terça-feira, 12 de junho de 2012

Capítulo 21

Let me make a wish upon you.

Acordei ao sentir o forte cheiro de comida vindo do andar debaixo. Constatei que estava sozinha no quarto e me levantei, seguindo para o pequeno banheiro da suíte. Mirei minha imagem no espelho, levando um susto. Meu cabelo estava desarrumado e meu rímel formava uma camada preta embaixo dos meus olhos.
Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e molhei meu rosto, tentando tirar a aparência horrível. Enquanto o fazia, lembrei de que eu não havia deixado mensagem alguma para meu pai, que a essa hora deveria estar preocupado comigo.
Assim que saí do banheiro, calcei meus sapatos rapidamente e olhei para o relógio. Ainda eram 8:40. Suspirei aliviada. Talvez meu pai ainda não tivesse acordado.
Desci as escadas, ainda sentindo o cheiro de comida. Entrei na cozinha, me deparando com um Timmy e um Cameron sorridentes e falantes.
-Eu disse que o povo daqui toma Red Bull quando acorda... – murmurei para mim mesma, enquanto sentava em uma das cadeiras da cozinha.
-Bom dia, Demi. – os dois falaram assim que notaram minha presença.
-Dia. – falei em um tom baixo.
-Dor de cabeça? – Timmy me perguntou, parecendo preocupado.
-Não, fome mesmo.
-Tenho a solução para seus problemas então. – ele sorria para mim de uma forma extremamente fofa, fazendo eu me perguntar se eu merecia alguém tão legal assim. Assim que voltei de meus pensamentos, percebi que Tim havia colocado um prato com torradas e alguns frios na minha frente.
-Desculpe, não tinha muita coisa na geladeira. – Came comentou assim que viu meu olhar sobre o prato.
-Isso é o que tem na minha quando eu faço compras. – eu ri.
-Cameron parece mulher, sempre preocupado com o que os outros vão pensar. – Tim o zoou, sendo batido com um pano de prato segundos depois.
Comecei a comer, notando como o sorriso de Timmy era brilhante. Será que ele fez clareamento? Ri com esse pensamento e voltei meu olhar para o prato, terminado de comer alguns minutos depois.
-Obrigada, anjo protetor. – eu ri para Tim.
-Você lembra. – ele sorriu, mostrando seus perfeitos dentes brancos.
-Claro. – pisquei, me virando para a porta quando escutei a voz de Nicolas.
-Bom dia. – Nick resmungou enquanto passava pela porta com as mãos na cabeça. – Quanto menos falarem, melhor para minha dor de cabeça.
-Tadinho, acha que a gente vai ficar mimando ele. – Came brincou.
-É sempre assim. Nicolas acha que nós somos a mamãe dele. – Timmy concordou. Todos rimos quando Nick, que apoiava a cabeça na mesa, levantou seu braço e estirou o dedo médio para os dois. Olhei para o relógio. 9:15.
-Droga. – resmunguei enquanto me levantava.
-Que aconteceu, Demi? – Tim perguntou.
-Eu tenho que chegar em casa antes que meu pai dê por minha falta. – antes que Timmy pudesse responder, eu o dei um selinho, quase que por impulso. –Tchau, gente, até mais tarde talvez. Assim que passei pela porta da cozinha escutei os meninos rirem de alguma coisa, só então notei o que eu havia feito. Droga! Demetria sempre estragando as coisas.

Entrei em casa arfando, por ter andado apressadamente pelas ruas do condomínio. Parei assim que cheguei à cozinha. Mary estava com uma camisola de seda preta e meu pai estava com uma blusa branca lisa e uma boxer azul. É, eu realmente tinha perdido muita coisa.
-Oi, filha. – ele sorriu. Sim, sorriu.
-Está se sentindo melhor, querida? – a namorada do meu pai me encarou com seus olhos azuis profundos. - Hoje pela manhã um menino, Tom, Tim, não lembro direito, ligou para cá, avisando que ontem pela noite você não tinha se sentido muito bem e eles preferiram levar você para casa deles, assim não nos acordariam. – provavelmente ela não tinha notado minha cara de confusão ao escutar a pergunta.
-Ah, sim. Estou bem, obrigada. Eu só preciso de um banho. – falei, me sentindo mais leve por não ter me metido em problemas. Subi para meu quarto, me enfiando no banheiro após pegar uma toalha.
Enquanto sentia a água bater em minhas costas, eu pensava em tudo o que tinha acontecido na noite anterior. Quais as probabilidades de eu ter me apaixonado pelo Timmy? Nem eu sabia.

Entediada, liguei meu rádio, pegando uma música no final.

“No no, no no
(“Não não, não não)
I don't want you tonight
(Eu não te quero esta noite)
You weren't there
(Você não estava lá)
I'm gonna show you tonight
(Eu vou te mostrar essa noite)
I'm alright, I'm just fine
(Eu estou bem, eu estou legal)
And you're a tool
(E você é um idiota)
So so what?
(Então, e daí?)
I am a rock star
(Eu sou uma estrela do rock)
I got my rock moves
(Eu tenho meus golpes)
And I don't want you tonight.”
(E eu não te quero esta noite.”)

Enquanto o verso decorria, eu fazia uma coreografia tosca que envolvia guitarras imaginárias e jogadas de cabelo. Não tentei cantar porque sei que desafinaria fácil, já que a Pink tem uma das vozes mais diferentes.
Assim que a música trocou, eu me joguei em minha cama, tentando acalmar minha respiração. Escutei risadas vindas da porta e me perguntei se a pessoa conhecia o significado de privacidade.
-Você não enjoa de olhar pra minha cara não? – encarei Ann.
-Não. – ela soltou um risinho.
-O que te traz aqui?
-Só quis ver se você tinha se metido em algum problema com seu pai.
-Não. Meu anjo protetor me salvou, novamente. – comentei.
-Anjo protetor, huh? – Anne perguntou com um sorriso malicioso em seus lábios.
-Não dá pra contar as coisas pra você. – fiz uma expressão séria, pegando um travesseiro e o pressionando contra meu rosto.
-Qual é, Demi. Eu só tava brincando. – tirei o travesseiro do meu rosto.
-Você sempre ‘tá brincando.
-Eita, mau humor.
-Desculpa.
-Tudo bem. – um silêncio se instaurou por alguns segundos. - Posso fazer uma pergunta?
-Pode.
-Você se lembra de alguma coisa de ontem?
-Lembro. Por quê?
-Porque eu não sei nem como eu cheguei à casa do Cameron.
-Claro, bebeu mais que não sei o quê.
-Obrigada por me lembrar disso. – ela falou com uma expressão de sarcasmo. –Sério, Demi, o que aconteceu ontem?
-Nada demais. Eu voltei a falar e ficar com o Timmy. Depois nós fomos para um quarto para jogar “Eu nunca”. Quando acabamos, Timmy e Came nos arrastaram até a casa do Cameron e cada casal ficou em um quarto.
-Pára na primeira frase. Conta tudo. –Anne pediu, sorrindo feito criança no Natal.
-Ok, ok. – então lhe contei tudo o que havia acontecido.
-Você ‘tá apaixonada.
-Não, não ‘tô. – respondi à Ann, revirando os olhos.
-Nem gostando?
-Gostando. – ela ia comemorar, quando eu interrompi. –Talvez.
-Pára de ser idiota, Demetria. O que ‘tá te impedindo? Aquele idiota que sempre te humilhou?
-Não! O que ‘tá me impedindo é que eu não sinto nenhum dos ‘sintomas’ quando eu to perto dele. Entende?
-Sabe o que eu acho? Que você devia dar o troco nele.
-Já tentei.
-Não da maneira certa. – Anne sorriu de uma maneira vingativa, como se ela fosse da máfia e tivesse bolado um plano.
-Você me dá medo.
-Demetria, presta atenção! Você tentou ficar com um menino na frente dele?
-Não. Mas não era justamente você quem me falava pra esquecê-lo, que ele não valia a pena, blá, blá?
-Só que deu certo? Não, porque você continua chorando por ele. Se vingue da maneira certa, só isso. Caso não der certo, pelo menos você se divertiu. – suspirei alto, considerando a idéia.
-E o que você espera que eu faça? Leve o Timmy até a casa dele, bata na porta e quando ele abrir a porta, eu dou AQUELE beijo no Tim?
-Você é mais lerda do que eu pensava. – eu abri a boca, em sinal de indignação.
-Brincadeira, Demi. Mas pensa comigo, na próxima festa daqui você chama todo mundo e fala com aquela voz de desprezo, “se o Jonas quiser vir, deixa”. – então eu me lembrei da apresentação deles no pub.
-Você é um gênio, Ann. Já sei o que vou fazer. – A loira riu, perguntando o que eu faria. Contei à ela sobre o pub, recebendo um “ótimo” como resposta. Assim que ela concordou com a minha idéia, mudamos de assunto.

-Ok, ok. Já vou descer. – a loira falou ao telefone. – Demi, ‘tô indo. Até amanhã. – ela se despediu de mim assim que desligou o aparelho.
-Bom, o que eu vou fazer às 8 horas, sozinha e sem sono? – me joguei na cama e passei a encarar o tédio. Alguns minutos se passaram enquanto eu tentava pensar em alguma coisa, mas nada me vinha à cabeça.
-Certo, amanhã eu vou acordar, vou encontrar o pessoal, chamá-los para a apresentação. Depois vou me trancar no banheiro e só sair 30 minutos antes da Ann invadir meu quarto. – eu ia repassando meus planos até chegar em um tópico que eu não tinha pensado, e se Joe desse em cima de Anne? Com certeza, eu não iria agüentar. Ô droga! Mas Nick não iria deixar e ia bater no Joseph. Eu ri tentando imaginar a cena. Mas, com certeza, Timmy se meteria no meio, assim como Cameron, e aí não ia ser legal, para ninguém. - Novamente, ô droga! – murmurei para mim mesma. Levantei, decidida a achar uma roupa que ficasse legal.

Após provar todo meu armário, cheguei a uma decisão, usaria uma calça jeans, meus amados peep-toe’s vermelhos e uma blusa branca com decote em ‘V’.
Visto que eram 10 horas, cacei minha toalha pelo quarto e fui tomar um banho quente. Assim que saí do banho, alguém bateu na porta.
-Um segundo! – gritei para quem estava do lado de fora. Me troquei na velocidade da luz e abri a porta.
-Oi, pai, desculpa a demora.
-Tudo bem. Eu só queria avisar mesmo que eu vou sair agora com a Mary e...erm...devo dormir fora. – eu me controlei para não rir. Era engraçado pensar que meu pai tinha vergonha de me dizer essas coisas. Se ele soubesse que eu já vi a blusa da namorada dele jogada no chão do corredor no meio da noite...
-Pode deixar, pai, eu fico bem sozinha. – sorri sincera. - A Sol já foi?
-Já sim, filha. Agora quem vai sou eu. Até amanhã, minha princesinha. – ele se aproximou de mim e beijou minha testa. Fiquei nas pontas dos pés e lhe dei um beijo na bochecha, sorrindo.
-Até, pai. – assim que me virei para procurar uma escova, escutei a porta se fechar.

Sentei-me na poltrona da sala com um balde de pipoca apoiado em minhas pernas. Liguei a TV, colocando em um canal de filmes. Dei sorte por um ótimo filme estar começando.
Em um certo ponto do filme, eu já havia acabado com metade da pipoca. Deixei o balde no chão e troquei de posição na poltrona, deixando minha cabeça apoiada no encosto.
Devido à cena, eu chorava. Meus olhos estavam vermelhos, e meu nariz, inchado. Então escutei a campainha. Xinguei a pessoa mentalmente e me levantei para atender a porta.
-Timmy? – arqueei uma sobrancelha assim que o vi na minha porta.
-Oi, Demi. – eu acendi as luzes da sala. -‘Tá tudo bem? – ele perguntou espantado, provavelmente ao notar que eu chorava.
-‘Tá sim. Eu tava vendo filme, só isso. – eu ri. –Ah, desculpe, nem te convidei para entrar. – dei licença a ele e fechei a porta.
-Eu vim aqui te chamar para circular pela vila. Tava sem nada pra fazer e achei que você também estivesse. Mas como está vendo filme, eu já vou. – ele estava quase girando a maçaneta. Olhei para a TV e constatei que já havia perdido a melhor parte do filme.
-Não, espera. Deixe-me só trocar de roupa. – apontei para meu corpo, coberto apenas por um micro-short e uma blusa de mangas curtas. Ele mordeu o lábio e tenho certeza que se controlou para não soltar alguma besteira. Eu balancei a cabeça, rindo e me virando para subir as escadas.
Olhei para meu armário, me perguntando o que eu usaria. Provavelmente não estava tão frio assim, então optei por uma calça jeans e uma blusa de mangas ¾ . Ajeitei meu cabelo e desci, encontrando um Timmy levemente emocionado pelo filme. Eu soltei uma risada frouxa e ele se virou para mim.
-Eu sou uma pessoa sensível, ‘tá? – ele brincou, falando com voz de gay.
-‘Tá, nada contra. Vamos. – ri novamente e fui até a porta com ele em meu encalço.

-Você já viu o deck branco? – Tim me perguntou enquanto andávamos para um lugar que eu não conhecia.
-Deck branco? O que ou quem seria isso?
-Um deck que é pintado de branco. Sabe deck? Madeirinhas que podem flutuar na água...
-Eu sei o que é deck, só não sabia dessa nomenclatura.
-Então, nós estamos indo para lá.
-Ah sim. Você vai me levar para um deck escuro? Oh, Deus, me proteja. Sou uma pobre e indefesa criança. – brinquei, o fazendo rir.
-Você é muito besta. – Timmy me puxou pela cintura com um braço, ainda com um sorriso e fez com que nossos corpos ficassem bem próximos. Olhei em seus olhos verdes e desci meu olhar para seus lábios.
Então seu sorriso alegre desapareceu assim que ele notou meu olhar e se transformou em um sorriso charmoso. Voltei a mirar seus olhos, que agora estavam fechados e se aproximavam. Fechei os meus em resposta e senti seus lábios tocarem os meus. Por que eu simplesmente não controlava minha vontade de beijá-lo?
Timmy, depois de alguns segundos, rompeu o beijo, sorrindo. Sorri de volta, pegando em sua mão e o puxando para a direção a qual estávamos indo antes.
-Vamos, agora eu quero conhecer o tal deck branco. – eu ri e senti que ele havia parado, o que me fez fazer força para puxá-lo. Desisti e olhei para trás. –Que foi?
-Vamos fazer uma aposta?
-‘Tá.
-Se eu chegar primeiro no deck, você vai gritar pela vizinhança “eu te amo, Timmy querido”. – nós dois rimos.
-E se eu chegar primeiro, você vai ter que... – prendi meu lábio inferior entre os dentes e pensei por alguns segundos. – cantar uma música pra mim.
-É seu ouvido mesmo... – ele riu.
-Aposto como sua voz é bonita.
-Uma aposta de cada vez, mocinha. – Tim brincou. –Pra chegar ao deck é só seguir em frente toda vida.
-Ok.
-1,2,3, já! – ele falou enquanto eu amarrava meu cabelo e saiu correndo.
-Ei! Não vale, Timmy! – corri atrás dele. Olhei para as costas dele e tive uma idéia.
Corri mais rápido que podia e assim que estávamos perto do deck, me segurei no ombro dele, montando em suas costas, o que o fez quase cair.
-‘Tá doida? – nós dois ríamos.
-Você roubou, não valeu. – Eu (tentava) falar enquanto ria e puxava o ar rapidamente. Eu, certamente, não dou para ter uma vida saudável.
-Ok, ninguém faz nada então.
-Você ia ter que fazer mesmo. – brinquei.
-Vai nessa, neném! – Tim cutucou minha barriga. Olhei para ele, rindo e depois me virei, entrando no deck que possuía vista para o pequeno lago do condomínio. Sentei-me em um banco, virando para o lado contrário e encaixando minhas pernas entre o vão do assento e do encosto. Apoiei meus cotovelos no encosto e encarei meus pés, que flutuavam sobre a calma água do lago.
-Aqui é um bom lugar para se viver, não acha? – ele se sentou ao meu lado e copiou meus movimentos. Assenti com a cabeça, olhando para os pequenos pontos brilhantes no céu. – Não sei por que o Came não gosta daqui. Acho que é por aqui não ser tão agitado.
-Aqui não é agitado? Vocês têm festa quase toda semana, cara.
-Nas férias só.
-Nenhum lugar é perfeito, né.
-Verdade. E como sua vida social longe daqui é?
-Chata. – eu ri. – Na verdade, festas acontecem raramente, assim como sociais. – engatamos em uma conversa até ficarmos com muito frio e resolvermos ir para casa.
Depois de nos despedirmos com um beijo, eu subi para meu quarto, com um sorriso e a sensação de que as coisas estavam dando certo para mim.

Continua...
10 coment's para o proximo

6 comentários:

  1. Awnn, que lindos! *o*
    POSTA LOGO!

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  2. Hahaha, eu não sabia o que era deck... ~Ja podem me xingar~
    LINDOOOO, POSTA LOGOOOO
    By Juliana Lovato

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  3. o q a Demi vai aprontar hein? sabe acho q o Joe ñ ta com a vadia nada.....ele com certeza vai ta com cara d tacho quando a ver d novo kkkkkk

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  4. cap perfeito

    amando timmy e demi

    bjo bjo e posta logo

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  5. Eu estou adorando e queria saber uma coisa vc vai fazer a história inteira como a original ou vai mudar alguma coisa?
    Pq eu já li a original (e não gostei do final) e estou curiosa para ver o seu.

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