You can’t help it, can you?
- Eu voto por irmos a um pub. – Jonas afirmou. – Já tá ficando tarde pra qualquer passeio cultural, então é melhor aproveitarmos pra sair. – adicionou, dando um sorriso convincente.
- Apoiado. – os meninos falaram em uníssono. Dei de ombros, vendo as meninas fazerem o mesmo.
- Kevin, você fica encarregado de falar com a recepcionista qual o melhor lugar daqui. Até porque sobra menos tempo pra você montar o seu “look”, o que nos poupa os olhos. – brinquei, adicionando uma risada. Kevin ergueu o dedo médio para mim.
- Já te falei que nada de passes VIPs pra você quando ficarmos famoso, não disse? – ele fez uma careta, o que gerou mais risadas. Dei de ombros de forma brincalhona, vendo-o descer para a recepção. E nós, que ocupávamos o corredor, seguimos para nossos respectivos quartos.
Terminava de arrumar meu cachecol por dentro do sobretudo quando ouvi batidas à porta. Dei uma última olhada no espelho, constatando que meu cabelo estava feio. Então comecei a ajeitá-lo.
- PORRA! – a pessoa, que agora esmurrava a porta, resmungou. Bufei, desistindo do meu cabelo.
- Que é, Jonas? - indaguei com um tom aborrecido.
- Todo mundo já desceu e tá indo na frente, só falta vocês duas aparecerem. Daqui a pouco dá 9 horas! – rolei os olhos e fechei a porta na cara dele, deixando-o falar sozinho.
- Quem era? – My, que saía do banheiro, perguntou.
- O Joseph. Tão mandando a gente descer. – ela acenou com a cabeça, seguindo para a porta. Abri a mesma, dando de cara com um Joe puto.
- Você acha legal fechar a porta na minha cara, Lovato? – com um olhar sério, ele questionou.
- Quer mesmo uma resposta? – ouvi Miley rir atrás de mim. Jonas balançou a cabeça negativamente, indo na nossa frente.
Passamos pela recepção mal iluminada, começando a sentir o frio da noite. Notei que todos nos esperavam no lado de fora do hotel, com caras entediadas. Botei as mãos nos bolsos do sobretudo, ouvindo Chel gritar:
- Até que enfim! – eu ri, e se não estivesse frio para tirar minhas mãos dos bolsos, teria erguido o dedo médio a ela.
- Aonde iremos? – James perguntou a Kevin.
- A velha da recepção falou que tem um perto dos moinhos que é bem legal. E que também é perto daqui, tanto que dava pra ir andando. Então, sigam-me. – e dando um giro de calcanhares, ele se virou para frente, começando a nos guiar. Soltamos risadas pelo gesto exagerado, nos distraindo com conversas enquanto andávamos.
E andávamos.
E andávamos.
E andávamos.
- Porra, , onde é esse pub? Na China? – ouvi a voz indignada de Selena perguntar. – Você tem que entender que mulheres de salto não têm essa disposição! – rimos dela.
- Na verdade, na direção que estamos indo, é mais fácil ser no pólo norte. – Dani argumentou, recebendo um olhar desdenhoso de Sel. – Mas sério, amor, onde fica isso?
- A mulher que me falou que era só seguir em frente toda vida que veríamos um letreiro vermelho! Não é culpa minha! – então ele e Selena entraram numa discussão de quem era a culpa. Olhei para cima e vi um letreiro imenso vermelho com a silhueta de uma mulher em néon.
- Ô, cambada! – gritei, atraindo a atenção. – Por acaso seria aquele? – apontei o lugar com o indicador.
- Kevin , que porra é essa? Você tá querendo me levar pra uma boate de strip? – Dani passou a distribuir tapinhas ardidos e estalados pelas costas e braços dele, que protestava.
- Eu só perguntei pra mulher onde era o pub mais perto! – ele levantou as mãos, em sinal de inocência.
- Ok, já que estamos aqui, a gente pergunta pra alguém lá dentro onde tem um pub apropriado pra meninas. – Joe falou com uma expressão livre de malícia, embora todos soubéssemos que, caso entrássemos, não sairíamos.
- Aham, Jonas. – My disse por mim.
- Querem saber? Vamos andando até lá e eu pergunto. – me pronunciei. Caminhamos até a porta do clube, onde me adiantei em perguntar ao homem da recepção se ele falava inglês. Obtendo uma resposta positiva, perguntei onde poderíamos ir e ele indicou um pub a alguns metros dali.
O lugar era extremamente quente, o que me fez tirar o casaco e o cachecol e deixá-los sobre meu colo ao preenchermos uma mesa imensa no pub, que estava cheio para uma quinta-feira. Ao entrar era possível sentir o cheiro da cerveja misturado com perfume masculino. Senti-me dentro de uma adega pelas paredes serem tão escuras quanto as do hotel. Na verdade, o lugar era tão mal iluminado quanto o hotel.
Fizemos nossos pedidos em meio a conversas aleatórias, como “que música chata” ou “o sotaque deles é muito estranho”. E foi aí que minha atenção foi desviada, não pra dupla “country” que tocava no pequeno palco situado em um canto oposto ao bar, mas pra uma pessoa a qual eu já tinha visto antes. Matthew.
- Que foi, Demi? Algum gatinho? – My começou a olhar para a direção a qual eu fitava. Quando um amigo dele, que estava de frente pra mim, apontou a minha direção com a cabeça, percebi que eu estava encarando. Porra, porra, porra. Tapei meu rosto, corado, virando para a outra direção imediatamente.
- Cala a boca. É o menino da loja de instrumentos. – Miley desatou a rir, sibilando “ele tá vindo pra cá”. Ela ficava extremamente abestalhada quando alguma coisa dava errado comigo. Idiota.
- Demetria? – ergui minha cabeça e lá estava ele, me fitando com seus olhos surpresos. Forcei uma expressão igualmente surpresa.
- Tudo bem? – indaguei, esticando minha mão para um cumprimento.
- Sim, sim. E com você? – ele perguntou de volta. Ouvi uma pessoa pigarrear, e me virei pra ver o que era. Liam.
- Vai apresentar seu amigo não, sua mal educada? – revirei os olhos.
- Vou sim, Sr. Delicado. – eu ri, me virando para o meu “amigo”. – Então, esses são... – comecei a introduzi-lo a todos.
- Senta aí, cara. – James ofereceu, apontando as duas cadeiras vagas próximas a mim e à My, que estava sentada à minha frente.
- Na verdade, eu tô com um amigo. Se não tiver problema ele se sentar aqui... – Matthew deu de ombros. Jimmy soltou:
- Aqui é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um. – então rimos. Observei o amigo dele sair da mesa onde estava ao ver Matt fazer um sinal.
- Esse é Duke. Duke, essas são as pessoas das quais eu, sinceramente, não lembro o nome. – riu, o que fez com que cada um se apresentasse de novo. – Ah sim, e essa é a Demetria. – sorri cordialmente.
- A menina da guitarra. – soltou uma risadinha, fazendo Matthew balançar a cabeça negativamente. Dei uma olhada de soslaio pra My, que chutara meu pé por baixo da mesa. Ri da expressão que ela fazia, como se me dissesse “Tá podendo, hein”.
À segunda saída do cuco do relógio que ficava sobre a nossa mesa, fomos praticamente expulsos do local pelos dois músicos, que agora já tinham guardado todos os seus instrumentos e fiações. Acostumados com o horário “cedo” ao qual os pubs eram fechados na Inglaterra, marchamos para fora do local, onde ficamos parados decidindo para onde iríamos.
- Eu quero ir pro hotel. Tô cansada. – resmungou Selena, cruzando os braços. – Amanhã a gente vira a noite, galera. – concordei silenciosamente, vendo os outros cederem. – Mas vocês podem ir para o hotel ficar jogando conversa fora. – ela se virou para os dois meninos que nos acompanhavam. Duke e Matt se entreolharam ao passo que todos – com exceção de Liam e Joseph – concordavam com sonoros “uhum”.
- Tudo bem, mas voltamos antes das 5... Minha vó não pode nos ver chegando ao amanhecer. – o amigo de Matthew se explicou. E então fomos a caminho do hotel.
Eu não entendia o comportamento de Joe. Honestamente, não entendia. O idiota estava de cara amarrada desde que os meninos concordaram em ir ao hotel. Li os lábios de Kevin, que estava sentado na cama do quarto dele e ao lado do babaca (exatamente de frente para mim, que estava encostada à janela com uma Smirnoff Ice em mãos), murmurar para o outro:
- Tá com sono, fome ou dor de cotovelo? – Jonas rolou os olhos numa expressão desacreditada e lhe exibiu, discretamente, o dedo médio. Não contive uma risadinha seguida de um gole em minha bebida, mostrando a Matt que eu estava totalmente alheia ao que ele estava falando.
- Desculpe, eu sei que meu assunto é chato. Mas são esses assuntos que vêm à cabeça quando me sinto intimidado. – tornei a olhar para seu rosto, descendo a garrafa da altura dos meus ombros até meu abdômen.
- Intimidado? – indaguei com um sorriso enviesado e curioso.
- Por uma pessoa tão bonita. – o sorriso brilhante de Matthew me fez corar e botar uma mecha de cabelo para trás da orelha.
- Brigada pelo elogio. – murmurei sem graça.
- Só digo a verdade. – completou, adicionando uma piscadela. Podia ter certeza de que ele se aproximaria se não fosse por Duke, que puxou seu braço. Então me dei conta da cena que não fazia parte do meu cenário romântico: o corpo de Liam irrompendo furiosamente no ar contra o de D., fazendo-o se desestabilizar. Abri meus olhos demasiadamente, assustada com a cena. Kevin e Nicholas, como raios, voaram para segurar Liam enquanto Matt e seu amigo iam quarto afora.
- Cara, que porra é essa? – questionou, incrédulo. – Você tá sob o efeito de drogas? Por que diabos você bateu no menino?
- PORQUE ELE É UM LOUCO, UM FORA DE CONTROLE. UMA PESSOA EMOCIONALMENTE DESPREPARADA! – My berrou.
- E VOCÊ É UMA VADIA! ELE TAVA TE ALISANDO! E EU FUI UM BABACA POR TER TENTADO TE DEFENDER! – gritou de volta.
- ELE QUERIA FICAR COMIGO, SEU MERDA. NÃO QUERIA SÓ ME COMER! E ELE NÃO ESTAVA ME ALISANDO, VOCÊ TÁ CEGO. MELHOR CURAR ESSA SUA DOR DE COTOVELO! – e foi com essas palavras e arfando que Miley deixou o cômodo, seguindo para o nosso quarto. Ainda me recuperando do susto, dei uma olhada ao redor do quarto, percebendo que todos os olhares – com exceção de dois – pairavam sobre Liam; Um era meu, e outro era o dele, que me analisava de um jeito diferente. Revirei os olhos e murmurei um “eu vou atrás dela” antes de sair do quarto.
- Demi! – ouvi Kevin me gritar. Virei-me. – Amanhã vamos aos moinhos 4 horas e depois vamos caçar uma festa, então descansem bastante. – sussurrei “ok” e tornei a fazer o caminho para meus aposentos.
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