segunda-feira, 9 de julho de 2012

Capítulo 25

 I’m having the day from hell.

Acordei com uma incrível dor de cabeça causada pelo choro. Antes eu estivesse de ressaca. Por que eu não bebi ontem? Eu deveria ter bebido. Eu teria ficado alegre, embora só estivessem ocorrendo tragédias. Como eu era fracassada!
Levantei e entrei no banheiro, me despindo e indo tomar um banho. Sentei-me no chão do Box e me encolhi, juntando meus braços ao redor dos meus joelhos. Permaneci por bons minutos nessa posição. Eu não queria sair dali e enfrentar a conseqüência das besteiras que eu havia feito.
Ok, eu não era inteiramente culpada. Timmy devia ter agido como um adulto e ter falado comigo ao invés de, simplesmente, beijar outra em frente à multidão.
Encostei-me à parede, sentindo a água bater em meu tórax. Respirei fundo.
Joseph não deveria ter vindo. Na verdade, EU não deveria ter vindo.
Levantei-me e comecei a, verdadeiramente, tomar banho.

Assim que terminei de tomar o café da manhã, procurei por meu celular, a fim de ligar para Anne. Quando o achei dentro do emaranhado de roupas, vi que havia 6 mensagens recebidas e 50 ligações perdidas. Comecei pelas mensagens:

“Demi, onde você está? x Chelsea”

“Estamos preocupados, venha pra cá! x Sel”

“CADÊ VOCÊ, PIRANHA? xx My”

“Lovato, se apresente! - Judd”

“Pequena, o que houve? O Joe ‘tá estranho, e você, sumida. x Nicholas”

“Amanhã você vai me esclarecer tudo. x Ann”

Voltei à mensagem de Nicholas. “O Joe ‘tá estranho”. Parei nessa frase e a reli várias vezes. Franzi a testa. Estranho? BABACA!
Bufei e procurei pela lista de chamadas perdidas. 15 do celular da Chelsea, 15 da Anne, 5 da Daniella, 5 da My, 3 do Nicholas, 4 do Liam, 2 do Judd e 1 de um número desconhecido. Arqueei a sobrancelha. Timmy não poderia ser... Disquei o número, a fim de descobrir de quem seria o celular.
-Alô? – era James.
-James? - indaguei com cautela.
-Demetria! - ele exclamou.
-Você me ligou ontem, certo?
-Não. Meu celular ficou com o Joe, porque a calça dele tinha bolso e a minha, não... – prendi a respiração.
-Puta-que-pariu. – murmurei pausadamente e em um tom baixo para mim mesma.
-Demi? – James me chamou. Respirei e voltei a falar com ele.
-Eu! Bom, eu vou desligar, meu pai ‘tá me chamando. Beijos. – desliguei o celular sem esperar sua resposta.
Certo, o que Joseph Jonas faria ligando para meu celular?
Lista de hipóteses:
1ª - Ele não sabia o que tava acontecendo e pediram pra ele discar meu número.
2ª - Chelsea pegou o celular dele porque o dela estava sem bateria e/ou crédito.
3ª - Ele queria me lembrar de que eu era uma otária.
4ª - Ele se preocupou com meu sumiço, porque sem mim, ele não teria com quem ficar brincando.
5ª - Ele realmente se preocupou com meu sumiço.

A primeira não tinha muito fundamento, já que ele viu quando eu saí do recinto. A segunda era totalmente improvável, já que ela tem uma conta de milhões de minutos. A terceira era provável. A quarta também. A quinta era menos provável, mas milagres acontecem... Não que eu queira esse “milagre”. Eu não quero. Não mesmo. Quer dizer...
-Demi? – Anne bateu à minha porta, interrompendo meus pensamentos.
-Ann! Ia te ligar agora. – apontei para meu celular, que estava nas minhas mãos. Ela se sentou à minha frente.
-Pra onde você foi ontem? Com quem? Por quê? O que aconteceu?– Ann começou a me bombardear com perguntas.
-Eu vim pra casa. Sozinha. Porque o Joe “me aconteceu”. – respondi simplesmente.
-O QUE ESSE MERDA FEZ? – ela se exaltou. Coloquei meu indicador próximo aos lábios, pedindo para ela fazer silêncio. Assim que Anne murmurou um “ok”, eu comecei a falar.
-Bom, depois do que o Timmy fez...
-Eu achei ridículo ele ter feito isso! Fiquei puta com ele! – Ann me interrompeu. A encarei séria. Ela se calou.
-Então, eu fui pra um canto mais distante e o Joe veio atrás de mim. Eu tentei fugir, mas ele pediu pra esclarecer. – estremeci ao lembrar. – Então ele começou a falar que amava a Ashley demais e que faria de tudo por ela, e ainda perguntou se eu nunca havia sentido isso por ninguém. Eu respondi que sim, mas que me arrependia profundamente. Bom, aí ele entrou no “nosso” assunto. – fiz as aspas com as mãos. – E nós começamos a discutir. Nisso, eu fiquei puta e resolvi ir pra casa, pra não estragar a festa de ninguém.
-Ele gosta de brincar com você. – ela afirmou. Concordei com a cabeça e suspirei.
-E o pior é que o filho da puta consegue! – exclamei, bufando de raiva.
-E se...– Anne pareceu pensativa. – Nada, esqueça.
-Desembucha. E se...?
-E se vocês estiverem destinados a ficarem juntos? – eu soltei uma gargalhada irônica.
-Você passou na casa do Came, tomou umas, e veio pra cá? – Anne fez uma expressão séria.
-Tô falando sério! Vocês já passaram por tantas coisas, que, sei lá, de repente, você é o Carma dele, e ele, o seu. – novamente, ri.
-‘Tá... Mas se fosse para nós ficarmos juntos, eu já teria, há muito tempo, ficado pra valer com ele.
-Não, não.
-Claro que sim!
-Demetria, pára e pensa. Por que será que você não consegue esquecê-lo? Por que será que ele implica tanto com você?
-Simples. Para as duas perguntas, eu tenho uma resposta: porque eu sou otária.
-Você se engana e se ofende por nada. – ela revirou os olhos.
-Ok. Eu não o esqueço porque, por mais que eu não queira, ele SEMPRE aparece nos meus pensamentos. Eu não devia me preocupar, nem me importar com ele, mas eu me importo e me preocupo. E por que ele implica comigo? Porque eu fiz uma grande merda há uns anos. – encostei-me à parede e relaxei minhas mãos ao lado do meu corpo.
-‘Tá vendo... – Ann falou com um sorriso vitorioso.
-Certo. Mudando de assunto...- comecei a perguntar da festa, a fim de tirá-lo do meu pensamento.

Anne havia acabado de sair do meu quarto. Já eram 9 horas da noite. Resolvi ligar para minha mãe, já que, no dia seguinte, ela iria me buscar.
-Mãe?
-Oi, filha. Como você ‘tá?
-Tô bem. Mãe, amanhã você vai vir me buscar, né?
-Claro. Quando for três da tarde, eu passo aí. – murmurei um “ok”. – Algo aconteceu ontem? Foi um dos únicos dias que você não me ligou... Cheguei a estranhar.
-Não... nada demais. – Suspirei. – Mãe, meu pai acabou de chegar do trabalho, vou falar com ele. Até amanhã. Te amo.
-Ok. Te amo também, filha. Boa noite. – desliguei o telefone e liguei o som, já que eu não sabia que música escutar.

“Let's rearrange
(“Vamos reorganizar)
I wish you were a stranger I could disengage
(Eu queria que você fosse um estranho em quem eu pudesse me desprender)
Just say that we agree and then never change
(Apenas diga que concordamos e então nunca mudamos)
Soften a bit until we all just get along...”
(Suavizados um pouco até nós todos nos darmos bem...”)

Bati no botão de desligar. Sim, bati. Eu não estava a fim de ter nenhum tipo de trilha sonora hoje.
Liguei a tv, notando que estava passando "One Three Hill". Senti minhas pálpebras pesarem e fechei os olhos, só conseguindo escutar as pessoas e a música que tocava ao fundo.

“Wasn’t I supposed to be someone
(“Não era para eu ser alguém)
Who face the things that I’ve been running from?
(Que encara as coisas que eu estive fugindo?)

Let me feel
(Deixe-me sentir)
I don’t care if I break down
(Eu não ligo se eu partir no meio)
Let me fall
(Deixe-me cair)
Even if I hit the ground
(Mesmo que eu atinja o chão)
And if I cry a little, die a little
(E que eu chore um pouco, morra um pouco)
At least I know I lived
(Pelo menos eu saberei que eu vivi)
Just a little".
(Só um pouco.”)

-ALGUÉM AÍ EM CIMA  TA DE PUTARIA COMIGO, SÓ PODE! – berrei para o teto, como uma forma ridícula de aliviar a raiva.
Desliguei a tv rapidamente, xingando mentalmente.
-Filha, você ‘tá bem? – meu pai colocou a cabeça para dentro do quarto, com uma expressão preocupada.
-‘Tô, pai. – dei um sorriso amarelo. – Foi só um pesadelo. – como o resto da minha vida amorosa, se você me permite acrescentar. Assim que ele saiu, voltei a falar sozinha.
-Eu posso ser uma filha da puta e não ir falar com ele, já que ele também foi um, o que tornaria tudo muito mais fácil no final das contas. E eu posso ser eu mesma e ir falar com ele, o que dificultaria minha ida. – me prendi naqueles pensamentos durante uns bons minutos, até que resolvi me levantar e me trocar. Eu precisava falar com ele e não iria me impedir de fazer isso.

Avisei ao meu pai que daria uma volta. Corri até a casa de Timmy. Bati na porta, impaciente. O pai dele abriu com uma expressão nada boa. CADÊ O BURACO PARA EU ME ENFIAR?
-Oi. Erm... O Timmy ‘tá aí? – mordi meu lábio inferior.
-Não, ele foi pro Deck. – murmurei um “ok” e agradeci, indo para o Deck.

Avistei as costas de Tim e respirei fundo. Aproximei-me lentamente, pensando no que falaria, mas ele foi mais rápido.
-Nós precisamos conversar. – Timmy afirmou assim que me viu.
-É. – concordei, encarando-o.
-Eu... – Nós dois falamos ao mesmo tempo. Soltei uma risada frouxa. – Você primeiro. – falei.
-Eu não... entendo por que você ficou tanto tempo pra descobrir isso. Digo, que você não queria ficar mais comigo. – ele colocou as mãos nos bolsos dianteiros da calça.
-Eu não sabia que eu não ia conseguir te corresponder da mesma forma.
-E deixou o otário aqui na merda porque você não conseguiu esquecer o Joseph. – ele murmurou com um certo tom de sarcasmo.
-Se eu soubesse que isso iria, eu não teria, sequer, chegado perto de você. Mas não me trate como a única errada. Você devia ter conversado comigo antes de ter agarrado aquela perua lá.
-DEVIA TER CONVERSADO COM VOCÊ? MAS VOCÊ NÃO “CONVERSOU COMIGO” QUANDO DESCOBRIU QUE, DE FATO, ESTAVA SÓ ME USANDO PARA TENTAR ESQUECER AQUELE IDIOTA! – Timmy se exaltou, tirando as mãos dos bolsos e as cruzando em fronte ao peito.
-EU NÃO SABIA COMO FALAR, PORRA! – exclamei, respirando fundo depois.
-FALASSE QUALQUER COISA. PODIA ATÉ VIRAR PRA MIM E FALAR “ESTÁ ACABADO”. – ele falava em um volume alto. - SÓ QUE, NÃAAAAAAAO... VOCÊ TINHA QUE ME TRATAR COMO UM BRINQUEDINHO. EU FIZ DECLARAÇÕES PRA VOCÊ. - então ele começou a rir e passou as mãos pelo rosto. – DEUS, COMO EU SOU UM BABACA. MAS ISSO NÃO É NOVIDADE PRA VOCÊ, É? – meus olhos encheram d’água assim que vi sua expressão. – EU ESPERAVA MAIS DE VOCÊ, DEMETRIA
-E eu, de você. Você tem que crescer, Tim. – falei rispidamente com uma expressão de nojo e dei as costas para ele, balançando a cabeça lentamente para os lados.

Assim que cheguei em casa, sentei-me na cama e deixei as lágrimas escorrerem. Eu não me sentia mal, eu me sentia culpada. Eu não gostava de ser a vilã da história, assim como não gostava de ser a vítima.
Eu só queria desaparecer naquela hora.

“If I were a boy
(“Se eu fosse um garoto)
I think I could understand
(Eu acho que eu poderia entender)
How it feels to love a girl.”
(Como é amar uma garota.”)

Escutei meu celular tocar e vi o alerta de mensagem nova.

“Desce, por favor. Preciso falar com você. – Tim”.

Soltei uma risada irônica e revirei os olhos. Fechei o slide com força e joguei o celular em cima da cama, descendo as escadas rapidamente.
Abri a porta rapidamente, me deparando com um Timmy cabisbaixo.
-Fala. – disse friamente.
-Eu fui um idiota, eu sei. Mas tudo isso me irritou. E saber que você vai embora amanhã, piora tudo. – ele suspirou e continuou. - Eu gosto de você. Muito. Mas não é assim que as coisas estão predestinadas a ser, creio eu. E, eu queria me desculpar por ter sido um babaca. Só isso. – como um impulso, o abracei fortemente. Ele devolveu o abraço. Não consegui controlar um soluço, logo, ele percebeu que eu chorava.
Ele me afastou e, assim, pôde mirar meu rosto. Encarei seus olhos verdes, que agora estavam cheios d’água.
-Eu queria ter me apaixonado por você. – murmurei. Ele sorriu de forma torta.
-As coisas não são sempre como a gente quer, gatinha. – voltamos a nos abraçar e Timmy colou seus lábios a minha testa. –Desde que você goste de mim como um amigo, eu estou feliz. – saí do abraço e dei um sorriso triste.
-Amigos, então? – perguntei.
-Sempre. – Tim, novamente, me puxou para um abraço. – Só não esqueça do Timzinho aqui. Ok? – ele riu. Concordei com a cabeça e sorri. –Vamos lá pro Came? Uma última bebedeira antes da sua partida. – Timmy propôs.
-Ok. – concordei, pensando em como seria ruim me despedir deles.

10 coment's para o proximo
Queria mais comentes!!
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11 comentários:

  1. LINDOOOOO!!!! PERFEITO !!! MARAVILHOSO !!!! POSTA LOGO !!!! To morrendo !!!!!! Beijos

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  2. OBS Eu acho que vc é minha "chara" pq meu nome é Julia Soares e la em cima na foto ta Ju Soares é vc???

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  3. Queria que a Dems ficasse :/
    Por favor, posta logo!! <3

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  4. Aff, chorei.
    que lindo!!!!!!!
    Posta logo \o/

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  5. OMG! Eu estou curiosa, posta!!

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  6. cap perfeito...


    tadinho do timmy, ficou sabendo da pior forma....amo temi, ficou super fofo


    a amizade dos dois é forever agora...

    bjo bjo e posta logo

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  7. Perfeitoo...
    *_* ownt eu gosto tanto do Timmy....
    Postaa Loogooo;;;
    cap PERFEITO...

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  8. preferia q a Demi ficasse cm o Timmy doq cm o Joe u.u.. nao, acho melhor q ela fique cm o Joe msm..

    Jah tem 10 coments, agora pode postar n.n

    Posta logo por fvr

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