soltá-la. Quando o cigarro foi completamente consumido pelo fogo, joguei a piteira no chão e pisei nela.
Abri a caixa do L.A. de cereja e tentei acender sozinha, mas não consegui porque o fogo incomodava meus olhos. Estava prestes a desistir quando Joe se sentou ao meu lado, pegou o cigarro de meus lábios sem dizer nada, e o acendeu.
-Brigada. – murmurei friamente, pegando meu cigarro de volta. Voltei a tentar fazer os anéis de fumaça.
Algumas tentativas a mais, e nada. Soltei um suspiro frustrado e comecei a tragar normalmente.
-Você tá fazendo errado... – ele comentou. Mirei seu rosto, que estava iluminada pela fraca luz branca do poste, e fiz uma expressão sarcástica.
-Não me diga! – voltei a encarar o arbusto à minha frente, que subitamente pareceu muito mais interessante que qualquer outra coisa. Joseph ignorou meu comentário e falou enquanto eu tragava.
-Tem que mover o queixo pra dar a forma.
-Uhum. – murmurei, fingindo desinteresse. O fitei com o canto dos olhos e vi que ele não me olhava mais. Fiz o que ele disse e consegui na segunda tentativa. Escutei-o rir.
-Eu disse. – ele se vangloriou. O encarei com uma expressão tediosa.
-Quer palmas? – ironizei.
-Suas não, obrigado. – Joseph fechou o sorriso e voltou a fumar em silêncio. Sorri vitoriosa e voltei a fazer os anéis. Era divertido, admito.

-Tô cansado daqui... – Kevin comentou após um suspiro cansado.
-Vamos rodar sem rumo, então? – Joe indagou. Paul Kevin concordou.
-Quem está conosco? – Judd perguntou.
-Ah, que se dane. - Daniella murmurou para si mesma. – Eu. – ela falou sem emoção para ele.
-Eu. – levantei o braço.
-Nós. – os outros 6 disseram. Levantei e os outros fizeram o mesmo. Começamos a caminhar na direção de lugar nenhum.

-DE JEITO NENHUM! NÃO ENTRO AÍ! – protestei à porta daquela... loja.
-Ah, Demetria, deixa de frescura. – Chelsea disse.
-Frescura nada! – continuei protestando. - Vocês são pervertidos. – adicionei ao meu protesto.
-Então tá. Fica aí sozinha. – SOZINHA? ÀS 5 DA MANHÃ? E NO SOHO?
-Ok, eu vou. – me dei por vencida. Ela deu um sorriso vitorioso e entrou comigo em seu encalço naquela loja asquerosa. Não me chame de puritana!
-Por que nós estamos aqui mesmo? – indaguei a mim mesma. My, que estava ao meu lado, respondeu:
-Porque vocês são 4 foguentos que quiseram sair de lá.
-O Jonas que é o foguento da história, não se esqueça. – observei. Ela riu e me empurrou na direção de uma prateleira lotada de vibradores. Um deles começou a se mexer na minha frente e eu não pude evitar um grito de sair.
Todos começaram a rir, inclusive a vendedora tatuada.
Deus, como isso era constrangedor!
Chelsea e James entraram na sessão de lingerie, enquanto Joseph e Judd foram para os vídeos. Permaneci encostada à parede, sem mexer em nada. Os outros se divertiam lendo o que cada coisa fazia. Eu os observava e cheguei à conclusão de que a comparação mais aproximada seria que eles estavam como crianças em loja de brinquedos. E, de fato, essa era uma loja de brinquedos.
-Demetria! – Daniella me chamou. – SEGURA! - Desviei meu olhar do piso preto e branco, e tudo o que eu pude ver foi algo de borracha vindo na minha direção e me acertando no peito.
-VOCÊ É LOUCA? – berrei, assustada. Todos gargalhavam. A vendedora até havia se apoiado no balcão de tanto que ria. Olhei para o chão e vi aquela coisa rosa imensa se debatendo contra o azulejo. Sério, o tamanho daquilo era surreal.
Peguei com uma expressão séria e procurei o botão que desligava. Assim que o encontrei, apontei para Daniella com “aquilo” e falei:
-Tá pensando em comprar um novo? Acho que esse é menor do que o que você tem, meu amor. – dei um sorriso sarcástico e me aproximei dela. Deixei em sua mão e saí da loja em passos firmes. Coloquei as mãos nos bolsos do casaco e resmunguei para mim mesma:
-Idiotas. Tomara que eu seja seqüestrada aqui fora. – peguei o último cigarro do meu bolso e acendi. Acho que estava ficando viciada naquilo. Fiquei observando a fumaça do cigarro perambular pelo ar até que todos saíssem da loja. Notei que Chelsea possuía uma sacola em mãos e dei uma risadinha.
-Vamos, pureza em pessoa. – Dani me zoou. Lancei um olhar de poucos amigos a ela e fiz o caminho até a casa de Chelsea em silêncio. Às vezes eu opinava em algumas coisas, mas eu não estava com um espírito “tagarela”.
Assim que cheguei em casa, me preparei para voltar à antiga rotina “depressão no domingo-suicídio na segunda”.

10 coment's para o proximo

Poisé, Joe so que se aproveita!!
suashua
A historia ja esta acabadno meninas!!
Xd
Então comentem MUUUIITOOO..........

quinta-feira, 19 de julho de 2012

DIVULGAÇÃO

Meninas estou aqui novamente para fazer divulgação de mais uma fofoleti minha!!
XD
Então vamos la!!
Ela esta retornando as atividades no blog!!
Espero que gostem!!
;)
bjinhus

http://jonashistoriademi.blogspot.com

Capítulo 27

 Back to the old routine.

Escutei um barulho vindo da minha janela e abri os olhos, rumando até ela com uma cara NADA boa. Quem diabos estaria me acordando às 9 da manhã de um sábado? -Que foi, porra? Vocês desconhecem o uso de aparelhos celulares ou, até mesmo, do telefone? – indaguei às três meninas que se encontravam debaixo da janela.
-Aniversário da Chelsea, mulher. Põe uma roupa e vamos!
-O sobrenome Jonas te diz alguma coisa? – usei minha boa e velha expressão sarcástica e ameacei fechar a janela.
-Abre a porta! – elas berraram. Revirei os olhos e bufei.
-Tá. – resmunguei e me arrastei pelas escadas até chegar na porta. Assim que a abri, My me sacudiu pelos ombros durante uns 40 segundos, o suficiente para me deixar irritada.
-FILHA DA... – ia terminar a frase quando escutei a voz grogue da minha mãe se aproximando do topo da escada.
-Que que é isso? – ela amarrava o cinto do robe rapidamente, cruzando os braços em seguida. – Ah, olá, meninas. – minha mãe deu um sorriso e voltou a fechar a cara.
-É aniversário da Chelsea e elas vieram me chamar para ir lá. – expliquei, sem graça.
-Ok. Se quiser, leve um pedaço do bolo que fiz ontem, está ótimo e sei que ela adora. Só não esqueça de levar as chaves. – murmurei um “ok”. Ela bocejou e voltou para seu quarto, batendo a porta em seguida. Lancei um olhar mortal à My.
-Viu, já está acordada. Agora se troca e vamos. – Miley riu enquanto me empurrava na direção da escada.
-O Joseph vai estar lá. Não quero cruzar com ele. – murmurei com a voz arrastada.
-Haja como antes, ignore-o. – Sel me encorajou. Suspirei alto.
-O que vocês não pedem rindo que eu não faço chorando? – resmunguei e subi as escadas para trocar de roupa.
Chegando à casa dos Jonas, Sel ligou para James, que dormiu lá, e pediu para ele abrir a porta.
-Fala, Jimmy! – disse enquanto passava por ele. Assim que chegamos à sala de estar, avistei Joe a poucos metros de distância, saindo da cozinha. Droga, senti meu estômago revirar. Não ia deixar que ele me atingisse, não mais.
Olhei para o meu lado e vi que todas as meninas me encaravam, como se perguntassem que estava tudo bem. Lancei a elas um sorriso frouxo.
Como Selena disse para eu fazer, ignorei sua presença. Durante a pequena conversa que os dois tiveram com as outras meninas, me mantive em um mundo paralelo.
-Demi? – James estalou os dedos na minha frente.
-Oi. – falei balançando a cabeça ligeiramente, o que fez com que meu olhar, sem querer, encontrasse o de Joe. Desviei o olhar em uma expressão séria e encarei Jimmy.
-Você vai na frente com as meninas.
-Ok, capitão. – bati continência e ri, rumando para as escadas.

-Shiu! – falei para as três meninas atrás de mim, colocando o indicador na frente dos lábios. Abri a porta vagarosamente e corri para a cama, me jogando em cima de uma Chelsea adormecida.
-PARABÉEEEEENS PRA VOCÊ. – comecei a berrar a música de uma maneira estranha, já que as outras se jogavam em cima de mim.
-EU NÃO QUERO MORRER NO MEU ANIVERSÁRIO! – a voz dela estava abafada, já que eram 4 meninas que estavam a soterrando. Rolei para o lado com um certo esforço, já que a perna de Dani estava nas minhas costas. Direcionei meu olhar para a porta do quarto. Jonas e James estavam lá, olhando para nós com sorrisos divertidos no rosto. Fechei o meu na hora e virei o rosto. Levantei da cama e peguei o prato que Selena havia deixado em cima da mesa de cabeceira antes de pular.
-Adivinha o que é isso. – falei de um jeito afetado.
-Bolinho da sua mamãe? – ela perguntou de um jeito infantil, com direito a mãozinhas se batendo igual a uma foca e sorriso de criança. Ri e entreguei para ela.
-Dá licença, cambada. O namorado vai passar. – um James com uma boxer listrada e uma blusa cinza passou por mim e empurrou as outras meninas da cama. Todas repararam o fato dele estar somente de boxer.
-EU NÃO ACREDITO QUE EU SENTEI NESSA CAMA CHEIA DE... DE... “AMOR” DESSES DOIS. – Daniella gritou assim que assimilou o fato de que James estava só de cueca pela manhã e na casa da namorada, e que a mãe dela estava na casa do namorado. Escutei a gargalhada de Joseph, que foi o que me fez rir mais ainda.
-Idiotas. – Chelsea nos xingou enterrando a cabeça no peito de James.
-Me recuso a ver esse Pay Per View de sexo. – My fez uma cara de nojo e brincou, fingindo que ia sair do quarto.
-Faz elas pararem, amor? – Jonas fêmea perguntou com uma voz de bebê. Jonas – o próprio – riu.
-Agora é a hora do irmão, né? – ele passou por todas nós, que estávamos jogadas no chão, e se ajoelhou na cama, abraçando Chelsea de um jeito fraternal.
-Tudo de bom pra você. E juízo também! – ele riu.
-Juízo para você também. – Chelsea falou de um jeito sério, olhando fixamente pra mim. Revirei os olhos. Juízo ele tem que tomar antes de brincar comigo e antes de pegar as “fãs” dele.
Não sei se já comentei, mas o McFly estava ficando até que... famoso pelas redondezas. Com a apresentação no pub, eles ficaram mais conhecidos pelo pessoal do colégio que freqüentava o lugar, e sempre havia as “fãs”. Acho que o Joe já tinha um fã-clube.
Assim que os braços de Chelsea soltaram as costas dele, pude perceber como elas eram bem definidas, e, quando ele desceu da cama, olhei de um jeito malicioso para as “entradas” na barriga dele. Creio que não disfarcei muito bem, já que Dani beliscou meu braço. Esfreguei a região e agradeci a ela em um murmúrio. Sim, agradeci. Eu não podia ficar olhando para algo que eu não podia ter. Algo que eu não podia querer ter. Sem contar que de nada adiantava ter o corpo maravilhoso e ter a personalidade que tinha, logo, mais um motivo para eu não olhar.

-A gente podia sair pra beber! – James exclamou enquanto ficava em uma posição ereta no sofá. Estávamos na sala dos Jonas. Chelsea, James e Jonas estavam um dos sofás; eu, Dani e Kevin, no outro; Sel, My, Nicholas e Liam estavam sentados no chão.
-Só você pode comprar bebida legalmente aqui, Jimmy. – disse, não fazendo menção de levantar a cabeça, que estava jogada para trás.
-Ah... é verdade. – ele murmurou jogando a cabeça para trás.
-A não ser que... – falei de forma pensativa, levando a mão ao queixo.
-A não ser que o quê? – todos questionaram.
-O nosso Jimmyzinho querido podia comprar e trazer pra cá. – sorri parecendo uma criança.
-Ok, ok. – ele falou, contrariado. - Se é para melhorar o dia da minha fofinha, eu vou. – James sorriu e deu um selinho em Chelsea, que sorriu de forma boba.
-É, então vai lá antes que os amigos da sua fofinha entrem em coma por tédio. – me levantei e o puxei pela mão, empurrando-o em direção à porta depois.
-Só uma coisa, dinheiro. – ele se virou rapidamente e nos encarou. Todos nos entreolhamos.
-Ok, eu tenho 10 libras. – falei enquanto pegava o dinheiro no bolso da calça.
-5.
-10.
-9.
-15.
-5.
-6 e uns quebrados. – Dani jogou as moedas em cima do montinho de notas que estávamos fazendo no chão.
-10.
-2. – todos encaramos o Jonas. – QUE FOI? Eu posso comprar umas 20 balas com duas libras, tá? – ele argumentou. Ignoramos e esperamos Kevin falar.
-0. – foi a vez dele de ser encarado. – Desculpa, na próxima eu pago. É porque eu saí com muitas meninas nas férias, né... Daí paga sorvetinho aqui, sorvetinho ali, vai tudo pelos ares. – Judd justificou fazendo os meninos soltarem um “Tudo bem, então...”. Nós, meninas, reviramos os olhos ao mesmo tempo.
-Eu vou lá. Mas seria bom ter alguém para me ajudar a trazer as coisas, né?
-Vou contigo. Tô com tédio mesmo... – falei dando de ombros. Ele foi até a porta e a abriu, me deixando passar e a fechando atrás de si depois de passar por ela.
Uma grossa chuva começou assim que demos 6 passos da porta, então decidimos ir com o carro dele.
-Eu sabia que ia chover. – ele disse fazendo uma dancinha estranha enquanto entrávamos no carro.
-Fez aposta? – ri colocando o cinto de segurança.
-Não, mas eu gosto de chuva. – Bourne disse com um sorriso contagiante.
-Eu também. Mas quando eu estou no meu quarto. – fiz uma careta.
-Ah, deixa de frescura. Eu amo chuva. Um dia eu estava com a Chelsea no Hyde Park e começou a chover. Eu dizia à ela como era bom sentir a roupa ficar molhada. Ela dizia que eu era doido, que o máximo que isso ia trazer, era um resfriado. Então, eu joguei o guarda-chuva contra o vento forte que fazia. Você devia ter visto o rosto dela. – James gargalhou. – Bom, depois disso, ela começou a me estapear dizendo que eu tinha estragado a chapinha dela, que ela ia ficar horrível, e tudo o que eu fiz foi segurar os punhos dela e rir, até que ela desistisse. Assim que ela cansou de lutar, eu falei que nem se ela raspasse a cabeça ela iria ficar feia. Depois disso ela abriu um sorriso lindo que me fez tomar coragem para pedi-la em namoro. – emiti um som parecido com “awn” e ele riu, constrangido.
-Você gosta bastante dela, né?
-Amo. Você não tem idéia de como eu a amo. – Jimmy disse.
-Ela me contou o que vocês fizeram esses dias... – ele deu uma desviada, quase batendo o carro. Não pude evitar que uma risada saísse. – Eu só queria que você ficasse ciente de que se algum dia eu escutar alguma piadinha de mau gosto que tenha saído da sua boca, e que seja a respeito desse fato, sua vida virará um inferno. – dei um sorriso falso.
-O-ok. - gaguejou.
-Mas você é o Jimmy e não vai fazer isso, né? – indaguei, sorrindo feito uma maníaca.
-Claro que não vou fazer. - James desviou o olhar da rua e me encarou, com uma expressão de medo. - Você veio comigo só pra me amedrontar ou é impressão?
-Também... – dei de ombros. – Chegamos. – cantarolei assim que avistei o paraíso do álcool do outro lado da rua.

-Onde está a Absolut de baunilha? – murmurei pra mim mesma, cansada de passar os olhos por aquelas prateleiras. Meus olhos pararam na garrafa de cor verde-fluorescente, e brilharam. –Jiiiimy. – cantei. Ele apareceu com uma cesta com três engradados de Corona e uns sucos em pó.
-Que foi? – James chegou perto de mim.
-Olha pra isso. Lindo, não é? – comentei com um sorriso abobado.
-Não, Demetria, a gente não tem dinheiro pra comprar absinto. Realiza, menina! – ele exclamou. Soltei um suspiro de frustração.
-Você acaba com os meus sonhos, sabia? – resmunguei voltando a procurar a tal Absolut de baunilha que o Nicholas tanto falava. –Achei! – gritei. James, por pouco, não deixou o engradado cair. Peguei a garrafa e fiz uma dancinha da vitória.
-Acho melhor a gente levar uma sem sabor também. - concordei com a cabeça e peguei uma Absolut “neutra”. -Ah! Os caras ‘tavam me falando da Bohemia Royal Ale. Vou levar uma garrafa pra experimentar.
-A gente não tem dinheiro pra isso. – afirmei olhando para a cesta e para minhas mãos.
-Eu tenho cartão de crédito. Viva aos pais liberais!
-Ok, riquinho. – brinquei.

À medida que nos aproximávamos da casa dos Jonas, o barulho ia ficando cada vez mais intenso. Abrimos a porta e nos deparamos com 8 jovens entrelaçados. Muitas discussões rolavam ao mesmo tempo, mas a que me chamou mais atenção, foi a de Daniella e Paul Kevin.
-TIRA A BUNDA DA MINHA CARA! – Dani gritava para Kevin.
-NÃO DÁ. NÃO TÁ VENDO, SUA CEGA? – ele retrucou.
-ESTARIA, SE A SUA BUNDA GORDA NÃO ESTIVESSE TAPANDO MINHA VISÃO. - comecei a rir ao ver a cara de indignado que Kevin fez.
Permanecemos alguns segundos na porta olhando aquelas 8 pessoas se enrolarem mais ainda no Twister. Até que Paul Kevin falou:
-Cansei da brincadeira. – ele pegou uma das sacolas da minha mão e foi para cozinha. Ao que as pessoas notaram a minha presença e a de James, eles se desgrudaram e nos seguiram até a cozinha.
-Vocês compraram a Absolut de baunilha, né? – os olhos de Nicholas brilhavam.
-Compramos a sua bendita vodka, Nicholas. – James revirou os olhos e entregou a garrafa ao Poyntner, que a agarrou e começou a beijá-la.
-Foi trocada, Sel. – brinquei enquanto tirava uma das Coronas do engradado e a abria. Já falei que eu estava ganhando experiência em abrir garrafas de cerveja?

-Ok, garotada. O que faremos? – Liam perguntou depois que havíamos consumido todas as cervejas, – devo comentar que o James viciou na tal cerveja que os meninos tinham falado pra ele. - metade da garrafa de Absolut “neutra” e todos os saquinhos de suco em pó – os dois últimos para fazer drinks.
-Eu voto por voltar a jogar Twister. – Jonas opinou.
-Dois votos. – disse rapidamente. Joseph me encarou e eu desviei meu olhar.
-Três.
-Quatro.
-Cin...
-Ok, Twister então. - Hemsworth interrompeu Chelsea. – Mas quem cair vai ter que tomar uma dose bem servida!
Colocamos “Just Dance” para tocar enquanto decidíamos quem seriam os primeiros a jogar, já que éramos 10. O primeiro grupo ficou: Daniella, Liam, My, James e Chelsea. O segundo ficou: eu, Selena, Nicholas, Kevin e... Jonas.
Nos divertimos vendo-os jogar. My e Dani foram as primeiras a caírem. Liam não durou muito também. Chelsea e James ficaram mais um tempo lá, mas Chelsea logo desistiu, o que fez James fazer a dancinha do Carlton. [n/a: um maluco no pedaço *-*]

-Demi, mão esquerda no amarelo. - Estendi minha mão até tocar a bendita bolinha amarela. Que lindo, eu estava praticamente na posição do caranguejo.
-Jonas, pé direito no azul. – James anunciou.
-O-oh. – escutei Kevin rir. E num piscar de olhos adivinha quem estava quase em cima de mim? É, e eu ainda me espanto com o meu anjo da guarda...
Sentia a respiração de Jonas bater suavemente em meu rosto. Mirei seus olhos por um instante só para lembrar de como era a sensação de tê-los tão perto, mas logo os desviei, assim como ele. Mordi meu lábio inferior e tratei de olhar só para a porta antes que eu fizesse alguma besteira.
-Demi, pé esquerdo no azul. – movi meu pé para bolinha em cima da que estava ocupada pelo pé de Joe. Meus braços tremiam e eu sentia que podia cair a qualquer momento. Talvez fosse efeito do álcool. Se bem que eu não havia bebido tanto. Por que eu nunca mais fui à academia? Boa pergunta.
-Jonas, mão direita no vermelho. – MARAVILHOSO! AGORA A CABEÇA DELE TAVA APOIADA NA MINHA BARRIGA. Enquanto as outras 3 pessoas se entrelaçavam mais, eu fechei meus olhos, tentando controlar os arrepios que subiam constantemente, já que a minha blusa havia subido e eu sentia a respiração quente dele próximo à minha cintura.
-Lovato, pé direito no amarelo. – movi meu pé para uma bolinha amarela e suspirei, aliviada por não ter mais o rosto de Joe tão próximo a mim.
-Joe, pé direito no amarelo. – novamente, ele estava MUITO próximo a mim. Fechei meus olhos, pensando em montanhas.
-Demetria, mão direita no vermelho. – ok, eu iria conseguir. Fiz o movimento e tornei a fechar os olhos.
Abri meus olhos ao constatar que eu estava no chão. Foi tão rápido que eu nem havia sentido.
Joe estava em cima de mim, mais precisamente com as pernas entrelaçadas nas minhas e com a cabeça em cima do meu tórax, para não dizer seios. Escutava risadas altas.
Assim que recobrei a consciência, o fitei por alguns segundos e depois pigarreei.
-Será que dá pra você sair de cima de mim, Jonas? - perguntei, mal humorada. - Ou ‘tá gostando da posição? – arqueei minha sobrancelha com um sorriso convencido.
-Hã? – ele levantou a cabeça para me olhar. Joseph desviou o olhar do meu rosto para meu “tórax” e balançou a cabeça enquanto eu permanecia com a mesma expressão. –Erm, maus. – ele murmurou levantando.
-Tanto faz. – dei de ombros e me levantei. Fui até Chelsea, que estava como a juíza.
-Grossa. – escutei Joe resmungar ao passar por mim, indo em direção ao sofá.
-Você merece, meu bem. - retruquei e dei um sorriso falso. – Mas, hein, Chelsea... Eu volto pra minha posição, né?
-Não, você caiu, Demi. – ela respondeu.
-Mas foi seu irmão que me derrubou! – protestei.
-Regras são regras. – James falou com uma voz ligeiramente alterada.
-Bêbados. – revirei os olhos. – E obrigada, Jonas. – dei mais um sorriso falso e fui para a cozinha.
-Por nada! – ele berrou da sala.
-Idiota. – resmunguei para mim mesma enquanto cortava um pedaço de limão para colocar na boca de uma garrafa de Corona que estava perdida dentro de uma das sacolas. Fico tão feliz quando acho as coisas por acaso.
Voltei à sala com a garrafa em mãos e me sentei ao lado de Joe, no sofá. Eu estava ficando entediada com aquele jogo. Só é divertido quando você tá jogando, fato. Fui até a lareira, onde estava caixa de som a qual o iPod estava plugado, e parei a música. Todos protestaram.
-Sabe o que a gente devia fazer? – perguntei de forma arrastada.
-O quê? – os outros falaram em coro.
-Sair por aí, como a gente sempre faz.
-A GENTE PODIA IR AO SOHO! – Joseph deu a idéia. Kevin saiu do tapete do twister, foi até Joe e fez um Hi-five.
-De jeito nenhum! Da última vez que eu fui, eu passei em frente a uma boate gay e quase fui assediada! – My gritou, inconformada. – Por uma MULHER! – ela deu ênfase na última palavra.
-A gente não vai a nenhuma boate, amor. – Liam a confortou. – Podemos ficar na Golden Square. – Hemsworth opinou.
-Por mim, Golden Square ‘tá ótimo. – sorri amigavelmente. Os outros sorriram de igual forma. Nos trocamos e fomos ao metrô. Seria uma longa, porém divertida, noite.

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sábado, 14 de julho de 2012

Capítulo 26

 Perhaps the right time to say goodbye.

Um forte cheiro de álcool e nicotina estava impregnado em minhas roupas. Torci o nariz ao cheirar um pedaço minha blusa e a soltei, voltando à conversa nada-produtiva entre Nick, Came e Timmy.
-Loiras são sempre mais gostosas, cara. Isso é um fato. – Nick falou de uma forma pervertida. Anne deu um tapa na perna dele e fez uma cara feia. –Você é loira, nem vem me censurar! – Ann revirou os olhos e saiu da cozinha.
-Fez merda, Nick. – Cameron e Tim riam dele.
-Ô, ANNE! – Nicolas saiu da sua cadeira e tomou o mesmo rumo dela.
-Homens. – eu e Martha sussurramos ao mesmo tempo, rindo depois. Passei a encarar a caneca de café à minha frente, mexendo seu líquido com uma brilhante colher de prata. Apoiei minha cabeça na mão que estava livre e soltei um longo suspiro.
-Eu vou ao banheiro. – Martha falou rapidamente, levando as mãos à boca e saindo correndo.
-Uhum. – murmuramos ao mesmo tempo. Eu detestava aquele silêncio sepulcral, mas não havia nada que eu quisesse falar. Aquelas pessoas faziam eu me sentir bem, não queria deixá-las.
-Então... Quando você vem nos visitar novamente? - Tim tentou puxar assunto. Larguei a caneca e subi meu olhar.
-O mais cedo possível. Eu vou sentir saudades daqui, sério. – sorri sincera. - Mas vocês podiam me fazer uma visitinha também. – pisquei, ainda sorrindo.
-Me dê seu endereço que apareceremos lá assim que der. – Came disse.
-Claro, porque vocês são lotados de festas. – brinquei.
-Isso aí, gatinha. – nós três rimos.
-Eu quase não tenho festas por lá. Vou chamar vocês para abalarem por lá, viu? – eu ri.
-Tem espaço na mala? – Martha, que havia voltado do banheiro, perguntou.
-Eu deixo todas as minhas roupas aqui e vocês vão. Fechado? – propus.
-Fechado! – os 3 falaram em uníssono. Levantei e deixei minha caneca na pia. Fui até a sala e me joguei em cima de Anne e Nick no sofá.
-Ei! – os dois protestaram, rindo.
-É meu último dia, eu posso. Ok? – argumentei.
-Você é muito folgada, prima. – Nicolas resmungou, dando um tapa na minha cabeça, que estava em seu colo.
-Outch! – protestei, saindo de cima deles e levando minha mão esquerda à cabeça. Sentei-me no gigante tapete persa que ficava perto da televisão e comecei a assistir o que o casal estava vendo. Pouco tempo depois, olhei para o relógio. Era 13:30. Fiz uma careta. Que horas minha mãe disse que viria me buscar, mesmo? AH, três horas! Ainda tinha um tempo para curtir meus amigos de verão, certo?

-Demi, volte logo! – Anne me abraçou. Sorri e concordei com a cabeça. Ela não era a última pessoa de quem eu me despediria naquela tarde. Virei as costas para a casa de Cameron e rumei a de meu pai, sentindo que eu poderia chorar a qualquer instante. Tratei de respirar fundo. Sem dúvida, estava sendo mais... emocionante do que eu pensava que seria. Não só pelo fato de deixar tanta história para trás, mas por eu ter que voltar à dura realidade.
-Filha, por onde esteve? – meu pai perguntou assim que me arrastei pela porta.
-Desculpa, pai. Fui à casa de Cameron ontem e acabei adormecendo por lá. Curtindo a última noite aqui, sabe? – respondi e dei um sorriso triste.
-Tudo bem. Está sendo chato sair daqui, não é? – ele perguntou vindo até mim com uma expressão paternal. Concordei com a cabeça e pressionei meus lábios um contra o outro, a fim de não chorar. Escondi minha cabeça em seu peito e respirei fundo. -Sempre que você quiser, você pode voltar. Você sabe disso, certo? – assenti sem nada falar.
-Acho que eu tenho que arrumar minha mala. – disse e saí do abraço, indo para meu quarto.

Deparei-me com o mesmo vestido que usei na festa em Paris enquanto arrumava a mala. Fiquei com ele em mãos durante o tempo em que pensava em tudo o que havia passado até o momento. Flashes passavam por minha cabeça.

“-Dança comigo, Lovato? – Joe perguntou. Levei um susto, olhando para ele, que estava em pé, estendendo uma mão para mim.”

“-Sabe, quando você me pediu um motivo naquela hora, todas as palavras fugiram da minha cabeça. E admito que ainda não voltaram. Então só há uma maneira de eu te dizer o motivo.”

“-Boa noite, Demi. – ele se aproximou de mim e me deu um selinho, sorrindo timidamente.”

-BABACA! – exclamei afastando esses pensamentos indevidos. Voltei a arrumar minha mala e tentei não pensar em nada ligado a meninos – em geral.

-Filha! – minha mãe me deu um abraço “quebra-costelas”. Sorri abertamente, devolvendo o abraço. -Ahn... Olá, Marcus. – mamãe disse, desconsertada, para papai, que estava arrastando minha mala até o carro.
-Olá. – então um silêncio desagradável se formou. Pigarreei e fui até meu pai. O abracei fortemente.
-Obrigada por tudo, pai! – falei com a cabeça encostada em meus braços.
-Eu que agradeço, filhota. Quando quiser, é só ligar. – ele me deu um beijo na testa e sorriu. Virei-me na direção do carro e entrei nele com um sorriso triste. Coloquei o cinto de segurança e peguei meu iPod de dentro do bolso do casaco. Liguei-o e deixei na playlist criada por Anne.
O carro começou a se movimentar e, à medida que íamos saindo do condomínio, eu vi a casa de Cameron, a quadra e o bar. Nunca me esqueceria das nossas noites na casa de Came, nem das festinhas, nem deles, principalmente, Timmy. Deixei um suspiro desanimado escapar. Minha mãe tirou os olhos da rua e me olhou.
-Foi tão bom assim? – eu concordei com a cabeça, dando um sorriso triste. Apoiei minha cabeça na janela e senti as gotas da chuva que caía acertarem o vidro, fazendo um barulho engraçado.
Antes de sairmos pelo portão do condomínio, pude ver Timmy, Cameron, Anne, Nick e Martha acenando. Um sorriso se abriu e eu continuei os olhando até que eles saíram do meu campo de visão. Então, voltei a colar minha cabeça no vidro e a me perder em pensamentos escutando Fall Out Boy, conseqüentemente, lembrando de Anne.
Sem sombra de dúvida, eu sentiria falta daquele pessoal.

Abri a porta de casa e escutei risadas vindo de um dos cômodos. Joguei minha mala em um canto da sala e fui até meu quarto. Notei que o som havia ficado mais alto. Adentrei o quarto e abri um enorme sorriso assim que vi Chelsea, Dani, My e Sel lá.
-AMORES! – berrei, me jogando em cima delas na cama.
-SAI DE CIMA! – todas, principalmente Dani, berraram, me empurrando. Caí em cima do meu tapete felpudo, com os braços em cima da minha barriga, que doía de tanto que eu ria.
Assim que a crise de risos cessou, me sentei e limpei as pequenas lágrimas que rolavam.
-Um segundo, Demi, escuta só! – então todas elas começaram a cantar uma parte da música que tocava e a fazer uma coreografia com os braços.

”Fuck you
(“Foda-se)
Fuck you very, very much
(Foda-se muito, muito mesmo)
Cause we hate what you do
(Porque nós odiamos o que você faz)
and we hate your whole crew
(E odiamos toda a sua corja)
So please don't stay in touch
(Então, por favor, nem mantenha contato)

Fuck you
(Foda-se)
Fuck you very, very much
(Foda-se muito, muito mesmo)
Cause your words don't translate
(Porque suas palavras não condizem)
and it's getting quite late
(E está ficando muito tarde)
So please don't stay in touch.”
(Então, por favor, nem mantenha contato.”)

-O que foi isso? – perguntei em meio a risadas.
-A gente criou enquanto sua mãe não voltava. A propósito, antes que você pense que nós fizemos uma cópia da sua chave, foi sua mãe quem chamou a gente. – Chelsea se explicou.
-É, eu já sabia que tinha coisa da minha mãe no meio. – eu afirmei.

-Ok, ok. Além do CD novo da Lilly Allen, o que mais aconteceu que eu perdi? – perguntei antes de colocar uma colher de sorvete na boca. Estávamos esparramadas na cama king size da minha mãe.
-Bom, eu briguei com o Nicholas, mas nós já nos resolvemos. – Sel comentou, dando um sorriso infantil depois.
-Como sempre. – eu, Chelsea, My e Dani acrescentamos, rolando os olhos e rindo em seguida.
-Não é assim, geeente. – Selena riu.
-É SIM! Olha como é. Eu sou você. – imitei um telefone com as mãos. – Tá bom, Nicholas, se você quer que seja assim, assim será! – fingi que desliguei o telefone. – Ain, eu fui tão grossa com o meu bebê! – “disquei” os números no “telefone”. – DESCULPA, BEBÊ, EU TE AMO! – falei com uma voz chorosa. Nesse ponto todas, inclusive Selena, ríamos.
-É ASSIM MESMO! – todas as outras, menos Sel, falaram.
-Ah, gente... é o meu bebê, fazer o quê... – ela comentou com um sorriso bobo. – E NÃO ME TAQUEM SORVETE, PELO AMOR DE JESUS! – Selena gritou depois de dois segundos.
-Ah... – resmungamos.
-Gente...- Chelsea começou. Todas murmuramos um “que foi?”. – Eu tenho uma coisa pra contar. – ela falava de um jeito arrastado. Chelsea nunca foi assim, estava estranhando.
-FALA, LOGO, MULHER! – exclamamos. Ela riu e falou rapidamente:
-EueoJameslevamosparaopróximonível. – depois disso, ela enfiou uma colherada gigante de sorvete na boca. Embora Chelsea tenha proferido as palavras em tempo record, – juro, ela podia ir para o Guiness. – eu entendi a frase. Fiquei estática por alguns segundos, assim como as outras.
-Conta isso direito. – My pediu.
-Bom, ele me chamou para ir a casa dele para ficar conversando, como a gente sempre faz. Então a gente foi pro quarto dele e ficou na cama, falando de tudo. Só que aí começou a rolar um amasso e aí ficou quente, e ah... vocês já sabem no que deu! – ela corou bruscamente e colocou uma almofada na frente do rosto.
-QUE LINDA, NOSSA JONAS FÊMEA JÁ É MULHER! – Dani berrou, fazendo todas rirmos.
-SHIIIU! – Chelsea tirou a almofada do rosto, revelando sua face vermelha feito pimentão.
-Gente... – foi minha vez de falar de um jeito arrastado.
-IIIIIIIIIIIH, TÁ TODO MUNDO DANDO! – My exclamou.
-SAI DE MIM, MULHER! – gritei.
-Opa, então eu tô dentro de você? – Miley falou de um jeito sedutor, prendendo a risada.
-Só se for no coração, meu bem. – eu ri.
-Como você ia dizendo, Demetria... – Daniella disse.
-Eu queria saber só o que rolou na festa. Pelo ponto de vista de vocês...
-Ah, eu ia falar disso depois... – Chelsea comentou.
– Bom, quando você saiu da rodinha por causa do Timmy e foi para sabe-se-lá-onde, o Jonas sumiu também, mas voltou alguns minutos depois. Todos tentamos te encontrar.
-Menos o Jonas, claro. – interrompi para fazer um breve comentário.
-Depois de um tempo chegamos à conclusão de que era melhor te deixar sozinha. – murmurei um “uhum”. – O Timmy ficou com aquela menina lá pelo resto da noite; os casais de sempre ficaram juntos e quem não tinha par, arranjou um por lá. A Dani ficou com um tal de Aaron. – eu ri, pensando no Aaron que eu havia conhecido. – E o Kevin ficou com uma menina que tava muito bêbada, quase caindo. – Daniella soltou uma gargalhada maléfica depois que Sel falou.
– AAAAAH! E um milagre ocorreu! Meu irmão ficou sozinho na festa! – Jonas fêmea levantou os braços para o alto. Gargalhamos, concordando. Era verdade, Joe NUNCA ficava sozinho nas festas.
-Eu tenho uma coisa para falar sobre ele nessa festa... – mordi meu lábio inferior.
-O quê? Que ele tava gato? Isso eu tinha reparado. – Sel abanou o ar com as mãos.
-Verdade, a fantasia caiu bem nele. – Dani comentou.
-GENTE, DEIXA A DEMI CONTAR! – My protestou. Elas murmuraram um “ok” e eu comecei a falar.
-Foi assim... Eu fui para uma área que tinha umas espreguiçadeiras e sentei numa delas. Então o Joseph veio e falou algo como “cadê o namoradinho?”, o que me deixou mais puta ainda. Eu levantei e tentei sair, só que ele me puxou pelo pulso, eu retruquei com alguma coisa e dei as costas pra ele. Daí o Joe veio e pediu ao pé do meu ouvido para eu deixá-lo explicar o que tinha acontecido em Paris. Ele falou que estava muito apaixonado pela Ashley e que a queria muito, perguntou se eu já havia me sentido assim alguma vez na vida e, bem, no final da história, eu acabei discutindo com ele novamente. – terminei de contar e dei uma colherada no sorvete.
-Que ba-ba-do. – My falou de uma forma lenta, me fazendo soltar uma risada fraca.
-Meu irmão é tão babaca. Nem parece sangue do meu sangue. – Chelsea afirmou com uma voz de desprezo. - Mas ele é estranho também. Quando a gente chegou em casa da festa, ele tava tão bêbado que ficou se xingando de todos os nomes possíveis. Só não falei isso pra vocês porque achei desnecessário... – ela terminou de falar com uma expressão pensativa.
-Que ele é um babaca, eu já sabia. – comentei com um sorriso, fazendo todas rirem.
-EI, É MEU IRMÃO AINDA, TÁ? – Chelsea protestou. Bati nela com um travesseiro, fazendo a virar em cima do pote de sorvete. Ela deixou o pote no chão e revidou, me acertando em cheio. Por pouco não fui para o chão.
Começamos a rir e a fazer uma guerra de travesseiros. E no meio de tantas risadas, eu esqueci meus problemas e meus anseios.

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terça-feira, 10 de julho de 2012

Divulgação e recadinho IMPORTANTE !! ;)

Desculpa a demora!!
XD
Meninas venho atraves desse poste fazer uma divigação para umas das minha leitoras fofoleste!!

Sigam...
;)
http://jemi-fic.blogspot.com.br

BOM, meninas estou de ferias ENTÃO....
Isso quer dizer que posso passar 24 horas por dia kai na net...
kkkkkkkk
Ta exagerei....
Mas o que eu queri dizer é que estou com tempo de sobra pra posta e só depende de vocês.
Quanto mai rapido comentarem mais rapido eu posto!! ;)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Capítulo 25

 I’m having the day from hell.

Acordei com uma incrível dor de cabeça causada pelo choro. Antes eu estivesse de ressaca. Por que eu não bebi ontem? Eu deveria ter bebido. Eu teria ficado alegre, embora só estivessem ocorrendo tragédias. Como eu era fracassada!
Levantei e entrei no banheiro, me despindo e indo tomar um banho. Sentei-me no chão do Box e me encolhi, juntando meus braços ao redor dos meus joelhos. Permaneci por bons minutos nessa posição. Eu não queria sair dali e enfrentar a conseqüência das besteiras que eu havia feito.
Ok, eu não era inteiramente culpada. Timmy devia ter agido como um adulto e ter falado comigo ao invés de, simplesmente, beijar outra em frente à multidão.
Encostei-me à parede, sentindo a água bater em meu tórax. Respirei fundo.
Joseph não deveria ter vindo. Na verdade, EU não deveria ter vindo.
Levantei-me e comecei a, verdadeiramente, tomar banho.

Assim que terminei de tomar o café da manhã, procurei por meu celular, a fim de ligar para Anne. Quando o achei dentro do emaranhado de roupas, vi que havia 6 mensagens recebidas e 50 ligações perdidas. Comecei pelas mensagens:

“Demi, onde você está? x Chelsea”

“Estamos preocupados, venha pra cá! x Sel”

“CADÊ VOCÊ, PIRANHA? xx My”

“Lovato, se apresente! - Judd”

“Pequena, o que houve? O Joe ‘tá estranho, e você, sumida. x Nicholas”

“Amanhã você vai me esclarecer tudo. x Ann”

Voltei à mensagem de Nicholas. “O Joe ‘tá estranho”. Parei nessa frase e a reli várias vezes. Franzi a testa. Estranho? BABACA!
Bufei e procurei pela lista de chamadas perdidas. 15 do celular da Chelsea, 15 da Anne, 5 da Daniella, 5 da My, 3 do Nicholas, 4 do Liam, 2 do Judd e 1 de um número desconhecido. Arqueei a sobrancelha. Timmy não poderia ser... Disquei o número, a fim de descobrir de quem seria o celular.
-Alô? – era James.
-James? - indaguei com cautela.
-Demetria! - ele exclamou.
-Você me ligou ontem, certo?
-Não. Meu celular ficou com o Joe, porque a calça dele tinha bolso e a minha, não... – prendi a respiração.
-Puta-que-pariu. – murmurei pausadamente e em um tom baixo para mim mesma.
-Demi? – James me chamou. Respirei e voltei a falar com ele.
-Eu! Bom, eu vou desligar, meu pai ‘tá me chamando. Beijos. – desliguei o celular sem esperar sua resposta.
Certo, o que Joseph Jonas faria ligando para meu celular?
Lista de hipóteses:
1ª - Ele não sabia o que tava acontecendo e pediram pra ele discar meu número.
2ª - Chelsea pegou o celular dele porque o dela estava sem bateria e/ou crédito.
3ª - Ele queria me lembrar de que eu era uma otária.
4ª - Ele se preocupou com meu sumiço, porque sem mim, ele não teria com quem ficar brincando.
5ª - Ele realmente se preocupou com meu sumiço.

A primeira não tinha muito fundamento, já que ele viu quando eu saí do recinto. A segunda era totalmente improvável, já que ela tem uma conta de milhões de minutos. A terceira era provável. A quarta também. A quinta era menos provável, mas milagres acontecem... Não que eu queira esse “milagre”. Eu não quero. Não mesmo. Quer dizer...
-Demi? – Anne bateu à minha porta, interrompendo meus pensamentos.
-Ann! Ia te ligar agora. – apontei para meu celular, que estava nas minhas mãos. Ela se sentou à minha frente.
-Pra onde você foi ontem? Com quem? Por quê? O que aconteceu?– Ann começou a me bombardear com perguntas.
-Eu vim pra casa. Sozinha. Porque o Joe “me aconteceu”. – respondi simplesmente.
-O QUE ESSE MERDA FEZ? – ela se exaltou. Coloquei meu indicador próximo aos lábios, pedindo para ela fazer silêncio. Assim que Anne murmurou um “ok”, eu comecei a falar.
-Bom, depois do que o Timmy fez...
-Eu achei ridículo ele ter feito isso! Fiquei puta com ele! – Ann me interrompeu. A encarei séria. Ela se calou.
-Então, eu fui pra um canto mais distante e o Joe veio atrás de mim. Eu tentei fugir, mas ele pediu pra esclarecer. – estremeci ao lembrar. – Então ele começou a falar que amava a Ashley demais e que faria de tudo por ela, e ainda perguntou se eu nunca havia sentido isso por ninguém. Eu respondi que sim, mas que me arrependia profundamente. Bom, aí ele entrou no “nosso” assunto. – fiz as aspas com as mãos. – E nós começamos a discutir. Nisso, eu fiquei puta e resolvi ir pra casa, pra não estragar a festa de ninguém.
-Ele gosta de brincar com você. – ela afirmou. Concordei com a cabeça e suspirei.
-E o pior é que o filho da puta consegue! – exclamei, bufando de raiva.
-E se...– Anne pareceu pensativa. – Nada, esqueça.
-Desembucha. E se...?
-E se vocês estiverem destinados a ficarem juntos? – eu soltei uma gargalhada irônica.
-Você passou na casa do Came, tomou umas, e veio pra cá? – Anne fez uma expressão séria.
-Tô falando sério! Vocês já passaram por tantas coisas, que, sei lá, de repente, você é o Carma dele, e ele, o seu. – novamente, ri.
-‘Tá... Mas se fosse para nós ficarmos juntos, eu já teria, há muito tempo, ficado pra valer com ele.
-Não, não.
-Claro que sim!
-Demetria, pára e pensa. Por que será que você não consegue esquecê-lo? Por que será que ele implica tanto com você?
-Simples. Para as duas perguntas, eu tenho uma resposta: porque eu sou otária.
-Você se engana e se ofende por nada. – ela revirou os olhos.
-Ok. Eu não o esqueço porque, por mais que eu não queira, ele SEMPRE aparece nos meus pensamentos. Eu não devia me preocupar, nem me importar com ele, mas eu me importo e me preocupo. E por que ele implica comigo? Porque eu fiz uma grande merda há uns anos. – encostei-me à parede e relaxei minhas mãos ao lado do meu corpo.
-‘Tá vendo... – Ann falou com um sorriso vitorioso.
-Certo. Mudando de assunto...- comecei a perguntar da festa, a fim de tirá-lo do meu pensamento.

Anne havia acabado de sair do meu quarto. Já eram 9 horas da noite. Resolvi ligar para minha mãe, já que, no dia seguinte, ela iria me buscar.
-Mãe?
-Oi, filha. Como você ‘tá?
-Tô bem. Mãe, amanhã você vai vir me buscar, né?
-Claro. Quando for três da tarde, eu passo aí. – murmurei um “ok”. – Algo aconteceu ontem? Foi um dos únicos dias que você não me ligou... Cheguei a estranhar.
-Não... nada demais. – Suspirei. – Mãe, meu pai acabou de chegar do trabalho, vou falar com ele. Até amanhã. Te amo.
-Ok. Te amo também, filha. Boa noite. – desliguei o telefone e liguei o som, já que eu não sabia que música escutar.

“Let's rearrange
(“Vamos reorganizar)
I wish you were a stranger I could disengage
(Eu queria que você fosse um estranho em quem eu pudesse me desprender)
Just say that we agree and then never change
(Apenas diga que concordamos e então nunca mudamos)
Soften a bit until we all just get along...”
(Suavizados um pouco até nós todos nos darmos bem...”)

Bati no botão de desligar. Sim, bati. Eu não estava a fim de ter nenhum tipo de trilha sonora hoje.
Liguei a tv, notando que estava passando "One Three Hill". Senti minhas pálpebras pesarem e fechei os olhos, só conseguindo escutar as pessoas e a música que tocava ao fundo.

“Wasn’t I supposed to be someone
(“Não era para eu ser alguém)
Who face the things that I’ve been running from?
(Que encara as coisas que eu estive fugindo?)

Let me feel
(Deixe-me sentir)
I don’t care if I break down
(Eu não ligo se eu partir no meio)
Let me fall
(Deixe-me cair)
Even if I hit the ground
(Mesmo que eu atinja o chão)
And if I cry a little, die a little
(E que eu chore um pouco, morra um pouco)
At least I know I lived
(Pelo menos eu saberei que eu vivi)
Just a little".
(Só um pouco.”)

-ALGUÉM AÍ EM CIMA  TA DE PUTARIA COMIGO, SÓ PODE! – berrei para o teto, como uma forma ridícula de aliviar a raiva.
Desliguei a tv rapidamente, xingando mentalmente.
-Filha, você ‘tá bem? – meu pai colocou a cabeça para dentro do quarto, com uma expressão preocupada.
-‘Tô, pai. – dei um sorriso amarelo. – Foi só um pesadelo. – como o resto da minha vida amorosa, se você me permite acrescentar. Assim que ele saiu, voltei a falar sozinha.
-Eu posso ser uma filha da puta e não ir falar com ele, já que ele também foi um, o que tornaria tudo muito mais fácil no final das contas. E eu posso ser eu mesma e ir falar com ele, o que dificultaria minha ida. – me prendi naqueles pensamentos durante uns bons minutos, até que resolvi me levantar e me trocar. Eu precisava falar com ele e não iria me impedir de fazer isso.

Avisei ao meu pai que daria uma volta. Corri até a casa de Timmy. Bati na porta, impaciente. O pai dele abriu com uma expressão nada boa. CADÊ O BURACO PARA EU ME ENFIAR?
-Oi. Erm... O Timmy ‘tá aí? – mordi meu lábio inferior.
-Não, ele foi pro Deck. – murmurei um “ok” e agradeci, indo para o Deck.

Avistei as costas de Tim e respirei fundo. Aproximei-me lentamente, pensando no que falaria, mas ele foi mais rápido.
-Nós precisamos conversar. – Timmy afirmou assim que me viu.
-É. – concordei, encarando-o.
-Eu... – Nós dois falamos ao mesmo tempo. Soltei uma risada frouxa. – Você primeiro. – falei.
-Eu não... entendo por que você ficou tanto tempo pra descobrir isso. Digo, que você não queria ficar mais comigo. – ele colocou as mãos nos bolsos dianteiros da calça.
-Eu não sabia que eu não ia conseguir te corresponder da mesma forma.
-E deixou o otário aqui na merda porque você não conseguiu esquecer o Joseph. – ele murmurou com um certo tom de sarcasmo.
-Se eu soubesse que isso iria, eu não teria, sequer, chegado perto de você. Mas não me trate como a única errada. Você devia ter conversado comigo antes de ter agarrado aquela perua lá.
-DEVIA TER CONVERSADO COM VOCÊ? MAS VOCÊ NÃO “CONVERSOU COMIGO” QUANDO DESCOBRIU QUE, DE FATO, ESTAVA SÓ ME USANDO PARA TENTAR ESQUECER AQUELE IDIOTA! – Timmy se exaltou, tirando as mãos dos bolsos e as cruzando em fronte ao peito.
-EU NÃO SABIA COMO FALAR, PORRA! – exclamei, respirando fundo depois.
-FALASSE QUALQUER COISA. PODIA ATÉ VIRAR PRA MIM E FALAR “ESTÁ ACABADO”. – ele falava em um volume alto. - SÓ QUE, NÃAAAAAAAO... VOCÊ TINHA QUE ME TRATAR COMO UM BRINQUEDINHO. EU FIZ DECLARAÇÕES PRA VOCÊ. - então ele começou a rir e passou as mãos pelo rosto. – DEUS, COMO EU SOU UM BABACA. MAS ISSO NÃO É NOVIDADE PRA VOCÊ, É? – meus olhos encheram d’água assim que vi sua expressão. – EU ESPERAVA MAIS DE VOCÊ, DEMETRIA
-E eu, de você. Você tem que crescer, Tim. – falei rispidamente com uma expressão de nojo e dei as costas para ele, balançando a cabeça lentamente para os lados.

Assim que cheguei em casa, sentei-me na cama e deixei as lágrimas escorrerem. Eu não me sentia mal, eu me sentia culpada. Eu não gostava de ser a vilã da história, assim como não gostava de ser a vítima.
Eu só queria desaparecer naquela hora.

“If I were a boy
(“Se eu fosse um garoto)
I think I could understand
(Eu acho que eu poderia entender)
How it feels to love a girl.”
(Como é amar uma garota.”)

Escutei meu celular tocar e vi o alerta de mensagem nova.

“Desce, por favor. Preciso falar com você. – Tim”.

Soltei uma risada irônica e revirei os olhos. Fechei o slide com força e joguei o celular em cima da cama, descendo as escadas rapidamente.
Abri a porta rapidamente, me deparando com um Timmy cabisbaixo.
-Fala. – disse friamente.
-Eu fui um idiota, eu sei. Mas tudo isso me irritou. E saber que você vai embora amanhã, piora tudo. – ele suspirou e continuou. - Eu gosto de você. Muito. Mas não é assim que as coisas estão predestinadas a ser, creio eu. E, eu queria me desculpar por ter sido um babaca. Só isso. – como um impulso, o abracei fortemente. Ele devolveu o abraço. Não consegui controlar um soluço, logo, ele percebeu que eu chorava.
Ele me afastou e, assim, pôde mirar meu rosto. Encarei seus olhos verdes, que agora estavam cheios d’água.
-Eu queria ter me apaixonado por você. – murmurei. Ele sorriu de forma torta.
-As coisas não são sempre como a gente quer, gatinha. – voltamos a nos abraçar e Timmy colou seus lábios a minha testa. –Desde que você goste de mim como um amigo, eu estou feliz. – saí do abraço e dei um sorriso triste.
-Amigos, então? – perguntei.
-Sempre. – Tim, novamente, me puxou para um abraço. – Só não esqueça do Timzinho aqui. Ok? – ele riu. Concordei com a cabeça e sorri. –Vamos lá pro Came? Uma última bebedeira antes da sua partida. – Timmy propôs.
-Ok. – concordei, pensando em como seria ruim me despedir deles.

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