quinta-feira, 24 de maio de 2012

Capítulo 16

 Dreaming was her biggest mistake.

Acordei ao escutar a gritaria vinda do banheiro.
-Selena, SAI DESSE BANHEIRO, AGORA! – Daniella esmurrava a porta, enquanto era possível escutar o som da água batendo no chão e a voz desafinada de Sel.
-Creio que depois dessa, seu plano de acordar mais cedo para poder demorar mais no banho não dará certo. – My falou, com a voz sonolenta.
-ESSA VACA TEM QUE SAIR! EU PRECISO TOMAR BANHO! - Dani ainda batia na porta.
-Vai encontrar o Leonard? – perguntei enquanto me levantava para terminar de pôr minhas coisas na mala.
-Vou, a gente marcou na piscina em 10 minutos. Quero me despedir. Foi legal ter saído com ele. – ela dizia com uma voz triste, soltando um suspiro longo depois.
-Oun, tadinha. – fui até ela e a abracei. –Você arranja um melhor por lá.
-Duvido, amiga. – quando eu ia encorajá-la a não desistir, Sel saiu do banheiro, fazendo Daniella rapidamente sair do abraço e se trancar lá.

Depois de algum tempo conversando, foi minha vez de tomar banho. Enquanto eu me enxugava, me lembrei de Joe, o que fez meu coração disparar repentinamente. Me perguntei se tinha feito certo ao deixar as coisas fluírem. Será que teria sido melhor se eu tivesse o impedido?
Despertei de minhas dúvidas ao escutar uma forte batida na porta, seguida por um grito de Chelsea. Coloquei minha roupa rapidamente e saí do banheiro, indo pentear meu cabelo.
Já nos encontrávamos no saguão do hotel. O diretor chamou a atenção de todos.
-Serão dois grupos em cada ônibus. Grupo 1, monitora Hooligan, com o Grupo 4, monitor Longman. Grupo 3, monitor Perez, com o Grupo 2, monitora Silver. E o grupo 5, monitor Oxford, irá com o grupo da coordenação. Ônibus 1, 2 e 3 respectivamente.
-Ainda bem que é só até a estação. – comentei com Joe, que estava próximo a mim. Senti um arrepio ao olhá-lo nos olhos.
-Verdade. Imagina o diretor roncando do nosso lado. – Jonas riu de seu próprio comentário. Ri também, seguindo o grupo para o ônibus.
-Galera, serão mesmos assentos da ida. – mexi a cabeça, lembrando do episódio do iPod.
-Sem música dessa vez, ok? – Joseph não só entendeu meu movimento, como ainda fez o comentário, rindo em minha companhia em seguida.
-Sou completamente a favor. – sentamos nos mesmos assentos, já que já sabíamos que Chelsea iria pedir para trocar. –Boa noite. – ia me encostar à “parede” quando senti Joe me puxar, fazendo-me encostar ao peito dele.Tentei olhá-lo e pude notar um sorriso. Pus minhas mãos repousadas em seu peitoral enquanto ele me fazia cafuné, o que me fez sorrir e fechar os olhos até que eu pegasse no sono.

-Mãe! – gritei assim que cheguei em casa.
-Filha!- ela me abraçou.
-Achei que você fosse me ligar assim que chegasse no colégio.
-Eu ia, mas a Chelsea me ofereceu carona, já que eu moro no caminho e a mãe dela já ‘tava lá.
-Certo. Ah, Demi, seu pai ligou ontem. – assim que minha mãe disse, bocejei.
-Vou tirar uma sonequinha e depois ligo pra ele. – Embora eu não precise, porque dormi muito bem no trem. Cheguei em meu quarto, me jogando imediatamente em minha cama.

-Demi? – observava a praia à minha frente quando escutei essa voz. Eu tinha meus braços colados juntamente a meu corpo, com o intuito de me aquecer. Olhei para o lado, ainda que com dificuldade, já que estava sentada na areia, reconhecendo a imagem de Joe.
-Fale. – disse, fazendo pouco caso e tornando a olhar o mar. Algo me dizia que eu havia brigado com ele ou coisa parecida.
-Me desculpa por ter agido como um idiota todo esse tempo. Eu nunca consegui perceber o quão maravilhosa você é. E eu queria uma segunda chance com você. – ele falou, se sentando ao meu lado e tentando acariciar uma de minhas mãos, que se encontrava rente ao meu braço. Relaxei-a, fazendo com que ele conseguisse a tocar. Encarei seus olhos, sentindo que ele falava a verdade.
-Eu... - então pensei na promessa que havia feito a mim mesma e em todas as coisas que aconteceram nos últimos anos. Levantei rapidamente, me guiando para o lado oposto ao dele.
À medida que eu ia refletindo sobre o que havia acabado de fazer, meus passos se tornavam mais lentos e então eu havia parado de andar. Como em um impulso, me virei rapidamente, avistando, não muito longe dali, a imagem do menino, que estava em pé, me mirando com uma cara que misturava decepção, tristeza e surpresa. O que eu estava fazendo? Ele havia acabado de se declarar pra mim!
Corri até ele, sentindo aquele ar úmido do inverno adentrar meus pulmões.
-Me desculpa. Eu não sabia o que fazer, nem o que falar, e eu fiquei confusa, e... – não pude terminar de falar, já que Jonas selou nossos lábios antes.
-Você fala demais, garota. – ele riu assim que rompemos o beijo.
-Desculpa. – novamente fui beijada. Ok, eu correspondi, então, nós nos beijamos seria o certo.
-E pede desculpas demais. – e, de novo, Joseph riu assim que partimos o beijo.
-Chato.
-Chatinha. – Jonas me abraçou de modo que minhas mãos ficassem escoradas em seu peito. Ele beijou minha testa e, quando levantei a cabeça, me deu um selinho.
-Viva os pombinhos! – de repente, naquela praia aparentemente deserta, todos os amigos mais próximos, Chelsea, My, Sel, Dani, James, Liam, Kevin e Nicholas, apareceram. Senti minhas bochechas arderem e escondi meu rosto no peito de Joe, que ria. E, do nada, pude visualizar todos os 10 seguindo caminho para não-sei-onde.

Acordei, me sentindo uma abestalhada por ter sonhado esse tipo de coisa com o Joseph. Depois de me levantar, conversar um pouco com minha mãe e comer algo, resolvi ligar para meu pai.
-Paizão! – fiz uma voz de criança.
-Meu amor! Tudo bem? – ele parecia estar sorrindo do outro lado da linha.
-Tudo ótimo e com você?
-‘Tô bem também. Então, como foi lá em Paris?
-Foi maravilhoso, pai! Eu cheguei hoje e resolvi tirar uma soneca, ‘tava muito cansada.
-Imagino. Filhinha, não quer passar uns dias, quem sabe uma parte das férias aqui? Estou com saudades de você.
-Eu ‘tô morrendo de saudades, papaizinho. – Certo, eu sou muito brega.
-Bom, eu tenho que desligar agora, mas caso queira vir pra casa do coroa, é só falar. – meu pai me interrompeu.
-Tudo bem, eu ligo. Beijos.
-Te amo, filha.
-Te amo, pai.
Desligamos o telefone. Agora as coisas estavam melhores para mim, não queria me afastar no curto período de férias que teríamos. Fui para meu quarto, ligando meu notebook na bateria e logo entrando no Facebook. Resolvi dar uma olhada no Face do Joe, me deparando com uma mensagem de ninguém mais, ninguém menos do que Ashley. “Hello, Joe boy. Soube que ficou com a garotinha lá. Vi que é realmente capaz de tudo por mim, hein. xx Ashley. ” –Senti meu rosto arder em chamas. Rapidamente acessei o perfil da menina, me deparando com a seguinte mensagem: Eu te disse. MSN, gata. Joe.” Senti uma solitária lágrima escorrer por meu rosto, como se chamasse outras. As segurei, pegando o telefone com a mão trêmula. Disquei rapidamente o número, sentindo minha bochecha arder, quase que suplicando para que eu deixasse as lágrimas rolarem.
-Pai? – o chamei, com a voz embargada.
-Demi, aconteceu alguma coisa? – Ele se preocupou. Droga, tinha que ter me controlado.
-Não, ‘tá tudo bem. Eu só pensei no que você tinha dito e bom... a proposta das férias ainda ‘tá de pé?
-Claro que sim! Quando você quer vir para cá?
-O mais cedo possível. Amanhã?
-Isso tudo é saudades ou há algo que minha pequena não quer me contar? – Sério, eu amo meu pai. E minha mãe. E minha família. Certo, vocês entenderam.
-Os dois. – sussurrei. Papai emitiu um som similar a ‘hum’.
-Passo às duas da tarde de amanhã. Ok?
-Certo, até lá. Te amo, paizão.
-Também te amo, filhota.
E pela segunda vez dentro de uma hora, eu desliguei o telefone. Suspirei alto, soltando um grito depois.
-A QUEM ESTOU QUERENDO ENGANAR? EU SABIA QUE TINHA ALGO DE ERRADO. EU SABIA. COMO EU SOU ESTÚPIDA. EU QUERO MATÁ-LO! – me joguei na cama, ofegante. Assim que minha respiração se acalmou, as lágrimas voltaram. E dessa vez não as impedi, visto que uma hora elas teriam que voltar e teriam que ser liberadas.
Não solucei, não chorei alto, o que aconteceu não pode ser definido como choro. Digo, as lágrimas caíam. Eu não tinha controle sobre elas, mas também não as queria impedir, estava tão perdida em pensamentos que nem ao menos sabia o que estava acontecendo comigo.
Pensava sobre meus objetivos, sobre todos os meus planos, sobre tudo. Principalmente sobre a falsa idéia de controle da situação. Estava tão confiante de mim mesma que nem sequer pensei que ele poderia me fazer jogar o meu próprio jogo.
Então passei a me sentir uma impotente, uma inútil. Nada que eu fizesse adiantaria. Eu sempre ia cair por ele de novo, mesmo que eu me prometesse que não. Quem escuta, acha que estou falando de algum plano mafioso, mas não, estou falando de amor. Na verdade, a palavra amor é muito forte, paixão talvez.
É, a Ashley deve mesmo valer a pena, digo, deve ser muito legal, ou boa, em todos os sentidos. Ou talvez por ela não valer, que ele corre atrás, porque se bem o conheço, ou penso que o faço, Joseph não é do tipo que gosta das certinhas. Pelo menos agora eu tenho a resposta para a pergunta que eu me fiz em Paris.
Despertei dos meus pensamentos assim que escutei o telefone tocar. Estendi meu braço até a mesa de cabeceira, atendendo-o.
-Demi? – reconheci a voz de Chelsea.
-Fale.- falei tentando disfarçar minha voz, que ainda estava anasalada devido ao choro.
-O que aconteceu? – Eu já disse o quanto eu odeio que me façam essa pergunta? Ela nunca vem em situações boas.
-Nada.
-‘Tô indo praí. – Antes que eu pudesse responder, Chelsea desligou na minha cara.
Fui até o banheiro, prendendo meu cabelo para trás em um rabo alto. Lavei meu rosto, torcendo para este desinchar até que ela chegasse.
Tarde demais, escutei a campainha tocar. Isso que dá morar perto dos amigos.
-Demetria Lovato, você vai me contar agora o que aconteceu. – Jonas fêmea disse em um tom autoritário.
-Seu irmão me aconteceu. – Suspirei alto. – Você já sabia dessa aposta, ou o quer que seja que ele fez, com a Ashley?
-Que aposta?
-Ele tinha que provar que faria de tudo pra ficar com ela. E adivinha pra quem sobrou? É, pra mim. EU ERA UMA DAS “TAREFAS”, “METAS”, NÃO SEI O QUE, DELE! – à medida que eu ia aumentando o tom de voz, sentia aquelas chatas lágrimas voltarem.
-Eu não acredito que ele fez isso. Eu não acredito!
-Pois acredite. Seu irmão é um canalha. E pode dizer ao Joseph que por causa dele, estarei indo amanhã para a casa do meu pai e só volto no fim das férias. – Me levantei e abri minha mala da França, jogando dentro dela outras roupas limpas. – Melhor, não diga nada!
Em 2 semanas eu teria tempo para lavar, pensar, falar, fazer tudo o que eu tinha, ou sentia que tinha, que fazer.
-Eu pediria pra você não fazer isso, mas eu sei que você, do jeito que é cabeça dura, nunca iria mudar de idéia.
-Ainda bem que você me conhece. – Chelsea me abraçou forte. Sorri amigavelmente.
-Conta para as meninas o que aconteceu, ok? – ela assentiu com a cabeça.
-Bom, me mande notícias. Sentirei sua falta, pirrá.
-Até parece que eu ‘tô indo pra guerra. – ri frouxamente.
-Besta. Bem, ‘tá na minha hora. Como eu disse, me mande notícias dos gatinhos da vizinhança de lá, primos distantes. Dos gatinhos em geral.
-Pode deixar. – Nós duas rimos, nos despedindo com um abraço. Chelsea mal saiu do quarto, minha mãe entrou no mesmo.
-Demi, o que ‘tá acontecendo? Seu pai ligou pro meu celular avisando que iria te buscar amanhã. Alguma coisa errada pra você querer ir pra lá? – Detesto meu pai. Brincadeira. Ô glória, não me deixam em paz. Embora, em dias normais eu gostaria de contar isso pra minha mãe, minha cabeça já estava explodindo e não agüentava mais falar.
-Nada demais. Bateu saudade dele, só isso.
-E de mim? Você passou uma semana longe de casa, sem quase mandar notícias. – ri, me aproximando dela e a abraçando.
-Eu esqueci, mãezinha. E além do mais, eu posso te ver todo dia, já meu pai, não.
-Tudo bem, tudo bem. Mas só pra matar as saudades, quer um chocolate quente? – minha mãe fez uma cara de criança, me fazendo rir. Tá aí algo que eu preciso, um chocolate quente.
-Eu quero.
-Então vamos lá fazer. – ela passou o braço por meus ombros e eu repousei minha mão em sua cintura, descendo as escadas em seguida.

Escutei o som alto da buzina vindo do lado de fora da minha casa. Abri a porta, arrastando minha mala com uma certa dificuldade, sendo ajudada segundos depois por meu pai, que havia saído do carro.
Assim que ele colocou a bagagem na mala do carro, eu o abracei forte.
-Senti muitas saudades, pai.
-Eu também, filhinha.
Nos guiamos para o carro, onde eu me sentei no banco do passageiro, colocando o cinto em seguida.
-Então, como foi lá? – meu pai perguntou enquanto dava partida no carro.
-Foi tudo ótimo! Bom, no primeiro dia de viagem a gente ficou no hotel, o que foi legal, porque deu pra relaxar. – eu ia contando, dando detalhes de tudo durante o percurso, não tão longo, até a casa dele.

-Filha, teu quarto já foi arrumado pela Sol.
-Sol! – corri para abraçá-la. Eu amo a Solange, a empregada porto-riquenha, ela é tão meiga e simpática.
-Querida! Como você cresceu! – assim que nos separamos, a olhei. Parecia bem mais magra do que ano passado.
-E você está mais magra! – Sol sorriu, encabulada.
-Impressão sua. Agora, arrume suas coisas lá em cima e depois desce pra comer o bolo que eu fiz especialmente para você.
-Eba! – sorri como uma criança. Corri para o meu quarto, abrindo rapidamente a porta e deixando que o vento que passava por ali bagunçasse meus cabelos.
Senti o colchão afundar quando me joguei no mesmo. Enterrei minha cabeça em meu travesseiro, sentindo o suave perfume de lavanda que exalava do mesmo.
Assim que virei a cabeça, avistei meu rádio, que estava na mesa de cabeceira. Apertei o “play”, fazendo com que um CD antigo feito por mim começasse a tocar. Levantei, abrindo minha mala e separando o que eu deixaria para ser lavado e o que eu colocaria no armário.
Enquanto cantava junto “Nobody’s Fool” com a Avril, eu ia colocando meus produtos no banheiro. Então passei a prestar atenção na letra, não sei por quê.

“Its not a simple here if I'm not so soon
(“Eu não sou uma qualquer aqui e não estou nem perto)
I might've fallen for that when I was fourteen
(Eu posso ter caído nessa quando tinha 14 anos)
And a little more green
(Quando era mais imatura)
But it's amazing what a couple of years can mean."
(Mas é incrível o que alguns anos podem fazer.”)

Lembrei de tudo o que aconteceu para que eu tomasse a decisão de vir para cá. Senti meu coração apertar, mas não deixei que isso durasse muito tempo, já que de agora em diante ele deveria se tornar passado.
É, talvez seja melhor passar as férias um pouco distante de tudo e todos.

Continua...

5 comentários:

  1. Joe n acredito que vc fez isso.
    Quer dizer será que é o q parece?
    Amei o cap.
    Triste pela Demi, força na peruca BB.

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  2. Tadinha da Demi =/
    plmdds POSTA LOGO!!! s2

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  3. posso matar ele? =@ filho d chocadeiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ñ se deve brincar assim com o sentimento dos outros.. Demi pega um bofe mto mais gato q o Joe (mesmo sendo impossivel) e o beije na frente dele.. quero só ver a cara d tacho quando ele ver q foi trocado RUM

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  4. Joseph eu vou te matar!!
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    AMEI
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    BEIJEMI

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  5. FILHO DA MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE ... Pra não dizer outra coisa! :@
    Como ele faz isso? SEU DESGRAÇADO!!!
    AAAAAAAAAAAAAAAAAAA! '-'

    POOOOOOOOOOOOOOOOSTA!

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