terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Capítulo Dez
 Parte 2

Junho, 2008.

- Olá, Catherine – Jim a cumprimentou, entrando na casa.
Do próprio quarto, Demetria pôde ouvi-los conversando. Ela colocou o telefone de volta na base rapidamente, feliz porque Joe havia desligado logo antes de Jim tocar a campainha. O namorado não gostava muito de ver que ela se comunicava cada vez mais com o ex-marido, mas é claro que isso não a impediu. Afinal, ela estava apenas conversando com um velho amigo, que mal fazia? De que importava se ela era legalmente casada com ele?
Demetria estava saindo do quarto, quando esbarrou em Jim, que estava entrando. Ele sorriu para ela, a puxando para um beijo. Não tinham se visto no últimos três dias. Eles estavam se vendo cada vez menos frequentemente agora, e, inevitavelmente, Demetria comparava o namoro com sua relação com John, que havia acabado logo antes de ela começar a namorar com Joe.
- Hey – Ele falou, beijando sua testa – Por que você não atendeu a porta?
- Desculpa, estava no telefone – Respondeu, enquanto procurava sua bolsa para saírem.
- Falando com Selena?
- Não, com Joe – Ela disse, meio receosa, não queria começar nenhuma briga agora.
Jim fez uma careta, mas não reclamou. Quando Demi finalmente achou sua bolsa, eles se despediram de Catherine e saíram para jantar fora.

Enquanto caminhavam para o restaurante, que ficava próximo a casa de Demi, não trocaram nenhuma palavra. Demetria podia sentir um clima estranho e queria perguntar o que estava acontecendo, aquilo não poderia ser só porque ela tinha falado com Joseph. Ela até tentou puxar algum assunto, mas o namorado não colaborava, então acabou desistindo. Após se sentarem em uma mesa e fazerem o pedido, o silêncio começou a ficar desconfortável.
- O que você estava falando com Joe? – Jim finalmente resolveu perguntar o que devia estar pensando desde que saíram do apartamento.
- Ele vai sair da reabilitação daqui uma semana– Ela falou, um pouco surpresa por Jim querer saber – Vai passar a próxima semana na casa de Kevin e a outra na de Liam, para que eles o vigiem no início, sabe, como ele está morando sozinho agora. Mas depois vai poder ir para casa.
- Ah, que bom – Jim disse, mas sua voz transpassava o contrário.
- Sim, é muito bom, mas não precisa ser falso, Jim – Ela se irritou - Olha, eu sei que você não entende, mas Joe é meu amigo agora.
- Não entendo é como de repente ele virou seu amigo, vocês nem se falavam!
- Ele sempre foi meu amigo, nós nos afastamos um pouco, obviamente, mas eu queria me reaproximar dele. Além disso, Joe era meu amigo antes de começarmos a namorar – Ela, é claro, não ia comentar que isso durou muito pouco tempo e que ela sempre sentira algo por ele, era irrelevante.
- Certo, tudo bem. Só não espero que você resolva ficar saindo com Joe, quando ele sair da clínica – Resmungou, querendo finalizar o assunto logo.
- É claro que vou sair com ele, eventualmente, seria idiotice pensar que não – Demetria falou, já começando a se estressar com a falta de compreensão de Jim – Já vou logo avisando que vou buscá-lo junto com os garotos, no próximo final de semana.
- Você realmente acha isso uma boa ideia?
- Selena e Cath também vão. Talvez até Jenny – Ela avisou, revirando os olhos – Até você poderia ir, mas acredito que nenhum dos dois gostaria.
- Você não pode vê-lo depois? Estava planejando levá-la para um lugar no final de semana – Ele falou, meio nervoso.
- Aposto que está inventando isso agora.
- Não estou! – Ele falou, indignado. Não era assim que tinha planejado contá-la da viagem – Queria levá-la para conhecer Manchester... – Ele suspirou – Conhecer meu apartamento novo.
- Por que você comprou um apartamento em Manchester?
- Porque vou me mudar para lá – Ao ver a surpresa nos olhos de Demetria e que ela iria começar a falar, ele acrescentou: - Você se lembra daquela empresa que me ofereceu um emprego alguns meses atrás? – Demetria assentiu – Eu recusei, porque era meio longe, mas eles tentaram me convencer, me ofereceram um cargo maior e me disseram para pensar. Eu comecei a procurar lugares para ficar e descobri que valia mais a pena aceitar o emprego de lá do que o de Londres, mesmo com a mudança – Ele explicou, mas viu que Demi continuava confusa – Eu aceitei o emprego, Demi, devo começar daqui dois meses só, para organizar toda a mudança.
- E quanto a nós? – Ela finalmente falou – Você vai estar morando em Manchester e eu em Londres? Isso não vai dar certo, Jim.
- Então, eu pensei que... Bom, talvez você pudesse ir comigo. Nós podemos morar juntos em Manchester.
Demetria não disse nada, apenas olhou estupefata para Jim. Morar junto com ele, em Manchester? Ela nunca nem tinha pensado nessa possibilidade. Estava feliz agora, dividia seu apartamento com Catherine, logo moraria sozinha, mas isso não era realmente um problema. E amava Londres! Não tinha vontade de mudar de cidade. Jim achou que o silêncio de Demi significava que ela queria mais explicação. E era verdade, mas o que ela queria mesmo, era que ele dissesse que aquilo era só uma pegadinha.
- Olhe, Demi, eu sei que você não quer se mudar – Ele começou a falar e segurou a mão dela – Mas esse emprego é uma oportunidade única. Eu vou receber muito mais do que estou recebendo no momento, eu não poderia recusar. E eu não queria ir sem você, Demi – Ele parou por um momento, então largou a mão de Demetria e apenas a encarou por alguns segundos – Eu te amo, Demetria, e eu quero passar o resto da minha vida com você, se for possível. Eu sei que você ainda não está pronta para se casar novamente e ter filhos. Mas eu estou disposto a te esperar – Ele colocou a mão dentro de um dos bolsos do casaco e pegou uma caixinha – Talvez você ache isso meio precipitado, Demi, mas nós já estamos namorando há quase dois anos e é só um simbolismo... – Ele abriu a caixinha, revelando um brilhante anel.
Demetria ficou calada apenas encarando Jim e o anel por alguns segundos. O que ela podia dizer? Ela nem ao menos tinha certeza se aquilo era um pedido de casamento. Inevitavelmente, Demi lembrou-se do pedido de Joe, no London Eye. Como Jim continuava a encarando, Demetria achou que talvez ela devesse falar alguma coisa.
- Você está me pedindo em casamento? – Ela perguntou, ainda sem saber direito o que dizer.
- Não precisa ser agora, mas, bom, sim. Demetria, você aceita se casar comigo? – Ele sorriu para ela, fazendo com que seu coração derretesse, começando a ficar meio sem graça.
- Jim, meu Deus, eu não sei o que dizer – Demi estava ainda mais sem graça do que o namorado, se é que isso fosse possível.
- Você podia dizer sim... – Ele falou, sem saber o que fazer.
- Eu realmente não estava esperando por isso – Ela suspirou – Desculpa, Jim, mas... Eu não acho que eu possa fazer isso.
- Por que não? Nós estamos sempre juntos – Antes que ele pudesse continuar a falar, Demi o interrompeu.
- Porque, para começar, eu já sou casada! – Ela disse e logo depois se arrependeu.
- Então o problema é Joe – Ele murmurou – Eu sou muito idiota mesmo, não sei porque pensei que você fosse aceitar.
- Jim, não é assim. Eu realmente gosto de você, eu só não acho que casar seja uma boa ideia – Ela tentava se desculpar inutilmente, já tinha percebido que magoara o namorado.
- Tudo bem, eu já entendi.
Alguns segundos depois, o garçom chegou com os pratos, parecendo ter cronometrado o tempo. Nenhum dos dois teve coragem de dizer mais nada, comeram em completo silêncio, que só era quebrado raramente sobre algum comentário sobre a comida. Após terminarem, Jim nem ao menos perguntou se Demetria queria sobremesa, pediu logo a conta, como se estivesse ansioso para sair dali.
Demi não questionou, se retirou para ir ao banheiro e quando voltou, Jim já tinha pago a conta e estava só a esperando para irem embora. Durante o caminho para o apartamento, nenhum dos dois sabia o que dizer. Depois de alguns minutos, Demetria começou a se irritar.
- Você está chateado? – Ela perguntou.
- Você rejeitou meu pedido de casamento! É claro que eu estou chateado, Demetria. O que você esperava? Que eu ficasse super feliz e dissesse que era isso que eu esperava mesmo? – Ele gritou, estressado, e Demetria até se afastou com medo desse lado de Jim.
- Tudo bem, não precisa gritar – Ela murmurou – Mas o que você queria também, Jim? Que eu dissesse sim e depois cancelasse na última hora?
- Eu queria que você tivesse dito sim e se casasse comigo. Mas, pode deixar, Demi, não vou cometer esse erro novamente.
Eles não disseram mais nada, até chegar na portaria do prédio de Demi. Ela olhou para ele, sem saber o que dizer. Obviamente, não esperava que eles fossem continuar juntos depois disso. Primeiramente, porque ele iria para outra cidade, depois porque a maioria das pessoas tinham dificuldade em lidar com rejeição – principalmente com uma desse tamanho!
- Então, quando você vai para Manchester? – Ela perguntou.
- Só no final de julho ou início de agosto – Ele respondeu, meio distante – Mas devo ir lá semana que vem, do mesmo jeito – Completou, e Demi assentiu.
- Bom, boa sorte com o novo emprego e cidade – Ela disse, com um pouco de pena – Eu realmente sinto muito, Jim, eu não queria te magoar.
- Eu sei que não – Ele beijou a testa de Demi, se despedindo – Você devia arranjar as coisas com Joe, vocês têm muitos assuntos pendentes.
Demetria forçou um sorriso para ele, acenando de leve e entrando na portária. Viu que Jim seguiu pela rua, em direção de seu carro que estava estacionado ali perto. Ela suspirou, triste pelo fim do relacionamento, mas não surpresa. Ela nunca esperou que fosse durar para sempre, era uma pena que Jim tivesse pensado que sim. Agora, mais de oito anos depois, Demi descobriu como era estar do outro lado.
Mas Jim tinha razão em algo. Ela realmente precisava se arranjar com Joe, quando ele voltasse.

No final de semana, Kevin buscou Catherine e Demetria em casa e as levou até o centro de reabilitação onde Joseph estava. Nenhum dos meninos tinha tido autorização para vê-los, apesar de sempre se falarem por telefone, e todos estavam muito animados para rever o amigo. Nick chegou um pouco depois, trazendo Liam e Selena.
- Hey, Liam – Demi o cumprimentou – Jenny não veio?
- Ah não, nós terminamos – Ele explicou, e Demi suspirou.
Liam nunca conseguia namorar por muito tempo. Ela realmente gostava de Jenny, e eles formavam um casal muito fofo juntos, ela esperava que o relacionamento fosse durar pelo menos um ano.
Eles entraram na clínica e ficaram esperando na recepção para que Joe saísse. Alguns minutos depois, chamaram Kevin, Liam e Nick para conversar com alguém, provavelmente sobre como poderiam ajudar Joe a se manter limpo e apoiá-lo ao sair dali. Demi ficou sentada conversando com a irmã e Selena, enquanto os esperavam. Selena a lembrou que o aniversário de 4 anos de Elle seria em duas semanas e que ela deveria aparecer. Ela tinha recebido o convite, mas ele acabou sendo esquecido em cima da mesa da sala.
Quando começaram a se perguntar o que eles faziam que demoraria tanto, Nick apareceu. Ele disse que Liam e Kevin ficaram um tempo a mais, já que Joe iria ficar um tempo na casa deles, assim que saísse, mas que não iriam demorar muito. Nick lhes contou o que tinha sido conversado com eles e que Joe estava com eles. Contou que Joe parecia bem melhor do que estava com chegou, parecia um pouco mal ainda, provavelmente por ter tido que ficar preso por semanas, mas estava definitivamente melhor.
Pouco tempo depois, Kevin e Liam apareceram, fazendo com que as garotas levantassem e logo atrás veio Joe calmamente. Selena, Cath e Demi foram imediatamente até ele, abraçando-o e perguntando com ele estava.
- Nossa, se for para ser recebido assim, acho que vou para a rehab também – Kevin comentou com Nick e Liam, que estavam excluídos do abraço.
- Eu também – Os dois comentaram em unissolo, despertando risadas nas meninas.
- Deixem de ser idiotas – Selena falou, se afastando de Joe e ficando ao lado do marido.
Cath se afastou também, deixando Demi sozinha com Joe. Os garotos se viraram, saindo da clínica e indo para os respectivos carros.
- Fico feliz que você tenha vindo me buscar – Joe falou, olhando para Demi.
- Eu também – Ela sorriu e saiu andando, atrás dos amigos.



=D Acho que agora podem para de jogarpraga no Jim né genti?!?!
kkkkkkkkkkk Ele foi tão genti boa com a Demi!!  Bom espero que estejam gotando!! Bjs ;)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Capítulo Dez

Fevereiro, 2008

Já tinham se passado algumas horas quando Demi chegou ao seu apartamento. Tinha passado um bom tempo dentro do carro, apenas colocando todas as mágoas para fora. Agora, pelo menos, estava quase certa que tinha feito a coisa certa ao deixar sua aliança ali. Estava seguindo em frente e estava deixando Joe seguir também.
Ele não poderia esperar por ela para sempre. Ele precisava perceber que precisava viver. Que ironia era aquela, não é? Joseph havia feito de tudo quando Stella morreu para que Demetria continuasse a viver e agora era ele quem parecia ter morrido. E aquilo era tudo sua culpa, Demi pensou pesarosa.
Demetria passou a mão no rosto inutilmente, tentando se livrar do inchaço, para que seu porteiro não visse. Para sua sorte, ele nem ao menos se virou para olhá-la quando passou. Catherine com certeza iria passar a noite com Kevin hoje, então ela não tinha com o que se preocupar. Ela praticamente se jogou no sofá quando chegou em casa. Estava morrendo de sono, mas pelo menos não teria que trabalhar no dia seguinte.
- Demi? – Jim apareceu, sonolento e com a cara amaçada na sala.
Demetria quase pulou de susto, convencida de que já tinha caído no sono ali mesmo e talvez estivesse sonhando. O que Jim estaria fazendo em seu apartamento afinal? Como nada de estranho aconteceu quando ela se levantou, ela esfregou os olhos, verificando se era ele mesmo.
- O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou – Pensei que só chegasse amanhã – Ela se aproximou dele e tocou seus lábios rapidamente, ainda meio confusa.
- Resolvi fazer uma surpresa para você, ia aparecer na festa da sua irmã. Acabei me atrasando algumas horas, quando cheguei você já tinha ido. Catherine me deixou a chave do apartamento, para caso você não ouvisse a campainha. Mas você não estava aqui... – Ele fez uma pausa, e encarou Demetria profundamente por alguns segundos – Pensei que você fosse só deixar Joseph em casa.
Demi suspirou. É claro que Catherine tinha que ter contado para ele onde ela tinha ido. Como se já não tivesse problemas suficientes, agora Jim acharia que sua demora era porque tinha ficado com Joe.
- Ele estava bêbado – Explicou – Tive que ajudá-lo a subir as escadas e convencê-lo a ir dormir.
- Você demorou esse tempo todo só para isso?
- Não só para isso. Nós conversamos um pouco... Eu fiquei um tempo pensando depois que ele dormiu, por isso demorei. Não aconteceu nada, Jim – Ela tentou convencê-lo.
Jim parecia não acreditar. Seu cenho estava franzido e ele observava Demi como se procurasse algum furo em sua história. Ela revirou os olhos, envolvendo a cintura de Jim e passando a mão em suas costas.
- Não precisa se preocupar, Jim, eu já te disse – Ela beijou seu pescoço.
Jim não se mexeu, Demi suspirou irritada e se afastou. Ela levantou a mão de repente, mostrando a ausência do anel. Jim ergueu a sobrancelha, sem entender.
- Eu deixei minha aliança lá. Isso é o suficiente para você? – Ela sabia que não seria suficiente, ele também, mas Jim apenas assentiu e abraçou Demi.
- Desculpe por isso. É só que eu nunca sei o que você vai fazer quando o assunto é ele... Vocês têm tanta história.
- Já falamos sobre isso. Esqueça, estou com você agora.
Demetria o beijou, levando-o para o quarto. Enquanto Jim a deitava na cama e tirava sua roupa, ela apenas pensava em como teria preferido apenas deitar ao lado de Joe e realmente dormir ao seu lado, mesmo que só por mais uma noite.

Março, 2008.

Demetria estava deitada no sofá assistindo algum programa inútil que passava na televisão quando a campainha tocou. Ela franziu a testa, imaginando quem poderia ser, já que Jim tinha saído com alguns amigos e Catherine estava no trabalho. Ela se questionou se seria engano... Mas como alguém erraria um apartamento? Quando a campainha tocou pela terceira vez, ela resolveu se levantar. Ao abrir a porta, encontrou Kevin, que já foi entrando na casa, após cumprimentá-la rapidamente.
- Hey, Kevin. Cath vai sair mais tarde do trabalho hoje, ela não te avisou? – Ela falou, levemente irritada por ele ter obrigado-a a se levantar, e voltou para o sofá.
- Eu sei. Eu vim aqui te ver – Ele sorriu, sentando-se ao seu lado e passando o braço por volta de Demi – Faz muito tempo que não conversamos só nós dois, Demi.
- Sim, isso é porque você namora minha irmã, que mora comigo, e está o tempo todo com ela.
- Mesmo assim. Precisamos fazer alguma coisa, vamos sair!
Demetria olhou para o amigo como se ele fosse louco. Mesmo que a primavera tivesse começado há alguns dias, eles moravam em Londres e estava frio lá fora, Demetria preferia ficar no conforto de sua casa.
- Você está ficando velha, Demi – Ele a repreendeu, mas aceitou ficar lá.
Eles conversaram sobre todo tipo de coisa, enquanto assistiam a um filme bobinho e, mais tarde, devoravam uma pizza de calabresa. Demetria tinha se esquecido de como era bom passar o tempo com seus amigos. Quanto mais os anos iam passando, mais as pessoas ficavam em casas, caíam em uma rotina, em que seus amigos antigos não faziam parte. Ela sentia falta da época que saía com Selena e suas outras amigas da faculdade, com quem perdera o contato, e com o McFly o tempo todo.
- Então, o que vocês andam fazendo agora? – Demetria perguntou, enquanto pegava mais uma fatia da pizza – Algum show agendado?
- Ah, estamos meio de férias agora – Ele falou, parecendo meio nervoso repentinamente.
- Por quê? O que aconteceu? Achei que vocês fossem terminar de gravar novo álbum e fazer uns shows, antes do casamento.
- Nós planejamos isso – Ele disse e, quando Demetria ficou encarando-o, suspirou – Joe está em uma reabilitação. O negócio do álcool já estava saindo do controle, e as drogas também...
- Joe estava usando drogas? – Demetria pareceu chocada por um momento.
É claro que ela sabia que Joe estava bebendo demais, ela mesma tinha presenciado isso. Mas ninguém tinha contado a ela sobre drogas, por que ela não sabia disso? Ela continuava sendo sua esposa, deviam ter pelo menos contado a ela!
- Estava. Ele já estava ficando bastante viciado em algumas delas e totalmente dependente do álcool. Era raro encontrá-lo sem um copo na mão – Ele explicou, fazendo uma cara de desapontamento, e Demetria ficou em silêncio por algum tempo.
- Há quanto tempo ele já está lá?
- Só tem dois dias.
- Ele... Reagiu bem a isso? Quer dizer, acredito que não tenha sido ideia dele.
- Ele não ficou muito satisfeito no início. Disse que estava bem e não iria, depois argumentou que conseguia ficar bem sozinho, que poderia parar de beber quando bem quisesse. Mas todos nós juntos conseguimos convencê-lo, não tivemos que obrigá-lo nem nada – Ele falou, ainda olhando para Demi com certa expectativa, todos estavam meio receosos de como contá-la – Não sabemos por quanto tempo ele terá que ficar, mas achamos que em uns dois meses, ele poderá sair.
Demetria apenas assentiu com a cabeça. Ficava feliz por ele estar em uma reabilitação, porque logo melhoria, mas se entristecia ao pensar que a situação tinha chegado a esse ponto. Quando tudo isso tinha acontecido? E por que ela não esteve ao lado de para ajudá-lo? Afinal, Joe ainda era seu amigo, não era? Ou pelo menos deveria ser. Ela se importava com ele, no entanto não esteve ali para ele. Mesmo que Joseph sempre estivesse estado para ela.
Certo, isso não era inteiramente verdade, ela se lembrou. Mas só porque uma vez ele tinha a abandonado, ela não precisava fazer o mesmo.
- Ele pode receber visitas? - Ela perguntou de repente.
- Acho que não... Mas pode receber ligações a partir de semana que vem – Kevin sorriu – Você vai ligar para ele?
- Acho que sim. Joe é meu amigo, e é importante que ele tenha o apoio dos amigos nesse momento.
Kevin riu levemente, como se Demetria tivesse dito algo engraçado. Ela apenas ergueu as sobrancelhas para o amigo e mudou de assunto. Eles não voltaram a falar sobre Joe até Catherine chegar, quando Demetria descobriu que a irmã já sabia e apenas tinha resolvido não contá-la.
Na semana seguinte, Demi ligou para Joseph. Eles não puderam conversar por muito tempo, mas foi o suficiente. O suficiente para que Demetria se sentisse melhor do que se sentira em semanas.

Meninas agradeço aos coment's e desculpa a demora. Estou meio sem tempo a tals mas tentarei postar. =D E obrigada pelos selinhos. Irei repassar sim. Tenho selinho atrasado do mês passado!!!1=/ E reponderei as tag's. Lala ainda nao deu tempo de dar uma  olhada no seu blog. Eu acho, não tenho CTZ!! kkkk to lok. suahsa Mas se não dei darei uma olhadinha se dei darei uma passada la de novo. E quanto as divulgações! Paciência meninas, mas pode ter CERTEZA que irei divulga-las!1 Só um poquinho de tempo. Se der hoje mesmo eufaço todos esses serviços!1
Obrigada  a todas!!!
=D

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Capítulo Nove 
Parte 2


- Ah, Demi , finalmente você chegou – Catherine cumprimentou a irmã animada.
Demetria sorriu, abraçando-a. Cath estava completamente radiante. Certamente tinha bebido um pouco, mas sua animação era natural, Demi sabia. Lembrou-se de si mesma quando estava noiva, teria parecido assim? Era difícil acreditar que um dia tivesse sido tão feliz.
Ela se afastou da irmã, indo procurar Kevin . Ela tinha ligado para ele, logo depois que Catherine contou que eles iriam se casar, mas gostaria de parabenizá-lo novamente. De longe, viu que ele estava acompanhando pelos três melhores amigos. Sentiu-se meio mal por ter de se aproximar de Joe , mas deixou o sentimento de lado, aproximando-se.
- Olá, meninos – Ela sorriu, e abraçou Kevin – Como se sente oficialmente noivo?
- Ainda tenho tempo de escapar, não fale como se eu estivesse casado – Ele fez uma careta e Demetria bateu nele.
- Se você deixar minha irmã no altar, eu te mato, ok? – Ela riu, então se virou para cumprimentar os outros.
- Selena está te procurando – Nick avisou-a, depois de beijar sua bochecha – Ela está se sentindo meio deslocada e fica me seguindo.
Ela desviou o olhar, procurando pela melhor amiga. Viu que ela estava em um canto, falando no telefone, provavelmente checando com os pais como Elle estava. Ela suspirou ao lembrar da menina que já estava com um pouco mais de três anos.
Cumprimentou Liam também, que olhava para o outro ponto do salão, onde sua namorada estava. Demetria sentiu o cheiro de álcool ao beijar a bochecha de Joseph . Franziu a testa olhando para o ex-marido. É claro que a festa já estava rolando há um tempo, e as pessoas já tinham bebido, mas não dava para ter ficado tão bêbabdo, ela pensou. Demi se afastou, ficou ali por alguns minutos conversando com Kevin , então se afastou, com a desculpa que iria procurar por Selena .
- Hey, Demi – Selena a cumprimentou, terminando a ligação – Onde está Jim?
- Em Manchester, vendo uma proposta de emprego. Ele só volta amanhã – Ela falou, querendo mudar de assunto.
Queria contar a Selena sobre a discussão que tivera com Jim e sobre o que andava pensando nos últimos dias, mas algo a impedia. Ela sabia o que a amiga diria: que Jim estava com a razão. Até ela mesma sabia disso. Queria também contar sobre a decisão de pedir o divórcio, Selena acharia que já estava mais do que na hora.
De longe, ela avistou Joe pegando mais uma bebida e bebendo-a rapidamente. Balançou sua cabeça em desaprovação, então lembrou que não tinha mais nada a ver com sua vida, e tentou puxar algum assunto para conversar com Selena .

Algumas horas depois, Demi se encontrava sentada em uma mesa conversando com Jenny, a namorada de Liam . Selena e Nick já tinham ido embora buscar Elle, na casa dos pais de Selena , e Catherine estava em algum lugar conversando com umas amigas. Aparentemente, até sua melhor amiga da Califórnia, Molly, estava ali.
- Hey, Jen – Liam apareceu de repente, acompanhado de Kevin – Vamos?
Ela se levantou, sem discutir. Ela não conhecia praticamente ninguém ali, além de Demi , Cath e o McFly, e estava mesmo cansada. Depediu-se de Demetria e Kevin e se afastou, indo dar tchau para Catherine.
- Você pode deixar Joe em casa? – Kevin perguntou apra Liam , quando Jenny se afastou – Ele bebeu demais para dirigir e eu ainda vou demorar mais um tempo aqui.
- Eu tenho mesmo? É totalmente fora do caminho para a casa de Jenny. E você sabe como ela odeia quando eu dou carona para gente bêbada.
- E o que eu faço com ele?
- Sei lá, coloque-o dentro de um táxi – Ele sugeriu, tentando achar uma solução.
- Eu posso deixá-lo em casa – Demetria se pronunciou.
- O que? – Kevin tinha até se esquecido que ela estava parada bem ali – Você não precisa fazer isso, Demi , Liam está certo, ele pode pegar um táxi.
- É desnecessário. Eu passo por perto para ir para casa.
- Resolvido então - Liam falou, então se despediu dos amigos e foi embora, procurar por Jenny.
Kevin olhou para Demetria , tentando entender o que ela estava fazendo. Nem ela mesma sabia. Mesmo que tivesse se encontrado com Joe vária vezes já, desde quando se encontraram em sua casa no dia que seria o aniversário de 4 anos de Stella, eles nunca tinham ficado sozinhos.
- É melhor eu ir logo antes que ele entre em coma alcólico – Ela disse, constatando que Joe estava pegando mais uma bebida – Ele está bebendo demais – Falou em voz baixa, mais para si do que para Kevin .
- Realmente – Ele respondeu, e Demi percebeu que ele parecia triste – É difícil o encontrarmos sóbrio hoje em dia. Nem ao menos para os shows – Ele desabafou – Talvez você pudesse falar alguma coisa para ajudá-lo, Demi . Ele não nos escuta, acha que está bem, ele vai te escutar.
- Por que ele me escutaria? – Ela perguntou, mesmo que soubesse a resposta – Nós estamos separados há anos.
- Nem me venha com essa, Demetria – Ele revirou os olhos – Você é a razão dele estar bebendo, pode ser também a razão dele parar.
Ela não respondeu, apenas saiu em direção a Joe . Pensava no que Kevin tinha dito... Pedir o divórcio para Joe provavelmente só pioraria seu estado, e ela não queria isso. Isso ficaria para outra hora então, quando Joseph estivesse bem. E, é claro, ela não estava tentando arranjar uma desculpa para adiar o pedido.
- Você não vai precisar disso – Ela disse para Joe , tirando o copo de sua mão e devolvendo-o para o balcão – Chega de beber por hoje.
- Demi ! – Ele sorriu para ela – O que você quer? – Sua voz estava trêmula por causa da bebida, mas ainda dava para entender o que dizia.
- Vou te levar para casa – Ela avisou, segurando seu braço e levando-o.
- Por quê? A festa está tão boa!
Ela o ignorou, indo em direção a Catherine. Despediu-se da irmã, dizendo que deixaria Joe em casa, e depois de Kevin e mais alguns conhecidos, então saiu. Conduziu Joe até onde seu carro estava estacionado, Joe estava tropeçando um pouco, por isso Demetria teve que ficar segurando seu braço, para que ele não caísse ou fosse embora.
- Eu vou dirigir? – Ele perguntou e Demetria apenas revirou os olhos, o empurrando para o banco do passageiro – Eu consigo, estou quase sóbrio!
- E ficar quieto, você consegue?
Ela não falou nada enquanto dirigia. Joe , em compensação, falou mais do que devia. A maior parte Demi não entendeu ou ignorou, ele não estava falando nada com muito sentido.
- Você está me sequestrando? Eu não conheço esse lugar.
- Sim, você conhece. Fica há dois quarteirões da nossa casa – Logo após falar, ela notou o “nossa”. Joe não falou nada, pareceu achar normal, mas Demi ficou nervosa.
Ela viu a casa se aproximando. Ela não passava por lá há muito tempo. Desde setembro de 2006, na verdade. Sempre que tinha que passar pela rua, fazia algum caminho alternativo. Revê-la, trouxe todas as lembranças a tona. Demetria estacionou na porta, sem entrar na garagem, imaginou que a familiaridade daquilo a deixaria pior.
Ao parar, Joe já estava saindo, ela saiu atrás dele. Ele parou em frente a porta e tentou abrir a porta, sem nem ter destrancado, apenas para constatar que não conseguia. Demi revirou os olhos.
- Onde estão suas chaves, Joe ? – Ela perguntou, esperando que ele ao menos tivesse se lembrado de trazer chaves.
Ele pareceu confuso por um momento, então começou a procurar pelos bolsos. Graças a Deus, estava no bolso da calça. Ele tentou colocar a chave na fechadura sem sucesso, portanto Demi o empurrou para o lado, abrindo ela mesma, e então entrou em casa.
Ela suspirou ao entrar. Suspirou porque percebeu que tinha entrado realmente em casa. Mesmo depois de todo esse tempo, ela ainda sentia que aquela fosse mais sua casa do que seu apartamento atual jamais seria. Tentou ignorar esse sentimento e ajudou Joe a subir as escadas e entrar no quarto.
- Você deveria tomar banho – Ela avisou, notando que ele fedia a álcool.
- Você vai me dar banho? – Ele respondeu, sorrindo sugestivamente.
- Já está grandinho o suficiente para tomar banho sozinho, Joseph .
Ele revirou os olhos e se jogou na cama, de sapato e tudo. Aquilo irritou Demetria , ele estava deitando sujo na cama.
- Vamos lá, Joseph , pare de infantilidade e entre no chuveiro.
- Já tomei banho hoje.
- E daí? Você está fedendo – Ela tentou puxá-lo, mas acabou caindo na cama ao seu lado.
Por um momento Demi riu, então percebeu que estava deitada na cama – Na cama deles - com Joseph , e a realidade pareceu atingi-la. Aquilo estava errado. Ela tentou se levantar, mas antes que pudesse se mover, Joseph colocou a mão em seu rosto, deslizando seus dedos por sua bochecha. Seu coração pareceu decolar.
- Você é tão linda – Ele falou se aproximando dela.
Demetria se afastou com um pulo, saindo daquela hipnose. Ficou em pé novamente, apenas olhando Joe , que pareceu confuso.
- Pare com isso, Joseph . Vá logo tomar banho ou coloque um pijama, pelo menos. Eu tenho que voltar para casa.
- Mas você já está em casa.
Por aquilo ser verdade, ela não conseguiu pensar em nada mais para falar. Revirou os olhos, e tentou puxá-lo da cama, desistindo ao não conseguir. Foi até o armário e pegou um pijama, pelo menos ele dormiria com uma roupa limpa. Ela se aproximou dele e tirou sua blusa, como se estivesse ajudando uma criança a se vestir. Joseph não falou nada, apenas ficou a encarando
- Por que você está aqui? – Ele perguntou de repente, enquanto Demi o colocava na blusa do pijama.
- Porque você bebeu demais. Você deveria parar com isso, aliás – Ela comentou, lembrando do que Kevin lhe disse – Não deveria beber tanto, isso te faz mal, você sabe, Joe . Vai acabar morrendo assim.
- Que seja, não tenho mais motivos para viver.
- Deixe de besteira.
- É verdade – Ele falou – Stella morreu e você me odeia – A simples menção do nome da filha fez o coração de Demetria parar por um segundo, mas ela se recompôs.
- E o McFly? – Ela perguntou, e tnão parou por um segundo completando - E eu não te odeio.
- O McFly vai acabar um dia também... Estamos ficando velhos – Demetria revirou os olhos ao ouvir isso – E você deveria.
- Eu nunca odiaria você, Joseph , isso seria impossível – Como ele estava colocando a calça do pijama por conta própria ela se afastou e se sentou ao seu lado na cama – Eu nunca te odiei. Eu te culpei, sim, mas eu só precisava encontrar alguém para colocar a culpa.
- E eu te dei todos os motivos para isso. Eu te abandonei...
- Não. Eu te abandonei, Joe , só que você apenas teve mais coragem de ir embora primeiro.
- Eu matei Stella – Ele continuou.
Demetria sentiu como se tivesse levado um soco, virou-se imediatamente para Joe horrorizada.
- Nunca diga isso novamente! – Ela falou, como se tivesse sido ofendida – A morte de Stella foi um acidente
- Isso não muda o fato de que fui eu quem corri com o carro e não a coloquei na caderinha. Foi culpa minha, Demetria , eu sei disso.
Ela queria falar algo para reconfortá-lo. Queria dizer ao menos que o perdoava, mas... Não perdoava. Joe não tinha matado Stella, mas tinha sido, em grande parte, sua culpa ela morrer. Parecia ser a mesma coisa, mas Demi achava que não.
- Você não pode mudar o que aconteceu, Joe , mas não precisa ficar se culpando por isso todo dia, deixando de viver e ficar só bebendo. Isso não vai trazê-la de volta.
- Não, mas pelo menos não tenho que pensar nisso. Pelo menos, quando não dói tanto quanto quando estou sóbrio.
- Mas ainda dói, não é mesmo? Eu sei disso. Nada vai adiantar, Joe , você simplesmente tem que continuar tentar vivendo, tentar recomeçar.
- É isso o que você está fazendo? Namorando aquele idiota?
- Ele não é idiota! Jim é uma ótima pessoa.
- Você o ama?
- Ele me faz feliz.
- Mesmo assim, eu nunca vi o brilho no seus olhos quando você está com ele.
- Que brilho?
- O brilho que você costumava ter quando estávamos juntos. Você o perdeu... Mas agora, por exemplo, ainda há uma faísca dele. Quando está com esse Jim, ou sei lá, não tem nada... Completamente oco.
Demetria desejou ter um espelho naquele momento, para poder verificar seus olhos. O que ele estava falando era ridículo, mas completamente verdade.
- Você se acha, Joseph – Ela falou encerrando o assunto.
- Eu posso. Em relação a você. Você ainda é minha mulher.
- Nós estamos separados – Ela falou – Vá dormir, Joseph .
Ela começou a preparar a cama, tirando os cobertores e o colocando para dormir.
- Você está usando minha aliança, entretanto – Ele disse, deitando-se – Eu te amo, Demetria . Podem se passar vinte anos, mas vou continuar te amando – Suas palavras já se dispersavam um pouco, enquanto ele fechava os olhos – Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e ter vocês de volta para mim.
Ele parou de falar a caiu no sono. Demetria não conseguiu dizer nada, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela rodou a aliança no dedo, observando Joe dormir. Ele estava tão bonito, tão indefeso. Não parecia que por dentro sofria tanto.
Ela queria que tivesse uma maneira de fazê-lo parar de sofrer, sem que para isso ela tivesse que se machucar também. Como ela podia amá-lo tanto e mesmo assim não suportar a dor de ficar perto dele?
Ela também faria qualquer coisa para recuperar aquele tempo. Passou a mão pelo rosto de Joseph , tirando um pedaço de cabelo que caia. Ele continuava cheirando a álcool, ela notou, mas não lhe parecia mais tão repugnante.
Olhando o relógio e verificando que estava tarde, ela percebeu que estava na hora de ir embora. Ficou alguns segundos observando Joseph e, não resistindo a tentação, se abaixou e beijou sua testa.
Quase na porta do quarto, ela percebeu que ainda segurava sua mão esquerda. Olhou de relance para trás, sentindo como se estivesse cometendo um crime. Antes que pudesse se impedir, tirou o anel do dedo, sentindo outra lágrima escorrer. Deixou-a em cima da mesa de cabeceira, onde anos antes deixara uma carta incompleta para Joseph . Pensou se deveria deixar alguma nota junto, porém não deixou nada. Sentiu vontade de pegá-la novamente, aquilo era ridículo, mas não conseguiu. Apenas ficou encarando o símbolo de seu amor ser abandonado.
E saiu correndo. Desabando em lágrimas ao descer as escadas e entrar no carro.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Capítulo Nove
Fevereiro, 2008.

Demetria chegou exausta em casa. Naquele dia tinha tido um grande evento, para qual passara os últimos meses inteiros se dedicando exclusivamente. Pelo menos, finalmente estava indo para sua própria casa. Ela imaginava que a casa estivesse quase abandonada, já que ela ficava muito mais na casa de Jim, e Catherine na casa de Kevin .
Ela sorriu em imaginar a irmã com Kevin , eles formavam um casal adorável. No último ano tinha os acompanhado de perto e via como eles estavam apaixonados. Não se lembrava de já ter visto os dois tão felizes quanto quando eles estavam juntos.
Ao abrir a porta, Demi revirou os olhos. Não acreditava que eles tinham escolhido logo o dia em que ela fora para casa, para irem também. Ela não tinha combinado com Catherine que encontros só na casa dos namorados, para evitar momentos constrangedores? Praguejou contra irmã que não obedeceu a única regra que elas tinham, e fechou a porta, entrando em casa. Ao chegar na sala, ouviu a voz de Catherine vindo do quarto. Fez uma careta e tentou chegar ao seu quarto sem ser vista, mas logo viu a irmã andando pelo corredor, falando no telefone. Ela se despediu rapidamente de quem estava falando, então abriu um enorme sorriso para Demetria .
- Imagino que essa cara não seja só porque eu cheguei – Demi falou rindo, e indo em direção ao seu próprio quarto, sendo seguida pela irmã.
- Olhe! – Catherine exclamou, levantando sua mão direita e mostrando o grande anel nela – Kevin me pediu em casamento, ontem de noite!
- O que? – Demetria estava surpresa, mas não conseguiu deixar de sorrir também, examinando o anel de noivado da irmã, tão bonitinho – Ontem? E você só está me contando agora?
- Eu liguei para você hoje mais cedo, mas fui ignorada.
- É, tive um dia cheio – Ela reclamou e então se virou para a irmã, se sentindo orgulhosa e a abraçou – Estou tão feliz por você, Cath. Mas não acha que está muito cedo? Quer dizer, você só tem...
- Vinte e cinco, Demi , provavelmente 26 quando casar, não estou mais tão nova assim.
- Eu sei, mesmo assim – Ela apertou as bochechas da irmã – Minha menininha está crescendo.
- Eu não sou sua “meninha”, Demi – Catherine a repreendeu, se afastando e Demetria simplesmente revirou os olhos – Vamos fazer uma festa sexta-feira para comemorar, é melhor você aparecer - Como Demi já ia começar a arranjar uma desculpa, como sempre fazia, Cath continuou – Selena vai estar lá, assim como os meninos de McFly. E algumas outras pessoas, vai ser divertido, e você pode levar Jim, de qualquer forma.
- Eu não sei... É sempre estranho encontrar todos assim.
- Não é estranho, você já fez isso várias vezes – Ela argumentou – Eles eram seus amigos, Demi , vai ser bom revê-los. E Liam vai levar sua nova namorada, aquela que você conheceu na última festa, você pode ficar conversando com ela, que não conhece quase ninguém.
- Parece que é sério dessa vez, né? – Ela falou, tentando desviar o assunto.
- Sim, provavelmente. Ele gosta bastante dela. Talvez logo ele esteja se casando também – Ela sorriu.
- Quem diria que todos os meninos do McFly estariam se casando? – Ela parou para pensar, quando os conheceu, se imaginava que chegaria ir no casamento de todos.
- É, menos Joe – Catherine acrescentou, meio ressentida – Ele não tem uma relação estável desde...
- Se ele não tem é porque não quer – Ela encerrou o assunto, meio irritada consigo mesmo de, por um segundo, ter se esquecido que não era mais casada com Joe .
Já faziam dois anos que eles estavam separados, quando ela iria finalmente superar isso? Já tinha superado, disse para si mesma, estava com Jim e estava feliz. Por que ainda se sentia assim cada vez que falavam de Joe então, ela não sabia.
Engatou em uma conversa sobre o casamento com a irmã, sobre como tudo deveria ficar perfeito e acabou se esquecendo. Era melhor assim.

No dia seguinte, Demetria saiu para jantar com o namorado após o trabalho. Jim ainda trabalhava na mesma empresa que Demi , apesar de nos últimos meses ter se desentendido várias vezes com Courtney, sua chefe, e estar procurando algum outro emprego. Demi achava estranho pensar neles trabalhando em lugares diferentes. Estava acostumada com a ideia de esbarrar com Jim no corredor – apesar de muitas vezes, ela trabalhar mais fora – ou se encontrarem no final do expediente ou no horário do almoço. Mas mudar talvez fosse bom para eles, já estavam entrando em uma tediosa rotina. Não que Demi reclamasse disso, na verdade, estava muito satisfeita.
- Eu te contei que Kevin pediu Catherine em casamento? – Ela comentou, enquanto a pizza que tinham pedido não chegava.
- Não contou... É mesmo? Tenho que dar parabéns a eles – Jim falou.
Mesmo vendo bastante os dois, ele nunca tinha conseguido ser amigo de Kevin , que parecia ter alguma coisa contra ele. Jim sabia que Kevin era o melhor amigo de Demetria , então nunca falou nada para ela. Imaginou que quando ele se casasse com Catherine, talvez se vissem ainda mais.
- É, eles vão dar uma festa para comemorar o noivado na sexta-feira. Você tem alguma coisa para fazer?
- Na verdade, tenho – Demetria franziu o cenho, então Jim completou: - Vou viajar para Manchester na quarta-feira e volto no sábado, Demi , eu te contei isso. Tenho uma entrevista de emprego.
- Ah, mas você disse que não era sério, afinal é em outra cidade. Você podia cancelar e ir comigo.
- Bom, não é assim também, Demi , eu quero ir até lá, ouvir a proposta deles. E você pode ir muito bem sozinha, são seus amigos – Ele não precisou dizer que não era amigo deles, Demi entendeu.
Demetria não falou mais no assunto. Estava levemente irritada por Jim ir até Manchester para começar. Para que ele iria lá, se não iria aceitar o emprego de qualquer forma? Só iria ouvir a proposta, para ficar com vontade de ir e então ter que ficar em Londres, que era onde morava, afinal. Mas ele estava certo, eram seus amigos. Ela sabia que Jim não ficava muito a vontade perto do McFly e não podia exatamente culpá-lo por isso.
- O Joseph vai estar nessa festa? – Jim perguntou, de repente, quando estavam pagando a conta.
- Provavelmente, por que não estaria?
- Não gosto da ideia de você estar no mesmo lugar que ele.
- O que? – Demetria ergueu as sobrancelhas, sem entender – Já estive no mesmo lugar que Joseph muitas vezes depois que nos separamos, Jim. E nunca tive nenhum problema, nós estamos bem um com outro agora... Quer dizer, nós normalmente não nos falamos exatamente, mas...
- Eu vi o jeito que ele olha para você, Demi – E o jeito que você olha para ele, ele completou mentalmente – E isso porque que estava do seu lado, imagino o que vai fazer com você sozinha.
- Ele não vai fazer nada – Ela falou, estranhando o comportamento de Jim – Eu conheço Joe , ele não vai fazer nada que eu não queira.
E não o culpava por olhá-la assim. É claro que olhava, ela sabia muito bem. E, esperava que Jim não tivesse percebido, sabia que correspondia ao olhar. Como poderia não corresponder? Como poderia Joe não olhá-la assim? Nem sabiam outro modo de olhar um ao outro, há tanto tempo era assim.
- Esse é o problema – Ele resmungou.
- O que você quer dizer com isso?
Jim não respondeu, porque nesse momento chegou o garçom com a conta. Ele pagou em silêncio, enquanto Demetria o encarava indignada, esperando por uma resposta. Ele achava que ela iria querer? Que ela iria trai-lo enquanto estava viajando? Isso era ridículo, Demi não faria uma coisa dessas. Eles se levantaram da mesa, saindo do restaurante e entrando no carro.
- O que você quis dizer com aquilo? – Ela insistiu.
- Ora, Demi , o que você acha? Você nem ao menos se divorciou dele de verdade!
- Então é sobre isso? Por que eu não me divorciei? Para que isso? Só vai me dar trabalho – Ela falou, enrolando – Você nunca me disse que se sentia incomodado com isso. Você sabe que não tem mais nada entre nós dois agora, é só uma questão no papel.
- É mesmo? E por que continua usando a aliança então? – Ele falou irritado, dirigindo rapidamente pela cidade.
Demi ficou quieta. Sabia que Jim estava certo. Ela usava sua aliança ainda, e daí? Estava acostumada com ela ali, era só um anel. Mas, no fundo, ela sabia que era mais do que isso. Sabia que não era só no papel, ou um hábito, em seu coração ela ainda era casada com Joe . Precisava parar com isso, pensou, já tinha passado muito tempo, ela estava com Jim agora.
- Eu poderia tirar a aliança – Ela falou, depois de um tempo – Se isso te incomoda tanto – Jim revirou os olhos e suspirou.
- Não me incomodo. Mas é só que é difícil lidar com isso às vezes, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda parece estar tanto na sua vida.
- Ele foi meu passado, Jim, foi grande parte da minha vida, e isso reflete até hoje, é claro. Mas não é meu presente, você é.
Demetria o beijou, aproveitando que tinham parado em um sinal vermelho. Não queria parar para ter de pensar em tudo o que Jim tinha lhe dito, sabia que parte iria doer se pensasse demais. Nunca – ou, pelo menos, a menor quantidade de vezes que conseguisse – pensava em Joe ou Stella, tinha feito o que tinha prometido, os guardara em um pequeno canto de seu coração e em sua memória, mas eles insistiam em se expandir, se ela não controlasse. Ela não parava para pensar porque usava a aliança, ou porque não se divorciava logo e não iria parar.

Na quarta-feira, Jim foi viajar deixando finalmente Demi sozinha com seus pensamentos. Enquanto ele ainda estava na cidade, ela tinha tentado passar a maior parte de seu tempo com ele, alegando que iria passar três dias sem vê-lo – mesmo que, na verdade, esse não fosse um longo tempo e eles pudessem se falar por telefone – mas o que queria mesmo era uma distração de si mesma.
Desde o jantar com Jim, ela não conseguia tirar da cabeça as coisas que ele tinha dito. Jim, ainda por cima, não ajudou muito, continuando com sua insegurança sobre Joe . Demetria fingiu que tinha esquecido o assunto e pediu para que ele fizesse o mesmo. Ela, entretanto, só pensava nisso sempre que ficava sozinha.
Por que ainda não tinha se divorciado de Joe ? Por que continuava usando a aliança de casamento? E, se perguntava também, por que ainda tinha o ursinho de Stella, que pegara secretamente antes de doar suas coisas, guardado em seu armário? Pensando assim, ela não parecia alguém que tivesse aceitado que seu passado ficara no passado.
É claro que não, pensou, ninguém esperava isso dela. Era impossível deixar tudo no passado, ela sabia muito bem, assim como também seria superar a morte da filha. Mas ela deveria manter as aparências, se quisesse continuar com sua vida normal. Manter o ursinho da filha, tudo bem, afinal era de Stella, e não a prejudicaria em nada. Manter a aliança, entretanto, não estava tudo bem, uma vez que Joe ainda estava bem vivo.
Certamente, ela sabia que uma parte de si ainda amava Joe . Mas a paixão havia desaparecido completamente, e agora só sobrava aquele pedaço dela que queria o bem dele, quase fraternalmente, pensou. Um irmão que ela perdera o contato, mas não deixara de amar.
Que idiota seus pensamentos deviam estar soando. Joe não poderia nunca ser considerado um irmão para ela, pelo amor de Deus. Ninguém fazia – Ou pelo menos, não deveria fazer – com um irmão o que ela já tinha feito com Joe . Ou sentido.
Mas mesmo não sendo nada fraterno o que ela sentia, não era o mesmo de antes, definitivamente.
Depois de todo esse tempo, no fundo ela sabia que usava a aliança porque pensava que ainda voltaria com Joe no fim. Há muitos meses, porém, não pensava nisso como uma possibilidade. Talvez eles tivessem ficado no passado mesmo.
Ela se lembrou de uma filosofia indiana que tinha visto uma vez, que dizia que o que tinha terminado, tinha terminado, e nunca poderia voltar, você tinha que aceitar, superar e deixar no passado. Até agora, o máximo que tinha conseguido chegar perto disso era fingir. Fingir para os outros e fingir para si mesma.
Ela não iria voltar com Joe . Gostava de Jim, gostava muito dele, talvez ela se casasse um dia com ele, apesar de ainda não estar pensando nisso, e não poderia estar casada para isso. Precisava pedir o divórcio, precisava colocar um fim em tudo aquilo. Precisava aceitar, depois de dois anos, que seu casamento havia acabado realmente.
Por que só pensar nisso era tão difícil para Demetria ? Não deveria ser, já estava separada do marido há muito tempo, já havia aceitado há muito tempo que eles não voltariam. Talvez não por completo, mas sua maior parte sim, pelo menos. Sim, achara que um dia, quando o tempo tivesse levado a tristeza e as mágoas embora, eles poderiam voltar. Porém isso não aconteceria.
O tempo havia passado, mas as mágoas continuaram ali. Até hoje, uma pequena parte dela ainda culpava Joe , tanto pela morte de Stella, quanto por ter a abandonado. Sua parte racional sabia que não havia sido culpa dele, nem dela, mas a outra parte só conseguia pensar nisso sempre que o via. Sempre dizia para sua psicóloga que já tinha o perdoado, mas nunca acreditou nisso de verdade. Afinal, fora ele quem não colocara a filha na cadeirinha como deveria. E depois foi ele quem a deixou sozinha.
Como ela poderia culpá-lo e ainda não ter coragem de pedir o divórcio? Ela não entendia. Estava em dividida em três em relação a isso. Uma parte de si queria ter uma relação amigável com Joseph , como tinham antes de começarem a namorar; outra parte queria poder esquecer tudo o que aconteceu e apenas ficar com ele novamente; e por último, ela apenas o culpava por tudo e queria ficar o mais longe possível dele.
Demetria esfregou os olhos irritada, sem saber o que fazer. Veria Joe na sexta e seria bom se decidisse como agiria. Ou pelo menos precisava aceitar a decisão que tinha tomado: ela precisava pedir o divórcio. Ela precisava acabar com tudo de uma vez por todas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Capítulo Oito
Parte 2


No dia seguinte Demetria acordou melhor do que pensava que estaria. Era só um dia como qualquer outro, pensou. Mas sentiu sua garganta se fechar ao encarar a data. Exatamente um ano. Isso era muito ou pouco? Ela nunca sabia. Se você via uma criança de um ano pensava que ela era muito nova, tinha nascido praticamente ontem, mas ao pensar que passou 365 dias sem sua filha, isso parecia uma eternidade. Uma eternidade que só iria aumentar ao longo dos anos. O primeiro ano de muitos.
Ainda estavam de manhã, ela tinha o dia inteiro para enfrentar.
Tomou um banho demorado e então foi tomar café-da-manhã. Encontrou Catherine sentada na mesa da cozinha, parecendo só a esperar. Ela olhou para Demi com pena, já esperando que a irmã agisse depressivamente.
- Hey, como você está? – Perguntou – Quer que eu faça alguma coisa para você?
- Não, Cath, está tudo bem – Falou, enquanto pegava sua xícara e começava a preparar seu chá – Eu vou sair daqui a pouco, se Jim tentar falar comigo, diga que eu fui trabalhar, tudo bem?
- Não acredito que você ainda não contou para ele o que aconteceu. Isso foi uma parte da sua vida, Demetria, se você quiser ter um relacionamento sério com ele, não pode esconder isso.
- Olhe agora quem dá conselhos amorosos para mim – Ela riu, sem humor – Eu só estou esperando o momento certo. Não é exatamente um assunto que eu tenha facilidade em falar, ok?
- Eu sei, desculpa. Mas isso é sério, você tem que contar – Ela encarou Demi, que se estivesse esperando que ela concordasse, o que não aconteceu – Certo. O que você vai fazer hoje?
- Eu estava pensando em... Visitar Stella – Demetria falou, meio incerta – Levar algumas flores, não sei, acho que é isso que as pessoas fazem, não é?
- Se você precisar de companhia...
- Não, eu tenho que fazer isso sozinha. Mas obrigada, Cath, obrigada por estar aqui agora e durante todo esse ano, quando eu precisei – Ela abraçou a irmã.
Elas não falaram mais nada durante o café, apenas comeram em silêncio. Quando Demetria avisou que estava saindo, Catherine apenas acenou. Estava nervosa por ela, não sabia como Demi ia aguentar esse dia, ainda mais sozinha.

Demetria dirigiu até o cemitério quase sem pensar. Só tinha ido até lá uma vez, no enterro e mesmo assim nem estava completamente presente no dia. Ficara por apenas alguns minutos, até que a levassem de volta para a casa e lhe dessem remédios para que ela se acalmasse. Depois disso, nunca teve vontade de ir até lá... Até agora.
Do outro lado da rua, tinha uma floricultura, onde Demetria parou para comprar uma flor. Ela nem sabia qual era o tipo, nunca entendera muito de plantas, mas achara aquela bonita o suficiente para Stella. Por um momento pensou se deveria só deixar o buquet ali e alguém iria tirar quando a flor ficasse murcha? Ou ela apenas iria apodrecer ali? Era irônico que não queria deixar a flor se decompondo, mas sua filha poderia ficar. O pensamento era tão perturbador que Demetria o varreu para fora de sua mente.
Depois de andar um pouco, ela parou na lápide com o nome de Stella. O cemitério era em um jardim bem verde, decorado com lápides cinzas. Era um lugar agradável, quando morresse, Demi queria ser enterrada ali.
Demetria ajoelhou-se ao lado da lápide de Stella, colocando o buquet na grama. Ela parou por um momento, pensando no que tinha vindo fazer ali, então passou os dedos pelo mármore onde o nome de sua filha estava cravado, por um momento se sentiu conectada com Stella.
- Eu sinto tanto sua falta – Murmurou, sabendo que estava parecendo uma maluca, para os que passavam – Eu queria que você estivesse aqui, Stella, você era o equilíbrio que eu precisava, você era minha vida. Eu não estava preparada para te perder – Sussurrou, sentindo as lágrimas começarem a aparecer – Mas você tinha outros planos, não é? Às vezes eu queria ter uma certeza de que Deus existe, porque assim eu saberia que você não teria ido à toa. Talvez assim eu não me sentisse tão culpada por ter te perdido.
Ela parou por um momento, olhando para os lados, apenas para notar que estava sozinha.
- Eu errei com você, Stell. Eu deveria estar lá para você, mas eu não estive, não é? Eu não estive lá para te ajudar... E então você se foi, porque eu falhei. Eu falhei como mãe. E eu sinto muito por isso. Você merecia ter tido pais melhores... Pais que cuidariam bem de você e não deixariam você ir, então você teria vivido alguma coisa, talvez até os cem anos, quem sabe!? – Ela riu, enquanto as lágrimas rolavam, sua voz já não saia mais direito, por causa do choro, mas ela continuou – Acho que eu não deveria mais chorar. Eu deveria ficar feliz por pelo menos ter tido a chance de viver isso. Ter tido a chance de ter uma filha como você. De ter tido um marido como Joe, e uma família com tanto amor para dar. Me desculpe, Stella.
A última frase não deu para ser ouvida, então ela apenas começou a chorar. Ela soluçava, tanto que as pessoas que passavam paravam para olhar, alguns até perguntavam se estava tudo bem e ela precisava de ajuda. Todos ali tinham perdido alguém ela pensou, mas de algum modo ela sentia que tinha perdido mais.
- Já faz um ano, mas às vezes eu ainda acordo pensando que tudo não se tratou de um pesadelo – Ela continuou a falar, já mais calma – E ainda dói como se fosse ontem. E dói tanto, querida. Eu estou melhor em esconder. Já não choro mais todo dia e posso passar algum tempo sem nem me lembrar de nada, apenas ignorando o mundo. Mas no fundo está lá, só esperando um momento de fragilidade para voltar com toda força. Como agora, por exemplo.
Ela parou de novo, enxugando as lágrimas discretamente, mas sabendo que seria impossível disfarçar, seu rosto já estava completamente inchado. Ela olhou para o céu por um momento. Só conseguia ver o sol brilhando, apesar do céu estar bastante nublado. Mesmo de dia, as estrelas ainda estavam lá, ela pensou, você não podia vê-las, mas elas estavam. Ela imaginava que era a mesma coisa com as pessoas que já se foram. Não é porque elas eram fantasmas, vagando por ali, Demetria não acreditava nisso, mas porque elas estavam guardadas no coração de cada um e ali elas viveriam para sempre.
- Eu estou saindo com um outro homem – Falou, como se confessasse isso para a filha – O nome dele é Jim, ele trabalha comigo e eu gosto bastante dele, acho que você iria gostar também. Eu ainda amo seu pai, mas sem você tudo ficou tão difícil. Não é fácil compartilhar a dor, aceitar que a outra pessoa está sofrendo tanto quanto você e não poder se apoiar nela. É mais fácil simplesmente se fechar em seu mundo, mas aí você acaba afastando os outros e ficando sozinha. Foi isso que aconteceu comigo. Ao te perder, eu perdi a mim mesma, a minha vida e a minha família. Eu estraguei tudo, não foi, Stella? Agora é tarde demais e eu tenho que aproveitar o que eu tenho, o que na verdade é bastante coisa. Eu tenho Jim, Catherine, Kevin, agora voltei a falar com Selena. E eu ainda tenho você, não é? Apesar de tudo, você ainda está aqui comigo, me guiando, mesmo sem saber.
Demetria ficou calada por um momento, apenas aproveitando o momento, sentindo como se realmente estivesse conversando com Stella. Ela não se sentia maluca. E, pela primeira vez em um ano, ela não sentia como se faltasse um pedaço. Estava completa.
- Eu te amo, filha, Espero que eu tenha te mostrado isso enquanto pude – Murmurou – Acho que eu nunca tive a oportunidade de te dizer isso, mas espero que você descanse em paz.
Mesmo que parecesse um pouco inadequado, Demetria beijou a lápide, e deixou as lágrimas a molharem. Em uma pequena parte de seu coração, ela esperava que as lágrimas ressuscitassem sua filha, como em um conto de fadas. Mas contos de fadas não aconteciam na vida real, as pessoas que morriam continuavam mortas para sempre. Demetria continuou a chorar em silêncio ali, enquanto as lágrimas caiam, ela sentia a dor diminuindo.
Ela estava com a vista embaçada demais para notar Joe ali parado a observando. Ele estava há algumas lápides de distância, não podia escutar o que ela dizia, mas conseguia ver que ela falava alguma coisa. Ao invés de pensar quão estranho era aquilo, ele achou adorável. Dolorosamente adorável. Lágrimas escorregavam por seu rosto, e ele não sabia se eram por Stella, por Demi ou por ele mesmo.
Pensou se deveria se aproximar, mas achou inapropriado. Aquele era o momento de Demetria com Stella, ele não iria atrapalhar. Por mais que tivesse vontade de ir até lá e abraçá-la, ele não podia o fazer. Por isso, apenas deu meia-volta, engolindo o choro e voltando para casa. Ele visitava Stella todo mês, para ele já era algo normal, mas para Demetria aquilo era especial, ele sabia. Ela finalmente estava aceitando completamente que Stella não voltaria. Talvez um dia ela estivesse pronta para voltar para ele. Talvez, ele pensou, ele devesse parar de sonhar e esperar o impossível. Demetria tinha um namorado agora, ele já soubera por Kevin, não tinha mais espaço para ele em sua vida. Ele deveria fazer o mesmo. Mas era mais fácil falar do que fazer, ele só conseguia mesmo esquecer seus problemas quando estava bêbado, o que andava acontecendo frequentemente nos últimos meses. Assim mesmo que Demetria nunca voltaria para ele.
Mas ela está melhor assim, ele pensou. Com ele, Demetria nunca conseguirá deixar o passado de lado.

Demetria levantou-se rapidamente quando a campainha tocou. Ela tinha chegado em casa fazia algumas horas, e apesar de já ter tomado banho e lavado o rosto, ele continuava inchado e ela continuava se sentindo miserável. Talvez comer a faria se sentir melhor. Ela não tinha comido nada desde o café-da-manhã, e passara o dia inteiro sentada em um cemitério conversando com sua falecida filha e chorando, isso sim era um dia produtivo. Apesar de tudo, fora um dia produtivo, conversar com Stella lhe fizera bem.
Ela abriu a porta, esperando pelo entregador de comida tailandesa, que estava subindo de acordo com seu porteiro. Mas não foi ele quem Demetria encontrou, e sim Jim. Ela parou franzindo a testa.
- Jim, o que você está fazendo aqui?
- Eu vim te fazer companhia... O porteiro me disse para subir. Eu sei que você disse que estaria estressada, mas eu não me importo.
- Bom, você não pensou que talvez eu quisesse ficar sozinha? – Ela perguntou, irritada por Jim ter aparecido, ele podia pelo menos ter ligado antes.
O entregador apareceu ali, e Demetria o recebeu, ignorando a presença de Jim. Perguntou-se se deveria fechar a porta, convidá-lo para entrar ou apenas continuar encarando. Ela, inconscientemente, optou pela terceira opção, e ficou parada segurando seu pedido, esperando que Jim dizer alguma coisa.
- Você andou chorando? – Ele perguntou, passando a mão pelo rosto de Luv e ela se afastou na mesma hora – Eu posso entrar?
Demetria não falou nada, apenas saiu da frente da porta, dando espaço para que ele passasse. Quando Jim entrou, ela o seguiu, fechando a porta. Ela sentou-se na mesa de jantar, que já estava com um copo e uma bebida em cima. Porque estava com medo e porque simplesmente estava com muita fome, Demi começou a jantar, ignorando Jim.
- Desculpa por aparecer assim – Ele falou, depois de uns cinco minutos em silêncio – Eu não achei que você fosse ficar irritada... Pensei que fosse ficar feliz em me ver. Mas, bom, se você quiser, eu posso ir embora.
- Não – Ela murmurou, então engoliu o que estava comendo – Desculpa, Jim, não é sua culpa. Eu estou feliz em vê-lo sim – Demi segurou a mão de Jim, com medo de falar algo errado – É só que hoje não é um bom dia, eu só queria ficar sozinha.
- Você deveria ter me dito isso ontem de manhã então... – Ele murmurou – Como foi seu dia hoje?
Demetria congelou. O que ela poderia falar? Ela iria mentir de novo, inventar uma programação qualquer? O conselho de Catherine soou em seu ouvido. Se ela queria realmente ter um relacionamento sério com Jim, ela tinha que contar para ele sobre seu passado. Mas como ela poderia contar? Ela nunca tivera que explicar para ninguém o que aconteceu, todos que ela conhecia, acompanharam o que ela passou.
- Foi um dia difícil – Ela optou por falar, esperando para ver se Jim faria outra pergunta, mas quando ele permaneceu calado esperando que ela continuasse, Demetria suspirou continuou – Eu fui no cemitério.
- Por quê? – Jim parecia mais confuso do que nunca agora – Você me disse que iria trabalhar... Isso não faz parte do seu trabalho, faz? Organizar enterros? – Demetria deu um pequeno risinho com a última frase, mas continuou séria.
- Não, eu fui visitar alguém – Ela continuou explicando – Eu menti para você mais cedo, porque eu não queria ter que conversar sobre isso.
- É o seu marido, não é? Quer dizer, você usa essa aliança e tal. Eu sinto muito, eu achava que você estava só se divorciando...
- Não, Jim – Ela o cortou – Não fui visitar meu marido. Eu me casei com Joe há cinco anos atrás – Demi começou, avisando Jim com o olhar, que não era para ele interrompê-la – Nós estávamos muito apaixonados um para o outro, a banda estava fazendo sucesso e nossa vida era uma maravilha. Em pouco tempo, eu engravidei e nós tivemos uma linda menininha, Stella. E nós éramos muito felizes, Stella aprendia tudo muito rápido, e crescia rápido também. Às vezes, Joe viajava para fazer shows em outros lugares, e eu ficava com Stella em casa, mas quando nós nos reencontrávamos, nossa família parecia ainda mais unida.
Demetria sentiu a primeira lágrima escorrer, mas a limpou rapidamente. Não era hora para chorar, ela já tinha esgotado sua cota de choro naquele dia. Jim não falou anda, enquanto Demi tentava se recompor, ele parecia ainda absorver toda informação que lhe fora jogada.
- Ano passado, - Demetria continuou – Joe e os meninos saíram para uma turnê na América. Eu e Stella o encontramos na Califórnia, para passarmos as férias. Mais ou menos na terceira semana lá, Joe e Stella saíram para um passeio, eu preferi não ir e ficar em casa – Contar seus planos para aquela noite para Jim lhe pareceu inapropriado. Demetria engoliu o choro e se preparou para contar – Eles sofreram um acidente de carro. Joe ficou bem, mas... Stella não sobreviveu – Nessa hora, as lágrimas realmente começaram a cair – Hoje faz um ano.
Jim não sabia o que falar, por isso apenas se aproximou de Demi e a abraçou. Ela não fugiu do abraço, apenas continuou a chorar, até se acalmar, então se ajeitou na cadeira e limpou o rosto. Como Jim ainda não tinha pronunciado nenhuma palavra, Demetria resolveu continuar a falar, enquanto ainda tinha coragem.
- Nos primeiros meses, eu estava muito mal. Tentei me suicidar, eu ignorava todo mundo, não deixava que me tocassem, ficava no quarto de Stella, fingindo que ela ainda estava ali. Joe eventualmente acabou cansando de me esperar. Eu não o culpo, ele estava sofrendo tanto quanto eu, e precisava de mim, mas eu o afastei e o culpei pelo acidente. Ele foi embora fazer outros shows e seguiu com a vida, então eu comecei a me tratar, me mudei, voltei a trabalhar. Nós nunca nos divorciamos – Ela completou – Eu entendo se você não quiser ficar comigo depois disso, Jim. Eu não devia ter escondido isso de você, eu sei que não é fácil ficar com alguém que já tem toda essa bagagem...
- Ei, pare com isso – Ele falou – Estou aqui com você, Demi. Não vou dizer que isso não me surpreendeu, e eu realmente não sei o que dizer. Eu sinto muito, por sua filha e pelo seu marido também... Mas eu estou com você agora, ok? Quando você precisar, eu estarei aqui, para enfrentarmos isso juntos. Eu te amo, Demi.
Demetria não respondeu, apenas o abraçou e o beijou. Não conseguia dizer que amava Jim, talvez não o amasse ainda, nunca tinha parado para avaliar seus sentimentos. Mas estava feliz por ele estar ali.
Em algum lugar perto dali, Joe bebia sua garrafa de vodka sozinho. Ele segurava o copo com a mão direita, enquanto possuía uma foto na mão esquerda. As lágrimas caíam enquanto ele via uma foto de família. Ele sentia tanta falta de suas garotas. Ficou com raiva ao pensar que naquele momento Demetria provavelmente estava com seu novo namorado, por um momento cogitou rasgar a foto, mas não conseguiu. Ele apenas guardou a foto no fundo da gaveta novamente, limpando as lágrimas e bebendo mais um gole.
Ele pegou um telefone, cansado de ficar sozinho e ligou para o número de uma mulher que tinha conhecido umas semanas antes. Se Demetria podia ter companhia, ele também podia.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Capítulo Oito
Novembro, 2006

Uma música a acordou. Provavelmente era a terceira que tocava desde que o despertador começara a despertar, já que a melodia normalmente entrava dentro de seu sonho. Esse era um dos principais motivos que faziam Demetria preferir acordar apenas com um barulho desagradável, como o som de um telefone ou um alarme. Mas ela estava na casa de Jim, e era assim que ele gostava de acordar, então ela não podia fazer nada.
O segundo motivo que fazia Demetria não gostar, era que de vez em quando tocava uma música dele. E ela às vezes simplesmente achava que Joseph estava cantando ao seu lado para que ela acordasse.
Naquele dia, acontecera a segunda hipótese e em pior escala. Não era qualquer música que estava tocando, era a música de Stella. Não tinha ouvido até então, não tinha tido coragem, mas com apenas a primeira estrofe Demetria já sabia que era ela. Logo naquele dia? Logo quando ela tinha acabado de acordar e estava sem defesa nenhuma?
Kevin estava certo, a música era realmente muito bonita. A melodia era simples e calma, mas a letra... A letra era simplesmente indescritível. Cada palavra tinha um significado, significados que talvez apenas ela e Joe pudessem entender. Demetria apenas ficou parada ouvindo, não abrira os olhos, mas uma lágrima lhe escapou mesmo assim. Por que Joe tinha que ter escrito uma música? Músicas são eternas, elas estampam sua dor e a jogam de volta com apenas um click. Little Star, o locutor da rádio disse, era esse o nome da música.
- Hey, Demi, está acordada? – Jim perguntou, abraçando-a por trás e beijando seu pescoço. Demetria limpou os olhos rapidamente. Jim não sabia nada sobre seu passado, ele não ia entender porque ela estava chorando só por causa de uma canção.
Eles já estavam namorando há quase dois meses, mas Demetria ainda não se sentia à vontade para contar o que tinha acontecido. É claro que ele tinha percebido que Demi usava uma aliança, mas ela dissera apenas que não era casada e que isso não tinha importância. Duas mentiras, mas Jim não desconfiou e provavelmente achava que ela só tinha tido um divórcio difícil, e não tinha superado completamente.
- Estou acordando – Ela murmurou – Você sabe como eu não consigo acordar direito com essas músicas – Ela se virou para o namorado e deu um selinho nele, levantando-se em seguida, indo em direção ao banheiro.
Teria que arranjar alguma desculpa para Jim no dia seguinte. Ela já passara a semana inteira dizendo que não estava estranha, agora ela iria sumir um dia inteiro. Porque ela tinha certeza que não conseguiria falar com ninguém, não quando fazia um ano que Stella se fora. Talvez ela devesse contar para ele, pensou. Talvez eles pudessem passar por isso juntos. Antes ela preferiu ficar sozinha e guardar a dor para si mesma e deu tudo errado, mas como ela saberia se podia confiar em Jim? Ele não iria se afastar? Afinal, ela ainda era casada, tivera uma filha e a perdera, entrara em depressão... Esse tipo de coisa pesa em um relacionamento.
- Tenho que ir – Ela falou, ao sair do banheiro, já arrumada – Vou comer alguma coisa lá, hoje é dia de provar o buffet – Demi informou, então deu um beijo em Jim, se despedindo – Amanhã vou estar meio ocupada, então acho que só vou poder falar com você segunda, ok?
- Só segunda? Eu estava planejando te levar para algum lugar legal amanhã...
- É, fica para outro dia? – Ela estava se sentindo mal por mentir, mas não conseguia evitar – Vou ter que passar o dia inteiro resolvendo várias coisas, provavelmente vou estar cansada e estressada à noite, você não vai me querer como companhia, pode ter certeza. Agora tenho que ir de verdade – Ela acenou e saiu apressada.

No fim do dia, Demetria estava realmente cansada. Isso se devia principalmente porque tinha pedido para a noiva para colocarem dois dias em um, então o que demoraria um final de semana inteiro para resolver teve que ser decidido em algumas horas. Isso, porém, era melhor do que trabalhar distraída. Ela já não estava em seu melhor estado, no dia seguinte estaria ainda pior.
Pensou em ligar para Jim, apenas para dar boa noite, mas resolveu esperar chegar em casa primeiro. Dirigiu calmamente pela cidade, ligando a rádio. Para sua surpresa, depois de umas cinco músicas, Little Star começou a tocar. Ela pensou em mudar de rádio, mas se sentiu impedida, queria ouvir a música inteira agora. Percebeu, dessa vez, que Joe encaixara na letra alguns pedaços de Brilha Brilha, Estrelinha, essa canção na verdade, era muito profunda, e combinava perfeitamente com o momento. A música terminava com o primeiro verso: Little Star, how I wonder where you are.
Onde Stella estava? Onde Stella estava agora que ela precisava, para guiá-la nos momentos difíceis. Ela não sabia. Estava no céu, intocável e invisível. Outra música começou a tocar, mas Demetria não conseguia parar de repassar a letra em sua mente.
O locutor voltou a falar, então resolveu comentar sobre a música. Falou que no dia seguinte faria um ano que a filha de Joe Jonas tinha morrido, como isso era uma tragédia terrível. Demetria mudou de rádio rapidamente, não precisava de ninguém a lembrando disso.
Ficou feliz quando chegou no prédio. Será que Catherine estava em casa? Lembrou que não falava com a irmã há algum tempo, já que estava dormindo mais no apartamento de Jim do que no próprio. Bom, pelo menos Cath estava tendo um tempo para ela mesma, finalmente, podia se focar em sua carreira e tudo mais, e talvez até mesmo devesse voltar para os Estados Unidos. Elas raramente conversavam sobre isso, sobre Catherine ter abandonado seu trabalho e amigos na Califórnia para vir ajudar Joe com Demi. Demetria se sentia culpada, mas ao mesmo tempo não queria que Cath fosse embora novamente.
Ela parou de pensar nisso, ao abrir a porta e ouvir um barulho. Catherine estava acompanhada. Ótimo, então sua irmã tinha começado a sair com alguém e não tinha a avisado? Seria bom saber com antecedência, antes de entrar em casa e interromper. Lembrou-se de quando morava com Selena e elas tinham várias regras quanto “levar namorados para casa”, ela e Catherine nunca estipularam nada. Não parecia necessário, já que Demi sempre fora para casa de Jim, e não o contrário.
Demetria suspirou, pensando se deveria ir embora, porém não tinha mais para onde ir. Entrou na casa, pensando se conseguiria passar despercebida, dependendo de onde eles estavam. Isso, claramente não foi possível, já que logo ao entrar Demetria viu Catherine na sala de jantar, com Kevin. É claro que eles também a viram no mesmo momento, e se afastaram um do outro. Demi continuou parada, apenas os encarando. Catherine estava com Kevin? Com Kevin? Isso era algum tipo de piada para que ela se sentisse melhor e esquecesse Stella? Quer dizer, Kevin era uns sete anos mais velho que Catherine! E ele e Demi tinham namorado. Certo, isso tinha sido há uns quinze anos atrás, mas mesmo assim, isso era extremamente estranho.
- Demi, eu posso explicar? – Kevin falou, levantando e despertando Demetria de sua hipnose.
- Você estava beijando minha irmãzinha, o que tem para explicar? – Ela falou horrorizada – Isso é quase pedofilia!
- Não é assim – Ele falou – Sua “irmãzinha” já tem 24 anos, Demetria.
- É, Demi, pare com essa cara de assustada. Não estamos cometendo nenhum crime – Catherine resolveu falar, levantando e ficando ao lado de Kevin.
- Meu ex-namorado está com a minha irmã. Preciso me sentar.
Catherine riu com a situação. No fundo, estava feliz por ser isso que deixara Demetria preocupada nesse dia. Certo, não estava inteiramente pronta para revelar seu relacionamento com Kevin, mas era melhor isso do que Demetria chorando.
- E desde quando você pensa em mim como seu ex-namorado? – Kevin riu – Desculpa por você descobrir assim, Demi, nós íamos te contar de outro jeito...
- Espera! Vocês planejaram me contar? Isso quer dizer que isso é sério?
- É claro que é sério! – Catherine falou pasma por Demi não ter acreditado.
- Há quanto tempo?
- Bom... É meio difícil dizer – Kevin coçou a cabeça, provavelmente tentando não falar nenhuma besteira – Nós vínhamos ficando desde o... Seu casamento? Mas nessa época Catherine ainda morava nos Estados Unidos, então quando ela vinha para Londres, ou quando íamos para a Califórnia, nós...
- Não quero ouvir os detalhes – Ela interrompeu.
- Eu não ia contar. De qualquer forma, quando nós fomos para a Califórnia... Na última vez – Ele evitou falar do assunto – Começou a ficar mais sério, sabe, estava diferente – Ele olhou para Catherine – Mas então, tudo aquilo aconteceu e nós voltamos para cá. Quando Cath se mudou para Londres de vez, nós continuamos nosso relacionamento, começamos a namorar. Mas não sabíamos como contar para você.
- E você estava tão mal, Demi – Catherine continuou – Nós não sabíamos como você iria reagir, se isso poderia piorar seu... Estado – Ela suspirou – E, bom, agora que você está bem eu ia te contar, mas você mal para em casa – Reclamou, fazendo uma careta e olhando esperançosa para a irmã.
- Vocês podiam ter me contado antes – Demetria falou, depois de alguns minutos em silêncio – Estou feliz por vocês, sério. Quer dizer, nunca imaginei os dois juntos, mas estou feliz – Ela parou um momento, analisando-os – Meu melhor amigo e minha irmã, isso sim é estranho.
Ela riu e então levantou e abraçou os dois. Só aquilo mesmo para alegrar seu dia. Pensou se eles não tinham planejado, mas imaginou que não, foi apenas uma coincidência. Ela se juntou à mesa e jantou com eles, conversando e perguntando o que tinha perdido entre eles. Kevin e Cath eram duas de suas pessoas preferidas no mundo, eles mereciam ser felizes. Observando-os, Demetria chegou a conclusão de que em breve estaria organizando o casamento dos dois, com certeza. Mas ainda não, Catherine era muito nova. 



Bom meninas a coisa ta ficando feia, mas calma. XD

Queria informar pra vocês que a minha aula começou. E faculdade não é facil principalmente no 4º semestre , então peço um pouco de paciência se eu sumir um ou dois dias ta?!!?


Respondendo a minhas fofolet's =D

Demetria Devone Lovato: Bom Demi a autora não entrou muito em detalhes como você pode ter reparado. =/ Mas pelo visto deu MUITO certo né?!?! Também queria saber como foi o encontro deles. kkkk Mas fofa usa a imaginação ;) 

NiNA: Poisé como falei pra Demi vamos ficar curiosas quanto a esse encontro. =/ suahsua

Lorena: OIE SUMIDA!! suahsa Sem drama fofa. Quanto não tiver um tempo coloca só "POSTA" que vo sabe que você passo por aqui!! ;) Eu gosto de saber que minhas leitoras fieis deram uma passadinha!!=D

Lala: Eu vou dar uma olhadinha na sua web sim ta?!?! Não se preocupe é que to meio sem tempo. Ela ja esta gravada nas minhas favoritas aqui no pc. Pode deixar que quando der eu vo la na sua web te dar um OIE ta =D Poisé, o ruim é que tbm to sem tempo pra twitter mas pode ficar tranquila que quando eu tiver on la eu te mando um Oizinho!! ;)

Flávinha: Obrigada pelo selinho e ve se não some!!;) Eu ainda vo repassa-lo quando estiver com tempo!! ;)

Samara: Pode deixar que vou divulgar se blog só um poquinho de tempo ta!!?!? ;)

Bom meninas espero que estejam gostando. Eu ja tinha comentado que esa web não é muito grande. Como eu nunca quero deixar vocês sem web nova eu JA estou a procurar de uma MUITO  boa!! E logo estarei disponibilizando a sinopse pra votação ta?!?! Bjs ;)

COMENTEM MUITO

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Capítulo Sete
Parte 2

- Você não tem ideia de como tudo está um loucura! Aquele pessoal do trabalho acha que eu não tenho vida – Selena reclamava enquanto caminhava pelo shopping, segurando várias sacolas – Enquanto estou lá, eles só me dão problemas para resolver, e quando eu finalmente chego em casa eles não param de me ligar. E para piorar Elle está terrível, não me dá um descanso. Eu nunca pensei que ser mãe desse tanto trabalho, quando eu via você com Stella –
Selena parou, percebendo o que tinha falado. Olhou apra Demetria, mas ela parecia não ter se abalado muito com o comentário. Demi estava quase se acostumando com aquilo, a maioria das pessoas ainda evitavam ao máximo possível falar sobre filhos com ela, mas era inevitável, algum comentário sempre escapulia.
- Está tudo bem, Selena, continue seu drama – Demetria riu, tentando quebrar a tensão.
- Desculpa, Demi, é só que eu não sei ainda como agir com você.
- Aja normalmente, como você sempre fez – Ela falou – Olhe que vestidinho super fofo – Observou na vitrine – Mas, meu Deus, olhe esse preço! – Fez uma careta vendo quão cara uma peça de roupa poderia ser.
Agora não podia se dar o luxo de comprar tudo o que quisesse, já que estava vivendo apenas com o dinheiro do trabalho. Certo, tecnicamente ainda tinha uma conta conjunta com Joe, mas ela não teria coragem de utilizá-la, a não ser que houvesse alguma emergência. Comprar um vestido definitivamente não era uma emergência.
- Esses preços de hoje em dia estão absurdos – Selena reclamou. Demetria riu, pelo visto escolhera um mal dia para resolver sair com a amiga – De qualquer forma, Demi, como você está? Está tudo bem no trabalho?
- Ah, tudo se acalmando agora. O casamento que estou planejando está ficando muito bonito, mas não tenho muita participação nele. Meredith já estava planejando-o quando eu cheguei – Demetria falou com um tom de lamentação.
- Ah, Demi, mas não ligue para isso,logo você voltará a fazer eventos espetaculares sozinha. Voce vai ver, você era a melhor nisso – Tentou animar a amiga.
Selena fez menção de voltar a falar, então seu celular começou a tocar e ela se afastou um pouco para atender. Entediada, Demetria andou até um quiosque de Pretzel, entrando na fila para comprar um, mais por não ter nada para fazer do que por estar com fome.
- Um pretzel de canela e açúcar, por favor – Pediu.
- Demetria? – O homem que estava uma duas pessoas na sua frente na fila falou, enquanto esperava pacientemente por seu pedido. Demetria se virou, surpresa por ouvir seu nome, e se deparou com Jim.
- Hey, Jim – Ela sorriu – Que coincidência te encontrar aqui. Tudo bem?
- Tudo e você? – Eles pegaram seus respectivos pretzels e andaram juntos até um banco.
- Estou bem também. Estava precisando de um final de semana para descansar.
- Meredith está te enlouquecendo? – Ele riu, imaginando como a jovem Meredith deveria estar se estressando muito com o primeiro casamento que organizava.
Demetria ia começar a falar, preparando-se para xingar a companheira de trabalho, que só a irritava. Então viu Selena vindo despeserada em sua direção, tinha esquecido de avisá-la para onde iria.
- Demi! Você sumiu, achei que tivesse me abandonado – Ela parou quando viu que Demetria conversava com um homem, então apenas ergueu a sobrancelha – Ah, vejo que você arrumou companhia.
- Selena, esse é Jim, ele trabalha comigo – Ela revirou os olhos, já sabendo o que a amiga estava pensando – Jim, essa é minha melhor amiga, Selena.
Os dois se cumprimentaram. Eles conversaram um pouco mais, então Jim deu alguma desculpa e se afastou das duas mulheres, deixando-as sozinhas.
- Céus, que gato! – Selena exclamou, quando ele já estava longe demais para ouvir – Nick que me perdoe, mas o que eu não faria para ter um desses.
- Selena! – Demetria reprendeu a amiga, mas não conseguiu prender o riso.
- Vocês estão tendo alguma coisa? – Ela perguntou, franzindo o cenho.
- Eu sou casada, Sel! – Ela respondeu antes mesmo de perceber, então se calou – Bom, pelo menos tecnicamente.
- Você totalmente deveria sair com ele, Demi! Só por esses minutos de contato já pude perceber que ele está afim de você – Selena falou animada com a ideia.
- Não acho que estou pronta para sair com outra pessoa.
- Vamos, Demi, você não pode ficar sozinha para sempre. Ele não está fazendo isso, você sabe – Ela falou, mesmo sabendo que doía para Demetria admitir isso – Além disso, vai te fazer bem.
Demetria preferiu não discutir, puxou outro assunto e levou a amiga para uma loja. Sabia que era inevitável sair com Jim. Os dois se sentiam obviamente atraídos um pelo outro, conversavam bastante, ambos estavam “solteiros” e eram adultos, então o que os impedia? Ela tirou o pensamento da cabeça. Se Jim a chamasse para sair, ela aceitaria, não desperdiçaria essa chance, mas caso isso não acontecesse, ela estava feliz assim. Tudo estava melhorando desse jeito, por que estragar tudo tentando começar outro relacionamento?
Talvez porque tudo pudesse ficar ainda melhor.

Na sexta-feira, Demetria estava extremamente cansada. O casamento havia sido no dia anterior e, apesar de ter dado tudo certo, fora bastante estressante. A noiva estava radiante, assim como Meredith que levara o crédito como organizadora principal. Mas, pelo menos, por ter ajudado ela logo conseguiria que sua reputação voltasse ao que era.
Quando saiu do trabalho naquela tarde, já estava escuro. O clima ainda não estava insuportavelmente frio, mas eles já estavam quase no fim de setembro, e Demi já conseguia sentir o tempo esfriando aos poucos.
- Demi! – Ela ouviu alguém chamou e parou na rua, olhando para trás encontrando Jim a seguindo – Hey, não te vi hoje. Como foi ontem?
- Ah, tudo saiu certo, o casamento estava lindo – Ela falou, sorrindo para ele.
- Então agora você vai ter um descanso?
- Ah, provavelmente ficarei encarregada de outro evento, mas as coisas devem acalmar um pouco mais, graças a Deus.
- Então você teria tempo agora para sair comigo? – Ele falou, parecendo meio nervoso e sorriu galanteadoramente – Amanhã, eu podia te levar para jantar.
Demetria sorriu com a proposta. Sabia que tinha dito a si mesma que aceitaria, mas agora que ele realmente a convidara não sabia se poderia aceitar. Sentiria como se estivesse traindo Joe, sabia disso. “Ele está saindo com outras mulheres, ele não está pensando que está traindo você”, murmurou mentalmente para si mesma e aumentou o sorriso para Jim.
- Claro, mas preciso ver na agenda, que dia é amanhã? – Ela falou brincando.
- Vinte e seis de setembro – Ele respondeu e Demetria congelou.
Dia 26 de setembro era aniversário de Stella. Como ela poderia não ter visto a data se aproximando? Como tanto tempo já poderia ter passado? Sua filhinha estaria fazendo quatro anos, estava crescendo. Só que ela não iria realmente crescer, ela não iria realmente fazer quatro anos. Demetria tentou se controlar, não começaria a chorar ali na frente dele.
- O que houve, Demetria? Você está bem? Você já tinha alguma coisa planejada para essa data?
- Desculpa, Jim – Ela se recompôs – Eu tenho ... uma coisa para fazer amanhã. Eu não percebi em que dia estávamos.
- E domingo, você pode?
- Acho que sim. Bom, vejo você domingo então – Ela beijou a bochecha de Jim, querendo sair dali.
- Claro, eu te ligo.
Demetria saiu, sem se importar se estava parecendo meio grossa. Era aniversário de Stella no dia seguinte, meu Deus! Como isso tinha acontecido?
Ao chegar em casa naquela noite, Demetria chorou. Ela não chorava por isso há muito tempo, os antidepressivos estavam funcionando e apesar da tristeza ainda acompanhá-la, ela não chorara mais. Naquele momento, porém, ela sentia que precisava daquilo. Precisava do reconforto que as lágrimas traziam. Ela dormiu pensando em Stella, mas em seus sonhos ela tinha um sorriso no rosto.

Dia 26. Demetria ficou parada por um momento, apenas olhando o calendário. Era realmente aniversário de Stella. O aniversário que nunca seria comemorado. Demi pensou se deveria ir até o cemitério ver a filha, deixar algumas flores. Mas isso seria mórbido demais, aniversários não foram feitos para serem comemorados em frente a uma lápide, Stella não teria gostado daquilo. Talvez ela apenas devesse agir normalmente, como se fosse um dia como qualquer outro.
Ela estava progredindo tanto! Não deixaria com que uma data voltasse com todas suas mágoas e lamentações novamente. Ela precisava continuar forte, precisava continuar com a vida. Talvez ela devesse ter aceitado a proposta original de Jim, e daí que era aniversário de Stella? Não significava mais nada, era verdade. O motivo de se comemorar aniversários era “mais um ano de vida”, Stella não tinha tido mais um ano de vida. Ela tinha tido apenas dois meses.
Demetria fechou os olhos, sentando-se na cadeira mais próxima, e desejou com todo seu coração que pudesse abrir os olhos novamente e estar um ano atrás. Apenas para que pudesse aproveitar de novo aquele dia. Apenas para que pudesse ter a companhia da filha novamente, mesmo se somente por um dia. Mas ao abrir os olhos, tudo continuava igual.
Ela fechou os olhos mais uma vez, dessa vez apenas desejando que, onde quer que Stella estivesse, que ela fosse feliz. Não era muito religiosa, entretando nessas horas era bom se apegar a alguma fé, alguma coisa que a fizesse acreditar que tudo aconteceu por um motivo maior, que a vida de sua filha não tivesse sido em vão.
Antes que começasse a ficar deprimida novamente, Demetria resolveu sair de casa. Pegou sua bolsa e saiu andando pela cidade. Não iria dirigir em um dia que estivesse triste. Desde o acidente de Stella, tinha medo de andar de carro, mesmo que ela não estivesse presente. Andava apenas por necessidade, dirigia até o trabalho todo dia, mas apenas porque já sabia o caminho e estava bem o suficiente para não correr riscos. Mas sair em um dia em que poderia, no meio do nada, desabar em lágrimas? Sem chances.
Cansada de andar a pé, Demetria chamou um táxi e entrou, sem saber para onde queria ir. O endereço saiu da sua boca antes mesmo de pensar, e alguns minutos ela estava parada em frente a sua antiga casa. Não sabia o que a levara a pedir para ir até lá, mas agora que estava entraria. Pagou ao taxista e saiu, ficando parada apenas observando o lugar que costumava chamar de lar. Subiu as escadas, se questionando se Joseph tinha mudado a fechadura. Ela ainda carregava a chave com ela, junto com a chave de seu novo apartamento, era difícil se desapegar do passado.
Não sabia se deveria ficar feliz ou triste quando a chave realmente abriu a porta. Ao entrar na casa, notou que nada tinha sido mudado, tirando a falta dos objetos que ela levara consigo. Joe não tinha se dado o trabalho de repor os objetos de decoração. Enquanto caminhava pela sala, Demi sentia a nostalgia a invadindo. Mesmo depois de tudo, aquele continuava sendo seu lar. Ela se sentia voltando para casa. Pare com isso, Demetria, você não está voltando. Só está de passagem, aliás nem sei porque veio, ela dizia para si mesma. Passou a mão pela mesa, querendo absorver cada detalhe.
Deparou-se encarando o jardim. A última festa de Stella tinha sido ali, a última festa de sua vida. Abriu a porta de vidro que separava o quintal do resto da casa e saiu, indo para o ar livre. Se fechasse os olhos ali e deixasse levar-se por lembranças, Demetria conseguia ouvir as crianças rindo e correndo pelo jardim, os adultos conversando no canto da sala, os meninos cantando em algum lugar, e tudo parecia absolutamente certo. Um pequeno sorriso brotou em seus lábios, ela poderia ficar ali para sempre.
Demetria parou quando ouviu um barulho. Não podia ficar li parada para sempre, ela tinha que viver, lamentou-se. Virou-se de volta para a casa, vendo de onde o som tinha vindo. Por meio do vidro, ela podia ver Joe parado a encarando de volta na sala. Demetria ficou estatizada, não conseguia se mover, apenas olhava para Joseph, esperando que ele fizesse alguma coisa.
Ele estava ainda mais bonito do que ela se lembrava. Sua aparência estava meio devastada na verdade, com o cabelo bagunçado, a barba por fazer e olheiras enormes, aprecia que ele não dormia há dias. Mas ainda sim tão bonito, mais bonito do que nas revistas, com certeza. Demetria queria ir até lá e abraçá-lo, ao invés disso ficou parada, mantendo contato visual.
Criando coragem, ela abriu a porta e andou até o marido, quebrando a distância. Joe cheirava a álcool, ela percebeu. Suspirou, lembrando que eles estavam de manhã ainda, isso seria por causa da data ou Joe realmente estava levando essa vida?
- Demi – Ele murmurou, passando o dedo pelo rosto do Demetria – Você está tão linda. Você está voltando para casa? – Ele perguntou, tropeçando nas palavras.
- Não, eu só passei por aqui e... Não sei, algo me fez pensar que aqui seria um bom lugar para vir hoje – Ela falou, sabendo que não precisava dar explicações para Joe – Você não deveria beber a essa hora, sabe.
Antes que Joe pudesse dizer alguma coisa, Demetria saiu dali, deixando-o sozinho. Precisava voltar para seu apartamento, aquela não era mais sua casa, aquele não era mais seu marido. Só Deus sabia como ela queria que sua vida ainda fosse a mesma. Mas não poderia ser, nunca mais.

- Hey, Demi – Jim falou no outro lado da linha – Vou passar aí daqui uma meia hora, tudo bem?
Ela iria sair com Jim, ela iria mesmo sair com outro cara que não era Joseph, suspirou. Após o encontro dos dois na noite anterior, ela não sabia se teria coragem de ir a um encontro com outra pessoa. Quase pegara o telefone e ligara para dizer que tinha outro compromisso, mas não fizera isso. Agora seu destino estava na mão daquela noite. Poderia não dar em nada e eles continuarem sendo amigos, ou Demetria poderia decidir finalmente recomeçar com a vida.
Ela sabia quais eram as intenções de Jim. Tudo dependia dela, se ela estava realmente pronta para abandonar o passado ou não. Uma decisão muito fácil de ser tomada, é claro. Demetria suspirou, sentindo-se tão nervosa quanto no seu primeiro encontro.
- Claro, Jim, vou estar esperando.