sábado, 30 de junho de 2012

Capítulo 24

Why do you make me cry and try to justify?

Esses últimos 3 dias foram estranhos. Anne não estava aqui para escutar meus desabafos, Nick estava estranho, Cameron e Martha haviam brigado, e, bem, Timmy e eu continuamos os mesmos.
Todos estávamos no quarto de Ann, que havia acabado de chegar de viagem, jogando conversa fora. Eu estava abraçada a Timmy, que acariciava meus cabelos; Ann estava sentada entre as pernas de Nick; e Came e Martha estavam muito distantes um do outro. E eu ainda não sabia por que eles haviam brigado.
-Vou ao banheiro. – falei e me levantei, indo para o banheiro. Antes de sair do cômodo, lancei um olhar à Ann, como se pedisse para ela me seguir.
Dois segundos após eu sair do quarto, Anne veio atrás.
-Fale, Demi. – parei no meio do corredor em frente ao quarto dela e me apoiei na parede. -Eu queria saber por que você foi fria na nossa última conversa de telefone. – disse, a encarando.
-Você sabe.
-Não sei, cara.
-Demetria, olha só, você pode ser minha amiga, mas não se esqueça de que o Timmy também é. Eu só quero o bem de vocês dois.
-Aonde você quer chegar com isso?
-Eu quero chegar na parte em que você pensa no Joe quando está com o Tim. Porra, Demetria, o menino te ama e você fica iludindo ele. Não é justo! – Ann exclamou.
-E VOCÊ QUER QUE EU FAÇA O QUÊ? – me exaltei. Então notei que estávamos razoavelmente perto quarto e eu desci o tom de voz. – Você quer que eu simplesmente vire para ele e fale que eu não posso mais ficar com ele, embora eu já tenha gastado mais de 1 semana?
-Usando-o? – ela completou.
-Eu não colocaria nessas palavras.
-Nessas palavras fica mais claro de você entender a gravidade, Demetria. – eu me odiava e isso era um fato.
-E também faz eu me sentir uma merda.
-Igual ao Joseph? Por um lado... – estávamos com expressões sérias. Eu realmente não acreditava no que ela havia acabado de falar. Mas se eu analisasse, era verdade.
-Eu vou fazer o que é certo.
-Só espero que não vá fazer tarde demais. - a seriedade descansou um pouco e um sorriso maternal tomou os lábios de Anne.
-Não irei, Ann. – dei um sorriso frouxo e tornei a entrar no quarto, onde um clima tenso estava instalado, devido ao fato de Cameron e Martha estarem brigados. Sentei-me ao lado de Tim, que não se manifestou. Começamos a falar sobre a vida de alguma celebridade e as horas se passaram.

-Acho melhor irmos nos arrumar, gente. – Nick afirmou e todos nos levantamos.
-CACETE! O pessoal de Londres ‘tá vindo! Vou correr pra me arrumar. Beijos. - joguei beijos no ar e saí correndo para minha casa.
Assim que cheguei à porta de casa, vi, para minha surpresa, o carro do meu pai estacionado.
-Pai? – perguntei enquanto entrava em casa.
-Oi, filha. Eu consegui sair mais cedo hoje.
-Ah, sim. – o abracei e ele deu um beijo em minha testa. – Pai, você sabe que é hoje que meus amigos de Londres vêm aí, né?
-Sei. São quantos mesmo?
-Hum... – fiz as contas. – 9. – meu pai, que havia acabado de colocar um gole d’água na boca, cuspiu.
-9? Cabe tudo isso no seu quarto?
-Eles não vão dormir, pai. Eles estão vindo para a festa que vai ter aqui. – ele respirou aliviado e eu ri.
-Tudo bem.
-Por falar em festa, eu tenho que correr! – subi as escadas de forma apressada, quase tropeçando no último degrau da escada. Escutei meu pai gargalhar.
Entrei no chuveiro na velocidade da luz. Segundo minhas contas, em menos de uma hora eles estariam chegando. Assim que saí do banho, olhei para o relógio. 19:15. Ainda dava tempo para me arrumar. A festa tinha acabado de começar.
Depois de corrigir as olheiras, eu passei um gloss. Eu não gostava de me maquiar muito, me sentia como uma Drag Queen.
Pelo fato da festa ser a fantasia, tive que pegar uma emprestada de Ann. Festas a fantasia não me traziam boas recordações, não mesmo. Mas eu tinha que superar isso, e isso era um fato.
Voltando à fantasia... Eu tinha pegado uma de dançarina de cabaré, era um vestido decotado com uma fenda enorme na perna esquerda. Sem dúvidas, aquela fantasia ficaria melhor em Anne, mas era isso ou coelhinha da Playboy, que é a fantasia dela. Martha iria de Pocahontas, para combinar com seus cabelos longos e negros.
O ponto de encontro pré-festa era na minha casa. Logo, eu teria uma opinião a respeito da fantasia antes de entrar no ambiente da festa.
Assim que consegui entrar no vestido, liguei o rádio e comecei a procurar minhas sandálias. Ann entrou assim que uma outra música começou a tocar.

-Se liga na letra, Demi. – murmurei um “ok” e voltei a calçar as sandálias prestando atenção na música.

“Breathe you out, breathe you in
(“Te esqueço, e volto a pensar em você)
You keep coming back to tell me
(Você continua voltando para me dizer)
You're the one who could have been
(Que você é o único que poderia ter sido)
And my eyes, see it all so clear
(E meus olhos enxergam tudo claramente)
It was long ago and far away
(Isso foi há muito tempo e muito longe)
But it never disappears”
(Mas nunca desaparece.”)

Apoiei meus cotovelos sobre meus joelhos e arqueei uma das sobrancelhas.

“I try to put it in the past
(“Tento deixar isso no passado)
Hold on to myself and don't look back... ”
(Confiar em mim e não olhar para trás...”)

Olhei para Anne, espantada.
-Ainda tem mais... – ela falou após rir ao ver minha expressão.

“I don't wanna dream about
(“Eu não quero sonhar com)
All the things that never were
(Todas as coisas que nunca aconteceram)
And maybe I can live without
(E talvez eu possa viver sem isso)
When I'm out from under
(Quando eu ficar melhor)
I don't wanna feel the pain
(Eu não quero sentir a dor)
What good would it do me now?
(Que bem isso me faria agora?)
I'll get it all figured out
(Eu saberei de tudo)
When I'm out from under.”
(Quando eu ficar melhor.”)

Suspirei pesadamente e deixei minha testa encostada nas palmas de minhas mãos. Mordi meu lábio inferior. SEMPRE ELE.

So let me go, just let me fly away
(Então, me deixe partir, apenas me deixe voar para longe)
Let me feel the space between us, growing deeper
(Deixe-me sentir o espaço entre nós, crescendo de maneira profunda)
And much darker everyday
(E mais escura a cada dia)
Watch me now and I'll be someone new
(Veja só, eu serei uma nova pessoa)
My heart will be unbroken, it will open up
(Meu coração não estará mais ferido, E se abrirá pra )
For everyone but you”
(Qualquer um, menos para você.”)

Martha entrou no quarto, fazendo-nos perder a concentração na letra. Sacudi minha cabeça delicadamente e suspirei novamente. A Pocahontas arqueou uma das sobrancelhas. Ann falou que não era nada demais.
-Assustador, não? – Anne perguntou a mim. Ainda com uma expressão aterrorizada, concordei com a cabeça, fazendo-a rir.
-De qualquer jeito, é melhor fazer como ela, deixar meu coração se abrir para qualquer um, menos ele. Certo? – Ann sorriu, concordando.
-Do que vocês tão falando? – Martha perguntou. Nós rimos e respondemos “nada” em uníssono. – Certo... Então, todas prontas?
-Eu já tô. Ann?
-Também. Mas e o pessoal de Londres?
-Eu falei pra uma das minhas amigas pra elas me encontrarem lá. Acho que se todos viessem pra cá, meu quarto iria virar uma zona. Eles já devem estar lá. – meu celular tocou. “Chelsea” estava escrito no visor. Atendi.
-Fale, Jonas fêmea.
-Demi, a gente já ‘tá aqui. Cadê tu, mulher? – ela gritava, já que tinha muito barulho por perto.
-Tô saindo de casa agora. Beijos. – Chelsea desligou antes de me responder. Joguei o celular na cama e levantei. – Como estou? – perguntei colocando as mãos na cintura e fazendo uma cara sexy.
-Gata. – elas riram. Olhei para a fantasia de Ann. Fato que todos iriam olhar para ela, e somente ela. Martha estava bonita, mas ela não tinha o corpo de Anne.
-Vocês também estão, meus amores. – sorri e saímos do meu quarto.

-GATINHA! – Dani gritou assim que me avistou. Olhei para ela e sorri. Daniella usava uma fantasia de hippie.
-JANIS JOPLIN! – brinquei. Rimos e logo avistei as outras meninas e, claro, os meninos. Liam, Kevin e Nicholas estavam vestidos de três mosqueteiros; James, de James Bond; e Joe, de Zorro. Selena e My estavam de gêmeas; e Chelsea estava de Emily Rose.

Timmy, Came e Nick apareceram segundos depois. E, por incrível que pareça, Tim não falou comigo. Franzi minha testa e passei a pensar sobre o assunto... O que eu teria feito a ele?
Evidente era a forma como os meninos olhavam para o corpo de Anne, que era agarrada por Nick de 15 em 15 segundos. Eu me divertia vendo os olhares que Nick lançava a qualquer um que se atrevesse a secar Ann. Eu queria que alguém fosse assim comigo. Ou que eu, pelo menos, fosse tão olhada quanto Anne. Se minha mãe escutasse isso, com certeza, falaria que eu sou uma tola por pensar assim. Mas é assim que as coisas são, não é?
Por falar em olhar, tentei não olhar para Joe, que parecia pensativo. Ele não parava de encarar o nada, como se estivesse bolando algum plano.
Sacudi minha cabeça ligeiramente e procurei por meu consolo, (nossa, como essas palavras soam estranhas.), mas me lembrei de que nem ele queria olhar para mim, e eu não fazia idéia do porquê disso.

Tocava “Heartless”. Todos estávamos dançando. Cameron e Timmy foram chamados novamente por uns meninos desconhecidos.

“How could you be so
(“Como você pode ser tão)
Cold as the winter wind when it breeze yo
(Fria como o vento do inverno quando venta em você)
Just remember that you talking to me yo
(Só se lembre que você falou comigo)
You need to watch the way you talking to me yo”
(Você devia ver o jeito que falou comigo”)

Pensei em Timmy e me senti pior ainda. Eu estava o usando e isso era um fato. Eu não tinha o direito de fazer isso, mas também não tinha como prever que tudo iria ser assim. Eu teria evitado, caso eu soubesse, eu teria.

“I mean after all the things that we been through
(“Digo, após todas as coisas que nós já passamos)
I mean after all the things we got into
(Digo, após todas as coisas que nós já nos metemos)
and yo I know some things that you aint told me
(E você sabe que eu sei algumas coisas que você não me contou)
Ayo I did some things but thats the old me
(Eu fiz algumas coisas, mas esse é meu velho “eu”)
And now you wanna pay me back
(E agora você quer me dar o troco)
You gon' show me
(Você quer me mostrar)
so you walk round like you don't know me
(Então você anda por aí como se não me conhecesse)
You got them new friends”
(Você tem esses novos amigos”)

Meu pensamento foi diretamente para Joe. Incrível como tudo o que eu fazia me levava diretamente a ele. Joseph Jonas era como uma substância nociva e viciante. Do tipo que você deve odiar, o que acaba te fazendo ficar com mais vontade ainda.

“But at the end it’s still so lonely”
(“Mas no final das contas ainda me sinto sozinho”)

Verdade. No fim, eu continuava sozinha. Eu e meus pensamentos covardes. Eu e meus medos bobos. Eu e minhas lembranças. Eu e meus traumas. Eu e minha vida.
Em pensar que se eu tivesse mudado o curso das coisas há alguns anos, nada disso estaria acontecendo. Eu não seria uma idiota apaixonada por um babaca. Eu não seria uma sem-coração que usa um menino para esquecer o outro.

-Demi? – Sel estalou os dedos na minha frente. Despertei do transe.
-Oi.
-Vamos ver os meninos mais de perto? – ela apontou para a rodinha onde Timmy, Came, e outros meninos dançavam. Concordei com a cabeça e os segui.
Ao chegar perto, pude vê-los dançando harmoniosamente. Eu ficava boba em pensar que eu havia passado mais de uma semana com aquele menino lindo. Ô pensamento de pré-adolescente.

“How could you be so heartless?”
(“Como você pode ser tão sem coração?”)

Como o Joe podia ser tão sem-coração? Ele não podia simplesmente ter me dado um fora e me deixado em paz? Por que ele sempre tinha que fingir interesse e depois me deixar mal? É, Demetria, você é uma otária.

Alguns minutos passaram e a música acabou. Timmy ia sair da roda quando uma mão o puxou. Segundos depois, eu o vi beijando uma menina. Minha boca se abriu e eu comecei a tossir. Todos do meu grupo olharam para mim e eu saí, indo para um canto onde havia espreguiçadeiras.
Sentei-me em uma delas e fiquei encarando o chão. Eu estava realmente me sentindo culpada por ter feito aquilo com ele?
COMO, COMO ELE PÔDE TER SIDO TÃO FILHO DA PUTA DESSE JEITO?
Bufei.
Eu não sentia vontade de chorar, só... raiva.
-Onde está seu namoradinho agora? – escutei a voz do idiota. Revirei os olhos e levantei, o ignorando. Ele me puxou pelo punho e eu o olhei.
-QUE É? ‘TÁ FELIZ AGORA? – esbravejei. Encarei o sorriso sarcástico de Joe, o que me fez ficar com mais raiva ainda. Eu queria jogar os dois num panelão, fazer sopa dos dois e dar para os pobres!
-Abaixa o tom, não estou gritando com você. – ele falou calmamente. Bufei novamente e puxei meu punho para junto de meu corpo.
-O que você quer? – perguntei entre os dentes.
-Me explicar. – revirei os olhos e tentei sair. Novamente, ele me puxou. Mas dessa vez foi pela cintura. Seu peitoral colou-se às minhas costas. - Por favor. – Jonas sussurrou em meu ouvido. Arrepiei-me da cabeça aos pés, mas consegui controlar minha voz, mantendo-a firme.
-Você tem 57 segundos. – me virei para ele, o encarando seriamente. Joe suspirou pesadamente.
-Você nunca gostou de alguém pra valer? – então o sorriso sarcástico desapareceu do rosto dele. – Nunca sentiu que poderia fazer tudo por aquela pessoa?
- Já cheguei perto disso, bem perto. Mas me decepcionei. – eu continuava séria. Houve um breve momento de silêncio.
-Bom, quando isso acontecer com você, você vai entender por que eu fiz o que fiz.
-Eu esperava tudo de você, menos que você fosse tão... baixo, idiota e estúpido desse jeito.
-Eu nunca te forcei a nada.
-MAS VOCÊ SABIA DOS MEUS SENTIMENTOS E, DO MESMO JEITO, RESOLVEU BRINCAR COM ELES, PORRA. – agora eu gritava e não estava me importando com as pessoas que passavam pela gente e me olhavam torto.
-EU NÃO SABIA DE NADA! VOCÊ É COMO UMA CAIXINHA DE SURPRESAS! EU SÓ ENTREI NO TEU JOGO! - merda! Meus olhos encheram d’água e eu me prendi para não chorar.
-E SE APROVEITOU DISSO PRA LEVAR VANTAGEM. NÃO É ISSO QUE VOCÊ QUERIA? ÓTIMO! ENTÃO PARE DE TENTAR JUSTIFICAR OS TEUS ERROS, JOSEPH– berrei o nome dele e soltei um soluço involuntário. Tudo o que eu não queria, chorar em frente a ele. Ótimo.
O que eu mais queria era alguém pra me consolar, mas eu não podia estragar a noite de ninguém. Eu não queria atrapalhar mais ninguém, não por hoje.

Fui até a minha casa e fiquei no jardim, com os pés dentro da água aquecida da piscina. Eu os mexia lentamente, pensando, avaliando, analisando, arrumando hipóteses e justificando seus resultados para mim mesma. Por Deus, eu era uma lunática. Deveria ser internada. Fato.
Talvez, eu pedisse para o meu pai fazer isso.
Talvez, EU fizesse isso.

3 da manhã.

Subi para meu quarto e comecei a cantarolar uma música do Arctic Monkeys. Parei em um verso: “You can pour your heart out around three o'clock” (Você pode jogar seu coração para fora lá pelas 3 da manhã). Bem que eu queria poder fazer isso...
Nota mental: Eu realmente deveria trabalhar com trilhas sonoras.

10 coment's para o proximo
DICA: QUANTO MAIS RAPIDO VOCÊS COMENTAREM MAIS RAPIDO EU POSTO
A PRIMEIRA TEMPORADA TA ACABANDO!! ;)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Capítulo 23

 Just another day

-Demi! – Martha me chamou assim que eu pisava porta afora.
-Hey! – a cumprimentei. – Indo caminhar? – perguntei ao ver suas roupas esportivas.
-Acabei de sair da academia daqui. – soltei um “ah”. – Ah, quinta vai ter uma festa que ‘tá prometendo! – ela fez uma rápida dancinha, que me fez rir. É incrível como esse povo gosta de uma festa.
-Aonde?
-No gramado. – arqueei uma sobrancelha.
-Gramado?
-É, um bem escondido. Eu vou passar por ele agora. Quer vir comigo? – concordei com a cabeça. Eu não faria nada mesmo...

-Então, é aqui. – Martha falou quando chegamos a um vasto gramado. O espaço era enorme e, sem dúvida, abrigaria muito mais gente do que aquele bar. - Eu, particularmente, acho um bom espaço para dar uma festa.
-Daria para respirar, mesmo que todos viessem. – ela riu e concordou. - E quem você acha que vem? Todos os que freqüentam as festas?
-Também. Deve vir gente da cidade também. – murmurei um “hum” e fiquei calada. Eu não tinha muita intimidade com ela. – Demi, eu tenho que ir. Depois nos falamos.
-Ok. – dei um sorriso e a vi se distanciar. Peguei meu iPod e coloquei no shuffle, dando meia volta, a fim de circular pela vila.

-Demetria! – Came me chamou. Virei-me para ele e sorri.
-Fala, Came.
-O Timmy tava de procurando.
-Vou passar na casa dele. – sorri, agradecida, e rumei para a casa de Tim. Será que era alguma coisa importante?

Toquei a campainha da casa dele e, em poucos segundos, ele abriu a porta com um enorme sorriso.
-Hey. – falei de um jeito tímido. – Soube que tava me procurando.- me aproximei dele e entrei em sua casa. Lembrei da última vez em que eu estive lá.
-É, eu queria saber se você tava a fim de ver um filme aqui, sei lá.
-Por mim, ‘tá ótimo. – sorri abertamente. - Desde que não seja de terror. – Alguém reparou que eu sempre corto o clima? Palmas pra mim!
-É. – Tim fez uma cara afetada e riu. – Qual filme então?
-Tem “Diário de uma paixão”?
-Não! – seu rosto mudou para uma expressão do tipo “óbvio que não”. – É filme de mulher. – Tim riu. [n/a: se fosse o Danny, ele gostaria...]
-Ok, escolha qualquer um então. – bufei e me sentei no sofá.
-Até de terror? – ele me perguntou, esperançoso.
-Até de terror. – Tim soltou um “Yey” que me fez rir.
-“Jogos mortais”, pode ser? – dei de ombros. Ele sorriu e colocou o filme, vindo para o sofá segundos depois. Sentei-me junto a ele e senti seu braço passar por meus ombros. Mordi meu lábio inferior, coloquei minhas pernas repousadas no sofá e apoiei minha cabeça em seu peito.
Assim que o filme começou, eu o ameacei.
-Eu faço greve de beijos se você não me avisar quando for pra tapar os olhos. – Timmy riu e me deu um selinho.
-Eu prometo não brincar, senhorita Demetria. – fiz um som de “ram” e soltei uma risada, voltando a olhar para a tela da imensa tv de LCD.
Eu passei basicamente o filme todo de olhos fechados, já que, a cada cinco segundos, Tim falava que era pra eu fechar os olhos. E quando não estava esperando a cena passar, eu, bem, estava fazendo outra coisa que envolvia olhos fechados.
-Eu acho que se eu escutar mais um grito, eu piro. – brinquei com ele assim que o filme acabou.
-Você nem viu o filme, Demetria! – ele riu.
-Você fala como se tivesse passado o filme inteiro de olhos abertos. – zoei, corando em seguida. Nota mental: quando pensar em zoar o Timmy, verificar se eu não estou no meio.
-Nem você. – ele estirou a língua para mim e se aproximou com um sorriso divertido em seus lábios. Eu ri e fechei, mais uma vez, meus olhos, sentindo sua respiração ficar, a cada segundo, mais próxima. Tim mordeu meu lábio inferior levemente e depois passou seus lábios sobre os meus. Sorri e coloquei minhas mãos em seus ombros. Afastei meus lábios, deixando Tim aprofundar o beijo. Suas mãos acariciavam minha cintura, e as minhas, sua nuca. Não sei o que exatamente passou por minha cabeça, mas tomei impulso e passei minhas pernas ao redor das de Timmy, ficando de frente para ele. Minhas mãos subiram para sua cabeça e se entrelaçaram em seus cabelos. Os dedos de Tim brincavam pelo contorno do meu corpo e eu não me sentia como uma puta sendo tocada por aquele que está a pagando. Não daquela vez. Não sei demorou muito até que eu estivesse perdendo o fôlego. Então Timmy me empurrou com o seu corpo, me fazendo ficar deitada no sofá. Ele se apoiou em seu cotovelo e desceu os beijos até meu pescoço. Instantaneamente, fiquei arrepiada. Soltei um suspiro baixo e mordi meu lábio inferior lentamente. Timmy voltou à minha altura e seus lábios procuraram os meus urgentemente. Deslizei uma das minhas mãos para suas costas e as apertei por cima da camisa que ele usava.
Já disse como ele era forte?
As mãos de Tim, agora, se atreviam a acariciar a pele da minha barriga. Contraí meus músculos, arrepiada. Ele deu uma risada baixa, que me fez sorrir.
De fato, eu estava envolvida no momento e minha lucidez havia ido embora por um curto período de tempo. Suas mãos, então, deslizaram pelas laterais da minha barriga, subindo até minhas costelas e arrastando minha blusa. Nesse momento, eu me dei conta do que estava fazendo. Foi como um choque.
Por Deus, eu não estava preparada. Não mesmo. E, olha onde estávamos, na sala dele! E se os pais dele chegassem? E se eu desse um vexame? E se ele só quisesse isso, como o Joe só quis me provocar? Joe, aquele idiota.
Minhas mãos encostaram-se às dele e eu as conduzi até minha barriga. Timmy rompeu o beijo na hora, com uma expressão que eu não consegui entender.
-Desculpa... – sussurrei para ele, recuperando o fôlego.
-Tudo bem, Demi. – ele deu um sorriso sincero e me deu um selinho. Tim voltou a sentar e eu me recompus, envergonhada. Eu me levantei. – Não precisa ir. Eu não vou te atacar. – a cara que ele fez foi extremamente fofa. Soltei uma risada frouxa. Embora eu quisesse ficar e eu pudesse faltar o jantar, eu sei que ficaria um clima extremamente estranho entre nós. Digo, pelo menos na minha cabeça era assim.
-Eu tenho que ir. Meu pai me mata se eu me atrasar pra um jantar que ele vai dar lá em casa. – fiz uma careta e ele fez outra, em resposta. Nós dois rimos e Tim se levantou, me levando até a porta.
-Então vai lá. Mas se quiser dar uma fugida do jantar, pode chegar aqui em casa.
-Pode deixar. – sorri amigavelmente. Trocamos um rápido beijo e eu fui para casa.

-Filha, onde você estava? – meu pai me perguntou assim que passei pela porta da sala. Olhei para ele, que estava na porta da cozinha, trajando um avental por cima de uma roupa casual.
-Com meus amigos daqui. Desculpe a demora.
-Tudo bem. Agora vá se arrumar. – fiz um sinal de positivo com o dedo e subi para meu quarto.
Tomei meu banho e me vesti. Como o jantar era para os amigos dele, eu me arrumei de forma mais “decente”. Desci as escadas e me deparei com 2 casais de adultos e Mary.
-Pessoal, essa é Demetria, minha querida filha. – meu pai passou seu braço por meu ombro. Sorri e cumprimentei todos eles.
-Acho que o Aaron foi pegar alguma coisa no carro e já vem. – Uma mulher falou para meu pai. Aaron? Esse nome não me era estranho.
Acomodei-me em uma poltrona e fiquei ouvindo a conversa, como se eu estivesse interessada. Agradeço por ninguém, principalmente meu pai, poder ler minha mente, já que eu estava vagueando pelos meus momentos com Timmy esta tarde. Enrubesci só de pensar. Droga, como eu era besta. Nem para pensar nessas coisas sem me sentir envergonhava, eu prestava. Certo, por que eu estou brava comigo mesma? Ah, talvez por eu ter pensando no grande idiota.
-Demi? – meu pai me chamou, estalando os dedos na minha frente e parecendo preocupado.
-Oi. – respondi, sem graça.
-‘Tá tudo bem? – concordei com a cabeça, ainda sem graça. Notei que havia uma pessoa a mais no cômodo. – Este é Aaron, filho da Samanta.
-Oi. – cumprimentei o menino com um aperto de mão. Eu conhecia aquele rosto de algum lugar e eu sabia disso.
-Tudo bem? – ele me perguntou. Eu o encarava, tentando me recordar de onde eu o conhecia.
-Da festa! – pensei alto. Aaron arqueou uma sobrancelha.
-Desculpe, estava tentando me lembrar da onde eu te conhecia. – ele murmurou um “ah” e depois perguntou:
-E da onde você me conhece? – nós dois rimos.
-De uma festa. Foi há uns dias atrás.
-Ah sim! A menina que pediu para eu abrir a garrafa de Ice.
-Isso mesmo. – dei um sorriso amarelo. Começamos a conversar sobre assuntos aleatórios. Aaron não era o tipo de menino interessante. Ele só era bonito e charmoso. Ele não tinha papo e nem cultura. Ou talvez eu que estivesse sendo exigente demais.

-Demi, me liga. - a voz de Ann ecoou pelo meu celular. Todos os amigos do meu pai haviam acabado de sair, incluindo Aaron. Subi para meu quarto e, assim que escutei a mensagem, liguei para ela.
-Ann? – perguntei.
-Oi, Demi! – ela exclamou.
-Você me ligou? – Nossa, que pergunta óbvia.
-Aham. Queria perguntar o que você tinha feito hoje.
-Ah... Eu fui pra casa do Timmy.
-O QUÊ? – Anne berrou. Afastei o telefone do meu ouvido, rindo.
-Eu fui pra casa dele ver filme, ué.
-Hum...
-Vou fingir que não notei o tom malicioso que você usou.
-Mas era pra notar. Já que você é lerda e não vai me contar por livre e espontânea vontade, eu sou obrigada a te perguntar. O que aconteceu?
-Nada demais...- usei um tom de descaso.
-Porque você não quis ou porque não teve clima?
-Porque eu lembrei de uma coisa que cortou o meu clima e me fez parar.
-Do que você lembrou, Demetria Lovato? – Anne perguntou, séria.
-Dele.
-Demetria do céu, você não pode pensar nessa coisa mais! TOCA TUA VIDA, FILHA!
-Você reparou no que aconteceu no bar?
-Reparei que ele é um babaca que ficou te olhando a noite TODA e faltou matar o Timmy com os olhos.
-É... – mordi meu lábio.
-Demi, eu acho que você não devia passar o seu tempo pensando no Joseph.
-EU NÃO CONSIGO FICAR SEM ISSO, ANNE! – esbravejei, cansada.
-Eu sei que não, porra. – Ann bufou.
-Então pára de falar pra eu esquecer, porque eu não consigo! Ele é como um parasita na minha mente. Por mais que eu tente o tirar, ele SEMPRE volta. – Droga, eu estava quase chorando.
-Olha, Demetria, eu vou desligar agora porque eu tenho que arrumar a minha mochila. – estranhei a frieza dela, mas não comentei.
-Vai pra onde?
-Meus pais querem ir passar uns dias acampando aqui por perto.
-Ah, ok. Depois nos falamos então.
-Certo. Só mais uma coisa, vai ter uma festa quinta-feira.
-É, a Martha falou.
-Falou? Então ótimo. Se quiser, chame seus amigos. – escutei a voz da mãe dela ao fundo. – Demi, eu tenho mesmo que desligar. Até quinta. Beijos. – então ela desligou na minha cara. Bufei e deixei o telefone ao lado da cama. Vesti meu pijama e desci até a sala para ver TV, encontrando uma sala desarrumada e uma cozinha cheia de pratos. Eu que não iria limpar aquilo!
Permaneci no sofá por, acho eu, 1 hora e meia, já que eu vi 3 episódios inteiros de “Dr. Who”. Na verdade, eu não assisti como eu disse, eu vi, porque minha cabeça estava em outra coisa.
Lembrei-me de chamar o pessoal para a festa. Bom, era certo que Joe viria, já que ele não tinha o mínimo de “semancol”.
Peguei meu celular e disquei o número do celular de Chelsea.
-Alô? – uma voz rouca, digna de quem havia acabado de acordar, atendeu. Droga, não era Chelsea.
-Joseph, pode passar para sua irmã?
-Ela não está, saiu com o James e deixou o celular no meu quarto. Quer deixar recado, senhorita? – ele debochou.
-De fato, quero. Avise a ela que eu estou a convidando para uma festa quinta-feira e peça para ela me ligar assim que voltar para casa.
-Ok. Mais alguma coisa? – Joe riu. Revirei os olhos e respirei pesadamente.
-Não.
-Estaremos aí na quinta-feira. – eu imaginava a cara dele ao falar isso. Provavelmente ele estava com um sorriso no canto dos lábios. BABACA!
-Tchau, Joseph. – desliguei na cara dele e joguei o telefone no sofá, resmungando mais algumas palavras de baixo calão. -Demetria, você é uma menina forte e bonita, que não vai ficar com raiva por causa desse ser cujos pais deveriam ter nojo de ter produzido. – murmurei para mim mesma, de olhos fechados e com os dedos nas têmporas, fazendo movimentos circulares. Abri os olhos, bufei e peguei o telefone, voltando a ligar para as pessoas.

10 coment's para o proximo.
o que estão achadno da história?!
o que vocÊs acham que vai acontecer?
Ou  o que vocês gostariam que acontecesse?!
;)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Capítulo 22

 I’m gonna show you tonight.

-Qual a boa de hoje, rapaziada? – Nick perguntou enquanto entrava no jardim da minha casa. Todos estávamos sentados na beira da piscina, embora o dia estivesse nublado, como sempre.
-Nada. – os outros responderam. Então me lembrei do pub.
-Gente, os meus amigos têm uma banda e vão se apresentar hoje em pub. Vocês topam ir comigo?
-Opa, pub? Mas é claro que eu vou. – Nicolas brincou. –Mas sendo sério, vamos? – os outros concordaram. -Que horas é a apresentação lá? – me perguntou.
-Nove da noite. Agora são... - olhei para meu relógio de pulso. -5 horas. Dá tempo se cada um for pra sua casa agora e daqui à uma hora e pouca.
-Certo, mas como iremos?
-A gente vai no meu carro.– Cameron afirmou. Todos concordaram. –Então, daqui a uma hora e meia, todo mundo na porta da minha casa. – todos murmuramos um ‘ok’ e seguimos para nossas respectivas casas. Na verdade, eu já estava na minha.

Enquanto eu tomava banho e me arrumava, eu pensava em como seria reencontrá-lo. Será que ele ficaria irritado? Será que ele não ligaria? Vindo de Joseph Jonas, eu espero tudo.
Depois de me trocar, fui andando até a casa da Cameron, onde estavam todos.
-Chegou a princesinha! – Nick gritou assim que me viu passar pela porta.
-Desculpa, gente. – falei, ignorando o comentário dele.
-Tudo bem, Demi. Agora vamos. – seguimos Came até seu carro. Dei falta da Martha.
-Cadê a Martha?
-Não pôde vir, os pais são muito chatos em relação a sair da cidade. – acenei com a cabeça. – Demi, vem no banco do carona e você me guia, ok? – novamente acenei com a cabeça.

Cantávamos ‘Born to Run’ em alto volume.
-Baby we... ERA PRA TER ENTRADO ALI! – exclamei para Cameron.
-Desculpa, Demi.
-Tudo bem. Agora, onde é o próximo retorno?
-Lá embaixo.
-A gente ainda tem tempo. – Anne falou calmamente.
-Pelo menos isso. – escutei Nick murmurar.
-Calma, galera. Quando chegarmos lá, vai ser só diversão.
-Diversão pra vocês, porque eu vou dirigir na volta. – Timmy resmungou. Inclinei minha cabeça na direção dele.
-Eu não vou beber também.
-Duvido! – ele exclamou, fazendo todos rirem. Estirei o dedo do meio para ele, voltando a olhar para a rua.

-Finalmente! – Nick resmungou assim que avistamos, uma hora e meia depois, a entrada do pub.
-Pára de reclamar! Pelo menos, nós chegamos, Nicolas. – Anne o repreendeu. Olhei para Cameron, que fazia cara de tédio, e ri.
-Vamos entrar, galera! – falei e entrei no local, me deparando com um palco ainda vazio e muitos jovens.
Avistei as meninas e acenei, tendo meu aceno retribuído por Chelsea, que abriu um sorriso gigante assim que me viu.
Passei pela multidão com o pessoal do condomínio em meu encalço.
-Demi! – Chelsea me agarrou.
-Jonas fêmea! – assim que me separei do abraço, Sel, My e Dani, respectivamente, vieram me abraçar. Notei que não havia apresentado as outras pessoas ainda.
-Ah! Esses são Cameron, Tim, Nicolas e Anne. – à medida que ia falando os nomes, eu apontava para a pessoa.
-Prazer. – todos disseram em um uníssono, o que nos fez rir.
-Que horas os meninos entram? E cadê o James? – perguntei à Chelsea assim que me acomodei em uma das cadeiras das mesas ocupadas pelo nosso grupo.
-O James ‘tá com eles. Os meninos tão uma pilha de nervos, você tinha que ter visto. – soltei uma risada baixa. - Acho que daqui a uns 5 minutos eles entram.
Passamos alguns minutos conversando, o suficiente para que eles fossem anunciados. Levantamos, assim como todos os que os esperavam.
Então eles subiram ao palco, Nicholas parecendo uma britadeira de tão nervoso; Liam não tão diferente; Kevin aparentava estar indiferente e Joe, como sempre, demonstrando confiança. Eu tinha certeza de que eles se sairiam bem, independente de estarem confiantes ou não.
Após tocarem algumas das poucas músicas que eles haviam composto até o momento, os meninos saíram do palco e depois vieram para a mesa.
Notei que todos olhavam para Ann, o que fez Nick passar os braços pela cintura dela. Ri baixo ao ver a expressão de desapontado do Kevin. Creio que assim que as outras perceberam, se jogaram em cima de seus namorados, menos a de Joe, que não estava lá.
Atrevi-me a olhar para ele por alguns segundos, notando que seu olhar, diferente do dos meninos, estava focando em mim, não em Anne. Olhei para Tim, que estava parado ao meu lado, tímido como sempre. Discretamente, me aproximei dele, passando meu braço por suas costas. Ele se virou para mim e sorriu, se aproximando para me dar um selinho, que virou um beijo não tão longo como eu gostaria que tivesse sido. Preciso comentar que eu ouvi os sininhos da vitória no meu ouvido? Ok, eu sei que usar os outros não é coisa que se faça, mas...
Voltei meu olhar para a mesa e notei que as meninas me encaravam com uma expressão de incredulidade. Todas menos Chelsea, claro, que já estava sabendo de tudo.
Os meninos, excluindo Joe, já que eu não ousei olhá-lo, demonstraram indiferença, pois estavam conversando animadamente com Nick, James e Cameron sobre futebol, creio.
-Timmy, não seja tímido, venha para cá. – Came o chamou. Tim olhou para mim, como se perguntasse se eu podia ir.
Certo, eu estava começando a me sentir importante. Dei um sorriso e me afastei dele, me voltando para as meninas.
-Quem é o garanhão, Demi? – Dani riu.
-O Timmy.
-Esse nome me lembra o menininho de “Padrinhos Mágicos”. – My gargalhou. Já comentei como a risada dela faz todas rirem?
-Estão namorando, pirrá? – perguntou Sel.
-Não, não, só ficando mesmo. Ele é gente boa, sabe? – olhei para ele, percebendo como ele se entrosava fácil com as pessoas. Nesse momento, ele estava falando algo que, segundos depois, fez todos os outros rirem.
-E isso significa que você está a fim dele?
-Nem eu sei, amiga. É tudo tão... Confuso. – suspirei pesadamente e voltei a olhá-las.
-O Joseph não ‘tá namorando a Ashley. – Chelsea soltou. Senti que todas a encararam, furiosas. Arqueei uma sobrancelha.
-Qual o problema de me contarem isso?
-Nenhum, Demi. A gente só não quer que você fique criando expectativas.
-Quem disse que eu vou me iludir de novo? Quero mais é que ele se exploda! – exclamei rapidamente, com uma expressão de raiva em meu rosto. Isso soava como um Deja-Vu para mim.
-Tudo bem. Vamos mudar de assunto, certo? – engatamos em um papo sobre os outros casais, porém, eu estava com a cabeça no que Chelsea disse.

-Demi! – Nicholas me chamou. Olhei para e sorri timidamente. – Saudades de você, pequena!
-Também! – o abracei, ainda sorrindo.
-Então, quem é o bofe? – ele perguntou de um jeito extremamente gay, que me fez gargalhar.
-É rolo, nada sério.
-Do jeito que esse garoto te olha, parece que o cupido o pegou.
-Você ‘tá tão brega hoje, meu amor. – brinquei. – Mas não é nada sério. E...
-Eu sei de alguém que não tá gostando dessa idéia. – ele me interrompeu rapidamente.
-E se fosse assim, seu amigo, Joe, também estaria apaixonado por mim há 3 anos atrás. – continuei, ignorando-o.
-Eu sei de alguém que não tá gostando dessa idéia. – novamente, ele falou.
-O seu amigo? – ele fez um movimento positivo com a cabeça. Revirei os olhos. -Não era pra ele estar com a Ashley nesse exato momento? – não, eu não tinha amnésia, mas eu precisava ouvir isso da boca de alguém que tivesse mais informações.
-Longa história. Mas não é nada demais, eu acho. O fato é que ele fica me chutando por baixo da mesa quando eu começo a falar com o Tim. – eu soltei uma gargalhada, peguei minha Coca no balcão e comecei a andar na direção da mesa com Nicholas em meu encalço.
-Ignore-o. – disse.
-Como? Vou falar “olha, Joe, desculpa, mas eu vou ter que te ignorar porque eu tentei avisar a Demetria que você tava puto por ela estar quase namorando esse garoto e ela me falou para eu, simplesmente, te ignorar”?
-E você quer que eu faça o quê? – esbravejei. Recuei um pouco, a fim de ficar longe da nossa mesa. – Eu sempre estive lá, correndo atrás dele. Então eu decidi que não ia mais pagar de otária. E agora, só porque ele talvez esteja interessado, eu vou ter que voltar atrás em todas as minhas decisões e correr atrás dele novamente? O mundo gira, meu bem. Agora é a vez dele de ficar correndo atrás. – ok, eu não devia ter gritado isso para o Nicholas, mas eu não consegui me controlar e acabei despejando minha raiva no coitado.
-Desisto de vocês dois. – Poyntner suspirou pesadamente.
-É melhor mesmo. – concordei e segui para a mesa.
-Foi fabricar a Coca? – Chelsea perguntou, mas eu ainda estava pensando no que Nicholas havia falado. Sentei e deixei a Coca em cima da mesa, ignorando Jonas fêmea e não fazendo, sequer, questão de a abrir. Instantes depois, Poyntner apareceu e tomou seu lugar na mesa, sendo fuzilado visualmente por Selena. Tentei entender esse olhar, mas não consegui.
Quanto a essa história, eu tinha duas opções: Primeira, ele estava brincando novamente comigo e por isso pediu para Nicholas me contar aquela mentira. E, segunda, ele realmente sentia algo por mim e tudo, dessa vez, era verdade. A mais provável era a primeira, embora eu não acreditasse que o Poyntner pudesse fazer algo desse tipo.
Sacudi a cabeça discretamente, tentando afastar esses pensamentos. Observei o pessoal do condomínio e notei que todos já estavam entrosados. Sorri com isso. Anne, como sempre, estava sendo observada, por isso, Nick não tirava seus braços dela por um segundo. Tim e Came estavam com os garotos, falando sobre algo. Direcionei meu olhar para Joe, que rapidamente virou sua cabeça e voltou a prestar atenção na conversa. Arqueei uma sobrancelha e mirei Nicholas, que se limitou a sorrir timidamente. Então meu olhar se voltou para Jonas novamente. Agora ele encarava Tim com uma expressão séria, nunca vista por mim antes. Bufei. Joseph Jonas era um idiota estranho.

-O que achou do pessoal? – perguntei a Timmy enquanto andávamos para o deck. Era um bom lugar para “ficar”, devo afirmar.
-Eu gostei deles. Só não gostei muito do Joe. – ele torceu a boca. Assim que chegamos ao Deck, me encostei no parapeito de madeira.
-Novidade...- sussurrei para mim mesma enquanto Tim ficava de frente para mim e me prendia entre seus braços. – Mas por que não gostou dele? – me interessei.
-Ele ficava te olhando a cada cinco segundos. – eu ri.
-Ele sempre faz isso. – revirei os olhos. – Não fique com ciúmes. – apertei as bochechas dele e ri.
-Tentarei. – ele sussurrou antes de me beijar. Sem dúvidas, essas estavam sendo as melhores férias que eu poderia ter.

Deitei em minha cama e olhei para o teto, reparando na pintura que começava a ficar desgastada. Talvez meu pai não pintasse aquele quarto há séculos. Então, automaticamente, comecei a reconsiderar minhas hipóteses e juntá-las com os fatos.
Eu tinha medo da primeira opção, mas tinha mais medo ainda da segunda. Digo, se fosse o caso dele estar apaixonado, não seria algo que eu já saberia lidar, como na primeira opção.
Fiquei medindo possibilidades até que alguém jogou uma pedra na minha janela. Me segurei para não berrar de susto e olhei por ela, para ver quem me chamava.
Lá embaixo estavam os meninos do condomínio, com umas garrafas de bebida. Certamente eles não se lembram de que meu pai estava em casa e eles estavam no meu quintal. Coloquei a primeira roupa que vi e desci.
-Vocês estão doidos? – perguntei.
-Não. Ainda não. – Nick riu. –Relaxa, priminha, meu tio nem vai notar que nós estamos aqui.
-Qualquer coisa, eu meto a culpa em vocês. – apontei para todos, que riram. Fomos para a beira da piscina. Timmy plugou seu iPod na pequena caixa de som. Uma música lenta começou a ser tocada.
-Qual é, ô bicha! – Nicolas brincou. Tim levantou e encarou Nick com uma expressão séria, depois se virou para mim e estendeu sua mão. Olhei em seus olhos e peguei em sua mão, levantado e me aproximando dele. Coloquei uma das mãos em seu ombro e a outra segurava uma de suas mãos. Timmy passou a me conduzir.

Fly me to the moon
(“Faça-me voar até a lua)
Let me play among the stars
(E deixe-me brincar entre as estrelas)
Let me see what spring is like
(Deixe-me ver como a primavera é)
On Jupiter and Mars
(Em Júpiter e em Marte)
In other words, hold my hand
(Em outras palavras, segure minha mão)
In other words, darling, kiss me.”
(Em outras palavras, querida, me beije.”)

Eu sorri de forma abobada e encostei minha cabeça na curva de seu pescoço. Inalei seu perfume e dei um beijinho em seu pescoço enquanto escutava sua voz grossa sussurrar os versos em meu ouvido. A voz da cantora não conseguia ser mais bonita do que a de Tim. Pelo menos para mim. Certo, é muito suspeito que eu faça essa afirmação, já que eu me encontrava numa situação muito... delicada.

Fill my heart with song
(Preencha meu coração com uma música)
And let me sing for ever more
(E deixe-me cantar para sempre)
You are all I long for
(Você é tudo que eu quero)
All I worship and adore
(Tudo o que eu amo e adoro)
In other words, please be true
(Em outras palavras, seja verdadeira)
In other words...”
(Em outras palavras...”)

Desencostei minha cabeça e colei minha bochecha à dele. Eu sentia minha bochecha corar mais a cada verso, assim como meu coração, que disparava a cada palavra. Eu estava envolvida, isso era fato. Mas uma parte de mim ainda desejava que quem estivesse fazendo tudo aquilo para mim, fosse o Joseph.
- “I love you.” – ele falou o resto do verso com os lábios próximos aos meus. Dei uma leve mordida em seu lábio inferior e sorri, o dando um selinho.
- Por que você não é assim? – escutei Ann falar e depois escutei um grito de socorro vindo dela. Ri baixo com isso e passei a olhar nos profundos olhos verdes de Tim. De repente, nada mais importava, eu havia esquecido que meu pai estava dormindo, eu havia esquecido de Joe... Ok, eu não havia esquecido totalmente dele, só deixei de pensar nele por alguns segundos. Droga, eu me denunciava tanto por pensamento. Eu estava beijando o Timmy. Era para eu estar pensando em absolutamente nada. Mas isso não acontecia. Nunca aconteceu. Com ninguém, exceto Joe. Como eu odiava aquele menino.
Me dispersei de meus pensamentos assim que escutei um barulho vir de dentro da casa. Rompi o beijo imediatamente e olhei para Cameron, que me olhava aterrorizado.
-Esconde as garrafas! – balbuciei para ele, enquanto me guiava sorrateiramente para dentro da casa. Eu estava me sentindo em um daqueles jogos de guerra, onde você não pode ser visto pelo inimigo. Entrei e notei que a luz da cozinha estava acesa. Meu pai estava com a cabeça dentro da geladeira, aparentemente procurando por algo para comer.
-Pai? – o chamei.
-Que susto, filha! Achei que estivesse dormindo. Está tudo bem?
-‘Tá sim. Eu fui para o jardim, tava sem sono. – dei um sorriso amarelo.
-Algum problema? Sabe, você pode contar para o papai se quiser. – ele me deu um abraço paternal.
-Nada demais, só estou preocupada com os exames de fim de ano. – inventei a desculpa assim que saí do abraço.
-Entendo. Eu costumava ficar assim até que eu decidi relaxar e, bem, acabei repetindo o ano. – ele riu da própria desgraça e se voltou para a geladeira.
-Erm... eu vou voltar para o quintal. Ainda não estou com sono.
-Tudo bem, amor, vai lá. Qualquer coisa, faça um chá ou esquente leite. Algo quente é sempre bom para ajudar a dormir. – sorri agradecida e concordei com a cabeça. Voltei tranqüilamente para o quintal. Os outros estavam agachados perto da churrasqueira, onde não havia iluminação. Prendi minha vontade de rir e fui até uma das espreguiçadeiras. Esperei que a luz da cozinha fosse apagada para chamá-los.
-Ainda bem que eu consigo enganá-lo. – exclamei. – Vocês são doidos! Acho que agora é hora de encerrarmos a sessão alcoólatra do dia.
-Também acho. – Came, que segurava as bebidas, falou. –Pode ser amanhã na minha casa. Meus pais vão sair da cidade novamente. E minha irmã vai para a casa de alguma amiga.
-É, a gente se vê amanhã. – Anne falou.
-Ok, então. Até amanhã, galerinha. – disse antes de entrar em casa. Silenciosamente, subi as escadas e entrei em meu quarto. Pela janela, pude ver que todos haviam ido para suas casas.
Troquei minha roupa e me deitei, voltando a pensar em tudo o que eu estava pensando antes e, agora, pensando também no que havia acabado de acontecer.
Ô vida...

Continua....
10 COMENT'S PARA A PROXIMA!!

LEIA POR VAFOR!! É IMPORTANTE!
Ain meninas a web nao esta valendo a pena assim que nem 10 coment's nao estou conseguindo?!?!
POR FAVOR ME FALEM O QUE ACHAM!!!
EU PRECISO DE COMENT'S!!
EU VOU COMEÇAR A NÃO POSTAR SE NÃO ATINGIREM A META!!
Eu sei que isso é chato e tals!!
Mas é o unico geito para que eu fique sabendo se estão lendo e se estão gostando.
POR FAVOR COMENTEM!!

EU TENHO MEDO DE FANTASME ENTÃO NAO SEJA UMA!!
PLEASEE
;)

Bom Tay eu estou apenas repostando!! Não pedi autorização pra autora pra mudar alguma coisa sabe!!
MAs não se se vc sabe e tals!!( OLHA A BOCA GRANDE!! KKK )Tem segunda temporada e ela ainda nao termino!! ;)
FICA A DICA PRA VOCÊS TODAS MENINAS!! ;)Muita coisa ainda vai rola então preciso saber se vcs querem continua com essa ou vão querer outra!! ;)


terça-feira, 12 de junho de 2012

Capítulo 21

Let me make a wish upon you.

Acordei ao sentir o forte cheiro de comida vindo do andar debaixo. Constatei que estava sozinha no quarto e me levantei, seguindo para o pequeno banheiro da suíte. Mirei minha imagem no espelho, levando um susto. Meu cabelo estava desarrumado e meu rímel formava uma camada preta embaixo dos meus olhos.
Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e molhei meu rosto, tentando tirar a aparência horrível. Enquanto o fazia, lembrei de que eu não havia deixado mensagem alguma para meu pai, que a essa hora deveria estar preocupado comigo.
Assim que saí do banheiro, calcei meus sapatos rapidamente e olhei para o relógio. Ainda eram 8:40. Suspirei aliviada. Talvez meu pai ainda não tivesse acordado.
Desci as escadas, ainda sentindo o cheiro de comida. Entrei na cozinha, me deparando com um Timmy e um Cameron sorridentes e falantes.
-Eu disse que o povo daqui toma Red Bull quando acorda... – murmurei para mim mesma, enquanto sentava em uma das cadeiras da cozinha.
-Bom dia, Demi. – os dois falaram assim que notaram minha presença.
-Dia. – falei em um tom baixo.
-Dor de cabeça? – Timmy me perguntou, parecendo preocupado.
-Não, fome mesmo.
-Tenho a solução para seus problemas então. – ele sorria para mim de uma forma extremamente fofa, fazendo eu me perguntar se eu merecia alguém tão legal assim. Assim que voltei de meus pensamentos, percebi que Tim havia colocado um prato com torradas e alguns frios na minha frente.
-Desculpe, não tinha muita coisa na geladeira. – Came comentou assim que viu meu olhar sobre o prato.
-Isso é o que tem na minha quando eu faço compras. – eu ri.
-Cameron parece mulher, sempre preocupado com o que os outros vão pensar. – Tim o zoou, sendo batido com um pano de prato segundos depois.
Comecei a comer, notando como o sorriso de Timmy era brilhante. Será que ele fez clareamento? Ri com esse pensamento e voltei meu olhar para o prato, terminado de comer alguns minutos depois.
-Obrigada, anjo protetor. – eu ri para Tim.
-Você lembra. – ele sorriu, mostrando seus perfeitos dentes brancos.
-Claro. – pisquei, me virando para a porta quando escutei a voz de Nicolas.
-Bom dia. – Nick resmungou enquanto passava pela porta com as mãos na cabeça. – Quanto menos falarem, melhor para minha dor de cabeça.
-Tadinho, acha que a gente vai ficar mimando ele. – Came brincou.
-É sempre assim. Nicolas acha que nós somos a mamãe dele. – Timmy concordou. Todos rimos quando Nick, que apoiava a cabeça na mesa, levantou seu braço e estirou o dedo médio para os dois. Olhei para o relógio. 9:15.
-Droga. – resmunguei enquanto me levantava.
-Que aconteceu, Demi? – Tim perguntou.
-Eu tenho que chegar em casa antes que meu pai dê por minha falta. – antes que Timmy pudesse responder, eu o dei um selinho, quase que por impulso. –Tchau, gente, até mais tarde talvez. Assim que passei pela porta da cozinha escutei os meninos rirem de alguma coisa, só então notei o que eu havia feito. Droga! Demetria sempre estragando as coisas.

Entrei em casa arfando, por ter andado apressadamente pelas ruas do condomínio. Parei assim que cheguei à cozinha. Mary estava com uma camisola de seda preta e meu pai estava com uma blusa branca lisa e uma boxer azul. É, eu realmente tinha perdido muita coisa.
-Oi, filha. – ele sorriu. Sim, sorriu.
-Está se sentindo melhor, querida? – a namorada do meu pai me encarou com seus olhos azuis profundos. - Hoje pela manhã um menino, Tom, Tim, não lembro direito, ligou para cá, avisando que ontem pela noite você não tinha se sentido muito bem e eles preferiram levar você para casa deles, assim não nos acordariam. – provavelmente ela não tinha notado minha cara de confusão ao escutar a pergunta.
-Ah, sim. Estou bem, obrigada. Eu só preciso de um banho. – falei, me sentindo mais leve por não ter me metido em problemas. Subi para meu quarto, me enfiando no banheiro após pegar uma toalha.
Enquanto sentia a água bater em minhas costas, eu pensava em tudo o que tinha acontecido na noite anterior. Quais as probabilidades de eu ter me apaixonado pelo Timmy? Nem eu sabia.

Entediada, liguei meu rádio, pegando uma música no final.

“No no, no no
(“Não não, não não)
I don't want you tonight
(Eu não te quero esta noite)
You weren't there
(Você não estava lá)
I'm gonna show you tonight
(Eu vou te mostrar essa noite)
I'm alright, I'm just fine
(Eu estou bem, eu estou legal)
And you're a tool
(E você é um idiota)
So so what?
(Então, e daí?)
I am a rock star
(Eu sou uma estrela do rock)
I got my rock moves
(Eu tenho meus golpes)
And I don't want you tonight.”
(E eu não te quero esta noite.”)

Enquanto o verso decorria, eu fazia uma coreografia tosca que envolvia guitarras imaginárias e jogadas de cabelo. Não tentei cantar porque sei que desafinaria fácil, já que a Pink tem uma das vozes mais diferentes.
Assim que a música trocou, eu me joguei em minha cama, tentando acalmar minha respiração. Escutei risadas vindas da porta e me perguntei se a pessoa conhecia o significado de privacidade.
-Você não enjoa de olhar pra minha cara não? – encarei Ann.
-Não. – ela soltou um risinho.
-O que te traz aqui?
-Só quis ver se você tinha se metido em algum problema com seu pai.
-Não. Meu anjo protetor me salvou, novamente. – comentei.
-Anjo protetor, huh? – Anne perguntou com um sorriso malicioso em seus lábios.
-Não dá pra contar as coisas pra você. – fiz uma expressão séria, pegando um travesseiro e o pressionando contra meu rosto.
-Qual é, Demi. Eu só tava brincando. – tirei o travesseiro do meu rosto.
-Você sempre ‘tá brincando.
-Eita, mau humor.
-Desculpa.
-Tudo bem. – um silêncio se instaurou por alguns segundos. - Posso fazer uma pergunta?
-Pode.
-Você se lembra de alguma coisa de ontem?
-Lembro. Por quê?
-Porque eu não sei nem como eu cheguei à casa do Cameron.
-Claro, bebeu mais que não sei o quê.
-Obrigada por me lembrar disso. – ela falou com uma expressão de sarcasmo. –Sério, Demi, o que aconteceu ontem?
-Nada demais. Eu voltei a falar e ficar com o Timmy. Depois nós fomos para um quarto para jogar “Eu nunca”. Quando acabamos, Timmy e Came nos arrastaram até a casa do Cameron e cada casal ficou em um quarto.
-Pára na primeira frase. Conta tudo. –Anne pediu, sorrindo feito criança no Natal.
-Ok, ok. – então lhe contei tudo o que havia acontecido.
-Você ‘tá apaixonada.
-Não, não ‘tô. – respondi à Ann, revirando os olhos.
-Nem gostando?
-Gostando. – ela ia comemorar, quando eu interrompi. –Talvez.
-Pára de ser idiota, Demetria. O que ‘tá te impedindo? Aquele idiota que sempre te humilhou?
-Não! O que ‘tá me impedindo é que eu não sinto nenhum dos ‘sintomas’ quando eu to perto dele. Entende?
-Sabe o que eu acho? Que você devia dar o troco nele.
-Já tentei.
-Não da maneira certa. – Anne sorriu de uma maneira vingativa, como se ela fosse da máfia e tivesse bolado um plano.
-Você me dá medo.
-Demetria, presta atenção! Você tentou ficar com um menino na frente dele?
-Não. Mas não era justamente você quem me falava pra esquecê-lo, que ele não valia a pena, blá, blá?
-Só que deu certo? Não, porque você continua chorando por ele. Se vingue da maneira certa, só isso. Caso não der certo, pelo menos você se divertiu. – suspirei alto, considerando a idéia.
-E o que você espera que eu faça? Leve o Timmy até a casa dele, bata na porta e quando ele abrir a porta, eu dou AQUELE beijo no Tim?
-Você é mais lerda do que eu pensava. – eu abri a boca, em sinal de indignação.
-Brincadeira, Demi. Mas pensa comigo, na próxima festa daqui você chama todo mundo e fala com aquela voz de desprezo, “se o Jonas quiser vir, deixa”. – então eu me lembrei da apresentação deles no pub.
-Você é um gênio, Ann. Já sei o que vou fazer. – A loira riu, perguntando o que eu faria. Contei à ela sobre o pub, recebendo um “ótimo” como resposta. Assim que ela concordou com a minha idéia, mudamos de assunto.

-Ok, ok. Já vou descer. – a loira falou ao telefone. – Demi, ‘tô indo. Até amanhã. – ela se despediu de mim assim que desligou o aparelho.
-Bom, o que eu vou fazer às 8 horas, sozinha e sem sono? – me joguei na cama e passei a encarar o tédio. Alguns minutos se passaram enquanto eu tentava pensar em alguma coisa, mas nada me vinha à cabeça.
-Certo, amanhã eu vou acordar, vou encontrar o pessoal, chamá-los para a apresentação. Depois vou me trancar no banheiro e só sair 30 minutos antes da Ann invadir meu quarto. – eu ia repassando meus planos até chegar em um tópico que eu não tinha pensado, e se Joe desse em cima de Anne? Com certeza, eu não iria agüentar. Ô droga! Mas Nick não iria deixar e ia bater no Joseph. Eu ri tentando imaginar a cena. Mas, com certeza, Timmy se meteria no meio, assim como Cameron, e aí não ia ser legal, para ninguém. - Novamente, ô droga! – murmurei para mim mesma. Levantei, decidida a achar uma roupa que ficasse legal.

Após provar todo meu armário, cheguei a uma decisão, usaria uma calça jeans, meus amados peep-toe’s vermelhos e uma blusa branca com decote em ‘V’.
Visto que eram 10 horas, cacei minha toalha pelo quarto e fui tomar um banho quente. Assim que saí do banho, alguém bateu na porta.
-Um segundo! – gritei para quem estava do lado de fora. Me troquei na velocidade da luz e abri a porta.
-Oi, pai, desculpa a demora.
-Tudo bem. Eu só queria avisar mesmo que eu vou sair agora com a Mary e...erm...devo dormir fora. – eu me controlei para não rir. Era engraçado pensar que meu pai tinha vergonha de me dizer essas coisas. Se ele soubesse que eu já vi a blusa da namorada dele jogada no chão do corredor no meio da noite...
-Pode deixar, pai, eu fico bem sozinha. – sorri sincera. - A Sol já foi?
-Já sim, filha. Agora quem vai sou eu. Até amanhã, minha princesinha. – ele se aproximou de mim e beijou minha testa. Fiquei nas pontas dos pés e lhe dei um beijo na bochecha, sorrindo.
-Até, pai. – assim que me virei para procurar uma escova, escutei a porta se fechar.

Sentei-me na poltrona da sala com um balde de pipoca apoiado em minhas pernas. Liguei a TV, colocando em um canal de filmes. Dei sorte por um ótimo filme estar começando.
Em um certo ponto do filme, eu já havia acabado com metade da pipoca. Deixei o balde no chão e troquei de posição na poltrona, deixando minha cabeça apoiada no encosto.
Devido à cena, eu chorava. Meus olhos estavam vermelhos, e meu nariz, inchado. Então escutei a campainha. Xinguei a pessoa mentalmente e me levantei para atender a porta.
-Timmy? – arqueei uma sobrancelha assim que o vi na minha porta.
-Oi, Demi. – eu acendi as luzes da sala. -‘Tá tudo bem? – ele perguntou espantado, provavelmente ao notar que eu chorava.
-‘Tá sim. Eu tava vendo filme, só isso. – eu ri. –Ah, desculpe, nem te convidei para entrar. – dei licença a ele e fechei a porta.
-Eu vim aqui te chamar para circular pela vila. Tava sem nada pra fazer e achei que você também estivesse. Mas como está vendo filme, eu já vou. – ele estava quase girando a maçaneta. Olhei para a TV e constatei que já havia perdido a melhor parte do filme.
-Não, espera. Deixe-me só trocar de roupa. – apontei para meu corpo, coberto apenas por um micro-short e uma blusa de mangas curtas. Ele mordeu o lábio e tenho certeza que se controlou para não soltar alguma besteira. Eu balancei a cabeça, rindo e me virando para subir as escadas.
Olhei para meu armário, me perguntando o que eu usaria. Provavelmente não estava tão frio assim, então optei por uma calça jeans e uma blusa de mangas ¾ . Ajeitei meu cabelo e desci, encontrando um Timmy levemente emocionado pelo filme. Eu soltei uma risada frouxa e ele se virou para mim.
-Eu sou uma pessoa sensível, ‘tá? – ele brincou, falando com voz de gay.
-‘Tá, nada contra. Vamos. – ri novamente e fui até a porta com ele em meu encalço.

-Você já viu o deck branco? – Tim me perguntou enquanto andávamos para um lugar que eu não conhecia.
-Deck branco? O que ou quem seria isso?
-Um deck que é pintado de branco. Sabe deck? Madeirinhas que podem flutuar na água...
-Eu sei o que é deck, só não sabia dessa nomenclatura.
-Então, nós estamos indo para lá.
-Ah sim. Você vai me levar para um deck escuro? Oh, Deus, me proteja. Sou uma pobre e indefesa criança. – brinquei, o fazendo rir.
-Você é muito besta. – Timmy me puxou pela cintura com um braço, ainda com um sorriso e fez com que nossos corpos ficassem bem próximos. Olhei em seus olhos verdes e desci meu olhar para seus lábios.
Então seu sorriso alegre desapareceu assim que ele notou meu olhar e se transformou em um sorriso charmoso. Voltei a mirar seus olhos, que agora estavam fechados e se aproximavam. Fechei os meus em resposta e senti seus lábios tocarem os meus. Por que eu simplesmente não controlava minha vontade de beijá-lo?
Timmy, depois de alguns segundos, rompeu o beijo, sorrindo. Sorri de volta, pegando em sua mão e o puxando para a direção a qual estávamos indo antes.
-Vamos, agora eu quero conhecer o tal deck branco. – eu ri e senti que ele havia parado, o que me fez fazer força para puxá-lo. Desisti e olhei para trás. –Que foi?
-Vamos fazer uma aposta?
-‘Tá.
-Se eu chegar primeiro no deck, você vai gritar pela vizinhança “eu te amo, Timmy querido”. – nós dois rimos.
-E se eu chegar primeiro, você vai ter que... – prendi meu lábio inferior entre os dentes e pensei por alguns segundos. – cantar uma música pra mim.
-É seu ouvido mesmo... – ele riu.
-Aposto como sua voz é bonita.
-Uma aposta de cada vez, mocinha. – Tim brincou. –Pra chegar ao deck é só seguir em frente toda vida.
-Ok.
-1,2,3, já! – ele falou enquanto eu amarrava meu cabelo e saiu correndo.
-Ei! Não vale, Timmy! – corri atrás dele. Olhei para as costas dele e tive uma idéia.
Corri mais rápido que podia e assim que estávamos perto do deck, me segurei no ombro dele, montando em suas costas, o que o fez quase cair.
-‘Tá doida? – nós dois ríamos.
-Você roubou, não valeu. – Eu (tentava) falar enquanto ria e puxava o ar rapidamente. Eu, certamente, não dou para ter uma vida saudável.
-Ok, ninguém faz nada então.
-Você ia ter que fazer mesmo. – brinquei.
-Vai nessa, neném! – Tim cutucou minha barriga. Olhei para ele, rindo e depois me virei, entrando no deck que possuía vista para o pequeno lago do condomínio. Sentei-me em um banco, virando para o lado contrário e encaixando minhas pernas entre o vão do assento e do encosto. Apoiei meus cotovelos no encosto e encarei meus pés, que flutuavam sobre a calma água do lago.
-Aqui é um bom lugar para se viver, não acha? – ele se sentou ao meu lado e copiou meus movimentos. Assenti com a cabeça, olhando para os pequenos pontos brilhantes no céu. – Não sei por que o Came não gosta daqui. Acho que é por aqui não ser tão agitado.
-Aqui não é agitado? Vocês têm festa quase toda semana, cara.
-Nas férias só.
-Nenhum lugar é perfeito, né.
-Verdade. E como sua vida social longe daqui é?
-Chata. – eu ri. – Na verdade, festas acontecem raramente, assim como sociais. – engatamos em uma conversa até ficarmos com muito frio e resolvermos ir para casa.
Depois de nos despedirmos com um beijo, eu subi para meu quarto, com um sorriso e a sensação de que as coisas estavam dando certo para mim.

Continua...
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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Capítulo 20

  Just for fun.

-Não digo que ele esteja te amando, nem querendo casar e ter 39 filhos com você. Mas já pensou na possibilidade dele querer um namoro?
Namoro. Essa era uma das palavras que rodavam incessantemente pela minha cabeça. Não que eu tivesse medo de compromisso, nem nada. A única coisa que eu tinha medo era de magoar alguém que até agora só me fez tão bem.
Às vezes eu só queria deletar certas pessoas da minha vida. Seria tudo tão mais fácil e menos doloroso.
O que seria de minha vida sem Joseph Jonas? Uma maravilha. ‘Taí uma coisa, vou encomendar a morte dele. Onde será que eu faço isso? Ok, ok, páre de pensar nessas coisas, Demetria. Ninguém merece morrer.
-Filha, ‘tá acordada? – meu pai colocou a cabeça para dentro da porta.
-‘Tô sim. – me sentei na cama, vendo ele se aproximar e se sentar próximo a mim.
-Eu só queria me desculpar por estar tão ausente. As coisas na empresa estão uma loucura.
-Não há pelo que se desculpar, pai, eu entendo. Sem contar que eu estou me divertindo muito com a Ann, o Nick e os amigos deles. – sorri, demonstrando sinceridade.
-Mesmo? Me sinto aliviado então. – nos abraçamos por alguns segundos. – E o que vocês têm feito?
-Um dia nós fomos pra quadra, no outro nós fomos pra casa de um dos meninos para ver filme. Ah, coisas assim. – Certamente eu não falaria da festa.
-Ah, sim. Demi, o papai tem que ir ao mercado porque hoje a Sol não vai poder vir. Quer ir comigo? – fiz uma careta, me espreguiçando. – Certo, eu vou sozinho. – ele riu, saindo do quarto.

Meu celular começou a tocar e eu o atendi.
-Demetria do céu!
-Que foi, Sel?
-Adivinha o que aconteceu?
-Sei lá, você tirou um dez em matemática? – eu ri.
-Idiota. – notei que pelo tom de voz, ela estava com uma cara de chateada.
-Desculpa. Mas fale logo.
-Ok. ‘Tá sentada? – larguei minha toalha em um canto e me sentei na cama.
-‘Tô.
-O McFly vai se apresentar em um pub por aqui! – Eu soltei um gritinho.
-Sério?
-Aham! Os meninos estão muito empolgados.
-Eu imagino. Algum deles está aí?
-Só o...erm...Joe.
-Deixa. Mas dê meus parabéns a eles.
-Ah, o Nicholas acabou de chegar. Quer falar com ele?
-Quero.
-Vou passar pra ele, dois segundos. – escutei ela o chamar.
-Demi?
-Poyntner!
-Quanto tempo, menina.
-Vocês são exagerados. Mas então, eu soube da notícia. Parabéns, cara.
-Obrigado, Demi. Você vem, né?
-Quando e onde vai ser? – mordi meu lábio inferior
-No pub que a gente vai às vezes. Daqui a 2 dias, às 9 horas. MEU DEUS, DOIS DIAS SÓ! – Nicholas exclamou repentinamente, me fazendo rir.
-Eu acho que vou sim. Algum problema se eu levar o pessoal daqui?
-Não, nenhum. Desde que você venha, ‘tá ótimo. – pude imaginar que ele estava sorrindo.
-Ok, eu irei. Agora vai lá ensaiar pra não errar nada! – eu ri.
-Pode deixar, senhorita. Até lá.
-Até. – desliguei a ligação, pensando como seria se eu chegasse com os meninos da vila no ‘show’ deles.

Quando me dei conta de que faltava pouco tempo para que Ann chegasse, eu corri para o armário, caçando uma roupa ‘usável’.
Depois de alguns minutos, optei por uma calça jeans e uma blusa verde que possuía uma marcação abaixo dos seios. Calcei uma sandália baixa e coloquei uma faixa marrom no cabelo, me dando uma aparência de boneca. Como não estava com vontade de usar maquiagem, somente apliquei o corretivo, pra disfarçar minhas não-queridas olheiras.
De acordo com minhas previsões, dali a 5 minutos Ann estaria arrombando a porta do meu quarto, como sempre.
Dito e feito. Em menos de 5 minutos ela já estava perguntando se eu estava pronta.
Recebendo uma resposta afirmativa, começamos a andar até a casa da menina.
-Ele vai? – perguntei em meio a alguns comentários que Anne fazia enquanto nos aproximávamos da casa da menina.
-Vai. Eu o convenci. Além do mais, o Timmy não é do tipo que fica em casa quando tem festa.
-Ele sabe que eu vou?
-Não falei disso com ele. Mas ele deve imaginar que você vai. – murmurei um ‘hum’. -‘Tá pensando no que falar com ele?
-Exatamente. – Soltei um sorriso amarelo.
-Se te ajudar, na hora você solta o que vier na sua cabeça.
-É, não ajudou muito. – nós rimos. – Eu só preciso me focar em pedir desculpas pelo meu comportamento e não soltar mais nada.
-Chegamos. – Anne falou enquanto me guiava pela porta de uma casa imensa. Ao entrar no ambiente, notei que quase todos os jovens que estavam na quadra a uns dias atrás, agora se encontravam na casa da menina. Todos na base do álcool e músicas agitadas.
Avistei Cameron, Nick, Timmy e Martha a alguns metros.
-Ali. – apontei a direção a Anne. Nos aproximamos do grupo mais discreto do salão. Ann cumprimentou Nick com um beijo e os outros com um sorriso. Eu somente esbocei um sorriso a todos, não mirando o rosto de ninguém.
-Eu acho que vou pegar uma bebida. – gritei, devido ao volume do som. Me desviei entre os jovens até chegar à cozinha, onde estavam as pessoas mais bêbadas daquela festa ou outras ainda sóbrias como eu, que buscavam algo.
Assim que mergulhei meu braço para dentro do freezer onde estavam as bebidas, vi duas meninas se beijarem, o que me provocou náuseas. Nada contra, mas se vai fazer, não façam na minha frente.
-Nojento, não é? – um menino que eu nunca tinha visto se apresentou a mim. Assim que voltei à posição normal, com uma Smirnoff Ice em mãos, concordei com ele.
-Demais. Erm... posso pedir um favor?
-Dois até. – ele sorriu, de forma galanteadora. Eu ri e estendi minha garrafa pra ele.
-Abre, por favor? Eu tenho uma certa dificuldade com garrafas assim.
-Ok. –Agilmente, ele abriu a garrafa, dando-a para mim.
-Obrigada. – sorri, de forma agradecida.
-Não foi nada. A propósito, Aaron. – ele estendeu sua mão livre pra mim e eu a apertei.
-Demetria. –sorrimos um ao outro. –Bom, vou voltar para o meu grupo.
-Tudo bem. Nos esbarramos por aí, Demetria.
-Certo, Aaron. – lhe lancei um sorriso tímido e voltei à rodinha, tomando muito cuidado para não tomar um banho enquanto passava pelos jovens que dançavam.
-Demorou, hein, Demi. – Nick comentou.
-É, foi difícil passar pela multidão. – respondi, sem levar em conta o tom malicioso que ele havia usado.
Comecei a me mexer no ritmo da música. Eu estava completamente sem graça e não conseguia fazer outra coisa com meus olhos que não fosse fitar meus pés.
-‘Tá com dor no pescoço, Demi? - Came brincou. Estirei a língua para ele, rindo também.
Todos conversavam sobre alguma coisa ou se pegavam, enquanto eu fazia companhia à minha garrafa e vice-versa.
-Eu vou tomar um ar. – Timmy falou para o grupo, se dirigindo segundos depois para os fundos da casa. Olhei para Ann, que me olhava como se dissesse para eu o seguir.
-E eu já volto. – Falei rapidamente, enquanto olhava na direção que ele havia seguido, para não o perder de vista.
Passei novamente pela multidão que estava mais agitada do que antes. Antes de sair da casa, deixei minha garrafa em um canto.
O avistei não muito longe de mim, sentado na escada, fumando um cigarro e olhando para, aparentemente, nada. Me sentei ao lado dele.
-Dizem que cigarro mata. – falei, olhando na mesma direção que ele.
-Eu sei, mas relaxa. –Tim deu outra tragada.
-Relaxa por enquanto, porque daqui a pouco você vai estar morrendo pelos cantos.
-Dramática. – Timmy comentou com um sorriso de lado.
-Sou mesmo. – um silêncio se instalou por alguns segundos e depois foi quebrado por ele.
-Por que a gente ‘tá brigado? – pensei por alguns segundos.
-Não sei. De repente por eu ter me estressado demais.
-Eu só estava brincando.
-Não pareceu. – murmurei.
-Eu estava sorrindo, Demetria! Ninguém critica sorrindo. Você queria o quê? Que eu fosse correndo atrás de você depois? Muito clichê.
-E se eu quisesse?
-Então eu te diria que você tem que amadurecer, porque nem sempre as coisas são como a gente quer. – Mirei meus pés por alguns segundos. Por que eu sempre estava errada?
-Me desculpa. Eu tava chata naquele dia e tava pensando em outras coisas e... – senti seus braços passarem ao redor dos meus ombros.
-Pára, Demi, não precisa se explicar. Tudo o que importa é que nós voltamos a nos falar, certo? – eu concordei com a cabeça, sorrindo. – Então, pronto. – me virei para ele e dei um beijo em sua bochecha.
-Agora vai dizer que você não sabia que eu viria atrás. – comentei com uma risada.
-Na verdade, eu não sabia. Já te disseram que você é como uma caixinha de surpresas? – Timmy riu e se aproximou para me dar um selinho. Eu retribuí e sorri.
É, já me disseram isso.

-Vamos entrar? – perguntei depois de alguns minutos.
-Vamos, vamos.
Passamos novamente pela multidão, encontrando os outros dois casais.
-Finalmente! Achei que tivessem se matando lá fora.
-Longe disso. – Tim sorriu e passou seus braços por meus ombros, me dando um beijo na testa. Eu sorri de forma envergonhada.
-Agora que estamos todos de bem, o que faremos? – Came perguntou.
-Beber até cair! – Anne respondeu animadamente. Eu ri da cara de criança que ela fez.
-A gente pode ser trancar em um quarto e brincar de “Eu nunca”. Que tal? – Nick deu a idéia.
-Por mim. – os outros responderam, olhando para mim depois.
-Tudo bem. Vamos. – sorri, pegando na mão de Timmy.
-Vou pegar uma garrafa e eu subo. – Martha falou, sumindo na multidão segundos depois. Subimos as escadas até os quartos e encontramos um que estava livre. Nos sentamos e alguns segundos depois Martha apareceu com uma garrafa de Tequila e outra de Vodca.
-Trouxe limão não? – Tim perguntou. Martha confirmou com a cabeça, deixando as garrafas no chão e sentando. Depois de alguns segundos ela deu as costas para a gente e quando virou estava com dois limões nas mãos
-De onde essas coisas surgiram? – Came gritou.
-Mágica, meu bem. – Todos rimos.
-Interrompendo a descoberta das Américas, qual das garrafas nós usaremos primeiro?
-Vodca! – Ann deu um berro.
-Ok, surtada. – Timmy disse. - Todos sabem jogar eu nunca aqui. Não sabem? – concordamos com a cabeça. – Ótimo.
-Eu começo. – falou Cameron. - Eu nunca quis pegar a namorada do meu amigo. – ninguém bebeu. Seguindo a roda, agora era a vez de Ann.
-Eu nunca quis acabar com o namoro da minha amiga ou amigo. – novamente, ninguém bebeu.
-Eu nunca quis trair. – Nick bebeu sozinho.
-Eu nunca quis ultrapassar a ‘linha’. – Todos, menos eu e Martha, beberam.
-Eu nunca passei da ‘linha’. – Novamente, todos, menos eu e Martha, beberam.
-Eu nunca desejei um professor ou professora. – Todos, exceto Nick, beberam.
-Eu nunca forcei a barra para passar da ‘linha’. – Nick bebeu, novamente, sozinho.
-Eu nunca “cheguei” em ninguém. – Eu e os meninos bebemos.
-Eu nunca me apaixonei. – Eu, Nick e Ann bebemos.
-Eu nunca chorei de amores. – Eu e Ann viramos. A essa altura eu já estava sentindo minha cabeça girar. Não só por estar praticamente em jejum, mas por ter bebido muito rápido e de forma seguida. Sim, eu era fraca para bebidas.
-Eu nunca estive em um triângulo amoroso. – Ninguém bebeu.
-Eu, sei lá. Essa porra ‘tá chata. – Nicolas falava com cara de tédio.
-Nick, tu que é chato. – Martha riu.
-Tadinho do meu bebezinho. – Anne apertou as bochechas de Nick, fazendo-o ficar com os lábios apertados e lhe deu um selinho. O menino passou seus braços pela cintura dela e eu tenho certeza de que ela iria para o colo dele se Timmy não tivesse interrompido.
-‘Tá bom, ô casal 10.
-Vai pegar a Demi, vai! – Nick riu.
-Idiota. – nós dois falamos ao mesmo tempo.
-Eu sou a favor da gente fazer um ménage. – Nicolas deu a idéia.
-E eu acho que o Nick já bebeu demais. Não é, priminho?
-Eu não vou deixar mais ele beber, Demi. – disse Ann.
-Tudo bem. Quem ficou de ‘protetor’ essa noite? – fiz as aspas com os dedos, perguntando a Tim.
-Cameron. – olhei para Came, que estava sério. Ele era o mais sóbrio dali de longe.
-Então vamos beber. – falei com um sorriso de maníaca.
-Vamos nada. Se você beber tanto assim, eu não vou poder.
-Por quê? – arqueei uma sobrancelha.
-Porque você pode ficar muito animada, fazer merda e eu tenho que estar sóbrio para te proteger. – sorri e joguei meus braços ao redor de seus ombros, beijando seus lábios.
Suas mãos se posicionaram na minha cintura e meus dedos se entrelaçaram no cabelo dele, se mexendo lentamente.
Conforme o beijo ia ganhando mais... velocidade, digamos assim, os dedos de Tim se apertavam em minha cintura e uma de minhas mãos desceu para sua nuca, o arranhando levemente na região. Timmy interrompeu o beijo, prendendo meu lábio inferior entre seus dentes e o soltando segundos depois.
-Assim você me mata, criança. – Ele sussurrou com os lábios colados aos meus. Eu sorri de lado, mordendo seu lábio superior levemente. Grudamos nossos lábios e quando ia aprofundar o beijo, um menino entrou no quarto, gritando pra nós sairmos porque os pais da menina estavam lá embaixo.
-Merda. – resmunguei enquanto me levantava. Assim que saímos do quarto, vimos os pais da menina na porta e a menina chorando. Senti pena da garota. Eu nunca iria querer estar no lugar dela.
Seguimos o fluxo, saindo apressadamente da casa. Olhei para trás e notei que Nick escondia alguma coisa debaixo da blusa. Neguei com a cabeça e assim que estávamos longe o suficiente da casa, nos sentamos na praça do condomínio.
-Nick, eu não acredito que você trouxe a garrafa de Tequila! – Ann exclamou, tentando se manter séria. Mas como não estávamos sóbrios o suficiente para isso, acabamos rindo.
-Pois é, mas eu trouxe. Seria uma pena desperdiçar, Annezinha. – ele falou com uma expressão extremamente fofa.
-Só você. – Ann virou os olhos.
-Então, vamos beber, galera?
-Vamos. – Fizemos uma roda no chão coberto por areia da pracinha. Conforme a garrafa ia passando de mão em mão, nós íamos começando a ficar mais leves e ríamos mais também.
-Pessoal, chega de bebida pra todo mundo. Eu sou um só, não posso dar conta de todo mundo. – Cameron falou, enquanto esvaziava a garrafa, jogando todo o conteúdo restante na areia.
-Você é doido? – Nicolas gritou.
-Doido é você, ô palhaço. – Nick ameaçou levantar, mas Anne o segurou.
-Ele ‘tá certo, amor. Parou pra todos. – Embora eu estivesse tonta e não conseguisse nem fazer uma linha reta, eu sabia o que estava fazendo, falando e escutando.
-Acho melhor cada um ir pra sua casa.
-Não, vai todo mundo lá para minha casa. Meus pais estão fora. E do jeito que essa cambada ‘tá, vão acabar fazendo merda.
-É, melhor mesmo, cara. – Eu escutava ao diálogo de Timmy e Cameron.
-Eu ajudo o Nick e a Anne e você ajuda a Demi e a Martha.
-Vamos, Demi. – senti alguém me ajudar a levantar. Fiquei de pé, segurando a mão de Timmy. Eu sentia como se meus pés estivessem desconectados do meu corpo, mas eu conseguia andar.

-Tim, faz o seguinte, eu durmo com a Martha no meu quarto, o Nick e a Anne que se comam no quarto dos meus pais e você fica com a Demi no quarto da minha irmã, pode ser?
-Pode, pode. – Novamente eu escutava os dois conversarem. Ao que Tim foi me ajudar a subir a escada, eu me virei para ele.
-Não precisa. Eu consigo. – sorri e, me segurando no corrimão, subi os degraus com Timmy em meu encalço. -Qual é o quarto?
-O último. – Seguimos em silêncio até o quarto. Assim que entramos, eu notei que havia uma cama de casal e um sofá. Dirigi-me até a cama, tirando meus sapatos e me acomodando em um dos lados. Passados alguns minutos, eu notei que ainda estava sozinha e Timmy estava no sofá.
-Vem para cá. – pedi. – por favor.
-Ok. - senti a cama afundar do meu lado e tateei o lençol, tentando o encontrar, devido ao escuro. Notei que ele estava com a barriga para cima. Encostei-me nele, repousando minha cabeça em seu peito. Senti seu braço envolver meu pescoço e sua mão acariciar meus cabelos. Sorri, fechando os olhos.
-Obrigada por ter me protegido hoje. – soltei uma risada baixa.
-Pode ter certeza de que eu serei seu anjo protetor de hoje em diante. – ele brincou.
-Então boa noite, meu anjo protetor.
-Boa noite. – Essa foi a última coisa que eu escutei antes de pegar no sono.

Continua....
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